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UMA PRI­OR­I­DADE NACIONAL.

UMA PRI­OR­I­DADE NACIONAL.

Tanto na esfera fed­eral quanto na estad­ual gan­hou destaque como pri­or­i­dade para o próx­imo mandato, a questão educacional.

A pres­i­dente reeleita Dilma Rouss­eff esta­b­ele­ceu como lema de gov­erno: Brasil, pátria edu­cadora. Já o gov­er­nador Flávio Dino em seu dis­curso de posse prom­e­teu, em parce­ria com os prefeitos munic­i­pais, erradicar as esco­las que fun­cionam em taperas, em casas de taipas e cober­tas de palha, sem qual­quer condição de salu­bri­dade; em decreto, tam­bém, deter­mi­nou a eleição direta para os dire­tores de escolas.

Não é seg­redo para ninguém que a edu­cação brasileira ficou para trás no cenário mundial. Qual­quer teste inter­na­cional que faça o Brasil ocupa as últi­mas posições. O Maran­hão, já dis­se­mos aqui inúmeras vezes, as últi­mas posições nos testes nacionais, logo, nossa edu­cação está atrás dos que estão atrás. É com júbilo que recebe­mos as duas noti­cias, uma pauta que tem trinta anos de atraso.

Entre­tanto, em que pese as boas intenções dos gov­er­nantes é necessário que eles enten­dam as causas que levaram a edu­cação brasileira e maran­hense a uma situ­ação tão des­fa­vorável e adotem as medi­das necessárias para mudar essa realidade.

Como bem diag­nos­ti­cou o gov­er­nador maran­hense, o primeiro prob­lema a ser enfrentado é a falta de condições das esco­las munic­i­pais, aque­las que estão, sobre­tudo na zona rural do estado, que fun­cionam em casas de far­inha, em salões paro­quiais, asso­ci­ações de moradores e até mesmo, em salas cedi­das nas residên­cias. Por mais que se esforcem os pro­fes­sores, essas escol­in­has não têm condições de ofer­e­cerem uma edu­cação min­i­ma­mente con­dizente com os tem­pos atuais.

O que se espera, é que o MEC, diante da nova dire­triz do gov­erno, cor­rija os cam­in­hos erráti­cos que tem ado­tado até aqui.

Ë inegável que a par­tir da cri­ação do FUN­DEF, pos­te­ri­or­mente trans­for­mado em FUN­DEB, a edu­cação brasileira avançou bas­tante, prin­ci­pal­mente no que se ref­ere à val­oriza­ção do mag­istério. Entre­tanto – as pesquisas com­pro­vam – a qual­i­dade do ensino não tem avançado da mesma forma. Em algu­mas situ­ações podemos afir­mar que há uma redução no nível do apren­dizado, os estu­dantes de hoje sabem bem menos que os estu­dantes de vinte, trinta, quarenta anos atrás.

Uma das razões da qual­i­dade do ensino não haver acom­pan­hado o aumento dos inves­ti­men­tos feitos no setor, diz respeito à falta de qual­i­dade e do mod­elo de esco­las, sem desprezar, claro, os inter­esses dis­per­sos do público jovem, que bom­bardeado, por todos os lados por inúmeras infor­mações, pos­sui bem pouco conhecimento.

No que se ref­ere ao mod­elo de escola, vejam um breve exem­plo: o FNDE disponi­bi­liza recur­sos para os municí­pios con­struírem esco­las, entre­tanto, o processo é longo e segue regras que vão de encon­tro aos obje­tivos dese­ja­dos pelo gov­erno que é a mel­hora na qual­i­dade do ensino, como é o caso da insistên­cia do gov­erno em con­struir esco­las de uma ou duas salas, sem quais­quer out­ros instru­men­tos que facilitem o apren­dizado. Essas esco­las, está com­pro­vado, emb­ora, de longe, seja bem mel­hores do que as exis­tentes, não pos­suem condições de ofer­e­cer uma edu­cação de qualidade.

Mel­hor seria o gov­erno apos­tar em escolas-​polos com boa estru­tura ao invés destas escol­in­has, que nada mais são que depósi­tos de cri­anças onde os pro­fes­sores só dis­põem de quadro-​negro e giz. O MEC tem sido refratário a essas ideias, recusando-​se a aprovar escolas-​polos, ape­sar de jus­ti­fica­ti­vas plausíveis, com o argu­men­tos mera­mente buro­cráti­cos. O efeito per­verso do mod­elo é sac­ri­ficar ainda mais as finanças dos municí­pios, com mini-​escolas e redução da carga-​horária dos pro­fes­sores (hoje grande parte dos pro­fes­sores ficam em sala de aula cerca de treze hora levando a con­tratação de um segundo pro­fes­sor para com­ple­tar a carga horária mín­ima dos alunos, os que cumprem, grande parte só finge). Em resumo, até quando o gov­erno tenta e quer aju­dar, atrapalha.

Recebo com otimismo a pro­posta do gov­erno estad­ual se unir aos municí­pios para erradi­carem as esco­las precárias no Maran­hão, com teto de palha, pare­des de adobe e chão batido, mas é pre­ciso ir além. Acred­ito que deva apoiar as ini­cia­ti­vas pio­neiras já implan­tas em alguns municí­pios maran­henses, sobre­tudo os que estão apo­s­tando em escolas-​pólos, onde se con­cen­tram mais alunos, mas com qual­i­dade de unidades esco­lares e equipa­men­tos bem supe­ri­ores. O que, com certeza, mel­hora a qual­i­dade de ensino dos educandos.

O gov­erno estad­ual pre­cisa enfrentar essa questão com cor­agem, apoiando os municí­pios e mel­ho­rando a própria qual­i­dade da rede de ensino médio. Muitas das esco­las da rede estad­ual, a exem­plo de muitas esco­las das redes munic­i­pais, não pas­sam de depósi­tos de ado­les­centes, sem a estru­tura mín­ima para fun­ciona­mento, onde fal­tam pro­fes­sores em diver­sas dis­ci­plinas, onde muitos pro­fes­sores estão min­is­trando aulas fora de suas for­mações, “tapando buraco”, como se diz, out­ros já tendo pas­sado do tempo de se aposen­tar, ape­nas esperam a inclusão de suas van­ta­gens em folha para saírem. Todas essas situ­ações levam os estu­dantes a ficarem ociosos e um ter­reno per­me­ável às ameaças exter­nas, com a vio­lên­cia e o trá­fico de drogas.

Cabeça vazia, ofic­ina do diabo, já dizia meu pai. Mais do que nunca é necessário man­ter a juven­tude ocu­pada, estu­dando, prat­i­cando esportes, prat­i­cando artes.

A democ­ra­ti­za­ção da gestão esco­lar, através da eleição, pro­posta do gov­er­nador no primeiro dia do mandato, emb­ora rep­re­sente um grande avanço, pois tira a bar­ganha da indi­cação política, não se trata de uma pana­ceia mila­grosa capaz de resolver todos os gargalos.

A eleição direta é uma pauta que vem desde a rede­moc­ra­ti­za­ção do Brasil em 1985. A medida alvis­sareira e democrática do gov­erno pode­ria trazer no mesmo decreto a imposição de rank­ing para as esco­las estad­u­ais, onde os dire­tores, emb­ora eleitos demo­c­ra­ti­ca­mente, pode­riam perder o cargo se as esco­las que dirigem não apre­sentarem resul­ta­dos satisfatórios.

A eleição direta, que rep­re­senta um grande passo, não pode ser uma camisa de força ou mera con­quista, tem que trazer junto a mel­hora na qual­i­dade do ensino. A democ­ra­ti­za­ção tem que vir junto com a respon­s­abil­i­dade do cumpri­mento de metas claras sob pena de dar guar­ida a dire­tores bons de política e pés­si­mos de edu­cação ou ainda de dire­tores que “passem a mão\» sobre a cabeça dos servi­dores e de alunos para ficar “na boa”.

Os desafios para tornar o Brasil gigante no campo edu­ca­cional pre­cisa de união e um esforço mon­u­men­tal dos gov­er­nantes. Desafios que vão bem além dos dis­cur­sos, palavras de ordem ou medi­das cosméticas.

Abdon Mar­inho é advogado.

ANJOS E DEMÔNIOS.

ANJOS E DEMÔNIOS.

Todo pro­gresso do Maran­hão é dev­ido a Sarney.

Toda des­graça do Maran­hão é dev­ida a Sarney.

Assim ini­cio esse texto sobre o fechamento do ciclo político coman­dado pelo senador “maranho-​amapaense” José Sar­ney (neol­o­gismo cri­ado pelo saudoso jor­nal­ista Wal­ter Rodrigues).

Agora e pelos próx­i­mos anos esse será o dis­curso dos ali­a­dos e adver­sários do grupo Sar­ney. Emb­ora um e outro não recon­heçam, ambos os argu­men­tos, com os seus “senões\», estarão cer­tos, con­forme a ótica de quem vê e inter­preta os fatos no Maran­hão, cada um puxando a brasa para a sua sardinha.

Arti­gos do próprio ex-​presidente, dos seus inúmeros ali­a­dos e todo seu aparato midiático (incluindo jor­nais, TV’s, rádios, canais de inter­net, blogues), já faz tempo, ten­tam vender o legado do sar­neysmo como de méri­tos e bonanças, creditando-​lhe grandes obras de infra-​estrutura como o Porto do Itaqui, rodovias, fer­rovias; desen­volvi­mento econômico, empre­sas insta­l­adas; situ­ação finan­ceira, etc.

Os adver­sários valem-​se dos números africanos dos indi­cadores soci­ais para mostrar o atraso a que foi sub­metido o estado em quase 50 anos de dom­i­nação de um mesmo grupo.

O Maran­hão é campeão entre os que recebem bolsa-​família, com quase 50% (cinquenta por cento) de sua pop­u­lação como ben­e­fi­cia­ria, ocupa as últi­mas posições em desen­volvi­mento humano, últi­mas posições entre os esta­dos onde ocorre mais óbitos infan­tis, a edu­cação na rabeira em toda pesquisa do ENEM, do PISA, da Prova Brasil e de qual­quer outra avali­ação que se faça; a vio­lên­cia, rep­re­sen­tada pela matança indis­crim­i­nada, pelo trá­fico de dro­gas, assaltos, tornou o estado um dos lugares mais perigosos do mundo para se viver; menor per capita de poli­cial, de médico a desigual­dade social mostra o estado vivendo seu apogeu da Idade Média.

Ambos os lados, na inca­paci­dade de enx­er­garem o quadro como um todo, olharão e difundirão a ver­são que for mais conveniente.

Faz parte da política maran­hense a visão maniqueísta das coisas. O bor­dão mais comum por aqui é: \«do meu lado até o que não presta é bom, do outro lado até o que é bom não presta\».

Assim, com ver­dades con­ve­nientes, meias ver­dades e men­ti­ras inteiras, os gru­pos políti­cos con­tin­uarão a sua busca incan­sável, para man­ter, con­quis­tar ou retornar ao poder. Ver­e­mos e torçamos para que façam isso em sin­to­nia com os anseios e as neces­si­dades dos cidadãos.

Emb­ora ache pre­maturo dizer-​se que o grupo que deixa o poder não tem chance de retorno, enfrenta suas difi­cul­dades, das quais, a prin­ci­pal é a falta de um líder sagaz e com con­hec­i­mento político do estado. Prova maior disso é o can­didato que escol­heram para dis­putar a última eleição que a muitos pare­ceu uma piada de mau gosto e que cau­sou mais afas­ta­mento do que união.

Outro ponto em des­fa­vor é o mod­elo de “desen­volvi­mento\» que dizem ter implan­tado no estado. Não esqueço uma declar­ação do senador, acom­pan­hando a filha gov­er­nadora, numa inau­gu­ração de uma empresa pri­vada, em que sau­dava a indus­tri­al­iza­ção que chegava ao Maran­hão. Atribui a um ato falho.

Como é pos­sível saudar a indus­tri­al­iza­ção do Maran­hão depois de tanto tempo no poder? O Brasil se indus­tri­al­i­zou para valer já nos anos cinquenta. Como que só agora, em pleno 2014, esta­mos saudando este advento no Maran­hão? Só posso atribuir a u lapso de memória.

Se estes são pon­tos neg­a­tivos, por outro lado, os favore­cem a comparação.

Em um texto ante­rior (bem antes das eleições), dis­cor­ria sobre as difi­cul­dades de um futuro gov­erno de sucessão ao grupo Sar­ney. Expli­cava o motivo. Em política, uma das for­mas de com­bate é a com­para­ção entre o legado de real­iza­ções dos gru­pos. No caso do Maran­hão não se terá, por um bom tempo, como fazer a com­para­ção: após tanto tanto tempo de poder, não há qual­quer parâmetro para com­parar o que fez o grupo que deixa o poder com qual­quer outro grupo que já esteve.

O Sar­neysmo manda e des­manda no Maran­hão há meio século. Em ter­mos de longev­i­dade, só é pos­sível com­parar com o Segundo Reinado. Nestes anos a real­i­dade econômica do Brasil sofreu enormes mod­i­fi­cações. O país deixou de ser emi­nen­te­mente rural para urbano. Tive­mos um surto desen­volvi­men­tista do período mil­i­tar estim­u­lando a col­o­niza­ção da região amazônica, os grandes pro­je­tos de inte­gração, no qual o Maran­hão foi “ben­e­fi­ci­ado”. Em ter­mos de poder, nem se fala, o líder do grupo, está no cenário político nacional desde 1955, são sessenta anos acu­mu­lando poder, chegando a ocu­par a Presidên­cia da República por cinco anos. O primeiro gov­erno eleito no Maran­hão desde os anos sessenta como oposição, foi o de Jack­son Lago, que durou ape­nas dois anos , nos quais esteve siti­ado nos Leões, não servindo de bal­iza para qual­quer comparação.

Os desac­er­tos do curto mandato, emb­ora ten­ham con­tato com a par­tic­i­pação efe­tiva de aux­il­iares sem com­pro­misso, inca­pazes e cor­rup­tos, devem-​se tam­bém à imensa sab­o­tagem que sofreu tanto de den­tro do apar­elho do próprio gov­erno – com suas engrena­gens mon­tadas e azeitadas pelos adver­sários –, à mídia inclemente, dom­i­nada pelos opos­i­tores, quanto ao domínio da política pelo senador Sar­ney no cenário nacional. Cabendo reg­is­trar, neste último, a deci­siva par­tic­i­pação dos líderes maiores do gov­erno federal.

O próx­imo gov­erno terá, pela primeira vez, em meio século, mel­hores condições para fazer uma efe­tiva mudança política no estado. Condições que, os que viraram oposição no gov­erno, tiveram e que o único gov­erno eleito na oposição, não teve. Em que pese ainda deter parcela de poder con­sid­erável na máquina fed­eral, através do seu par­tido e influên­cia junto aos tri­bunais, não resta dúvida que essa ingerên­cia será bem menor a par­tir de agora do que foi até aqui.

O futuro gov­erno terá a seu favor o fato de ter sido eleito com uma acacha­pante vitória, por­tanto, sem temer qual­quer ques­tion­a­mento de mandato na justiça eleitoral, ter eleito senador e diver­sos dep­uta­dos fed­erais, con­tar com uma boa e talvez majoritária ban­cada na Assem­bleia Leg­isla­tiva, pos­suir bom trân­sito no gov­erno fed­eral e não con­tar com a oposição do grupo que perdeu o mando como menos influên­cia nas hostes do poder federal.

O ineditismo pos­si­bilita que faça as mudanças que o povo que o elegeu tanto anseia.

Essa é a nossa tor­cida. Que o ano novo, que o gov­erno novo, faça o Maran­hão avançar e con­quis­tar seu lugar no cenário nacional. Poten­cial para isso pos­sui de sobra.

Um bom ano, um bom recomeço com paz e esper­ança para todos.

Abdon Mar­inho é advogado.

SURURU NA CASERNA.

SURURU NA CASERNA.

O gov­erno Flávio Dino ainda não começou mas mem­bros da equipe já demon­stra falta de tato em lidar com os mil­itares que coman­darão a par­tir de 1º de janeiro de 2015.

Começa pela incom­preen­são do papel e da hier­ar­quia mil­i­tar pas­sando pela comu­ni­cação equiv­o­cada com qual tratam o assunto.

Não faz sen­tido algum que mem­bros do futuro gov­erno (não sei se o próprio gov­er­nador) e as pes­soas divul­gam suas inqui­etações tratarem pub­li­ca­mente questões inter­nas dos quar­téis, prin­ci­pal­mente da forma que vêem tratando: como polêmica, como fux­ico, como boato. Ao faz­erem isso, dão azo aos equívo­cos que come­tem os próprios mil­itares com con­tes­tação públi­cas através de notas ofi­ci­ais, entre­vis­tas, declar­ações a blogues ou nas redes soci­ais. Coisa de maluco – dos dois lados – que frag­iliza as instituições.

Claro que há uma ten­ta­tiva de causar difi­cul­dades ao futuro gov­erno. Essas licenças, essas pro­moções e out­ros atos, são feitas com esse propósito. Mas tudo isso cessa o dia 31 de dezem­bro. Fal­tam poucos dias. Não faz sen­tido esse tipo de “bate-​boca” público. A impressão que tenho é que jog­a­ram uma isca e os inte­grantes do futuro gov­erno a morderam.

A Con­sti­tu­ição do Estado do Maran­hão é clara e tax­a­tiva no seu artigo 114: A Polí­cia Mil­i­tar, orga­ni­zada com base na hier­ar­quia e dis­ci­plina, força aux­il­iar e reserva do Exército, será regida por lei espe­cial, competindo-​lhe o poli­ci­a­mento osten­sivo, a segu­rança do trân­sito urbano e rodoviário, de flo­restas e man­an­ciais e as rela­cionadas com a pre­venção, preser­vação e restau­ração da ordem pública.

Pre­cisa ser mais claro que isso?

Claro que não, todos os mil­itares sabem o que isso sig­nifica e con­hecem a regra con­sti­tu­cional e o seu papel muito bem.

Sabem, por exem­plo, que a par­tir de de 1º de janeiro de 2015, o seu “comandante-​em-​chefe”, por assim dizer, será o novo gov­er­nador a quem devem obe­diên­cia e disciplina.

O gov­er­nador, por sua vez, deve saber que com uma cane­tada só poderá rever todos os atos que achar em desacordo com as neces­si­dades do Estado, sus­pendendo férias, cur­sos, e out­ras coisas mais.

As medi­das, que pos­sam ser con­sid­er­adas atos jurídi­cos per­feitos, que ten­ham verniz de legal­i­dade serão/​deverão con­tes­tadas nos tri­bunais com­pe­tentes, à luz da lei e do orde­na­mento jurídico, as demais revis­tas admin­is­tra­ti­va­mente. Não é o fim do mundo que isso ocorra.

Em resumo, não há razão alguma para a falsa polêmica que se instalou, muito pelo con­trário, esse “bate-​boca” tolo só enfraquece a insti­tu­ição poli­cial e o gov­erno que vai se ini­ciar, sem qual­quer sen­tido prático para quais­quer dos inter­es­sa­dos e muito menos ainda para a população.

E isso acon­tece jus­ta­mente quando a vio­lên­cia grassa às ruas e ameaça a todos. Este ano o Maran­hão, prin­ci­pal­mente a região met­ro­pol­i­tana da cap­i­tal, tornou-​se um dos lugares mais inse­guros do mundo para se viver. Disse do mundo, vejam bem. Ter­mos autori­dades, pre­sentes e futuras, num debate estéril chega a ser um deboche com a sociedade.

Já é hora dos futuros gov­er­nantes enten­derem que quar­tel não é sindi­cato, que as coisas na caserna não se resolvem com esse debate público, através de redes soci­ais, notas e contra-​notas em jor­nais. Por outro lado os mil­itares pre­cisam obser­var os princí­pios da vida cas­trense, sobre­tudo as con­sti­tu­cionais de hier­ar­quia e dis­ci­plina. Se não fazem isso, logo, logo, terão sol­dado dando tamp­inha na costa de coro­nel, para não dizer algo pior.

Encerro dizendo que não inter­essa a ninguém, exceto aos mar­gin­ais e aos foras-​da-​lei, que o futuro gov­erno e os mil­itares come­cem o gov­erno em clima antag­o­nismo, como se se tratasse de uma querela qual­quer e não algo que diz respeito à segu­rança pública dos cidadãos.

Abdon Mar­inho é advogado.