AbdonMarinho - RSS

4934 Irv­ing Place
Pond, MO 63040

+1 (555) 456 3890
info@​company.​com

A ÉTICA E O JOR­NAL­ISMO DE TÉO PEREIRA.

Escrito por Abdon Mar­inho

A ÉTICA E O JOR­NAL­ISMO DE TÉO PEREIRA.

Outro dia um amigo me recla­mava de uma deter­mi­nada notí­cia pub­li­cada num dos blogues da cidade. Dizia que tal blogueiro fazia um jor­nal­ismo à Téo Pereira. Que men­tia de forma delib­er­ada porque rece­bia din­heiro de alguém para difamá-​lo. No meio da con­versa citou out­ros fatos sabida­mente inverídi­cos e que foram divul­ga­dos com ares de escân­dalo. Per­gun­tava o que achava? Se era “dire­ito\\\» fazer o que fazia?

Na ver­dade sem­pre tive muito apreço por jor­nal­is­tas. Esses que podem e mere­cem ser escritos com “J\\\» maiús­culo e que encaram a profis­são de infor­mar um min­istério e/​ou dogma de fé. Aque­les que sem temer nada nem a ninguém e com o risco da própria segu­rança pes­soal vão em busca da ver­dade real para transmiti-​la aos seus des­ti­natários. Os que pos­suem como lado, a ver­dade e como patrão o leitor.

Assim, entendo que papel de infor­mar a sociedade se con­funde com a própria ideia de democ­ra­cia. Ciente disso o leg­is­lador con­sti­tu­inte inseriu no texto da Con­sti­tu­ição da República garan­tias que per­mitem o livre exer­cí­cio da profis­são, a liber­dade de imprensa e de pensamento.

Voltando à inqui­etação do meu amigo, é forçoso recon­hecer que, de uns tem­pos para cá, começou a ser dis­sem­i­nada a ideia de que toda a imprensa está a serviço de um lado, que não existe imprensa isenta e que o o jor­nal­ismo está a serviço de deter­mi­na­dos inter­esses políti­cos ou econômi­cos, em detri­mento dos inter­esses da sociedade. Se é ver­dade? Não sei. O que sei é esse tipo de pen­sa­mento aos poucos vai se tor­nando uma verdade.

O que mais temos nos dias de hoje são pes­soas alu­gando suas “penas\\\» aos que mel­hores lhe pagam. Muitos recebem para plan­tar men­ti­ras, difamar pes­soas. Out­ros pref­erem o cam­inho da chan­tagem, ven­dem difi­cul­dades para col­her facilidades.

Os avanços tec­nológi­cos per­mitem que ideias, opiniões e noti­cias cir­culem com mais facil­i­dade. O que qual­quer pes­soa escreve, em questão de segun­dos está ao alcance de todos ao redor do mundo. Qual­quer homem diante de uma tela é um difu­sor de pen­sa­men­tos para um numero cada vez maior de pes­soas. Infe­liz­mente, esses avanços não se refletem na qual­i­dade do con­teúdo ou que garan­tam que a infor­mação difun­dida seja verdadeira.

Em decor­rên­cia da \\\«ver­dade\\\» que começa a se con­sol­i­dar de que os veícu­los de comu­ni­cação pos­suem lado ou que estão a serviço deste ou daquele pen­sa­mento, já li e ouvir de diver­sos jor­nal­is­tas expres­sarem que têm um lado. Fazem questão de exibirem esse pen­sar com certo orgulho. Estes, que exibem aos leitores ou ouvintes que pos­suem um lado, são, até mel­hores, que aque­les que tratam os leitores e ouvintes na ignorância.

Emb­ora me pareça incom­patível com a ideia de jor­nal­ismo – ao menos na forma que sem­pre con­cebi – com essa imposição de lados, para mim outra questão parece ainda mais grave, que é o fato do desapreço que muitos, na defesa dos seus “lados\\\» pas­saram a ter pelos fatos, pela ver­dade obje­tiva, pela ética.

Há de se per­gun­tar: o fato de do jor­nal­ista, do blogueiro, pos­suir um lado, uma incli­nação politico-​ideológica, clara­mente definido ou oculto, os per­mite des­cuidar da ver­dade? Men­tir, delib­er­ada­mente, na defesa dos patrões ou patroci­nadores? Inven­tar fatos, mascará-​los ou deturpá-​los em troca de audiên­cia? Difamar ou insul­tar hon­ras alheias em estraté­gias políti­cas dos gru­pos ou teses que defen­dem? Vou além: que rece­bam para defender algo que não seja sua con­vicção ou que seja clara­mente mentira?

Mas isso sem­pre não foi assim? É ver­dade, talvez sem­pre tenha sido assim. Entre­tanto, tam­bém é ver­dade que já tive­mos inúmeros bons jor­nal­is­tas. O fato é estes, os bons, estão ficando cada vez mais escas­sos ou por não faz­erem mais as coisas por ide­al­ismo ou por serem impe­di­dos pelos veícu­los em que tra­bal­ham ou ainda por sucumbirem ao apelo do din­heiro fácil.

Assim, quase de forma imper­cep­tível vão con­stru­indo um novo padrão ético (?) cujo um dos maiores patronos é o fic­tí­cio blogueiro Téo Pereira, inter­pre­tação magis­tral do ator Paulo Betti, no fol­hetim global assi­nado pelo nov­el­ista Aguinaldo Silva.

Não pre­cisamos ir muito longe para nos deparar­mos com atores da vida real bem semel­hantes ao per­son­agem do fol­hetim. São profis­sion­ais que perderam o ide­al­ismo que deve nortear qual­quer ofi­cio e pas­saram a viver em função de des­graças, fofo­cas, mex­eri­cos e men­ti­ras. O fato de lucrarem “rios de din­heiro” com isso, fazem com que pensem estarem no cam­inho certo.

Esses “novos padrões éti­cos” pas­saram a ali­men­tar uma reação bem pior dos que pen­sam de forma autoritária, que é cecear a liber­dade de expressão e de opinião, colo­cando em risco as con­quis­tas já con­sol­i­dadas no nosso país.

Os maiores cabos eleitorais dos querem uma imprensa sob con­t­role, sob jugo de con­sel­hos que ori­en­tem lin­has edi­to­ri­ais e ceceiem a plu­ral­i­dade de pen­sa­mento, são os que fazem do jor­nal­ismo um instru­mento para difundir men­ti­ras e infâmias.

Como advo­gado que sem­pre mil­i­tou na defesa das liber­dades indi­vid­u­ais, de imprensa e de opinião, sem­pre me causa pre­ocu­pação ouvir que a imprensa pre­cisa de reg­u­la­men­tação espe­cial, que as pau­tas devem ser sub­meti­das a órgãos fiscalizadores.

Penso que os lim­ites á liber­dade de imprensa e de expressão são os já esta­b­ele­ci­dos na Carta Con­sti­tu­cional, que asse­gura a ampla liber­dade, veda o anon­i­mato e garante ind­eniza­ção pro­por­cional ao agravo. A pior imprensa ainda é bem mel­hor que a mel­hor ditadura.

Causa-​me enorme receio que se instale no Brasil, a exem­plo do já vem ocor­rendo em países viz­in­hos, a asfixia dos meios de comu­ni­cação, pelos mais diver­sos meios, mas esse é um assunto para um texto específico.

Abdon Mar­inho é advogado.

OS ESQUE­CI­DOS DO PETROLÃO.

Escrito por Abdon Mar­inho

OS ESQUE­CI­DOS DO PETROLÃO.

A crônica política/​policial do escân­dalo con­hecido como “petrolão\\\» tem esque­cido um grande grupo de pes­soas. Falo dos pequenos e médios acionistas que foram engana­dos pelo gov­erno Lula/​Dilma e inve­sti­ram as suas econo­mias, FGTS, na com­pra de ações da Petro­bras, na promessa de um inves­ti­mento seguro e um retorno garan­tido. Um enorme con­tin­gente de trabalhadores.

Não faz muito tempo, já foi no final segunda metade da década pas­sada que o gov­erno fez uma ampla cam­panha de incen­tivo aos cidadãos para com­prarem as ações da empresa. A mídia apre­sen­tava o Brasil com o novo \\\«El Dourado”, o pres­i­dente de então, o Sr. Lula, o novo xeque do petróleo. O Brasil sairia da condição de impor­ta­dor, para autossu­fi­ciente e expor­ta­dor de combustíveis.

A pro­posta, por si, era muito sedu­tora para ser igno­rada pelos que podiam inve­stir, tin­ham out­ras ações ou o fundo de garan­tia por tempo de serviço — FGTS. Estavam fazendo um grande inves­ti­mento, tornando-​se acionistas de uma das maiores empre­sas do mundo e de que­bra estavam aju­dando o país, garan­ti­ndo que espec­u­ladores do cap­i­tal externo se apro­pri­assem da riqueza que era do país, que era dos brasileiros. Os cidadãos com­prarem ações da empresa, era um gesto cívico. Era como se estivésse­mos par­tic­i­pando da segunda cam­panha o “O Petróleo é Nosso”.

A estraté­gia de enganação tam­bém tinha um viés político. Foi usada como instru­mento da cam­panha que elegeu a pres­i­dente Dilma naquele 2010. Diziam que enquanto os tucanos que­riam pri­va­ti­zar a empresa, eles abri­ram seu cap­i­tal aos brasileiros, per­mitindo que fos­sem donos e que gan­has­sem com o “Pré-​Sal” e mais toda a babo­seira que cos­tu­mam dizer quando bus­cam votos.

Pois bem, de 2010 para cá a Petro­bras já perdeu quase 60% do seu valor de mer­cado. Avali­ada em 380 bil­hões de dólares naquele ano, hoje está avali­ada em 154 bil­hões de dólares, com per­spec­tiva de queda.

A má gestão levou a empresa a con­strange­dora situ­ação de não poder divul­gar seu bal­anço trimes­tral. As inves­ti­gações poli­ci­ais rev­e­lam, até aqui, des­falques mon­u­men­tais. Um rombo tão grande que um sub do sub, o Sr. Bar­usco, aux­il­iar do Sr. Duque, indi­cado para a Dire­to­ria de Serviços da empresa pelo ex-​ministro José Dirceu, ofer­e­ceu, num acordo de delação pre­mi­ada, para devolver, em troca de redução de pena, a assom­brosa quan­tia de 100 mil­hões de dólares. Imag­i­nar que o “sub do sub” tenha esto­cado essa quan­ti­dade de recur­sos para devolver (sabe­mos que nunca devolvem todo o \\\«mal havido\\\») per­mite dimen­sionar o roubo superla­tivo que viti­mou a empresa e seus acionistas, grande parte deles tra­bal­hadores brasileiros.

Os reais números do escân­dalo talvez nós, do povo, jamais ven­hamos a saber. Já os val­ores que foram \\\«tun­ga­dos dos pequenos investi­dores são mais fáceis de serem apurados.

Vejamos como a ban­dal­heira, agora rev­e­lada, empo­bre­ceu os tra­bal­hadores. Em 2010 foi efe­t­u­ada a maior cap­i­tal­iza­ção da história, em qual­quer parte do mundo, de uma empresa, algo em torno de R$ 120 bil­hões de reais. Essa empresa, nossa Petro­bras cansada de guerra. No processo de cap­i­tal­iza­ção, as ações ordinárias foram nego­ci­adas a R$ 2,65 e as ações pref­er­en­ci­ais a R$ 26,30. Pois bem, na cotação do dia 26/​11/​2004, as mes­mas com­pradas naquele ano valiam, respec­ti­va­mente, R$ 13,27 e R$ 14,10. Uma perda de – 55,27% e – 46,39%.

O gov­erno que já tra­mava nas som­bras e no lodo da cor­rupção a destru­ição da Petro­bras, arras­tou as finanças de mais de 400 mil tra­bal­hadores, que foram estim­u­la­dos a inve­stirem num negó­cio seguro, a cap­i­tal­iza­ção da empresa, até 30% das con­tas do FGTS.

Olhando assim, ficamos com a impressão que o pre­juízo do cré­dulo e patri­ota cidadão que con­fiou no gov­erno, se resume à perda de 55,27% para os que com­praram as ações ordinárias e de 46,39% para os que com­praram ações pref­er­en­ci­ais. Lamen­tavel­mente, é um pouco pior. No mesmo período, se os recur­sos tivessem per­maneci­dos deposi­ta­dos nas con­tas vin­cu­ladas do FGTS, teriam ren­dido algo em torno de 20% (vinte por cento), por baixo, ou seja, o pre­juízo de cada poupador, deve ser acrescido desta cor­reção que deixaram de receber.

Ainda que a empresa se recu­pere, o que pode acon­te­cer, esse pre­juízo não será com­pen­sado como devido.

Anal­isa­dos os fatos com os olhos de hoje, após essa sucessão de escân­da­los que enver­gonham a nação, não há como deixar de con­cluir que o golpe aos tra­bal­hadores brasileiros foi premeditado.

Lem­bram que a pro­pa­ganda ofi­cial e de crítica aos opos­i­tores era de que, enquanto os opos­i­tores pre­tendiam “entre­gar” a prin­ci­pal empresa brasileira ao cap­i­tal­ismo inter­na­cional, as grandes ban­cas, aos megain­vesti­dores, eles (o gov­erno, o partido0, estavam per­mitindo que os tra­bal­hadores brasileiros fos­sem seus donos?

A pro­pa­ganda era emo­cio­nante. Os tra­bal­hadores seriam os donos da empresa. Usaram e abusaram deste dis­curso no pleito de 2010.

Na ver­dade, a ideia era bem outra. Que­riam os tra­bal­hadores como sócios, porque estes, diluí­dos na mul­ti­dão não teriam tanta força para se faz­erem ouvir. E estavam certos.

Sobre as maiores víti­mas, prin­ci­pal­mente, por serem os mais frágeis na dis­puta, ninguém escuta falar. As fed­er­ações, sindi­catos e con­fed­er­ações, quase todas apar­el­hadas e “pel­e­gas\\\» fazem um elo­quente e sepul­cral silên­cio diante do crime prat­i­cado con­tra os tra­bal­hadores. Por iro­nia, justo por aque­les que prom­e­teram defendê-​los. Não deixa de ser irônico.

Abdon Mar­inho é advogado.

O DESAFIO DO MARANHÃO.

O DESAFIO DO MARANHÃO.

O governador-​eleito do Maran­hão, Flávio Dino, tem dito com certa fre­quên­cia que sua meta é ele­var o IDH do estado. Não é uma tarefa de outro mundo. Acred­ito colo­cando o poder pub­lico a serviço da sociedade e não o apar­elho estatal a serviço dos apanigua­dos do poder, e temos inúmeros exem­p­los, disso basta ver as sequên­cias de de demis­sões pro­movi­das pela atual gov­er­nante, mostrando cen­te­nas de pes­soas recebendo dos cofres públi­cos, sem que, ao menos a grande maio­ria, faça a con­traprestação de serviço; colo­cando os con­tratos públi­cos nos seus preços reais ou com a exe­cução den­tro do pactu­ado, poder­e­mos colo­car o Maran­hão no cam­inho do desenvolvimento.

Ainda assim, será uma tarefa mon­u­men­tal. Con­trar­iando a pro­pa­ganda ofi­cial do gov­erno que a cada min­uto nos vende o Maran­hão como o mel­hor dos mun­dos, a ONU divul­gou o IDH (índice de Desen­volvi­mento Humano). Em que pese ter havido, no aspecto geral, uma mel­hora nos indi­cadores, os números do Maran­hão ainda são sofríveis.

O Maran­hão per­manece à frente ape­nas de Alagoas, pelos dados de 2010. Dos nos­sos 217 municí­pios, ape­nas 59, prati­ca­mente um quarto, não pos­suem baixo IDH, ape­nas 4 (São Luís, Imper­a­triz, Paço do Lumiar e São José de Riba­mar), pos­suem alto IDH, nen­hum, muito alto. Os demais, 55, pos­suem IDH médio. Ape­nas para se ter uma ideia nen­hum dos nos­sos municí­pios estão entre os 100 mais desen­volvi­dos, aliás, o primeiro no rank­ing local, a cap­i­tal, ocupa a posição 249ª posição entre os 5.565 municí­pios brasileiros, ainda assim, acima da média do Maran­hão e do Brasil.

Na parte debaixo da tabela o Maran­hão se encon­tra, três quar­tos dos municí­pios pos­suem baixo IDH, qua­tro, den­tre eles, muito baixo (Fer­nando Fal­cão, Marajá do Sena, Jeni­papo dos Vieiras e Sat­ubinha). Vamos além, entre os 100 municí­pios brasileiros menos desen­volvi­dos, duas dezenas, são nossos.

Como disse ini­cial­mente, reti­rar o Maran­hão da situ­ação que se encon­tra é uma árdua tarefa, mas o cam­inho a ser seguido é o da mel­ho­ria dos serviços públi­cos, prin­ci­pal­mente a edu­cação, um dos tripés do índice. Outro, a pro­dução, como estraté­gia de ele­var a renda.

Quando o Atlas do Desen­volvi­mento apre­senta São Luís como a cap­i­tal com mel­hor acesso a edu­cação e por isso mesmo puxando o indi­cador para cima, há que se res­gatar como isso acon­te­ceu. Nas últi­mas décadas, começando com o prefeito Jack­son Lago, prosseguindo com Con­ceição Andrade, Jack­son Lago, nova­mente e seus suces­sores, houve certa pri­or­i­dade para edu­cação pública básica, que foi ampli­ada com o FUN­DEF e depois FUN­DEB. Não podemos perder de vista que os dados apre­sen­ta­dos agora foram cole­ta­dos em 2010.

No plano estad­ual tive­mos uma ampli­ação do ensino médio no gov­erno de José Reinaldo Tavares, garan­ti­ndo esse ensino em quase todos os municí­pios do estado.

Em lin­has gerais essas são as razões destes indi­cadores pos­i­tivos serem mostra­dos agora, no que se ref­ere a educação.

Os efeitos do que os atu­ais gestores realizaram e realizarão daquele ano até aqui e nos seguintes, para o bem e para o mal, serão apu­ra­dos no futuro. O que é per­cep­tível na edu­cação da cap­i­tal é que poderíamos ter avançado bem mais. Não vejo sen­tido algum que ten­hamos, por exem­plo, em pleno século 21, esco­las fun­cio­nando em asso­ci­ações comu­nitárias ou que os estu­dantes per­cam e/​ou atrasem o ano letivo por conta de infind­áveis refor­mas ou que ten­hamos esco­las caindo os pedaços, con­forme a imprensa não cansa de mostrar.

Ora, se os últi­mos gestores tivessem bus­cado recur­sos junto ao FNDE e con­struído novas esco­las e creches/​escolas den­tro do novo padrão, com certeza os dados de hoje seriam ainda melhores.

O fato de São Luís e a região met­ro­pol­i­tana apre­sen­tar essa mel­hora é farol a indicar o cam­inho. Muitos municí­pios já vêm tril­hando esse cam­inho. Temos exem­p­los de ini­cia­ti­vas que logo mostrarão resul­ta­dos sat­is­fatórios. Um dos exem­p­los de ini­cia­tiva com poten­cial exi­toso é o Municí­pio de Mor­ros, um dos mais pobres do Brasil, ocu­pando a posição 161ª no estado e a 5.225ª posição no país, bem abaixo da média estad­ual e local. Desde 2009, a admin­is­tração ini­ciou uma política de polarizar as esco­las da rede munic­i­pal elim­i­nando dezenas de esco­las com fun­ciona­mento precário, mul­ti­sse­ri­ado, em casas de far­in­has, capelas, asso­ci­ações e substituindo-​as por esco­las den­tro do padrão do MEC. Outra ini­cia­tiva é o fomento a agri­cul­tura famil­iar através de cam­pos agrí­co­las irri­ga­dos e com garan­tia de com­pra da pro­dução pelo poder público.

Como estas, exis­tem out­ras em out­ros municí­pios, que o novo gov­erno poderá incen­ti­var e espel­har em todo estado com vis­tas a mel­ho­rar os nos­sos índices.

Nos perío­dos apu­ra­dos pela pesquisa vemos que os indi­cadores mel­ho­raram, tanto os do estado quando dos municí­pios, mas ainda esta­mos muito longe, até mesmo, da média nacional. E, não podemos nos enga­nar, esses dados ainda pos­suem dis­torções. Mostram uma ele­vação de renda que sabe­mos fic­tí­cia, uma vez que com­posta dos inúmeros bene­fí­cios soci­ais que são rece­bidos pelas famílias, e que, se reti­ra­dos reduziriam parte dos avanços apontados.

O gov­er­nador eleito que se propõe a enfrentar esse desafio pre­cisa com­preen­der que o Maran­hão tem que voltar a pro­duzir. Acabar com a cul­tura do assis­ten­cial­ismo e incen­ti­var a pro­dução no campo. A pequena pro­dução que foi esque­cida nos últi­mos tem­pos. As pes­soas se acos­tu­maram, de tal forma, a rece­ber esmo­las que as agên­cias de fomento agrí­cola não con­seguem sequer cadas­trar famílias em seus programas.

Exam­i­na­dos os números, uma coisa é certa, os municí­pios, sobre­tudo os mais pobres, não têm condições de alter­arem suas real­i­dades de o apoio tanto do gov­erno fed­eral quanto do gov­erno estad­ual. Neste sen­tido é salu­tar que o gov­er­nador eleito se mostre inter­es­sado em tra­bal­har parce­rias para para enfrentar os enormes desafios.

Abdon Mar­inho é advogado.