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ESTADO OSTENTAÇÃO.

Escrito por Abdon Mar­inho

ESTADO OSTEN­TAÇÃO.

Os gov­er­nos, nen­hum deles, seja fed­eral, estad­ual ou munic­i­pal, pro­duzem riquezas. Ape­nas admin­is­tram os recur­sos que nós, cidadãos, recol­he­mos da hora que acor­damos até a hora em que vamos dormir. E, até mesmo, enquanto dormimos.

Esta é a primeira ver­dade: o gov­erno não tem din­heiro, o din­heiro que usa e abusa é o nosso.

Vez ou outra os com­er­ciantes fazem cam­pan­has para des­per­tar a con­sciên­cia nos cidadãos sobre a carga trib­utária. Outro dia venderam uma grande quan­ti­dade de com­bustível pelo valor o mesmo teria sem a incidên­cia dos impos­tos. Dezenas, cen­te­nas de cidadãos for­maram filas, já na madru­gada para exper­i­men­tar o que seriam preços «nor­mais». Este tipo de cam­panha faz tanto sucesso que os seus pro­mo­tores limi­tam a quan­ti­dade de litros, senão a procura não daria conta da oferta, na última, parece-​me, foram vinte litros por consumidor.

Assim são todos os pro­du­tos. Tudo que com­pramos incide uma carga trib­utária astronômica. Outro dia um amigo fez o seguinte cál­culo: a difer­ença entre o valor do iPhone aqui no Brasil e nos EUA, daria para ele com­prar uma pas­sagem ida e volta para Nova Iorque, ficar hospedado por uns três dias, ir ao teatro e ainda sobraria um troco para o lanche. É assim com tudo.

A vida do comér­cio, do agronegó­cio, da indús­tria e do setor de serviços, ou seja, do setor pro­du­tivo do país é rec­heada de tan­tos trib­u­tos que pre­cisam de asses­so­ria espe­cial­izada para con­seguir dar conta dos mes­mos e ficar em dia com suas obrigações.

Esta é a segunda ver­dade: temos uma das car­gas trib­utárias mais ele­vadas do mundo.

Emb­ora pague­mos tan­tos trib­u­tos não temos a con­tra­partida esper­ada do Estado.

Se quer­e­mos um mín­imo de sen­sação de segu­rança, temos que pagar para viver­mos tran­ca­dos em con­domínios fecha­dos; fazer das nos­sas casas ver­dadeiras for­t­alezas, com cerca elétrica, alarmes, câmeras de videomon­i­tora­mento. Não raro pagar segu­rança privados.

Faze­mos isso em nos­sas casas e, se tiver­mos uma empresa, somos obri­ga­dos a redo­brar os cuidados.

Ape­sar de todas as pre­cauções temos que rogar a Deus, diari­a­mente, para chegar­mos vivos em casa ou no tra­balho, para não ser­mos sequestra­dos, assalta­dos, violentados.

Se pre­ten­der­mos uma edu­cação mel­hor para os nos­sos fil­hos temos que pagar por ela, por fora. Ano após ano, os indi­cadores mostram que a edu­cação pública (e tam­bém a pri­vada) patina na medioc­ridade. Ficando bem atrás de nações que nem chagam perto da sétima econo­mia do mundo.

Se pre­cisamos de atendi­mento médico temos que nos sub­me­ter a filas inter­mináveis, meses por uma con­sulta ou inter­nação, anos por uma cirur­gia. É isto ou pagar planos de saúdes caros e defi­cientes pela ausên­cia de fis­cal­iza­ção do Estado. Planos de saúde que vão encar­e­cendo a medida que os anos fazem com sejam mais necessários, não sendo raros os que cus­tam mais da metade do salário, aposen­ta­do­ria ou pen­são do trabalhador.

A infraestru­tura do país, em qual­quer setor que olhe­mos, é de fazer ver­gonha, é de causar ódio.

Esta é a ter­ceira ver­dade: os nos­sos recur­sos não estão ren­dendo nas mãos das pes­soas que escol­he­mos para gerenciá-​los.

A crise que Brasil atrav­essa e é sen­tida por todos é fruto da má gestão, da incom­petên­cia, da cor­rupção. Chama­dos à razão pelos fatos o gov­erno tem como solução impor mais trib­u­tos aos que já não fazem outra coisa além de pagá-​los; cortes na saúde, na edu­cação, nos pro­gra­mas que são con­tra­partida mín­ima à sociedade.

Nos últi­mos anos o gov­erno pegou o nosso din­heir­inho suado e saiu ban­cando obras em diver­sos países, obras estru­tu­rais, tão necessárias aqui, no nosso país; anis­tiou diver­sas out­ras nações que pegaram emprestado o nosso din­heiro; não fez nada quando out­ras nações «ami­gas» se apro­pri­aram de empre­sas brasileiras; não zelou o nosso dinheiro.

Só din­heiro o sur­ru­pi­ado da Petro­bras, esti­mam serem mais de 20 bil­hões de dólares; desvios no BNDES; desvios nos min­istérios; em todos os órgãos; nos gov­er­nos estad­u­ais; munic­i­pais; os negó­cios feitos com o claro propósito de causar pre­juízo à nação, a falta de fis­cal­iza­ção em obras e serviços, fazendo os val­ores orig­i­nais con­trata­dos, dobrarem, levando as obras a serem refeitas infini­tas vezes, daria para aliviar os cofres públicos.

Vejam tudo que foi rou­bado ao longo dos anos em lic­i­tações fraud­u­len­tas, em obras fan­tas­mas, com super­fat­u­ra­mento, serviços pagos e não presta­dos ou a menor, mer­cado­rias não entregues, tudo isso foi feito com o nosso din­heiro. Tem a mesma equiv­alên­cia que o ladrão que «bateu» nossa carteira.

Ape­sar de esta­mos sendo rou­bado esse tempo todo, o ger­ente que con­trata­mos para cuidar dos nos­sos inter­esses ao invés de impedir o roubo, fica é zan­gado com as inves­ti­gações, não quer que apure, que se busque o mal havido e se coloque os malfeitores na cadeia – vimos a própria pres­i­dente da República falar mal das delações pre­mi­adas, seus aux­il­iares e colab­o­radores, nem deve­mos falar –, pelo con­trário, querem que se ignore tudo, fin­jamos que nada de errado acontece.

Noutra quadra, para fazer face aos gas­tos, desac­er­tos, rou­bos, querem avançar mais uma vez sobre o bolso do contribuinte.

O gov­erno brasileiro age como uma don­doca daque­las que fazem do fato de serem ex-​esposa profis­são. Con­tin­uam gas­tando a não mais poderem, levando a vida na valsa porque têm um ex-​marido para bancar.

Diante da crise que país atrav­essa – e ainda que não atrav­es­sasse – é escan­daloso os cus­tos da máquina pública com mor­do­mias, cartões cor­po­ra­tivos, via­gens inter­na­cionais, des­perdí­cios, mil­hares de car­gos nomea­dos por con­veniên­cia política e que nada pro­duzem, for­tu­nas em pub­li­ci­dade e tan­tos out­ros abu­sos. O din­heiro «sobra» para os brin­cos e mimos da prefeita e para jato ou para a suíte de luxo da presidente.

As mor­do­mias e abu­sos – pelos quais pag­amos –, estão em todos os poderes, em todas as esferas. O con­tribuinte brasileiro paga por tudo: car­ros, casas, motoris­tas, mil­hares de asses­sores, adu­ladores, super­me­r­cado, ves­tuário, até pelos amantes das autori­dades. Chega a ser inacreditável.

O Brasil con­seguiu acabar com a escravidão mas não com os sen­hores. Estes con­tin­uam sendo servi­dos e servindo-​se do Estado brasileiro.

Nos Esta­dos Unidos o pres­i­dente da República pagar até o jan­tar servido na Casa Branca se o con­vi­dado é pes­soal e não do inter­esse do país. Um min­istro da Suprema Corte de lá tem como mor­do­mia, o dire­ito à vaga para estacionar.

Um par­la­men­tar inglês não recebe em um ano o que o seu sim­i­lar brasileiro recebe em um mês. A mesma coisa na Sué­cia, França, Ale­manha (onde o avião que serve a primeira min­is­tra não pode levar o seu marido sem que ele pague pela passagem).

E aqui? Aqui é essa farra sem lim­ites com o din­heiro público. Aviões da FAB já foram mobi­liza­dos até para trans­portar ami­gos de fil­hos de autori­dades que que­riam pegar um sol na piscina do Palá­cio da Alvorada.

Tudo com o meu, o seu, o nosso dinheiro.

Enten­damos, quando se fala em mal uso do din­heiro público, das mor­do­mias, dos bil­hões desvi­a­dos todos os anos estão falando do NOSSO DIN­HEIRO. Essa é a questão.

E ai, na hora que a coisa aperta a primeira medida é nos achacar. Não, assim não dar!

O povo brasileiro, não nos recusamos a um esforço de guerra para sal­var o país se não assistísse­mos a tan­tos abu­sos e absur­dos. Agora mesmo, em plena crise, o Senado aproveita para tro­car a frota, já lux­u­osa, que serve a suas excelências.

O gov­erno brasileiro – sem querer ofender a Bíblia –, muito se parece com os lírios do campo de que falava Jesus Cristo, segundo o Evan­gelho de Mateus: «Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não tra­bal­ham nem fiam; E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qual­quer deles».

Falava do nosso governo.

Abdon Mar­inho é advogado.

CINISMO.

Escrito por Abdon Mar­inho

CINISMO.

A pres­i­dente Dilma Rouss­eff aparece ao lado dos gov­er­nadores que apoiam o gov­erno. A gov­er­nanta os recebe para jan­tar com o propósito de torná-​los sócios na estraté­gia de apun­halar a sociedade brasileira.

Den­tre as medi­das de ajustes para equi­li­brar as con­tas do gov­erno, foi anun­ci­ada a pro­posta de recri­ação da Con­tribuição Pro­visória sobre Movi­men­tação Finan­ceira — CPMF, segundo infor­mam, com prazo preesta­b­ele­cido de qua­tro anos (imag­inem se fosse per­ma­nente). Infor­mam, ainda, que o pro­duto da arrecadação destina-​se, exclu­si­va­mente, a pagar aposen­ta­do­rias e pensões.

A pre­visão de arrecadação é de 32 bil­hões de reais, com a alíquota de 0,20% (zero vír­gula vinte por cento). Como já se tornou tradição, colo­cam a culpa nos vel­hin­hos, nas viú­vas, nos que pre­cisam, para jus­ti­ficar a cri­ação de uma taxa em efeito cas­cata sobre qual­quer movi­men­tação finan­ceira que faze­mos. Se trans­ferir­mos mil reais para um irmão, sobre esta movi­men­tação, o gov­erno «tunga» seu per­centual; se esse irmão uti­liza esse din­heiro para pagar uma conta, o gov­erno fica com seu pedaço, e assim, sucessivamente.

Parece insignif­i­cante. Não é. O gov­erno no fim das con­tas acaba por trib­u­tar esse mesmo recurso infinitamente.

O gov­erno sabe que é difí­cil con­seguir a aprovação desta medida. O que faz? Escala os gov­er­nadores – a maio­ria com seus esta­dos pas­sando por difi­cul­dades –, para ajudá-​lo con­ven­cendo as ban­cadas estad­u­ais a votarem a matéria de inter­esse do executivo.

Aí entra, mais uma vez a chan­tagem às cus­tas dos con­tribuintes. Caso topem aju­dar o gov­erno, a alíquota pre­vista de 0,20%, pas­sará para 0,38%, os 0,18% será repas­sa­dos aos gov­er­nadores dos esta­dos para equi­li­brarem suas finanças.

Não só a alíquota, como a arrecadação, prati­ca­mente, dobram. Mais uma vez, às cus­tas dos con­tribuintes, que já pagam umas das maiores car­gas trib­utárias do mundo, sem ter qual­quer con­tra­partida em serviços públi­cos. Se quis­er­mos estu­dar, temos que pagar mel­hores esco­las, se pre­cisamos de atendi­mento médico, temos que custear planos de saúde.

Nos­sos impos­tos só servem mesmo para sus­ten­tar os des­man­dos de gov­er­nos perdulários.

Ao acionar os gov­er­nadores para uma ação orquestrada con­tra a pop­u­lação, podemos dizer que esta­mos diante do crime de quadrilha. Quem, difer­ente de quadrilhas, tra­bal­ham jun­tos e depois divi­dem o butim?

A questão da CPMF é ape­nas uma pequena amostra do suposto ajuste prometido pelo gov­erno para equi­li­brar as finanças públi­cas que esfarelou dev­ido à incom­petên­cia geren­cial da gestão.

Tanto a pres­i­dente Dilma Rouss­eff quanto seu ante­ces­sor, mais pre­ocu­pa­dos com seus pro­je­tos políti­cos que com o des­tino do Brasil «cavaram» a conta que agora ten­tam espetar em nós contribuintes.

Um estudo, ainda que super­fi­cial do tal ajuste, mostra que o grosso da conta quem a pagará, mais uma vez, é a sociedade.

A maior parte da conta será paga através da famiger­ada CPMF.

Mas pagará, tam­bém, com o corte nos pro­gra­mas soci­ais; o corte na saúde; o corte na edu­cação, etc.

O gov­erno, nem de longe, cogita reduzir, para um pata­mar razoável, a máquina pública. O corte de uns poucos min­istérios, meia dúzia de car­gos comis­sion­a­dos, rep­re­sen­tarão ape­nas uma econo­mia de 200 mil­hões. Nada, diante dos cus­tos que ten­tam impor a sociedade.

A bola de todas as vezes para pagar conta dos seus abu­sos e desac­er­tos, será minha, sua, nossa.

As mil­hares de «boquin­has» dos par­tidos ali­a­dos con­tin­uam, prati­ca­mente, intocáveis. A cor­rupção con­tinua sendo tratada por este gov­erno como mérito.

Ai, apare­cem ao público como se estivessem fazendo grande coisa quando na ver­dade, estão tirando dos mais pobres para con­tin­uar a sus­ten­tar uma máquina pública mas­todôn­tica e o tal ajuste é uma conta empurrada para toda a sociedade pagar.

Não bas­tasse colo­car toda a conta no pun­hal cravado na costa do cidadão, fazem isso depois que o tornou mais pobre. Esperou a inflação subir, o dólar dis­parar, os juros ficarem nas alturas, o país perder o grau de inves­ti­mento, para apre­sentarem a solução para o prob­lema cri­ado, em todos os sen­ti­dos, por eles próprios.

Ora, se sabiam que tin­ham que ajus­tar as con­tas, ainda que colocando-​a para os de sem­pre pagar, por que não fiz­eram isso antes? Por que esperar a situ­ação chegar onde chegou?

Este é o gov­erno da ver­gonha. Não sabiam de tudo isso? Além de incom­petên­cia pade­cem da asnice?

Cíni­cos. Isso é o que são.

Abdon Mar­inho é advogado.

CALA-​TE!

Escrito por Abdon Mar­inho

CALA-​TE!

É a Pitá­go­ras de Samos, matemático e filó­sofo grego, que nos legou seu famoso teo­rema (Em qual­quer triân­gulo retân­gulo, o quadrado do com­pri­mento da hipotenusa é igual à soma dos quadra­dos dos com­pri­men­tos dos cate­tos), a quem deve­mos outro ensi­na­mento, tam­bém rel­e­vante, entre tan­tos out­ros, com uma frase certeira, afir­mou: «Cala-​te ou diga coisas que val­ham mais que o silêncio».

Tal ensi­na­mento nunca foi tão atual.

O Brasil, que desde 2008, era uma nação onde as agên­cias de avali­ação de risco faziam recomen­dação de inves­ti­men­tos à banca inter­na­cional, perdeu a recomen­dação. O nosso país pas­sou a ser visto lá fora, e tam­bém, por muitos, aqui den­tro, como um país que não mais pos­sui condições de pagar suas con­tas, com poten­cial para dar calote aos seus credores.

Esta avali­ação – e as out­ras que se seguirão –, já era mais que esper­ada, prin­ci­pal­mente após o próprio gov­erno, num surto de incom­petên­cia cole­tiva jamais visto, ter envi­ado ao Con­gresso Nacional um orça­mento já deficitário em mais de trinta bil­hões, e apon­tando receitas, que não se sabe exe­quível, o que poten­cial­iza esse déficit bem mais.

Pois bem, todo mundo, ao menos os que pen­sam de forma racional, externou grande e genuína pre­ocu­pação, com o rebaix­a­m­ento do país que, num exem­plo sin­gelo, ficou basi­ca­mente, sem crédito na praça, e que, se fosse um cidadão, equiv­a­le­ria dizer, que foi inscrito na SERASA ou no SPC, com crédito só em algu­mas empre­sas, que não exigem nome «limpo» ou no, igual­mente famoso, mer­cado finan­ceiro infor­mal, um eufemismo para agio­tas, que cobram juros tip­i­fi­ca­dos no Código Penal.

A pre­ocu­pação de todos nós, não tem nen­huma razão de ser para o gênio de Garan­huns, tam­bém con­hecido por Luís Iná­cio Lula da Silva. Para ele, o rebaix­a­m­ento do país não sig­nifica nada. Nas suas palavras: «Isso não sig­nifica nada. Sig­nifica que ape­nas a gente não pode fazer o que eles querem. A gente tem que fazer o que gente quer». A colo­cação em si – nem é pelo vazio de con­teúdo –, não faz qual­quer sentido.

Faz menos sen­tido, ainda, quando con­frontada com as colo­cações que fez quando o Brasil rece­beu o grau de inves­ti­mento. São suas estas palavras: «Eu não sei nem falar dire­ito essa palavra (invest­ment grade), mas, se a gente for traduzir isso para uma lin­guagem que os brasileiros enten­dam, o Brasil foi declar­ado um país sério, que tem políti­cas sérias, que cuida das suas Finanças com seriedade e que, por isso, pas­samos a ser mere­ce­dores de uma con­fi­ança inter­na­cional que há muito tempo o país neces­si­tava». Pois bem, quando o país estava bem neces­si­tava da con­fi­ança do mundo, agora que não con­segue fechar o orça­mento anual – coisa que até Sat­ubinha con­segue –, não pre­cisa mais. Cala-​te, Lula, ou dizes algo que valha mais que o teu silêncio.

Mas do sen­hor Lula já é esper­ado este tipo de rompante. Ele é um dos poucos cidadãos que se orgulha de ser igno­rante, de nunca ter lido um livro, e do primeiro diploma que rece­beu ter sido o de pres­i­dente, con­ce­dido pelo povo brasileiro.

Diploma que faz questão de enxovalhar.

Não se espera com­por­ta­mento idên­tico, é de pes­soas inteligentes e que não ten­ham neces­si­dade de fazer pros­elit­ismo político, saiam a endos­sar as tolices ditas pelo ex-​presidente, e que ainda as aplaudam.

O salão de atos do Palá­cio do Planalto estava repleto de autori­dades aplaudindo quando con­seguimos o grau de inves­ti­mento em 2008, destes, muitos agora saem a aplaudir as palavras do ex-​presidente na sua tola afir­mação. Estavam cer­tos lá atrás ou agora?

Vejamos o caso do gov­er­nador Flávio Dino, o Maran­hão inteiro, sem­pre o teve na conta de uma pes­soa muito inteligente, tanto assim, que até con­fun­dem com a arrogân­cia suas expli­cações com ar professoral.

Tão inteligente que dizem chegar a rivalizar-​se com Ricardo Murad, no cargo de pro­fes­sor de Deus, ele por saber, o segundo por pen­sar que sabe e acred­i­tar pia­mente nisso.

Pois bem, desde que assumiu o cargo, o gov­er­nador danou-​se a dizer e a escr­ever tolices.

Antes de vir aplaudir o Lula por sua colo­cação de que o rebaix­a­m­ento da nota do Brasil nada sig­nifica, argu­men­tando, para tanto que o país vivia bem antes 2008, resolveu tornar-​se uma espé­cie de fiador do gov­erno Dilma, recebendo-​a em evento fechado para que somente ouvisse aplau­sos, e endos­sando todos os desacertos.

Aqui cabe uma expli­cação lat­eral. Difer­ente do que muitos pen­sam, estas man­i­fes­tações não são meros arrou­bos de uma mil­itân­cia juve­nil ou que ele imag­ina poder fazer algo para con­ter o esfar­in­hamento do gov­erno Dilma, do seu par­tido e de suas lid­er­anças. Nada disso, ele sabe que não tem volta, o gov­erno Dilma ou acaba agora ou pas­sará o resto do tempo que falta, san­grando, se esvaindo. Tão pouco pensa em ter apoio do gov­erno fed­eral em obras de grande de monta para o Maran­hão, sabe que nestes tem­pos isso não virar, assim como não virá o comando dos car­gos fed­erais no estado, estes perte­cem ao espólio do ex-​presidente Sar­ney, como, aliás, sem­pre foi.

O ver­dadeiro obje­tivo do gov­er­nador é projetar-​se e her­dar o que sobrar do patrimônio político do petismo em âmbito nacional.

Aí que reside a tolice, a ênfase com que se expõe, ainda que atraía os poucos que ainda apoiam o gov­erno, atrai todo o sen­ti­mento con­trário ao gov­erno, o que não é pouca coisa.

Outra tolice – e essa sem qual­quer chance de ganho –, foi o trata­mento de menosprezo com que tra­tou a grave crise que atrav­essa o Rio Grande do Sul. Não com­porta a um gov­er­nador de estado dizer não querer que seu estado se trans­forme noutro ente fed­er­ado, sobre­tudo quando diante de uma situ­ação tão dramática. É, no mín­imo, uma indelicadeza.

Quando o gov­er­nador gaú­cho anun­ciou que não teria condições de pagar o salário do fun­cional­ismo – fez isso pes­soal­mente, sem se valer de inter­mediário algum –, estava, prati­ca­mente, chorando pela decisão, visivel­mente emo­cionado, com olhos mare­ja­dos. E olhem que ele, pouca, ou nen­huma, culpa tem do caos econômico que passa aquele estado. O caos é ori­undo das políti­cas equiv­o­cadas do ante­ces­sor. As mes­mas que o gov­er­nador maran­hense defende no âmbito federal.

A analo­gia foi tola, ainda, por descon­sid­erar o fato de que, enquanto o RS fora admin­istrado por um gov­er­nador afi­nado com ele, Dino, o MA era admin­istrado por seus adver­sários. Ao dizer não querer que aquela real­i­dade se repro­duza aqui, sig­nifica recon­hecer os desac­er­tos cometi­dos lá e os pos­síveis acer­tos daqui. Ao menos dev­e­ria. Ou isso ou calar-​se.

Igual­mente tolo é o des­en­con­tro exis­tente em torno da ação rescisória con­tra os 21,7% con­ce­di­dos à parte do fun­cional­ismo. Não trata aqui de dis­cu­tir a quem assiste razão. Mas sim, do gov­erno assumir uma posição. A ação foi pro­posta pelo gov­erno na gestão ante­rior, certo, mas o atual gov­erno a encam­pou, se não a quisesse pode­ria ter desis­tido. Não cabe é beneficiar-​se do resul­tado e atribuir o des­gaste à ante­ces­sora. Se é para dizer algo assim, mel­hor seria o silên­cio, calar-​se.

Os gov­er­nos não podem e não devem agradar a todos, se ten­tam fazer isso, cer­ta­mente, vão fra­cas­sar. Mas os gestores têm o dever de assumir os riscos de con­trariar inter­esses seto­ri­ais mostrando para a sociedade que isso é feito den­tro inter­esse maior de todos.

Se vai usar argu­men­tos vazios ou desprovi­dos de sin­ceri­dade o mel­hor cam­inho é calar-​se.

Abdon Mar­inho é advogado.