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AS TREVAS DO ENSINO MÉDIO.

Escrito por Abdon Mar­inho

AS TREVAS DO ENSINO MÉDIO.

FIZ O ENSINO MÉDIO no Liceu Maran­hense em mea­dos dos anos oitenta. Naquela época, e já se vão trinta anos, falava-​se na neces­si­dade de se refor­mar o ensino médio. Os mestres mais anti­gos recla­mavam, com saudades, dos tem­pos mais glo­riosos da edu­cação no estado. Uma das pau­tas do movi­mento estu­dan­til daque­les dias na escola era pela reaber­tura dos lab­o­ratórios de física, química e biolo­gia fecha­dos há anos.

Ape­nas este exem­plo com­prova a neces­si­dade de refor­mas no ensino médio há, pelo menos, cinquenta ou sessenta anos. Isso, ape­nas o que con­seguimos men­su­rar numa exper­iên­cia real, pois sabe­mos que a edu­cação do começo e até mea­dos do século pas­sado era, em tudo, supe­rior ao ensino ofer­e­cido nos dias atu­ais, em que pese todos os avanços tec­nológi­cos e de con­hec­i­mento que tive­mos. A pes­soa con­cluía o secundário (cien­tí­fico, téc­nico ou o nor­mal) e estava pronto para vida. Sabia quando pouco, uns três idiomas, e ainda latim e grego. Con­hecia ciên­cias, física, química, biolo­gia, geografia e história como poucos doutores de hoje conhece.

Em que pese os inves­ti­men­tos feitos em edu­cação nos últi­mos vinte anos, o fato incon­teste, é que o país não tem avançado, os indi­cadores, quais­quer que sejam, colo­cam o Brasil numa posição vex­atória. Temos uma nação de anal­fa­betos. Até mesmo estu­dantes de cur­sos supe­ri­ores deixam as uni­ver­si­dades como anal­fa­betos funcionais.

Diante de tudo isso é de se imag­i­nar que não haja divergên­cias quanto à neces­si­dade de refor­mar­mos o ensino no país. E que comece a reforma pelo ensino médio que apre­senta os piores resul­ta­dos desde muito tempo, deixando a impressão que perdeu o norte e ficou parado no limo do tempo. Pior, se degradando.

E, ape­sar de todo mundo saber desta neces­si­dade de refor­mar­mos a edu­cação no país, ninguém enfren­tou o prob­lema. Pro­postas coz­in­ham nos par­la­men­tos ou nos con­sel­hos de edu­cação, tanto o nacional quanto nos estaduais.

Pois bem, agora, depois de décadas, o gov­erno apre­sen­tou uma pro­posta de reforma que será dis­cu­tida no Con­gresso Nacional e será sub­metida aos con­sel­hos de edu­cação e a reação de diver­sos movi­men­tos estu­dan­tis e soci­ais – emb­ora não rep­re­sen­tem a grande maio­ria da pop­u­lação –, é de repú­dio à pro­posta de reforma do ensino médio. Para demostrar seu descon­tenta­mento inven­taram um novo mod­ismo: a ocu­pação de pré­dios públi­cos, prin­ci­pal­mente as esco­las, impedindo os que querem estu­dar e tra­bal­har de fazê-​lo. Segundo divul­gam, já são cen­te­nas de esco­las ocu­padas em todo país, impedindo mil­hares de estu­dantes de se prepararem para as provas de fim de ano e até de faz­erem o exame nacional de ensino médio – ENEM, que o portão de entrada para cen­te­nas de faculdades.

A sen­sação que fico é de que habito uma nação de malu­cos – com o dev­ido respeito a estes, que são inca­pazes de prej­u­dicar, por desejo próprio a out­rem, se o fazem é por conta de alguma enfermidade.

Ora, a reforma do ensino médio é uma pauta histórica do movi­mento estu­dan­til e de diver­sos segui­men­tos da sociedade que têm pre­ocu­pação com os des­ti­nos do país. Como é que se tem uma pro­posta encam­in­hada pelo gov­erno neste sen­tido e, ao invés de sentarem à mesa e dis­cu­tir o que é pos­sível apri­morar, acres­cen­tar ou suprimir, faz-​se é protes­tar da forma mais vio­lenta con­tra a pro­posta, inclu­sive, segundo soube, ainda indi­re­ta­mente, até com vítima fatal?

Os protestos são as provas mais elo­quentes que o ensino clama, efe­ti­va­mente por refor­mas. Não faz sen­tido algum que se proteste con­tra aquilo que sem­pre se reivin­di­cou e sem abrir espaço para discursão.

Com relação aos arti­fi­cie da patranha, isso ape­nas com­prova que não pos­suem e nunca pos­suíram qual­quer com­pro­misso com a edu­cação. Se tivessem apre­sen­tariam pro­postas alter­na­ti­vas, emen­das ao pro­jeto. Não querem, sequer, dis­cu­tir. Não recon­hecem a legit­im­i­dade do gov­erno. Ten­ham paciência.

O dis­curso: esta­mos prote­s­tando con­tra a reforma por ser­mos a favor da edu­cação é uma balela sem tamanho. Estivessem inter­es­sa­dos mesmo em edu­cação iriam dis­cu­tir a pro­posta e apon­tar as fal­has – se exis­tentes –, e não prej­u­dicar mil­hares de estu­dantes, cerce­ando o seu dire­ito de assi­s­tirem aulas, faz­erem provas e a par­tic­i­parem do ENEM.

A situ­ação chega a ser sur­real. Os que protes­tam, quase todos já foram as ruas protestarem por refor­mas no ensino médio. As ditas refor­mas nunca ocor­reram. Agora recla­mam de uma ini­cia­tiva de pro­posta – que não é defin­i­tiva – quando pas­saram treze anos no poder e não tomaram ini­cia­tiva nenhuma.

Leio aqui que a enti­dade de rep­re­sen­tação dos estu­dantes secun­daris­tas infor­mam – com júbilo –, os seguintes números: 1022 esco­las ocu­padas; 85 uni­ver­si­dades ocu­padas; 102 insti­tu­tos fed­erais ocupados.

As pes­soas sen­sa­tas nos cabe inda­gar a quem inter­essa prej­u­dicar tan­tos jovens. Não faz sen­tido, somente a guerra ide­ológ­ica pode jus­ti­ficar tamanho despautério. Pas­saram a vida cla­mando por refor­mas no ensino médio e, apre­sen­tada uma pro­posta, ninguém quer dis­cu­tir, preferindo impedir que os alunos assis­tam aulas e apren­dam alguma coisa.

Não é sem razão ter­mos uma das piores edu­cação do mundo. Não tem um indi­cador que não ateste isso.

Enquanto isso, os ver­dadeiros estu­dantes, os que têm inter­esse de apren­der são impe­di­dos. Basta ver quan­tos dias efe­tivos de aula foram min­istra­dos neste ano.

E, pior, com a omis­são das autori­dades e órgãos que dev­e­riam zelar pelos inter­esses dos estu­dantes. Uma ver­gonhosa omissão.

Basta!

Abdon Mar­inho é advogado.

INFORMES DA GUERRA 3.

Escrito por Abdon Mar­inho

INFORMES DA GUERRA 3.

PATRUL­HAMENTO IRRACIONAL.

DITO POP­U­LAR assev­era: jabuti em cima de árvore ou foi enchente ou mão de gente. O ex-​governador e dep­utado fed­eral José Reinaldo (PSB/​MA) declarou apoio ao can­didato Eduardo Braide. Foi o que bas­tou para sofresse ataques como pou­cas vezes se viu numa eleição. A ponto dele, dep­utado, emi­tir nota ofi­cial recla­mando do clima de intol­erân­cia jamais visto numa eleição.

Sobre patrul­hamento e intol­erân­cia escreverei um texto especí­fico (um tex­tão), o que me pre­ocupa no momento é quem deter­mi­nou ou anuiu no ataque ao dep­utado social­ista. O dep­utado diz ter sido aler­tado que o ataque teria par­tido da cam­panha do prefeito e can­didato a reeleição Edi­valdo Holanda, dando lhe o crédito da dúvida.

Esta não é a primeira vez que o dep­utado é ata­cado por seus posições, lem­bro que certa vez, diante de ataques, igual­mente injus­tos, escrevi um texto inti­t­u­lado “Respeitem o Zé”. Não é por nada, mas se hoje con­seguimos fazer a alternaria de poder no Maran­hão, deve­mos isso a José Reinaldo Tavares. Muitos dos que hoje estão no poder jamais o alcançaria sem o sac­ri­fí­cio pes­soal do ex-​governador.

Ape­nas como sug­estão, acho que dev­e­riam olhar para o pas­sado e faz­erem uma autocrítica dos seus posi­ciona­men­tos. Dev­e­riam, sobre­tudo, não pas­sarem à pop­u­lação a ideia de ingratidão que estão passando.

RINOCERONTE EM LOJA DE CRISTAIS.

ADER­SON LAGO, ex-​deputado estad­ual dos mais bril­hantes e espir­i­tu­osos tinha uma frase para aque­les que faziam alguma artic­u­lação desastrada. Dizia: – fulano foi sutil como um rinoceronte numa loja de cristais.

Ainda hoje tento enten­der o gesto do gov­er­nador Flávio Dino ao “fuxi­car” sem pedir reser­vas ao min­istro Gilmar Mendes sobre quanto gan­haria os desem­bar­gadores do Maran­hão, segundo ele mais de R$ 55 mil por mês.

Emb­ora sem nota ofi­cial do TJMA – que entendo dev­ida – o pres­i­dente e diver­sos out­ros desem­bar­gadores des­men­ti­ram o gov­er­nador por meio de noti­cias em blogues ou em redes sociais.

Não entro no mérito, acho que tudo se resolve com mais transparência.

O que ques­tiono é ape­nas que se pas­sou pela cabeça do gov­er­nador ao lev­an­tar tal assunto, ainda mais quando a infor­mação, pelo que está dito pelos desem­bar­gadores, não reflete a realidade.

Não con­segui ainda enx­er­gar a van­tagem para o gov­erno com o mal-​estar cau­sado. Pre­tendia con­stranger os desem­bar­gadores? Agradar ao min­istro Gilmar com tal infor­mação? Ou foi ape­nas uma “meninice» tola?

Decerto tem algo de inteligente oculto em tal ati­tude. Pes­soas sábias não acor­dam pela manhã vestem a couraça de rinoceronte e vai passear em lojas de cristais.

DESCENDO DO MURO.

Uma das mel­hores charges do Caju, JP, sobre a descido do muro do gov­er­nador do estado.

NOTAS DA GUERRA 1.

Escrito por Abdon Mar­inho

NOTAS DA GUERRA 1.

O CIDADÃO de bem já deve ter perce­bido que a cam­panha eleitoral de São Luís tornou-​se uma guerra, um vale-​tudo, onde qual­quer soco abaixo do pescoço está val­endo. O com­por­ta­mento das duas cam­pan­has – ao meu sen­tir, com mais ênfase agres­siva para a cam­panha do prefeito/​candidato –, reforça o meu desalento com o futuro da cidade para os próx­i­mos qua­tro anos.

Mas vamos as notas.

INTOL­ERÂN­CIA NA UEMA

Se alguém vai a um debate ou evento o que se espera é que está pes­soa seja respeitada e possa expor seus pon­tos de vista, bem como ser ques­tion­ado sobre os mes­mos e, sobre suas posições com relação a deter­mi­na­dos temas.

As uni­ver­si­dades dev­e­riam, mais que qual­quer outro lugar, ser o espaço ded­i­cado a isso, ao plu­ral­ismo das ideias. Não é o que se ver nas uni­ver­si­dades brasileiras, maran­henses inclusas, isso jus­ti­fica a falta de edu­cação e com­pos­tura com as quais diver­sos mil­i­tantes rece­beram um dos candidatos.

SANE­Y­SISTA ENRUSTIDO.

Os dois can­didatos negam que ten­ham apoio do antigo régime (grupo Sar­ney). Ali­a­dos do prefeito can­didato espal­ham aos qua­tros ven­tos que o candidato/​deputado é sar­ne­y­sista enrustido. Ele nega. O neto de Sar­ney afirma que sim: o can­didato dep­utado esteve pedindo apoio do grupo de da ex-​governadora Roseana Sarney.

A infor­mação do neto de Sar­ney ajuda jus­ta­mente aquele que afirma não ter o apoio do grupo Sar­ney, o prefeito/​candidato e prej­u­dica jus­ta­mente aquele a quem imputam a pecha de Sar­ne­y­sista enrustido.

Então ficamos assim: O neto de Sar­ney dar uma ajud­inha ao prefeito/​candidato anti-​Sarney con­tra aquele que é o ver­dadeiro can­didato do grupo Sarney.

O Maran­hão não é para amadores.

NEU­TRAL­I­DADE SUIÇA.

Leio que o gov­er­nador do estado que prom­e­tera envolver-​se na cam­panha como mil­i­tante resolveu ficar neu­tro na disputa.

Noutra quadra, não são poucos os aux­il­iares que dia e noite se envolvem a não mais poder na cam­panha do atual prefeito. A mídia ofi­cial do gov­erno e a pro­pa­ganda eleitoral do can­didato até pare­cem pro­duzi­das pelos mes­mos mar­queteiros, tal a semel­hança dos bene­fí­cios que anun­ciam a respeito da parce­ria governo/​prefeitura. Mais que pro­pa­ganda são as obras par­ceiras ocor­rendo e sendo explo­radas na campanha.

Per­gun­tar não ofende: Não seria mais pru­dente um gov­er­nador empun­hando a ban­deira de seu can­didato nas ruas e o gov­erno neu­tro ao invés do contrário?

SAÍDA? QUE SAÍDA?

Con­tinua sem resposta a seguinte pergunta:

A mel­hor saída para São Luís é:

  1. Estre­ito dos Mosquitos;
  2. Ter­mi­nal da Ponta da Espera;
  3. Aero­porto Cunha Machado;
  4. Prefeito/​candidato;
  5. Deputado/​candidato;
  6. Nen­huma das alter­na­ti­vas anteriores.