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O PEDIDO DE DES­CUL­PAS QUE NÃO VEIO.

Escrito por Abdon Mar­inho

O PEDIDO DE DES­CUL­PAS QUE NÃO VEIO.

QUANDO o escân­dalo – pos­te­ri­or­mente apel­i­dado – men­salão tornou-​se público no ano de 2005, lem­bro de uma série de entre­vis­tas e declar­ações do então pres­i­dente Luís Iná­cio Lula da Silva sobre o mesmo. Em uma delas, acred­ito que dada na residên­cia ofi­cial do Torto, declarou que fora traído e que o seu par­tido (PT) dev­e­ria pedir des­cul­pas a nação brasileira.

Eram declar­ações de quem estava acuado pela verdade.

Os fatos vis­tos a par­tir das infor­mações que temos hoje, dão conta que o sen­hor Lula nunca foi traído, pelo con­trário, era ele o chefe de todo esquema. Ao invés de traído, traidor.

À medida que o tempo foi pas­sando e a oposição mostrando-​se inca­paz e leniente com os fatos trazi­dos à luz no escân­dalo do men­salão, o pedido de des­cul­pas que o ex-​presidente achava dev­ido, foi esquecido.

Não só o pedido de des­cul­pas não veio, como as práti­cas – sabe­mos agora – foram se tor­nando cada vez mais nefas­tas. O escân­dalo do men­salão (apu­rado no Ação Penal 470), a com­pra de apoios no Con­gresso Nacional, medi­ante sub­or­nos rotineiros, deram lugar a aniquilação do Estado, através de uma estru­tura para­lela de cor­rupção, onde o par­tido, seus ali­a­dos e lid­er­anças, finan­ciavam e enri­cavam com o din­heiro desvi­ado das bur­ras públicas.

Enquanto as lid­er­anças ficavam ricas, a nação naufra­gava, tangida, não ape­nas pela cor­rupção, mas, tam­bém, pela incom­petên­cia. O efeito mais patente é que as finanças públi­cas andam na con­tramão do cresci­mento, apre­sen­tando resul­ta­dos neg­a­tivos ano após ano. O empo­brec­i­mento das famílias só encon­tra para­lelo no desem­prego que já alcançou mais de 11 mil­hões de brasileiros da chamada pop­u­lação eco­nomi­ca­mente ativa – aquela que gera riquezas. São mil­hões de pais de famílias deses­per­a­dos sem saber como sal­dar as con­tas, como ali­men­tar seus fil­hos, sem qual­quer esperança.

Ape­sar de tudo que fiz­eram – os escân­da­los estão aí à vista de todos, em todos os setores, desconfia-​se que cobravam propina para tudo –, de todas as decisões, dolosa­mente, equiv­o­cadas ou moti­vadas por inter­esses que não eram o da nação brasileira e do nosso povo, dez anos depois do ex-​presidente haver dito que deviam se des­cul­par, nunca foram capazes de fazer tal gesto, de faz­erem uma autocrítica, de diz­erem: – olha, acho que erramos; ou – erramos, mas não foi por querer.

Nada disso acon­te­ceu. Não só deixaram de pedir des­cul­pas, como se acham cre­dores da sociedade. Basta exam­i­nar as falas das lid­er­anças par­tidárias, seus escritos ou até mesmo con­ver­sar com quais­quer deles e até mesmo com seus sim­ples fil­i­a­dos ou sim­pa­ti­zantes: para eles nada do está provado sobre os escân­da­los que afun­daram a nação nos seus anos de poder exi­s­ti­ram; que isso é invenção da «dire­ita» rea­cionária que não se con­forma com a ascen­são social dos menos favore­ci­dos. Como se a lama em que cha­fur­daram fosse difer­ente daquela que tan­tos out­ros chafurdaram.

Agem como se a sociedade decente não tivesse o dire­ito de ficar indig­nada por ver os recur­sos da nação serem drena­dos para con­tas dos cor­rup­tos enquanto o Estado não con­segue cumprir com suas obri­gações elementares.

Assim, qual­quer um que aponte suas fal­has, seus malfeitos, são «cox­in­has», rea­cionários, inimi­gos do povo, intol­er­antes e, tan­tos out­ros epíte­tos, dis­pen­sa­dos aos desafetos.

Então, nesta ótica, os cidadãos de bem, somos respon­sáveis por ser­mos rou­ba­dos, por fal­tar esco­las decentes, por fal­tar atendi­mento médico, por fal­tar infraestru­tura, por fal­tar tudo. Emb­ora pague­mos uma carga trib­utária com­patível com aquela paga pelas nações que dis­põem de tudo que não temos por aqui.

Quando do men­salão, os mais cíni­cos chegavam a dizer que a ati­tude era necessária «pelo bem causa», que tin­ham que usar os mes­mos mecan­is­mos usa­dos pelos demais para destruir o sis­tema de den­tro para fora. O tempo pas­sou e vimos que, até mesmo essas des­culpa cínica e despu­do­rada, era ape­nas retórica: em curso, na ver­dade um método crim­i­noso de apro­pri­ação dos recur­sos públi­cos capaz de deixar enver­gonhados até mes­mos os con­tu­mazes salteadores da nação.

O ocaso petista, acred­ito, não fará bem ape­nas a nação brasileira, será uma chance de se reen­con­trarem com suas raízes, com os princí­pios que nortearam sua fun­dação – se é que tiveram. E, ainda que, tar­dia­mente, peçam des­cul­pas aos mil­hões de brasileiros que con­fi­aram no seu pro­jeto político de fazer deste país um lugar mais justo para se viver e que, ao invés disso tiveram/​têm que con­viver com um pro­jeto crim­i­noso que saqueou a nação.

Encerro com uma reflexão. Ensina o bom senso que na escal­ada da vida deve­mos obser­var o mesmo rit­ual de subir­mos uma escada: com calma, tran­quil­i­dade, sem atro­pelar e respei­tando a todos que encon­trar­mos no cam­inho. Se assim pro­ce­d­er­mos, ter­e­mos menos chance de ser­mos empurra­dos quando tiver­mos que descer.

Abdon Mar­inho é advogado.

CON­DE­NA­DOS À DESESPERANÇA.

Escrito por Abdon Mar­inho

CONDE­NA­DOS À DESESPERANÇA.

ATÉ MESMO os ali­a­dos mais fiéis do atual prefeito, ainda que não ver­bal­izem pub­li­ca­mente e, que, nem às pare­des con­fessem, recon­hecem, inti­ma­mente, que a atual gestão do prefeito Edi­valdo Holanda Junior (PDT) ficou muito aquém do se esper­ava. Não esta­mos dizendo que lhe fal­tou von­tade. Não, de forma alguma.

Quem é o gestor que não sonha fazer uma admin­is­tração que o imor­tal­ize per­ante a história? Talvez os nés­cios ou cor­rup­tos de toda sorte.

Não é o caso do prefeito. Quem o con­hece diz que é uma pes­soa inteligente, por outro lado nunca se lançou qual­quer duvida sobre a sua hon­esti­dade pes­soal. Ainda as (pou­cas) denún­cias con­tra um ou outro aux­il­iar, jamais chegaram a alcançá-​lo.

Ape­sar disso a admin­is­tração de sua excelên­cia deixa (muito) a desejar.

Dizia outro dia a um amigo que uma das van­ta­gens de tê-​lo como can­didato era ecológ­ica. Per­gun­tado o porquê, disse-​lhe: não pre­cis­ará matar uma única árvore para o pro­grama de gov­erno, usará o de 2012.

São Luís, a cap­i­tal de todos os maran­henses, enfrenta os mes­mís­si­mos prob­le­mas con­heci­dos por todos há mais de trinta anos. É o trans­porte cole­tivo que parou no tempo – andamos pelas prin­ci­pais avenidas da cidade e ainda nos deparamos com os cidadãos fazendo fila atrás de postes para escapar dos raios solares; a saúde que humilha quem dela pre­cisa; a edu­cação que ainda hoje é socor­rida por incon­táveis escol­in­has comu­nitárias; a falta de sanea­mento básico; o cresci­mento des­or­de­nado, e por aí vai.

O prefeito da cap­i­tal emb­ora con­tando com uma salu­tar parce­ria com o gov­erno do estado, não tem con­seguido pro­mover o salto de qual­i­dade que tín­hamos em mente.

Os prob­le­mas já exis­tente há trinta anos quando Gardê­nia Castelo foi eleita a prefeita, em 1986, com o pas­sar dos anos, foram sendo ampli­a­dos, sem que o poder pub­lico con­seguisse respon­der à altura.

Os desafios de hoje, serão maiores amanhã, essa é ordem nat­ural das coisas, sobre­tudo quando o poder público não se mostra capaz de enfrentá-​los.

Se per­gun­tar­mos como esper­amos que a cap­i­tal esteja daqui a cinco ou dez anos, cer­ta­mente, todos dirão que bem pior que está no momento.

A deses­per­ança é uma car­ac­terís­tica comum. E ela tem uma razão de ser.

Como vamos esperar dias mel­hores se coisas mín­i­mas não foram resolvi­das nestes anos todos?

Ape­nas para ficar nos exem­p­los mais pre­sentes na vida do cidadão: 1. São Luís até hoje não con­seguiu assumir a gestão plena con­forme deter­mi­nado pela Por­taria 2476/​GM, de 17 de novem­bro de 2004, ou seja, tem doze anos que a cidade é gestora plena do sis­tema e nunca exerceu seu papel; 2. Mais uma vez os pro­fes­sores da rede munic­i­pal estão em greve, pode apos­tar que a pauta de reivin­di­cação é mesma de sem­pre, falta de condições das esco­las, mate­r­ial e tan­tas out­ras maze­las, sem con­tar o ainda ele­vado número de cri­anças que são aten­di­das em esco­las comu­nitárias, um vex­ames que já dev­eríamos ter super­ado; 3. Ape­nas agora, no último ano de mandato, o prefeito anun­cia uma lic­i­tação para o trans­porte coletivo.

São prob­le­mas cru­ci­ais que não têm sido enfrenta­dos como deveriam.

É ina­ceitável que o municí­pio não pos­sua condições de gerir o sis­tema de saúde; não é admis­sível que em plena cap­i­tal do estado, as esco­las este­jam caindo aos pedaços e que ainda hoje ten­hamos cri­anças estu­dando em esco­las comunitárias.

Como des­graça pouca é bobagem – me per­doem os que pen­sam difer­ente –, não con­sigo enx­er­gar, nos nomes que apare­cem como pre­ten­sos can­didatos a suceder o atual gestor, ninguém com capaci­dade de fazer algo muito melhor.

Já con­hece­mos – e não sen­ti­mos saudades –, a gestão do ante­ces­sor, que tanto não fez que con­seguiu perder a eleição no cargo. Esta­mos acom­pan­hando, com pesar, a admin­is­tração que vem sendo feita pelo atual.

Os demais, assim como o atual prefeito, não con­heço nada que os desabone, mas, infe­liz­mente, são pes­soas, que não vejo com per­fil para enfrentar os imen­sos desafios de gerir uma cidade com tan­tos problemas.

Serão uma exper­iên­cia, como foi com o atual. Podemos e temos o dire­ito de fazer exper­iên­cias com uma coisa tão séria?

Infe­liz­mente, pelo menos até aqui, os par­tidos não colo­cam opções de nomes, pes­soas com per­fil téc­nico e/​ou capaci­dade com­pro­vada de gestão para con­duzir a cap­i­tal pelos próx­i­mos anos.

Os próprios par­tidos políti­cos, talvez mais pre­ocu­pa­dos com seu próprio pros­elit­ismo, seus próprios inter­esses, tam­bém não têm dis­cu­tido com a sociedade os pro­je­tos que teriam para a cap­i­tal. Nos pro­gra­mas par­tidários, sobre­tu­dos as inserções, o que vejo é o descarado uso do espaço para pro­mover este ou aquele pre­tenso candidato.

Em resumo: há uma briga de poder pelo poder. Ninguém dis­cute ou apre­senta pro­postas claras e como iriam fazer para colocá-​las em prática.

Digo isso com pesar. A cap­i­tal do estado mere­ce­ria mel­hores opções, se é que existe, diante de um quadro político/​partidário tão deteriorado.

Como disse, não é que os nomes pro­pos­tos sejam ruins, pelo con­trario, quase todos pare­cem pes­soas boas – aliás, quando me per­gun­tam sobre os nomes dis­pos­tos, digo que são todos bons… para genro ou nora, a exceção de um ou outro –, o prob­lema é que não enx­erg­amos, em nen­hum deles o per­fil ideal para diri­gir uma cidade, com tan­tos prob­le­mas em tem­pos de difi­cul­dades tão agu­das. Não acred­ito – se isso fosse pos­sível –, que des­man­chando todos, desse para fazer um bom prefeito.

São Luís, já «qua­tro­cen­tona», mere­ce­ria, muito mais. Quem sofre é o povo, con­de­nado à desesperança.

Abdon Mar­inho é advogado.

O PT E A PRO­FE­CIA DE JOELMIR BETING.

Escrito por Abdon Mar­inho

O PT E A PRO­FE­CIA DE JOELMIR BETING.

PER­GUN­TAVA A UM AMIGO:

– Sabes como falo com Joelmir Beting?

– Que é isso Abdon, o Joelmir mor­reu em 2012, falar com ele só mor­rendo. Por que essa lembrança?

– Ia pedir os números da megassena acumulada.

–????.

– Não lem­bras a pro­fe­cia de Joelmir? Ia o ano de 2005, na esteira do escân­dalo do “men­salão” quando, cun­hou a frase: “O PT é, de fato, um par­tido inter­es­sante. Começou com pre­sos políti­cos e vai ter­mi­nar com políti­cos presos”.

Assisto, não desprovido de tris­teza, que, aquilo dito um dia pelo reno­mado econ­o­mista, como um chiste, uma pil­héria ou gracejo, está cada vez mais próx­imo de acontecer.

O escân­dalo inti­t­u­lado men­salão, de 2005, con­siderando fich­inha diante do atual, já levou um bocado de gente à cadeia, este outro, o “petrolão» con­sid­er­ado por muitos bem maior levará outro tanto, por fim, tem ainda outro ver­tente chamada de “quadrilhão» que alcança os que hoje têm foro privilegiado.

Não digo isso com desejo ou tor­cida, ape­nas enx­ergo a ordem nat­ural das coisas.

Rara­mente tem um dia em que não seja descoberto um escân­dalo envol­vendo fig­uras do par­tido, famil­iares do ex-​presidente, pes­soas próx­i­mas a ele e a atual inquilina do Palá­cio do Planalto, etc.

A cada dia que passa uma real­i­dade se torna mais escan­car­ada: o par­tido e os seus ali­a­dos, usaram os recur­sos da nação em proveito próprio. As inves­ti­gações têm lev­ado os empresários – que desi­s­ti­ram de pagar o pato soz­in­hos – a cel­e­brarem acor­dos de colab­o­ração pre­mi­ada e entre­garem os esque­mas que já se sabia ou se descon­fi­ava nos bastidores.

Cada nego­cio ruinoso para país – e até para os cidadãos brasileiros –, como é o caso do alcance nos fun­dos de pen­são dos tra­bal­hadores nas estatais, sig­nificaram lucro certo para o grupo que se assen­horou do poder.

As últi­mas noti­cias dão conta da cobrança de propina a empresários por emprés­ti­mos con­ce­di­dos pelo BNDES. O esquema era bem sim­ples. O banco emprestava o din­heiro ao empresário e este pagava um “peda­gioz­inho» para a com­pan­heirada. Tais pedá­gios pode­riam vir revesti­dos de doações para suas cam­pan­has e/​ou de seus ali­a­dos e a nossa Justiça Eleitoral servia de lavan­de­ria para lavar o din­heiro que, na origem, nada mais era que propina.

A rev­e­lação de exec­u­tivos da empresa Andrade Gutier­rez de que pagara propina ao PT em obras real­izadas na Venezuela (mas só ref­er­ente à parte finan­ciada pelo Brasil, que fique claro), abre uma nova fonte de ques­tion­a­men­tos: a propina nas obras finan­ciadas pelo Brasil mundo afora, sobre­tudo, nas ditaduras ami­gas, em con­tratos pro­te­gi­dos por sig­ilo, registre-​se.

Em sendo ver­dade o que se noti­cia e, o que se comenta nos basti­dores, a rede de cor­rupção engen­drada a par­tir do BNDES, com os finan­cia­men­tos de obras no Brasil e no exte­rior; o socorro a empre­sas nacionais ruins das per­nas; e, até mesmo, o finan­cia­mento de orga­ni­za­ções ditas “soci­ais”, ter­e­mos um esquema capaz de superar os dois maiores que já tive­mos e que são ref­er­en­cias em todo o mundo: men­salão e petrolão.

Os emprés­ti­mos deste banco, segundo dizem, são supe­ri­ores a meio tril­hão de reais. Qual­quer per­centual num vol­ume de recur­sos destes é algo monumental.

O descorti­nar de todos estes fatos, a menos que haja uma total inver­são da ordem jurídica nacional, traz como con­se­quên­cia a punição dos cul­pa­dos. Muitos destes – e os que ainda serão descober­tos – estão no primeiro escalão da República, gozando o priv­i­le­gio de foro por pre­rrog­a­tiva de função.

Tão logo cesse o gov­erno da sen­hora Dilma Rouss­eff estas pes­soas pas­sarão a respon­der por seus “malfeitos» per­ante os juí­zos de primeiro grau, bem menos infen­sos às influên­cias ou favores externos.

A batalha que o Par­tido dos Tra­bal­hadores — PT trava para se man­ter no poder é uma batalha pela própria sobre­vivên­cia e pela liber­dade de muitas de suas lid­er­anças. Sem o poder, os esque­mas de cor­rupção mon­ta­dos ficarão mais fáceis de serem descober­tos, inves­ti­ga­dos. Os cul­pa­dos, mais fáceis de serem alcança­dos pela lei e pela justiça.

A estru­tura mon­tada para durar cinquenta ou cem anos, que lev­asse a pre­scrição todos os crimes ou ao total apar­el­hamento do Estado não tem fun­cionado. Para a des­graça dos malfeitores e para feli­ci­dade geral dos cidadãos de bem, esta crise tem pelo menos um mérito: mostrar que as insti­tu­ições brasileiras, anda com algu­mas fis­suras aqui ou ali, estão mais for­t­ale­ci­das. Por mais que ten­ham se esforçado, não trans­for­maram o Brasil numa republi­queta de bananas.

A per­gunta que cos­tumo me fazer é quando o PT deixou de ser o catal­isador dos son­hos de mudanças, prove­dores da honra para se tornar tudo isso que vemos nos meios de comu­ni­cação? Ou, sem­pre foram assim e nós, na nossa bon­dade, não nos demos conta? Quan­tas vezes não tiramos recur­sos do próprio bolso para con­tribuir com o par­tido e suas cam­pan­has? Para quê? Isso?

Os escân­da­los se suce­dem numa pro­fusão de fazer inveja e causar con­strang­i­mento aos mais con­tu­mazes cor­rup­tos nacionais. Desde que chegaram ao poder a notí­cia é a mesma: cor­rupção, cor­rupção e mais cor­rupção. Cada escân­dalo maior que o outro. Quando surgiu o chamado men­salão se dizia que era o maior, depois o “petrolão”, junto com este as notí­cias dos esque­mas no BNDES, nos fun­dos de pen­são das estatais, nos grande pro­je­tos estru­tu­rais. A ban­dalha parece não ter fim.

Em transe, o país se depara com a ver­dadeira “Alvo­rada Voraz” e não aquela quase lúdica e inocente que nar­rava os casos “Coroa Bras­tel, escân­dalo da bolsa e um bando de gente impor­tante envolvida…» can­tada com extra­ordinário tal­ento por umas das famosas ban­das dos anos oitenta.

Noutra quadra, cada vez nos aprox­i­mamos de ver acon­te­cer o que, um dia, pro­fe­ti­zou o econ­o­mista Joelmir Beting.

Abdon Mar­inho é advogado.