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OS INIMI­GOS DA NAÇÃO NÃO DESCANSAM.

Escrito por Abdon Mar­inho

OS INIMI­GOS DA NAÇÃO NÃO DESCANSAM.

Por Abdon Marinho.

ATRIBUI-​SE a Car­los Lac­erda, um dos mais impor­tante politico brasileiro, a expressão: “O preço da liber­dade é a eterna vig­ilân­cia”.

Há quase um mês que se criou no país um fre­n­esi em torno do “hack­ea­mento” crim­i­noso de supostas con­ver­sas exis­tentes entre os inte­grantes da força-​tarefa do Min­istério Público Fed­eral respon­sáveis pela “Oper­ação Lava Jato” e destes, sobre­tudo, do chefe da oper­ação, Deltan Del­lagnol, com o ex-​juiz Sér­gio Moro, prin­ci­pal respon­sável pelo êxito do com­bate à cor­rupção no nosso país.

Emb­ora por duas vezes neste período tenha escrito sobre o assunto (Crimes, Vaza­men­tos e Política e Moro: Entre a Vin­gança e o Medo), tenho relu­tado em sair na defesa das viti­mas do ato crim­i­noso – o ex-​juiz e procu­radores –, na expec­ta­tiva que dos vaza­men­tos suja algo que me faça “queimar a lín­gua”, como dizia-​se lá no meu interior.

Mas, até por dever de ofí­cio, tenho con­ver­sado com alguns cole­gas advo­ga­dos, com juízes, desem­bar­gadores e quase todos (a exceção de um ou outro com afinidades ide­ológ­i­cas com par­tidos “apaixon­a­dos” pelo ex-​presidente Lula) externaram que, até aquele momento em que está­va­mos con­ver­sando, não tin­ham “visto” nada que fugisse da “nor­mal­i­dade” dos diál­o­gos cotid­i­anos entre juizes, pro­mo­tores e advo­ga­dos.

Ao ir con­ver­sar com os mag­istra­dos o fiz para pedir por meus clientes. Fui pedir que exam­i­nassem tais cir­cun­stân­cias, levar memo­ri­ais, dis­cu­tir min­has teses de defe­sas.

Bem rece­bido por todos – com as escusas dev­ida aos meus cabe­los bran­cos –, e aprovei­tando o “gan­cho” do falso escân­dalo, já aden­trava aos gabi­netes de suas excelên­cias gal­ho­fando: – doutor, vim ter uma con­versa “imprópria” com o sen­hor. Quero que o sen­hor veja isso, vote assim nesta tese, absolva meu cliente por isso e por aquilo.

Tão nor­mal que ninguém me deu ordem de prisão.

Depois de con­ver­sar com mais de dez mag­istra­dos, con­forme nar­rado, saiu uma nota ofi­cial da Asso­ci­ação dos Juízes Fed­erais — AJUFE, sub­scrita por quase trezen­tos juízes, cor­rob­o­rando com a tese de que tais diál­o­gos, ainda que ver­dadeiros – uma vez que já ficou demon­strado ser pos­sível a manip­u­lação dos mes­mos –, não con­tém nada que con­sti­tua ilíc­ito e que os mes­mos não fogem da rotina de diál­o­gos entre mag­istra­dos e partes (Min­istério Público e defesa).

Pois bem, há quase um mês que ameaçam o país – e as insti­tu­ições –, com supostas rev­e­lações “bom­bás­ti­cas” sem que as mes­mas ocor­ram.

Além do site The Inter­cept, vieram, primeiro, a Folha de São Paulo cele­brou parce­ria com o site na intenção, suposta­mente, de apre­sen­tar provas con­tun­dentes de ilíc­i­tos – não o fez.

Por der­radeiro, a revista Veja, que tam­bém cele­brou idên­tica parce­ria, disse ter anal­isado “palavra por palavra” 649 mil diál­o­gos forneci­dos pelo site The Inter­cept —, que obteve em “primeira mão” o mate­r­ial ori­undo do crime –, e não apre­sen­tou, pelo menos, ao meu sen­tir, algo de sub­stan­cioso, pelo con­trário, aquilo que disse ser a prova cabal do con­luio, como por exem­plo, o fato do juiz ter cobrado a man­i­fes­tação do MPF em pedido da defesa sobre soltura de deter­mi­nado preso, con­stava dos autos e ben­e­fi­ci­ava o preso e não a acusação. Prova disso é que o juiz deferiu a prisão domi­cil­iar do mesmo con­trar­iando a opinião do órgão de acusação.

Outro “tiro no pé” da matéria de Veja foi a instrução de deter­mi­nada prova.

Segundo os autos con­sta que a prova não serviu de nada e que os réus foram absolvi­dos de tal acusação.

Assim como a Revista Veja, a Folha de São Paulo fez insin­u­ações e ilações que foram des­men­ti­das pelo sen­hor Léo Pin­heiro, que se encon­tra há mais de três anos preso, que disse serem legit­i­mas as afir­mações que fez sobre os paga­men­tos de propinas ao ex-​presidente Lula, em carta, de próprio punho, encam­in­hada ao jornal.

Vive­mos dias difí­ceis, sob ataques diver­sos, daí, acred­ito ser necessário que exam­inemos as coisas dis­tante dos ape­los ide­ológi­cos ou das paixões polit­i­cas.

A primeira ver­dade que se tem é que o mate­r­ial foi obtido de forma crim­i­nosa. A segunda, que é pací­fico – pois já provado –, que o mate­r­ial, pro­duto do crime, pode ser adul­ter­ado. Sem­ana pas­sada o site The Inter­cept fez isso ao mudar por duas ou três vezes os autores de deter­mi­na­dos diál­o­gos.

Assim, deve­mos anal­isar, seja pela pro­cedên­cia crim­i­nosa, seja pela pos­si­bil­i­dade de adul­ter­ação, com o máx­imo de ressal­vas, pois o que inter­essa ao país – e aos homens de bem –, é a ver­dade.

E, até prova em con­trário, parece-​me assi­s­tir razão ao ex-​juiz Sér­gio Moro, quando diz não ter se desvi­ado de sua mis­são.

Digo isso porque, ape­sar de vitima de um crime, propôs na sessão da Comis­são de Con­sti­tu­ição e Justiça do Senado, que todo mate­r­ial crim­i­nosa­mente obtido – sem pre­juízo de sua divul­gação –, fosse encam­in­hado ao Supremo Tri­bunal Fed­eral para, sob o escrutínio das autori­dades com­pe­tentes, se ver­i­fi­casse sua aut­en­ti­ci­dade e con­teúdo.

Quem se dis­põe a fazer o mesmo?

Até agora não vi nen­hum dos supos­tos defen­sores da democ­ra­cia, dos pre­ocu­pa­dos com o estado de dire­ito defend­erem algo pare­cido.

Pref­erem ficar fazendo “Car­naval” nas redes soci­ais e out­ros meios de comu­ni­cação a cada noti­cia de novo vaza­mento, dando a sua inter­pre­tação ou abraçando a inter­pre­tação do jor­nal­ista.

Isso não me parece cor­reto.

Inda­gado sobre o mate­r­ial o rep­re­sen­tante (ou dono) do site The Inter­cept disse que iria divul­gar os fatos à medida que o mesmo fosse edi­tado “jor­nal­is­ti­ca­mente” e con­ve­niente fazê-​lo – algo neste sen­tido. Disse isso numa Comis­são da Câmara dos Dep­uta­dos e ninguém o admoestou ou ficou atento para isso. Qual o sig­nifi­cado destas palavras? Alterar, edi­tar, fazer “truncagem” do que foi dito, divul­gar só o que inter­essa à sua pauta?

Muda-​se uma vír­gula no texto e todo o sen­tido muda.

Quem parece ter medo da ver­dade? O ex-​juiz que propõe a entrega do mate­r­ial para afer­ição de aut­en­ti­ci­dade e con­teúdo ou os seus detra­tores que querem ocultar?

Por que, tanto o jor­nal­ista quanto os seus defen­sores se recusam aten­der a pro­posta do min­istro de entre­gar – sem qual­quer pre­juízo da divul­gação –, o mate­r­ial obtido de forma criminosa?

Indifer­ente a caute­las bási­cas, vejo diver­sas pes­soas tratando estes vaza­men­tos como “ver­dades bíbli­cas”, sem ver­i­ficar, primeiro, se são ver­dadeiros e, segundo, qual o con­texto e provas que os embasam. Já ati­raram a primeira pedra, sem olhar para as próprias vidas.

Ora, já vimos que os tex­tos podem ser adul­ter­ados; já vimos que podem ser con­tes­ta­dos, como o fez em carta à Folha de São Paulo o con­de­nado Léo Pin­heiro; já vimos que aquilo apre­sen­tado como escân­dalo por Veja se encon­tra nos autos – e tan­tas out­ras ilações ou sim­ples­mente fofo­cas.

Por outro lado, não pre­cisa ser um gênio para saber que exis­tem muitos inter­esses políti­cos e finan­ceiros em jogo – ainda que para isso ten­ham que destruir o país –, e que estes “inimi­gos da pátria” vão con­tin­uar a persegui-​los.

Os homens de bem pre­cisamos ficar aten­tos a isso. Não ape­nas aos inter­esses políti­cos ou finan­ceiros mas, tam­bém, o que move cada um.

Antes desta série de vaza­men­tos pouco tinha ouvido falar deste site, mas bas­tou pesquisá-​lo sobre o que pub­li­cou nos últi­mos tem­pos para perce­ber sua clara iden­ti­fi­cação, não com o bom jor­nal­ismo, mas com a pauta ide­ológ­ica do Par­tido dos Tra­bal­hadores – PT e seus satélites.

Todos (ou quase todos) que assi­nam matérias no site – ao menos no período pesquisado – têm afinidades ou são lig­a­dos a estes par­tidos e às suas pau­tas. Basta dizer que o “dono” do site é casado – ou vive em união homoafe­tiva –, com um dep­utado do PSOL.

Qual é a prin­ci­pal pauta desta turma?

No momento, soltar o ex-​presidente Lula preso há mais de um ano em Curitiba, Paraná, con­de­nado no primeiro processo pelo ex-​juiz Moro, com a con­de­nação man­tida pelo TRF4 e STJ e depois retomar o poder.

Não é uma mis­são fácil e depende do tempo.

O ex-​presidente já foi con­de­nado em dois proces­sos (o primeiro con­fir­mado em todas as instân­cias ordinárias da Justiça e o segundo em vias de ser con­fir­mado pelo TRF4), e não tar­dará a ser con­de­nado em mais um ter­ceiro e quarto proces­sos (estes já em vias de serem jul­ga­dos) em Curitiba e Brasília.

A solução que lhes pare­cem mais viável – emb­ora não resolva todos os prob­le­mas, mas que o per­mi­tirá ir se esquivando da prisão (se con­seguir sair dela), e respon­der até as der­radeiras instân­cias em liber­dade –, é “acabar” com a Oper­ação Lava Jato, a par­tir da desmor­al­iza­ção do ex-​juiz e procu­radores que atu­aram na mesma.

Esse é o ver­dadeiro obje­tivo: acabar com a Oper­ação Lava Jato, soltar todos os pre­sos, anu­lar todos os proces­sos e – de que­bra –, devolver aos ladrões os bil­hões de reais que nos roubaram – ou, alter­na­ti­va­mente, não importuná-​los em relação aos out­ros bil­hões de dólares que man­têm em into­ca­dos no exterior.

Não medirão esforços para con­seguir este intento.

Para isso pre­cisam, tam­bém, tirar o min­istro Sér­gio Moro e os procu­radores da Oper­ação Lava Jato, do cam­inho.

Sabem que Moro no Min­istério da Justiça e Segu­rança, tra­bal­hando em con­junto com os procu­radores, vão desmon­tar as quadrilhas e recu­perar os bil­hões rou­ba­dos e que ainda hoje per­manecem escon­di­dos fora do Brasil.

Como já disse noutras opor­tu­nidades, exis­tem pes­soas sérias, juris­tas de respeito, que foram e são con­tra a Oper­ação Lava Jato, dis­cor­daram e dis­cor­dam dos seus méto­dos – estes mere­cem nosso respeito.

Mas existe, sim, uma trama muito bem artic­u­lada para acabar com a Oper­ação Lava Jato por inter­esses políti­cos e finan­ceiros escu­sos. Sim, pelos ladrões que saque­aram o país.

Vin­cu­lada a essa trama – por ingenuidade ou inter­esses –, diver­sas pes­soas tra­bal­ham, até sem saber, na defesa das suas pautas.

Querem ver algo esquisito: a última matéria da revista Veja e seu escân­dalo de vento.

A revista cinqüen­tenária sim­ples­mente “ter­ce­i­ri­zou” sua edi­to­ria de polit­ica, a ponto do amer­i­cano, dono do site The Inter­cept assi­nar a matéria espe­cial da última edição. Ou seja, não era a revista divul­gando uma apu­ração sua, mas, ape­nas servindo de “bar­riga de aluguel” para a pauta do site. Era o rabo bal­ançando o cachorro.

Tendo estran­hado – até por pos­suir assi­natura da revista há quase trinta anos –, pesqui­sei e desco­bri que a revista Veja, na ver­dade a edi­tora Abril, que a edita, foi adquirida pelo ban­queiro con­hecido como “o ban­queiro do Lula”.

A coisa mais esquisita que vi nos últi­mos tem­pos foi assi­s­tir meus ami­gos petis­tas, comu­nistas, psolis­tas, elo­giando e “pan­flete­ando” a Revista Veja,

Diante disso e da forma como tra­bal­ham artic­u­la­dos em todas mídias, não duvi­dem que muito mais coisas veremos.

Mas, Abdon, estão é defend­endo a democ­ra­cia, o estado de dire­ito os dire­itos humanos con­tra os desalma­dos, Moro e Deltan Dal­lagnol – que, com os sig­i­los de dados devas­sa­dos, em um mil­hão ou mais de diál­o­gos, não tiveram um único ilíc­ito imputa­dos.

Não me iludo com cer­tas “boas intenções”. Estes bem inten­ciona­dos são os mes­mos que silen­ciam diante dos mais de 7 mil venezue­lanos assas­si­na­dos pelo régime de Nicolás Maduro; diante das dezenas de pre­sos políti­cos; das tor­turas; e dos estupros, per­pe­tra­dos por aquele régime, con­forme já denun­ci­ado pela ONU.

A democ­ra­cia, a Justiça que defen­dem é aquela da Venezuela.

Abdon Mar­inho é advo­gado.

DINOENTERRAOS 5O ANOS DE ATRASO.

Escrito por Abdon Mar­inho

DINOENTERRAOS 5O ANOS DE ATRASO.

Por Abdon Marinho.

ANTES que o apres­sado leitor con­clua que o gov­erno comu­nista acabou com o atraso no estado e colo­cou o Maran­hão nos rumos do desen­volvi­mento, alerto que não é nada disso, o que fez foi ape­nas sepul­tar o velho hábito – depois de qua­tro anos –, de colo­car a culpa do próprio insucesso na admin­is­tração do estado no grupo político a quem sucedeu.

O fato político dos últi­mos tem­pos na política estad­ual foi o encon­tro do gov­er­nador Flávio Dino (PCdoB) com o ex-​presidente José Sar­ney (MDB) em todas as rodas só ouve, só se indaga sobre este fato. Cada um espec­u­lando de uma forma.

A cabeça dos xerim­ba­bos deu um nó. Acos­tu­ma­dos a defender o atual gov­erno colo­cando a culpa nos gov­er­nos ante­ri­ores, mais, pre­cisa­mente, nos cinquenta anos de atraso da oli­gar­quia Sar­ney, muitos ainda não sabem o que dizer, ou, cini­ca­mente, indifer­ente a tudo que dis­seram até então, pas­saram a elo­giar esse “grande ato político” destes “homens extra­ordinários”.

Quando soube do “encon­tro” a primeira lem­brança que me veio à cabeça foi da “Pen­itên­cia de Canossa”, a que se sub­me­teu o rei Hen­rique IV, do Sacro Império Romano-​Germânico, em janeiro de 1077, quando ficou por três dias fora das por­tas de Canossa, descalço, sobre a neve, vestindo ape­nas uma túnica, para lev­an­tar a sua exco­munhão dec­re­tada pelo papa Gregório VII e con­tin­uar rei. (A pin­tura de Eduard Schweizer, de 1862 – que ilus­tra este texto –, retrata aquele momento).

Com mente fér­til, imag­inei sua excelên­cia indo bater à porta da man­são de Sar­ney, após sem­pre tê-​lo “destratado” e lhe impingido todas as cul­pas pelas des­graças do estado e do nosso povo. Claro, difer­ente de Hen­rique IV, Dino não teve que ficar três dias à porta para ser rece­bido por Sar­ney. Bateu, algum empre­gado abriu a porta e o con­duziu ao ambi­ente onde estava o velho moru­bix­aba. Talvez este o tenha feito esper­ado um pouquinho – nada capaz de ferir a boa edu­cação –, bem difer­ente do que pas­sou o antigo rei exco­mungado.

O encon­tro foi tratado com dis­crição pelo anfitrião – exceto pelos comuns vaza­men­tos aos jor­nal­is­tas ami­gos do clã famil­iar –, que a ele não se referiu na col­una que assina no O Estado do Maran­hão ou mesmo nas suas redes soci­ais.

Inda­gada sobre o assunto, a filha, ex-​governadora do estado, teria dito: “— Nor­mal. Sar­ney é o maior político que o Maran­hão já teve e até hoje uma das maiores expressões do nosso país. Por­tanto, ele não pode­ria jamais deixar de aten­der a um pedido de visita do gov­er­nador do seu estado”.

A dis­crição de Sar­ney sobre a tertúlia con­trasta com o com­por­ta­mento do gov­er­nador, que fez questão de alardeá-​la, colocando-​a na conta de grande feito político, são suas estas palavras: “hoje con­ver­sei com o ex-​presidente José Sar­ney sobre o quadro nacional. Apre­sen­tei a ele a minha avali­ação de que a democ­ra­cia brasileira corre perigo, em face dos graves fatos que esta­mos assistindo. Já estive com os ex-​presidentes Lula e Fer­nando Hen­rique, com a mesma pre­ocu­pação”.

Ora, sabe-​se que a política é um xadrez intri­cado, mas o que esperar de resul­tado prático do diál­ogo entre o que “já teve” com o que “nada tem”. Em política, uma das primeiras lições é: manda quem tem mandato.

Daí causarem as mais diver­sas espec­u­lações o “pedido de visita” – como fez questão de frisar a ex-​governadora Roseana Sar­ney –, feito pelo sen­hor Flávio Dino ao sen­hor Sar­ney.

É certo que o ex-​presidente ainda goza de prestí­gio, mas esse é mera­mente cer­i­mo­nial. Já não “man­dando” na política nacional como out­rora. Mesmo aque­les que “se fiz­eram” graças ao seu nome, por ele já não que­bram lanças.

O maior exem­plo é o que ocor­reu no Maran­hão, quando o único mem­bro da família a con­seguir um mandato abdi­cou do nome dele.

Já o gov­er­nador, por mais que tente, até aqui, não con­seguiu “vender-​se” como lid­er­ança nacional. Ape­sar do quadro político nacional dan­tesco, ninguém de relevân­cia “dá bola” pra ele.

Assim como a Sar­ney, deve ter avi­ado “pedi­dos de vis­i­tas” aos ex-​presidentes Lula e Fer­nando Hen­rique, suposta­mente, para revelar-​lhes pre­ocu­pação com o “perigo” que corre a democ­ra­cia brasileira. A exceção de Lula, acred­ito que, tam­bém, FHC o tenha rece­bido por educação.

O argu­mento de que sua excelên­cia encontra-​se pre­ocu­pado com o “perigo” que corre a democ­ra­cia brasileira não resiste – mesmo –, a um exame super­fi­cial.

Como temos assis­tido o gov­er­nador do Maran­hão tem fomen­tado por todos os meios de comu­ni­cação disponíveis a insta­bil­i­dade política no país.

Basta dizer que até hoje não recon­hece a legit­im­i­dade do pres­i­dente eleito com mais de 57 mil­hões de votos, não per­mitindo que a foto ofi­cial do pres­i­dente da República cruze os umbrais do Palá­cio dos Leões; fustiga dia sim e no outro tam­bém o gov­erno Bol­sonaro, tendo razão ou não; coloca-​se frontal­mente con­trário a Oper­ação Lava Jato, inclu­sive, defend­endo a sua anu­lação e, con­se­quente­mente, a soltura de todos con­de­na­dos decor­rentes da oper­ação; por último, pelo que ficamos sabendo, até se tornou sub­scritor de uma nota defend­endo a soltura do ex-​presidente Lula, con­de­nado por três instân­cias da justiça brasileira e o afas­ta­mento do min­istro Sér­gio Moro do Min­istério da Justiça e Segu­rança Pública; além de todas as demais tolices que ele e seus ali­a­dos, empre­ga­dos e adu­ladores pub­li­cam diari­a­mente no afã de deses­ta­bi­lizar o gov­erno e as insti­tu­ições brasileiras.

Feliz­mente para o Brasil, como dito ante­ri­or­mente, relevân­cia do gov­er­nador nes­tas investi­das é quase nula. A nota que sub­screveu (fraquinha, por sinal) con­tou com o apoio dos sen­hores Had­dad, Bou­los, e de mais duas ou três pes­soas de menor expressão ainda.

O escárnio revela-​se ainda maior quando sabe­mos que sua excelên­cia é fiel apoiador dos regimes total­itários da Venezuela (que vemos as con­se­quên­cias em cada rotatória da cap­i­tal), Cuba e da Cor­eia do Norte. Quem tem apreço a democ­ra­cia não apoia ditaduras.

Fosse uma pre­ocu­pação real e efe­tiva a primeira coisa a fazer seria respeitar as insti­tu­ições do país e as instân­cias da justiça. Sua excelên­cia faz o con­trário disso.

Emb­ora o gov­er­nador não tenha dito, poder-​se-​ia argu­men­tar que o encon­tro serviu (ou servirá) para inau­gu­rar um novo momento na política local: a união de todos pelo bem do Maran­hão.

Alguns dos ali­a­dos do gov­er­nador, aliás, fes­te­jam isso, saudando a “grandeza destes dois grandes homens”.

Esta foi a pro­posta do ex-​governador José Reinaldo Tavares ainda em 2015. E, por conta de tal sug­estão, pas­sou a ser boico­tado, ali­jado, excluído e tratado como adver­sário do gov­erno que aju­dou (mais que qual­quer outro) a eleger. Por conta desta ideia de união, no começo do gov­erno, acabaram com a sua car­reira política.

Estes mesmo que agora falam na “grandiosi­dade” do gesto do gov­er­nador, foram os primeiros a “ati­rarem pedras” e a cer­rar fileiras con­tra o ex-​governador. O que foi a “des­graça” de José Reinaldo agora é o “mérito” de Dino. Cíni­cos!

Há qua­tro anos o ex-​presidente tinha força política efe­tiva no gov­erno Dilma Rouss­eff e, depois no de Michel Temer. Havia espaço, como defen­dido pelo visionário ex-​governador José Reinaldo Tavares, para uma união em torno dos inter­esses do Maran­hão.

Agora o quadro é outro, e pelo que sabe­mos o político do estado com maior “trân­sito” junto ao gov­erno fed­eral é o senador Roberto Rocha (PSDB), que o gov­er­nador finge não con­hecer – aliás, sem­pre foi assim, desde que se elegeram jun­tos em 2014.

Assim, con­forme demon­strado, a “pen­itên­cia a Conossa”, digo à Brasília, do gov­er­nador Flávio Dino nunca foi por pre­ocu­pação com o “risco que corre a democ­ra­cia brasileira”, como ele disse, ou pelos “inter­esses mar­i­oles do estado”, como pregam seus ali­a­dos.

Ao enter­rar o sur­rado dis­curso da “her­ança maldita” e dos “cinquenta anos de atraso” – não que seu gov­erno seja mel­hor ou não padeça dos mes­mos males dos out­ros que tanto crit­ica, outro dia, para meu espanto, soube que um dos maiores “tocadores” de obras públi­cas do estado ostenta (ou osten­tou), em uma das per­nas, um vis­toso acessório cedido pela Justiça Fed­eral, e é até o de menos –, fê-​lo em nome dos próprios inter­esses, que ainda não sabe­mos quais. Mas isso não dev­e­ria sur­preen­der ninguém.

Meu pai sem­pre dizia que “quem destrata quer com­prar”, por­tanto é de se con­cluir com outro dito das pro­fun­dezas do meu sertão: “essa alma quer reza”.

Abdon Mar­inho é advo­gado.

TRÉGUA PARA O BRASIL.

Escrito por Abdon Mar­inho

TRÉGUA PARA O BRASIL.

Por Abdon Marinho.

NA SEGUNDA metade da década de oitenta o antigo líder comu­nista Luís Car­los Prestes (18981990), esteve no Maran­hão. Foi uma pro­gra­mação orga­ni­zada pela médica e ativista comu­nista Maria Aragão (19101991) e pelo então vereador Aldionor Sal­gado (19542014).

Extinto em 1990, acred­ito que aquela tenha sido a última vez que o Cav­aleiro da Esper­ança no Maranhão.

A prin­ci­pal reunião da visita ocor­reu no auditório da Bib­lioteca Bened­ito Leite, na Praça Deodoro. Para os que não con­hecem o auditório, ele, ape­sar de pequeno, é muito bonito e aconchegante, talvez por ficar sob a cúpula do prédio.

Feitas as apre­sen­tações ini­ci­ais, abriu-​se para as per­gun­tas da plateia ao con­vi­dado. Lem­bro que eu, ainda um ado­les­cente afoito, fiz a primeira per­gunta a Prestes. Pergunte-​lhe sobre o fato de ter ido ao comí­cio em apoio à Getúlio Var­gas, em 1945, ao sair da prisão.

Prestes respon­deu, com a voz já cansada pelos anos e tam­bém pela viagem, que naquele momento era impor­tante colo­car as difer­enças de lado pelo bem do Brasil. Algo mais ou menos neste sentido.

(Qual­quer dia procu­rarei a Fun­dação Maria Aragão em busca daquele reg­istro. Como dito ante­ri­or­mente, não demorou muito tempo Prestes mor­reu e no ano seguinte Maria Aragão).

Todos que não nos intrig­amos com os livros de história sabe­mos o quão con­tur­bado foi a relação de Prestes com Var­gas: o fra­casso da Inten­tona Comu­nista, sua prisão e de sua com­pan­heira, Olga Benário, a entrega de Olga aos nazis­tas, ape­sar de grávida, pelo gov­erno brasileiro; o nasci­mento da filha de Prestes e Olga, na prisão, na Ale­manha, a morte de Olga pelos nazis­tas, etc.

Ape­sar de tudo isso, com a voz mansa, Prestes nos dizia naquela noite que era pre­ciso pen­sar no Brasil e con­tra um mal maior.

Não se trata aqui de revolver­mos fatos quase cen­tenários, as razões de cada um, a con­jun­tura histórica, etc.

A razão de faz­er­mos tal reg­istro é para que ten­hamos a certeza do quanto o Brasil piorou em ter­mos de quadros políti­cos. A impressão que temos é que ninguém está “nem aí para o Brasil”, para as difi­cul­dades do povo.

Desde a rede­moc­ra­ti­za­ção do país não me recordo da democ­ra­cia brasileira encontrar-​se tão frag­ilizada. Esta­mos à beira de um abismo insti­tu­cional e com uma sociedade extrema­mente dividida.

Os poderes da República que devem (ou dev­e­riam) garan­tir a ordem insti­tu­cional nunca, em toda a história repub­li­cana, estiveram tão mal rep­re­sen­ta­dos, com uma grande parcela da sociedade não lhes recon­hecendo ou respei­tando.

Bem pior que ter­mos chefes de poderes insti­tu­cionais frágeis ou desprepara­dos é ter­mos uma oposição apo­s­tando no “quanto pior, mel­hor” e demon­strando um total descom­pro­misso com o país.

Desde o iní­cio do atual gov­erno, legit­i­ma­mente eleito – e não é porque não vota­mos nele que não vamos recon­hecer isso –, que a oposição lançou-​se numa cam­panha sem tréguas con­tra ele, fusti­gando, sab­otando, obstru­indo, etc.

Enquanto isso, na outra ponta, cobra resultados.

Outro dia, con­forme teste­munhamos, chama­ram uma greve geral de cunho emi­nen­te­mente político.

Desde a rede­moc­ra­ti­za­ção do país, em 1985, tive­mos greves gerais nos gov­er­nos Sar­ney, Col­lor e FHC. Nen­huma nos gov­er­nos de Lula e Dilma.

Acom­pan­hei todas. Não vi um único movi­mento pare­dista ser chamado con­tra o gov­erno com menos de um ano de gestão.

O gov­erno Sar­ney, que pade­cia sob ques­tion­a­men­tos de legit­im­i­dade – eleição através de Colé­gio Eleitoral, sub­sti­tu­ição às pres­sas na véspera da posse dev­ido a enfer­mi­dade e depois morte de Tan­credo Neves –, ape­sar da crise, do desem­prego, da inflação, das notí­cias de cor­rupção, só foi enfrentar sua primeira greve geral em 1986.

Com o gov­erno Col­lor, que ao assumir con­fis­cou a poupança dos brasileiros, já apre­sen­tava indí­cios de cor­rupção desde o iní­cio, só foi enfrentar sua primeira greve geral em 1991.

Com FHC, eleito em 1994 na esteira da esta­bil­i­dade econômica decor­rente do Plano Real, a primeira greve geral só ocor­reu em 1996.

Como já reg­is­tramos os gov­er­nos petis­tas não ocor­reram greves gerais con­vo­cadas pela rep­re­sen­tação dos tra­bal­hadores muito emb­ora os escân­da­los se sucedessem, como foi o do “Men­salão”, que estourou no gov­erno Lula e o do “Petrolão”, no gov­erno Dilma.

Além dos escân­da­los de cor­rupção, só super­a­dos por eles mes­mos – até hoje não se tem a real dimen­são do roubo dos recur­sos públi­cos por agentes do gov­erno e pri­va­dos –, tive­mos cortes sig­ni­fica­tivos na saúde, na edu­cação, e em out­ras áreas, sem con­tar o iní­cio da que­bradeira econômica e o desem­prego a níveis nunca dantes vis­tos.

O atual gov­erno, além dos protestos diver­sos desde a posse, já teve con­tra si uma greve geral – que ocor­reu no último 14 de junho –, com menos de seis meses de gov­erno.

A greve geral é um instru­mento de luta legí­timo, mas con­vo­cada, como foi e pelos motivos apre­sen­ta­dos, revelou-​se ape­nas peça de um embate mera­mente político.

Pelo que li, a greve geral voltou-​se con­tra o pro­jeto de reforma da pre­v­idên­cia e con­tra o desem­prego.

Ora, a reforma da pre­v­idên­cia social é um con­senso, qual­quer um sabe que há uma neces­si­dade – mais que urgente –, de se fazer uma reforma que a torne sus­ten­tável nos próx­i­mos anos.

Os que são con­tra que diga os pon­tos que dis­cor­dam ou apre­sente um pro­jeto para dis­cussão que rep­re­sente a econo­mia para os cofres públi­cos esper­a­dos pelo gov­erno.

O outro ponto que motivou a greve geral foi o desem­prego. Mas o desem­prego que aí está não foi ger­ado pelo atual gov­erno.

Gostando dele ou não, é des­on­esto colo­car na conta do atual gov­erno os 13 mil­hões de desem­pre­ga­dos que exis­tem no país.

Quan­tos mil­hões de desem­pre­ga­dos o atual gov­erno gerou? Quan­tos mil­hões os gov­er­nos ante­ri­ores ger­aram? Quem estava no poder quan­tos os mil­hões de brasileiros perderam seus empre­gos? O que fiz­eram as rep­re­sen­tações dos tra­bal­hadores e dos par­tidos que chama­ram a última greve?

Feitas estas con­sid­er­ações, quer me pare­cer que a oposição, por seus vários braços, não demon­stra uma efe­tiva pre­ocu­pação com os des­ti­nos do país, mas sim, que aposta num clima de caos e insta­bil­i­dade como estraté­gia para retornar ao poder ou mesmo apo­s­tando que algo pior venha a acon­te­cer.

O quadro político revela-​se dev­eras instável, pois não bas­tasse um gov­erno que se rev­ela despreparado – com inúmeras pau­tas con­tro­ver­sas que divi­dem o país –, temos no comando das insti­tu­ições pes­soas, como dito ante­ri­or­mente, que não pos­suem autori­dade real.

Vejam se me faço enten­der, todas essas pes­soas, na chefia do exec­u­tivo, leg­isla­tivo e do judi­ciário, são deten­toras de legit­im­i­dade, foram eleitas ou chegaram a onde estão por meios legí­ti­mos, entre­tanto – o tempo vem mostrando –, não pos­suem a autori­dade necessária em torno da qual o con­junto da sociedade possa se sen­tir segura.

Piora este quadro ter­mos uma oposição agindo com irre­spon­s­abil­i­dade e opor­tunismo.

É a receita do fra­casso do país como nação.

A pop­u­lação sabe disso. Assim, como soube em 1985, e recu­sou o extrem­ismo dos que não que­riam uma tran­sição pací­fica de régime.

A última greve geral mostrou que a solução extrem­ista da oposição se rev­elou equiv­o­cada, tanto que pela primeira vez na história do país se viu um pres­i­dente ser aplau­dido em um está­dio de fute­bol no dia de uma greve geral.

Isso mostra que falta legit­im­i­dade as rep­re­sen­tações dos tra­bal­hadores e das forças de oposição.

Qual­quer um com mais de dois neurônios em fun­ciona­mento con­segue imag­i­nar o que pode acon­te­cer quando se tem rep­re­sen­tações insti­tu­cionais com autori­dade ques­tion­ada e oposição sem legit­im­i­dade.

Outro cav­alar equívoco da oposição é este “ataque” ao min­istro e ex-​juiz Sér­gio Moro.

A menos que apareça o áudio dele com os procu­radores, ou com quais­quer out­ros, com­bi­nando “roubar o din­heiro do con­tribuinte” ou “matar a mãe”, a pop­u­lação vai ficar do seu lado. E quanto mais fiz­erem con­tra ele mais vai aumen­tar seu apoio pop­u­lar.

A pop­u­lação sabe que não é ilegí­timo alguém fazer críti­cas ao ex-​juiz – exis­tem algu­mas pes­soas, alguns juris­tas, com esse dire­ito pois sem­pre criticaram a con­dução da Oper­ação Lava Jato –, o que não acha legí­timo é que estas críti­cas par­tam daque­les que hoje estão na oposição.

Ora, qual­quer um sabe que estes críti­cos não fazem “cav­alo de batalha” con­tra o ex-​juiz, por este ter, suposta­mente, man­tido con­tatos “inde­v­i­dos” com procu­radores, por amor ao dire­ito ou à Justiça.

Se assim fosse, não apoiariam os regimes total­itários de Cuba e da Venezuela que sim­ples­mente “aboli­ram” a noção de sep­a­ração de poderes, e tanto o min­istério público quanto o judi­ciário exis­tem ape­nas para chance­lar os atos de arbítrios daque­las ditaduras.

Se assim fosse não apoiariam o gov­erno norte-​coreano, que de tão esdrúx­ulo o régime, sequer sabe­mos como qual­i­ficar.

São estas pes­soas, com este histórico de “amor ao dire­ito”, a “justiça” e a “democ­ra­cia” que, com base em supos­tos diál­o­gos, obti­dos de forma clan­des­tina por um site estrangeiro, ques­tionam a Oper­ação Lava Jato, os procu­radores da República e o ex-​juiz Moro?

Difer­ente do que pen­sam alguns fanáti­cos mil­i­tantes, a cor­rupção, mesmo que seja endêmica, pre­cisa ser com­bat­ida com vigor, e os cor­rup­tos e cor­rup­tores, proces­sa­dos, jul­ga­dos e pre­sos.

A per­cepção da sociedade é que é a cor­rupção – e não o com­bate à ela –, a respon­sável pelos infortúnios do nosso país.

O que pas­sou para a sociedade que assis­tiu a aquela sessão da Comis­são de Con­sti­tu­ição e Justiça do Senado é que muitos que estavam ali fazendo per­gun­tas ao ex-​juiz, ao invés de inquiri-​lo, por suas vidas pre­gres­sas, dev­e­riam estarem pre­sos.

E cada um do povo con­hece bem seus rep­re­sen­tantes.

Emb­ora não ver­bal­izem de forma cabal – por covar­dia –, o que querem os inte­grantes da oposição, ao arran­jarem pre­tex­tos e atacarem o ex-​juiz Sér­gio Moro, é a anu­lação de todos os proces­sos da Oper­ação Lava Jato, a soltura de todos os pre­sos e a devolução dos bil­hões de reais rou­ba­dos dos cofres públi­cos aos ladrões – se pos­sível com o paga­mento de polpuda ind­eniza­ção aos mes­mos.

Essa é a pro­posta – não ver­bal­izada –, que se encon­tra como obje­tivo final da oposição.

Essa é a pro­posta que a sociedade rejeita.

Mais uma vez, como foi em 1964, quando apos­taram no rad­i­cal­ismo que levou a rup­tura insti­tu­cional; 1979, quando se colo­caram con­tra a anis­tia geral ampla e irrestrita, que ini­ciou a paci­fi­cação do país; 1985, quando pre­tenderam a rup­tura con­tra o colé­gio eleitoral e a eleição de Tan­credo Neves; 1993, quando se colo­caram con­tra o Plano Real, que devolveu a esta­bil­i­dade econômica ao país; e 2013 quando se colo­caram con­trárias as man­i­fes­tações pop­u­lares con­tra a cor­rupção, a oposição, ao insi­s­tir em acabar com a Oper­ação Lava Jato, devolver a liber­dade e os bil­hões rou­ba­dos aos seus ladrões, cam­in­hará em sen­tido con­trário ao sen­ti­mento da pop­u­lação.

Ao perseguir, mais uma vez, a insta­bil­i­dade, poderá nos trazer coisas bem piores.

O Brasil pre­cisa de uma trégua. Antes de tudo, como disse Prestes naquela opor­tu­nidade, é pre­ciso pen­sar no Brasil.

Abdon Mar­inho é advo­gado.