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O tur­ismo como uma nova fron­teira econômica para o Brasil.

Escrito por Abdon Mar­inho


O tur­ismo como uma nova fron­teira econômica para o Brasil.

Por Abdon C. Marinho.

APROX­I­MADA­MENTE um ano escrevi o texto inti­t­u­lado “Tur­ismo: a aposta certeira de Brandão”. Falava, na opor­tu­nidade, na importân­cia que o gov­erno estava dando a um seg­mento impor­tante para a econo­mia mundial e que tem um poten­cial de cresci­mento extra­ordinário no nosso país.

O gov­erno estad­ual estava tra­bal­hando as chamadas rotas turís­ti­cas do estado: rota dos lençóis; flo­resta dos guarás; cha­pada das mesas, etc.

Enx­er­gava na ini­cia­tiva uma pos­si­bil­i­dade do estado bus­car mais uma janela de desen­volvi­mento e uma forma de reti­rar o nosso povo da mis­éria que vem se per­pet­uando por sécu­los.

Por esses dias o Maran­hão obteve mais uma con­quista. Em Delhi, Índia, a Unesco — Orga­ni­za­ção das Nações Unidas para Edu­cação, a Ciên­cia e a Cul­tura, infor­mou da con­cessão do título de Patrimônio Nat­ural da Humanidade aos nos­sos Lençóis Maran­henses.

Com esse já são três os títu­los dis­pen­sa­dos ao Maran­hão, o primeiro foi a São Luís, recon­hecida como Patrimônio Cul­tural da Humanidade; depois o recon­hec­i­mento do nosso Bumba-​Boi, e out­ras expressões cul­tur­ais como Patrimônio Ima­te­r­ial da Humanidade e agora o título con­ce­dido aos Lençóis.

Vejam que além desses títu­los o nosso estado pos­sui inúmeras out­ras belezas nat­u­rais e out­ros atra­tivos, basta citar as cidades da região met­ro­pol­i­tana com seu patrimônio histórico, cul­tural e nat­ural; a cidade Alcân­tara; o cir­cuito da Flo­resta dos Guarás e toda a beleza das reen­trân­cias maran­henses, que, cer­ta­mente, algum dia será tam­bém recon­hecida como patrimônio nat­ural mundial; a região da Cha­pada das Mesas; e, como disse, tan­tos out­ros.

Na esteira do que já intuía lá atrás, o tur­ismo é um seg­mento em expan­são no Brasil. Segundo o Banco Cen­tral, em dados divul­ga­dos recen­te­mente, os tur­is­tas estrangeiros já deixaram de receita no Brasil até o mês de julho deste ano, cerca de 21 bil­hões de reais, muito supe­rior a todo o ano de 2023, quando deixaram 18 bil­hões de reais e até mesmo supe­rior a todo o ano de 2014, ano da Copa do Mundo da FIFA ocor­rida no Brasil, quando os tur­is­tas estrangeiros deixaram de receita 20,2 bil­hões.

Esse vol­ume de receita ainda para um número de tur­is­tas estrangeiros, a nosso sen­tir, insignif­i­cante, até agora ainda não ultra­pas­samos sete mil­hões de tur­is­tas estrangeiros/​ano. Ou seja, ainda não alcançamos dez por cento do vol­ume de tur­is­tas que recebem a França ou a Espanha.

Segundo pub­li­cação espe­cial­izada, os países acima referi­dos, daqui a 15 anos estarão recebendo um número de tur­is­tas estrangeiros supe­rior a 105 e 110 mil­hões, respec­ti­va­mente, com a Espanha, como podemos ver, superando a França.

E o Brasil? Pois é, até agora ainda não alcançamos 10 mil­hões de estrangeiros/​ano.

É dizer, repito, o Brasil, prin­ci­pal­mente o nordeste e o Maran­hão junto, tem a pos­si­bil­i­dade, se sou­ber fazer o “dever de casa” de impul­sionar esses números atraindo para o Brasil nos próx­i­mos anos pelo menos 30, 40, 50 mil­hões de tur­is­tas estrangeiros/​ano.

Ora, se com menos de 7 mil­hões de tur­is­tas obtive­mos uma receita de 21 bil­hões de reais, já podemos imag­i­nar o quanto podemos colo­car de recur­sos finan­ceiros nos nos­sos esta­dos e municí­pios.

Já pen­saram se fosse o nosso país na con­fortável situ­ação de França ou Espanha ou mesmo a Turquia ou os Esta­dos Unidos que anual­mente recebem um número supe­rior a 50 mil­hões de turistas?

O Brasil tem poten­cial para isso. O que falta é enx­er­gar­mos essa fron­teira econômica e trans­for­mar esse poten­cial em desen­volvi­mento econômico para nos­sas unidades fed­er­adas.

Con­forme já expus diver­sas vezes, além de preparar­mos nos­sas rotas turís­ti­cas com um mín­imo de infraestru­tura, faz-​se necessário preparar as comu­nidades (e não ape­nas as pes­soas dire­ta­mente lig­adas ao tur­ismo) para rece­ber e bem acol­her esses tur­is­tas.

Assim como as riquezas decor­rentes desse setor da econo­mia pre­cisam ser par­til­hadas por todos os cidadãos, do mesmo modo, a riqueza cul­tural das inter­ações pre­cisam ser com­par­til­hadas por essas cidades e esta­dos. Para isso é necessário que o Brasil, o nordeste e o Maran­hão passem a inve­stir na for­mação lin­guís­tica da sua pop­u­lação retirando-​nos da inco­mum condição de povo monoglota.

Como já dito ante­ri­or­mente essa for­mação deve ocor­rer de forma mas­siva, tanto nas redes reg­u­lares de ensino mas, tam­bém, para as pes­soas que já este­jam pre­sentes no mer­cado de tra­balho ou para aque­les que não tra­bal­ham nem estudam.

A edu­cação, nunca é demais reafir­mar, é a chave para o desen­volvi­mento de qual­quer nação.

Para as local­i­dades de inter­esse turís­tico faz-​se necessário habil­i­tar­mos as pop­u­lações em pelo menos dois idiomas estrangeiros: o inglês e o espan­hol. Se o primeiro tem o condão de ser com­preen­dido como lin­guagem global, o segundo é essen­cial para pro­mover a inte­gração latino-​americana, um dos obje­tivos da República Fed­er­a­tiva do Brasil pre­visto na Con­sti­tu­ição.

Os gov­er­nos estad­u­ais e munic­i­pais pre­cisam colo­car entre as pri­or­i­dades para o desen­volvi­mento de seus esta­dos e municí­pios essa fron­teira econômica e ado­tar as medi­das necessárias para que não seja mais uma opor­tu­nidade per­dida.

O recurso do tur­ismo é uma receita nova, limpa e, ainda, não com­pro­metida com os dis­pên­dios reg­u­lares.

É dizer, são recur­sos que podem, efe­ti­va­mente, ala­van­car o desen­volvi­mento do Brasil, prin­ci­pal­mente, das regiões norte e nordeste.

Os próx­i­mos anos serão deci­sivos para colo­car­mos essas estraté­gias de desen­volvi­mento em prática. Já esse ano ter­e­mos o encon­tro no G20, em 2025 será a vez da COP30 e, em 2026, será a vez da Copa do Mundo da FIFA de Fute­bol Fem­i­nino. São even­tos podem e pre­cisam ser explo­rados para colo­car o Brasil entre os prin­ci­pais roteiros turís­ti­cos do mundo.

O sucesso ou o fra­casso de tal empre­itada só depende de nós.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.

Reflexões para a democracia.

Escrito por Abdon Mar­inho


Reflexões para a democ­ra­cia.

Por Abdon C. Mar­inho.

EXIS­TIU UM TEMPO na história da humanidade em que era “nor­mal” que uns escrav­izassem out­ros. A econo­mia de muitas nações, por muito tempo, viveu dessa prática ver­gonhosa.

Emb­ora ten­hamos con­hec­i­mento de escravidão de out­ros povos, os africanos – e as nações da África –, foi quem mais sofreu com essa prática – e vivem com as suas con­se­quên­cias até hoje.

Aque­les que viviam da escravidão eram “cidadãos de bem”, pro­te­tores da família, da moral e dos bons cos­tumes; iam mis­sas de domingo com suas famílias e con­tavam com a sim­pa­tia de todos.

O Brasil viveu dessa prática odi­enta por sécu­los, até, pre­cisa­mente, 1888, quando foi dec­re­tada a extinção da escravidão no nosso país.

Ainda hoje per­siste práti­cas de escravidão – não ape­nas de negros, mas, tam­bém, de bran­cos –, em várias modal­i­dades de explo­ração.

A mis­éria e a fome são os novos gril­hões que apri­sionam mil­hares, senão mil­hões de pes­soas no Brasil e no resto do mundo.

Os “novos” escrav­ocratas não estão escon­di­dos nos “cafundós do Judas”, estão bem mais perto do que imag­i­namos, fre­quen­tam a “sociedade”, são tidos por cidadãos de bem, desco­la­dos, ricos, “bem suce­di­dos”, etc., o típico cidadão que se diz defen­sor da lei e dos bons cos­tumes.

Muito emb­ora a escravidão de negros tenha sido declar­ada extinta no Brasil, quase um século e meio depois, os efeitos da escrav­iza­ção con­tin­uam pre­sentes na sociedade se man­i­fe­s­tando con­tra os negros de forma velada ou escan­car­ada nas várias for­mas de racismo que assis­ti­mos diari­a­mente.

Muitas das vezes as dis­crim­i­nações soci­ais e o racismo ocor­rem de for­mas tão sutis que mesmo as víti­mas não se dão conta e acabam por aliar-​se aos dis­crim­i­nadores racis­tas.

Exis­tiu um tempo em que as mul­heres eram con­sid­er­adas cidadãs de segunda cat­e­go­ria, viviam em função do marido (e na dependên­cia dele) ou do filho (e na dependên­cia desse), não era con­sid­er­ada apta para o tra­balho, para exercer quais­quer funções fora do lar e mesmo neste, dev­e­ria cumprir o papel de “parideira” estado sem­pre a dis­posição do homem quando este a quisesse “usar” e fazer fil­hos homens sendo “cul­padas” por não engravi­darem ou por não parirem fil­hos homens.

Uma nov­ela de época tendo o grande ator José Wilker no papel prin­ci­pal na qual con­tra­ce­nava com não menos bril­hante atriz Maitê Proença retrata muito bem essa fase triste da história brasileira.

Em todo mundo a con­quista do dire­ito de voto fem­i­nino foi muito demor­ada.

No Brasil só con­quis­taram esse dire­ito a par­tir de 1932. Quase cem anos depois a par­tic­i­pação da mul­her na política brasileira e na vida pública nacional ainda é pífia. Basta ver o número de mul­heres no Con­gresso Nacional, nas Assem­bleias Leg­isla­ti­vas, nas Câmaras de Vereadores, nas Cortes de Justiça, seja estad­ual, fed­eral, nos car­gos públi­cos de relevân­cia.

Quando faze­mos essa análise em relação as mul­heres pre­tas aí sim é que não existe mesmo.

O Brasil – e tam­bém o mundo –, ainda vivem uma espé­cie de patri­ar­cado racista onde uma elite rica, mas­culina e branca se acha no dire­ito de coman­darem os des­ti­nos da sociedade mundial.

Ainda hoje em muitas nações do mundo as mul­heres não têm respeitado seus dire­itos mais ele­mentares e mesmo nas chamadas democ­ra­cias oci­den­tais sofrem toda sorte de vio­lên­cia.

Os números estão aí para serem con­fronta­dos.

A cada dia mil­hares de mul­heres sofrem vio­lên­cia física ou sex­ual, são assas­si­nadas por homens que ainda hoje se jul­gam seus donos; sofrem vio­lên­cia pat­ri­mo­nial sendo obri­gadas a tra­bal­harem para sus­tentarem rufiões e malan­dros de todo tipo, sob pena de sofr­erem mais vio­lên­cia física ou serem mortas.

Todos os dias se tem notí­cia de cri­anças sendo “ven­di­das” para a pros­ti­tu­ição ou mesmo para serem “escrav­izadas” de diver­sas for­mas.

Em maior ou menor grau, a mis­oginia e a vio­lên­cia de gênero se fazem pre­sente nos dias atu­ais.

E se man­i­fes­tam muitas das vezes das for­mas mais absur­das e tam­bém sutis.

Outro dia a Câmara dos Dep­uta­dos do Brasil colo­cou em régime de urgên­cia um pro­jeto de lei que tinha por obje­tivo crim­i­nalizar as mul­heres que prat­i­cas­sem o aborto após deter­mi­nado lapso tem­po­ral. Como no Brasil o aborto só é per­mi­tido em três casos (nos casos de estupro, risco de vida para a mãe e nos casos de anencé­fa­los) a pena assi­nada seria maior do que aquela deter­mi­nada para o cidadão que estuprou a vítima.

Um outro caso, ainda no Brasil, que com­prova o quanto ainda ter­e­mos que per­cor­rer para chegar­mos a uma sociedade min­i­ma­mente civ­i­lizada, aprovou-​se uma anis­tia aos par­tidos políti­cos que deixaram de cumprir a cota de gênero e os isen­tando de aplicar os recur­sos públi­cos nas cam­pan­has de mul­heres e negros.

Esse tipo de coisa, infe­liz­mente, não é priv­ilé­gio do estado brasileiro, agora mesmo, na cam­panha eleitoral amer­i­cana, o can­didato Don­ald Trump, desde sem­pre rico, branco, macho, disse que a can­di­data adver­sária não pode­ria tornar-​se pres­i­dente daquele país por ser mul­her e social­ista.

Como social­ismo é algo inex­is­tente para os amer­i­canos, ele não “aceita” é a can­di­datura de uma mul­her, e ao seu estilo, dev­erá atacá-​la por todos meios baixos e sór­di­dos.

Ora, onde já se viu uma mul­her pre­tender um cargo político de tanta relevân­cia e respon­s­abil­i­dade?

Outro dia vi uma declar­ação do can­didato a vice-​presidente de Trump onde o mesmo dizia que a can­di­data democ­rata não estaria apta por nunca ter dado a luz, nunca ter parido.

Como podemos perce­ber os “cidadãos de bem” não con­seguem se desvin­cu­larem do pas­sado escrav­ocrata, patri­ar­cal e dis­crim­i­natório con­tra todos aque­les que não são do seu “padrão”. Esse tipo de com­por­ta­mento encontra-​se na raiz das maiores tragé­dias da humanidade.

As vésperas das eleições no Brasil e nos Esta­dos Unidos acho de fun­da­men­tal importân­cia para a sociedade fazer esse tipo de reflexão.

Que tipo de rep­re­sen­tação política os brasileiros quer­e­mos nas prefeituras e nas Câmaras Munic­i­pais: uma rep­re­sen­tação que pro­cure res­gatar e rep­re­sen­tar toda a sociedade brasileira com um número cada vez maior de mul­heres, negros, pes­soas com defi­ciên­cia na política ou a rep­re­sen­tação do tempo dos coro­néis?

Em relação as eleições pres­i­den­ci­ais amer­i­canas vejo com extremo otimismo e bem-​querer o ingresso da atual vice-​presidente Kamala Har­ris para dis­putar o cargo de pres­i­dente.

Essa mul­her filha de um pai imi­grante jamaicano e de uma mãe imi­grante indi­ana rep­re­senta um sopro revig­o­rante para o que se entende por democ­ra­cia, um gov­erno de todos e para todos. Mostra para mil­hões (ou bil­hões) de meni­nas ao redor do mundo que elas podem chegar ou quis­erem e que não podem aceitar por serem mul­heres, negras, um papel secundário em qual­quer lugar onde se encon­trem.

O anor­mal numa sociedade é a desigual­dade. Todos pre­cisam ser iguais e trata­dos como iguais e igual­mente mere­ce­dores da atenção, respeito e opor­tu­nidades.

Não parece razoável que em pleno século XXI ainda ten­hamos que viver em um mundo com tanta desigual­dade, intol­erân­cia e desre­speito aos que querem viver suas próprias vidas.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.

Aces­sos para o desenvolvimento.

Escrito por Abdon Mar­inho


ACES­SOS PARA O DESEN­VOLVI­MENTO.

Por Abdon C. Marinho.

ANUN­CI­ADA por um dos líderes do gov­erno estad­ual – e acred­ito que saia –, a recu­per­ação e asfal­ta­mento da estrada de acesso ao Porto de Gabar­ras, no Municí­pio de Ana­jatuba. A estrada surge como prenún­cio de uma pos­sível ponte sobre o Rio Mearim para o Municí­pio de São João Batista, na Baix­ada.

Dizia a matéria que seria um dos pas­sos ini­ci­ais para diminuir a dependên­cia do “baix­adeiro” do serviço de ferry-​boat.

Não tenho dúvida nen­huma que quando imple­men­tadas, tanto a estrada quanto a ponte interli­gando os dois municí­pios terão grande importân­cia e trarão desen­volvi­mento prin­ci­pal­mente para os dois municí­pios, que em maior ou menor grau, vivem iso­la­dos – hoje só os fil­hos e as pes­soas que têm negó­cios visi­tam Ana­jatuba –, e diminuirá a dependên­cia do “baix­adeiro” do serviço de trans­porte aqua­viário.

Mas, ainda assim, o “baix­adeiro” que deseja vir para a cap­i­tal terá que “dá uma volta” indo até Ana­jatuba e tendo que voltar mais 140 km para chegar ao des­tino. Ele quer é colo­car os “pés” na ilha o quanto antes.

Em todo caso, rogo aDeus que ambos os pro­je­tos saiam do papel.

Por outro, con­forme já externei aqui, neste site há cinco anos, a obra vital e fun­da­men­tal para o desen­volvi­mento de toda a Baix­ada Maran­hense “seria” a interli­gação entre a Ilha do Maran­hão (São Luis) através de pontes lig­ando a região da Estiva para a Ilha de Tauá-​Mirim e, de lá para Ilha dos Carangue­jos, per­ten­cente a Cajapió e, de lá, mais uma ponte para a poção con­ti­nen­tal do estado no mesmo municí­pio.

Trata-​se de um impor­tante pro­jeto visando interli­gar as cap­i­tais do Maran­hão e do Pará por via ter­restre levando desen­volvi­mento e riquezas para toda a região da baix­ada e litoral oci­den­tal dos dois esta­dos de uma cap­i­tal a outra.

Foi o então senador Roberto Rocha que me apre­sen­tou o pro­jeto da rodovia – na ver­dade a BR 308 –, cujo traçado ilus­tra esse texto, ainda em junho de 2019, e que liga, prati­ca­mente, todos os municí­pios da região per­mitindo o acesso de mil­hares ou mil­hões de pes­soas às riquezas nat­u­rais dos dois esta­dos trazendo desen­volvi­mento econômico para todos.

Além de trazer rapi­dez e mobil­i­dade para os deslo­ca­men­tos entre as duas cap­i­tais e per­mi­tir o acesso aos municí­pios litorâ­neos e da Baix­ada, quase todos riquís­si­mos em recur­sos nat­u­rais, essas obras pos­suem uma van­tagem com­pet­i­tiva adi­cional: deixar livre todo o Golfão Maran­hense, do lado da Baía de São Mar­cos, para os empreendi­men­tos por­tuários.

Os cus­tos de pontes e/​ou pon­til­hões sobre o Mearim e, tam­bém, para alcançar Tauá-​Mirim nem se com­param aos cus­tos de con­strução de uma ponte sobre a Baía de São Mar­cos, e sem os incon­ve­nientes que essa traria e dos anos que levaria para ficar pronta.

A dis­tân­cia entre Belém e São Luís – e de todos os municí­pios impacta­dos pela rodovia –, diminuiria sen­sivel­mente.

Até poderíamos imag­i­nar esse acesso para a Baix­ada se interli­gando ao Anel Met­ro­pol­i­tano, pro­je­tado lá atrás e que o gov­erno estad­ual diz que agora sairá do papel.

Quando o então senador Roberto Rocha me apre­sen­tou o “mapa”, salvo mel­hor juízo, me disse que os pro­je­tos estavam sendo feitos ou já estavam pron­tos, argu­men­tando que não adi­antaria se ten­tar bus­car tais recur­sos sem que os mes­mos (pro­je­tos) estivessem encam­in­hados.

Seria o caso das autori­dades com­pe­tentes bus­carem o diál­ogo com o ex-​senador para saber dos mesmos.

Já naquela ocasião, há cinco anos, dizia da importân­cia da classe política do estado, senadores, dep­uta­dos fed­erais e estad­u­ais, além do exec­u­tivo estad­ual, se unirem em torno de tal pro­jeto para que os bene­fí­cios sejam sen­ti­dos já para os próx­i­mos anos.

Hoje, até acres­cento mais coisas, acho que além da união política do estado em torno dessa impor­tan­tís­sima obra, dev­eríamos bus­car “inter­locução” com as ban­cadas e com o gov­erno paraense para uma ação con­junta dos dois esta­dos.

Esse é um momento impor­tante para esses esta­dos. Ambos pos­suem impor­tantes inter­locu­tores estratégi­cos jun­tos ao gov­erno fed­eral e no Con­gresso Nacional. Só min­istros de estado são qua­tro: Cidades, Tur­ismo, Esportes e Comu­ni­cação. Sem falar na min­is­tra dos povos orig­inários que é maran­hense.

Já no próx­imo ano o Pará vai sediar a COP30, Con­fer­ên­cia da ONU para o Clima. Em 2026 será a vez do Brasil sediar a Copa do Mundo da FIFA de Fute­bol Fem­i­nino. Este ano, no Rio de Janeiro, estare­mos sediando o encon­tro do G20.

Todos esses even­tos têm poten­cial para atraírem os olhares do mundo para as poten­cial­i­dades turís­ti­cas do Brasil. O norte e o nordeste não podem ficar apartado desse desen­volvi­mento.

Urge que ini­ciemos pro­je­tos de infraestru­tura para atrair­mos os bene­fí­cios para os nos­sos municí­pios e esta­dos.

Muito emb­ora o Maran­hão e o Pará já ten­ham inte­grado a mesma Cap­i­ta­nia, sinto, hoje, que sabe­mos muito pouco do estado viz­inho e eles menos ainda sobre nós.

Somos irmãos e pre­cisamos tra­bal­har pro­je­tos comuns de desen­volvi­mento. Vejo a interli­gação rodoviária entre as duas cap­i­tais, via litoral, per­mitindo um maior fluxo de pes­soas e riquezas entre os municí­pios dos dois esta­dos uma opor­tu­nidade única que não podemos des­perdiçar, além, claro, de inte­grar povos que são irmãos.

Até imag­ino o quanto será pos­i­tivo para os dois esta­dos e para os municí­pios do litoral a con­strução da ponte entre Caru­ta­pera e Viseu sobre o Rio Gurupi.

Acon­tece que obras assim, com tamanha enver­gadura, lig­ando municí­pios e esta­dos do norte do país não são algo que este­jam no “radar” do gov­erno fed­eral. São algo que os políti­cos locais, dos dois esta­dos, pre­cisam se empen­har para con­seguirem, deixar o “bair­rismo” de lado e de olharem para o próprio umbigo e cor­rerem para con­seguirem.

Os dep­uta­dos estad­u­ais e fed­erais, senadores e demais políti­cos de ambos os esta­dos pre­cisam “enx­er­garem” a neces­si­dade de obras públi­cas dessa mag­ni­tude.

Acho de fun­da­men­tal importân­cia que as assem­bleias dos dois esta­dos mar­quem reuniões ou sessões con­jun­tas para dis­cu­tirem pau­tas comuns em diver­sas áreas, prin­ci­pal­mente, essa da interli­gação dos dois esta­dos e seus municí­pios, mas, tam­bém, as pau­tas de segu­rança, tur­ismo, coop­er­ação, edu­cação, etc.

Quando vejo o vazio da dis­cussão política no nosso estado, com as sessões dando lugar as mais diver­sas man­i­fes­tações que nada têm a ver com o que, de fato, dev­e­ria ser a pre­ocu­pação dos rep­re­sen­tantes do povo, me sobra um sen­ti­mento de angús­tia.

Já vi falar em sessão só de “machos” para cel­e­brar o Dia da Família; sessões solenes para hom­e­nagear quem nunca nem “pisou” no estado e, até mesmo, para as excelên­cias mar­carem lutas livres entre elas, enquanto passa “em branco” temas tão rel­e­vantes para o desen­volvi­mento do estado e de inter­esse dos pagadores de impos­tos – como esse abor­dado no pre­sente texto.

E temos diver­sos out­ros, como planos de desen­volvi­mento para as diver­sas regiões; planos para o desen­volvi­mento indus­trial de médias cidades; planos para alcançar níveis mel­hores na edu­cação, na saúde, no tur­ismo e tan­tos out­ros.

Para tudo isso é necessário que os rep­re­sen­tantes do povo, os des­ig­na­dos pelos cidadãos, uti­lizem os tal­en­tos que cer­ta­mente pos­suem, pois como dizia meu velho e saudoso pai com sua sabedo­ria de anal­fa­beto por parte de pai, mãe e parteira: “ — cabeça vazia é ofic­ina do diabo”.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.