AbdonMarinho - RSS

4934 Irv­ing Place
Pond, MO 63040

+1 (555) 456 3890
info@​company.​com

ELEIÇÕES 2016: O QUE PODE E O QUE NÃO DEVE FAZER O PRÉ-​CANDIDATO.

Escrito por Abdon Mar­inho

ELEIÇÕES 2016: O QUE PODE E O QUE NÃO DEVE FAZER O PRÉ-​CANDIDATO.

Como é do con­hec­i­mento de todos as regras eleitorais, sobre­tudo no que se ref­ere às cam­pan­has se tornaram bas­tante restri­ti­vas. Os estu­diosos e leg­is­ladores enten­dem, não sei se com acerto ou não, que está nas cam­pan­has políti­cas a origem de todos os males nacionais.

Firmes neste sen­ti­mento edi­taram nor­mas lim­i­tando o gasto nas cam­pan­has, restringi­ram o finan­cia­mento aos recur­sos próprios dos can­didatos, desde que pos­suam ori­gens; recur­sos do fundo par­tidário; e doação de pes­soas físi­cas – lim­i­tadas a dez por cento da renda auferida no exer­cí­cio ante­rior e con­ferida com a declar­ação prestada à Sec­re­taria da Receita Fed­eral. Os eleitores poderão con­tar a fazer gas­tos dire­tos e não reem­bol­sável com seus can­didatos desde que esse gasto não ultra­passe a R$ 1.064 (hum mil e sessenta e qua­tro reais), a par­tir deste valor as doações terão que ser feitas através de depósito iden­ti­fi­cado à conta do candidato.

Outra medida fes­te­jada é a redução da cam­panha de 90 para 45 dias.

Pois bem, como sabe­mos os pos­tu­lantes às eleições vin­douras já estão se artic­u­lando, bus­cando apoios, con­hec­i­mento aos eleitores, etc,

E, é sobre isso que ire­mos tratar.

Como sabe­mos o jogo político ficaria muito desigual se os pre­ten­sos can­didatos só pudesse fazer os atos políti­cos à par­tir de 16 de agosto con­forme reza o cal­endário eleitoral. Pen­sando nisso o leg­is­lador insti­tuiu a figura da “pré-​campanha”, onde o eleitor poderá con­hecer os pos­síveis candidatos.

As con­du­tas per­mi­ti­das estão explic­i­tadas na leg­is­lação, a Res­olução TSE 23.457, de 15 de dezem­bro de 2015, esta­b­elece quais:

Art. 2º Não con­fig­u­ram pro­pa­ganda eleitoral ante­ci­pada, desde que não envolvam pedido explíc­ito de voto, a menção à pre­tensa can­di­datura, a exal­tação das qual­i­dades pes­soais dos pré-​candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cober­tura dos meios de comu­ni­cação social, inclu­sive via Internet:

I — a par­tic­i­pação de fil­i­a­dos a par­tidos políti­cos ou de pré-​candidatos em entre­vis­tas, pro­gra­mas, encon­tros ou debates no rádio, na tele­visão e na Inter­net, inclu­sive com a exposição de platafor­mas e pro­je­tos políti­cos, obser­vado pelas emis­so­ras de rádio e de tele­visão o dever de con­ferir trata­mento isonômico;

II — a real­iza­ção de encon­tros, sem­i­nários ou con­gres­sos, em ambi­ente fechado e a expen­sas dos par­tidos políti­cos, para tratar da orga­ni­za­ção dos proces­sos eleitorais, da dis­cussão de políti­cas públi­cas, dos planos de gov­erno ou das alianças par­tidárias visando às eleições, podendo tais ativi­dades ser divul­gadas pelos instru­men­tos de comu­ni­cação intrapartidária;

III — a real­iza­ção de prévias par­tidárias e a respec­tiva dis­tribuição de mate­r­ial infor­ma­tivo, a divul­gação dos nomes dos fil­i­a­dos que par­tic­i­parão da dis­puta e a real­iza­ção de debates entre os pré-​candidatos;

IV — a divul­gação de atos de par­la­mentares e de debates leg­isla­tivos, desde que não se faça pedido de votos;

V — a divul­gação de posi­ciona­mento pes­soal sobre questões políti­cas, inclu­sive nas redes sociais;

VI — a real­iza­ção, a expen­sas de par­tido político, de reuniões de ini­cia­tiva da sociedade civil, de veículo ou meio de comu­ni­cação ou do próprio par­tido, em qual­quer local­i­dade, para divul­gar ideias, obje­tivos e pro­postas partidárias.

Observem, que as despe­sas decor­rentes destes atos – para as ativi­dades que envolva cus­tos – devem cor­rer às expen­sas dos par­tidos políticos.

Sou da opinião que atos de pro­moção que deixem de obser­var estes lim­ites, não só sujeitam os pré-​candidatos à multa por pro­pa­ganda ante­ci­pada – além da reti­rada da mesma – que vai de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) como pode ense­jar a rep­re­sen­tação por abuso do poder econômico, etc.

A Justiça Eleitoral e diver­sas enti­dades da sociedade civil prom­e­tem vig­ilân­cia cer­rada aos atos que não este­jam pre­vis­tos na leg­is­lação. O que vai ao encon­tro as recomen­dações que temos feito aos pos­tu­lantes a mandato eletivo.

Agora mesmo, com a prox­im­i­dade do período momesco, muitos me indagam se podem finan­ciar blo­cos car­navale­scos ou colo­carem seus nomes em abadás.

A recomen­dação que faço quanto a isso é que NÃO FAÇAM nem uma coisa e muito menos a outra. Primeiro que finan­ciar blo­cos e gravar nomes em abadás não estão pre­vis­tos na relação de atos que podem ser prat­i­ca­dos. Segundo, que isso nunca deu um voto a ninguém. Isso sem con­tar que, cer­ta­mente, esse tipo de práti­cas poderão trazer abor­rec­i­men­tos bem maiores e além das mul­tas previstas.

A mesma recomendo serve para out­ras coisas como finan­ciar retiros espir­i­tu­ais, finan­ciar shows, piqueniques, torneios, etc. FUJAM DISSO.

O mesmo cuidado devem ter os gestores públi­cos, desde 1º de janeiro muitas con­du­tas, até então tidas como nor­mais, podem ser enquadradas como con­du­tas vedadas nos ter­mos da Lei 9.504÷97.

Nos tex­tos seguintes abor­dare­mos out­ros temas rela­ciona­dos as eleições 2016.

Abdon Mar­inho é advogado.

(texto sem correrão.)

NO INTER­ESSE DA VERDADE.

Escrito por Abdon Mar­inho

NO INTER­ESSE DA VERDADE.

CON­CLUÍ o curso de dire­ito na Uni­ver­si­dade Fed­eral do Maran­hão — UFMA em 1996. Já se vão vinte anos. Muito tempo. Pois bem, já há alguns anos antes, quando tra­bal­hava como asses­sor na Assem­bleia Leg­isla­tiva, con­heci o tra­balho desen­volvido pelo advo­gado Luís Antônio Pedrosa, na defesa dos dire­itos humanos e da cidada­nia, sem­pre envolvido nas causas de inter­esse da comu­nidade, dos tra­bal­hadores rurais e urbanos, dos menos favore­ci­dos e dos marginalizados.

Acho que bem poucos nesta ilha de São Luís descon­hecem estes fatos.

O gov­er­nador Flávio Dino e seus asses­sores cer­ta­mente não estão entre os que descon­hecem. Acho, se não me falha a memória, que foram con­tem­porâ­neos de UFMA.

O advo­gado Antônio Pedrosa, por estes dias, pelo li, fez uma grave denún­cia, teria dito que o gov­erno do estado, para con­seguir reduzir a vio­lên­cia, crimes, mor­ticínios, den­tro do presí­dio de Pedrin­has, teria feito con­cessões impróprias e inde­v­i­das às facções criminosas.

Trata-​se de uma acusação de gravi­dade impar. Diante dela o que se esper­ava e ainda se espera das autori­dades, dos asses­sores gov­er­na­men­tais e, até mesmo, do gov­er­nador, seria uma man­i­fes­tação for­mal con­te­s­tando o afir­mado pelo advo­gado; que se dissesse, e provasse, que o que fora dito não cor­re­sponde à realidade.

Não foi o que aconteceu.

Ao invés da refu­tação cabal do afir­mado, viu-​se uma ten­ta­tiva de desqual­i­fi­cação da denún­cia e do denun­ciante. Algo vil que vai de encon­tro ao que se espera de um gov­erno com­pro­metido com as boas práticas.

Como dito, o advo­gado é pes­soa pública, con­hecida de todos, com quase trinta anos de lutas em defesa das causas lig­adas aos dire­itos humanos. Não bas­tasse suas palavras, a Sociedade Maran­hense de Defesa dos Dire­itos Humanos, as endos­sou e cor­roborou com o que foi dito.

Denún­cias com este nível de gravi­dade não com­porta que as autori­dades ven­ham com expli­cações lat­erais, muito menos, que, dire­ta­mente, ou através dos con­tu­mazes adu­ladores, par­tam para a desqual­i­fi­cação dos denunciantes.

O gov­erno – qual­quer gov­erno –, tem o dever de esclare­cer a pop­u­lação as medi­das tomadas, suposta­mente, em seu ben­efi­cio, ainda mais quando tais medi­das são ques­tion­adas por enti­dades e pes­soas que, até onde sabe­mos, são pos­suido­ras de idoneidade.

Não é razoável que autori­dades se furtem a respon­der a questões tão sérias, mais que isso, que ten­tem, dire­ta­mente ou através de inter­postas pes­soas, desmere­cer as denún­cias e aos denunciantes.

Uti­lizam de uma argu­men­tação sur­rada, por vezes risível, na ten­ta­tiva de desmere­cer denún­cias sérias. Alguns, mais descara­dos, chegaram ao ponto de acusar o advo­gado Pedrosa de ser um «sar­ne­y­sista», um viúvo do antigo régime. Trinta anos de vida pública opondo-​se aos gov­er­nos lig­a­dos ao ex-​presidente e, de repente, o advo­gado descobre-​se e é descoberto, como sendo um fiel ali­ado de Sar­ney. Deve ter sido uma pena que isso tenha acon­te­cido depois que o grupo perdeu as eleições após quase meio século de mando. Que falta de sorte, mudar de lado justo quando deixaram o poder, não podendo usufruir das suas benesses. É ridículo, é patético, é uma falta de ver­gonha na cara virem com tais argumentos.

Uma iro­nia a ser reg­istrada é que a maio­ria deste tipo de argu­men­tação – os mais risíveis e absur­dos – parte de pes­soas que nunca, pouco ou nada, fiz­eram por causa nen­huma, nunca se expuseram na defesa de nada, muitos, pelo con­trário, sem­pre se servi­ram das migal­has que caiam das mesas dos poderosos. Tornaram-​se doutores na arte da adulação.

A questão da segu­rança pública é emer­gen­cial. Não con­heço nesta ilha, neste estado ninguém que se diga sen­tir mais seguro que há dois, três, cinco, dez anos atrás. E não adi­anta as autori­dades virem com estatís­ti­cas de que con­seguiram reduzir o número de homicí­dios – ainda que seja ver­dade, emb­ora haja divergên­cias da Sociedade Maran­hense de Defesa dos Dire­itos Humanos con­tes­tam os dados apre­sen­ta­dos –, isso, por si só, pouco sig­nifica no côm­puto geral da vio­lên­cia, pois tive­mos, no mesmo período, aumento do roubo a ban­cos, cor­reios, comér­cios e residên­cias; assaltos a ônibus são cada vez mais fre­quentes; roubo de veícu­los são con­stantes, quase sem­pre, com vio­lên­cia con­tra as víti­mas. Até as esco­las da rede pública viraram alvos dos mar­gin­ais, de onde levam, desde os per­tences dos alunos e pro­fes­sores ao mate­r­ial didático e a ali­men­tação dos mesmos.

Agora mesmo, enquanto escrevo este texto, mais um banco é assaltado no inte­rior e a pop­u­lação está apa­vo­rada den­tro de casa com medo do tiroteio. Hoje é Gonçalves Dias, ontem foi Gra­jaú, Icatu, sei lá mais quantos.

Outro dia ouvi um fato pitoresco: uma amiga me con­tava que uma colega sua sua tivera o carro arrom­bado e os seus per­tences lev­a­dos. Perguntei-​lhe onde o fato se dera. Respondeu-​me com nat­u­ral­i­dade: – ali, nas prox­im­i­dades do Par­que do «Mau Menino». Onde?! Foi que percebi que mudaram o nome do famoso logradouro público em hom­e­nagem à real­i­dade em que vive.

Estas, entre tan­tas out­ras, são as pre­ocu­pações da sociedade e não essa dis­putinha tolo que travam diari­a­mente nos meios de comu­ni­cação. O que nos inter­essa como cidadãos, é a ver­dade e não a infor­mação manip­u­lada e distorcida.

As autori­dades pre­cisam com­preen­der que nem todos os cidadãos estão pre­ocu­pa­dos com essa guerra política onde qual­quer um que ques­tiona passa a ser alguém fazendo o jogo do adversário.

Se pudessem parar com esse tipo de bobagem a sociedade e o estado agradeceriam.

Abdon Mar­inho é advogado.

IMO​BIL​IARIA​.GOV​.BR

Escrito por Abdon Mar­inho

IMOBIL​IARIA​.GOV​.BR

HOUVE um tempo em que os gov­er­nantes se pre­ocu­pavam e se ocu­pavam com a con­strução de grandes obras para sedi­arem suas admin­is­trações, palá­cios mag­ní­fi­cos, ver­dadeiros sím­bo­los do poder. Se não era o certo a se fazer, ao menos a pos­teri­dade her­dou estas ver­dadeiras joias da arquitetura.

Ainda hoje existe quem faça essas obras mon­u­men­tais para sedi­arem admin­is­trações públi­cas no Brasil. Entre­tanto, de uns tem­pos para cá, outro fenô­meno tenho detec­tado e denun­ci­ado: o excesso de aluguéis – e nos val­ores dos mes­mos – de imóveis para sedi­arem órgãos públicos.

A prática e os abu­sos têm se tor­nado comuns. São rep­re­sen­tações de min­istérios, órgãos judi­ciários, do min­istério público e até da polí­cia. Outro dia li sobre uma grave denún­cia envol­vendo o aluguel de pré­dio, pelo gov­erno fed­eral, para servir à Agên­cia Nacional de Trans­porte Ter­restre — ANTT.

No Maran­hão, a prin­ci­pal avenida da cap­i­tal, Avenida dos Holan­deses, é coal­hada de pré­dios alu­ga­dos para servir aos gov­er­nos fed­eral e estad­ual. Aqui, com a des­culpa de mel­ho­rar a aces­si­bil­i­dade, a efeito deletério é maior, além dos gasto com aluguéis de tais imóveis, há o esvazi­a­mento do cen­tro da cidade o que facilita a «tomada» do espaço pela ação dos mar­gin­ais (os outros).

Além da holan­deses, diver­sos out­ros imóveis estão sendo loca­dos – numa fre­quên­cia supe­rior ao nor­mal –, em pon­tos nobres da cidade, para servir a órgãos dos gov­er­nos, fed­eral, estad­ual, munic­i­pal, do min­istério público, da justiça e até das policiais.

Quase tão comum quanto a prática do aluguel, são as infini­tas denún­cias de que aluguel este ou aquele foi feito com o propósito de favore­cer este ou aquele fig­urão, que fulano ou sicrano «gan­hou» o seu para inter­me­diar o negócio.

Se há fundo de ver­dade em tais denún­cias, não temos como saber. Entre­tanto, não é de bom alvitre que pairem dúvi­das sobre a ação de gov­er­nos e de órgãos que dev­e­riam zelar pela boa e reg­u­lar apli­cação dos recur­sos públi­cos, etc. e tal. Ao serviço público dev­e­ria imperar a máx­ima de César ao referir-​se à esposa de então: não basta ser hon­esta, tem que parecer.

A prática, exis­tente há anos no Estado do Maran­hão, só chama a atenção quando se divulga o valor men­sal do con­trato de aluguel de deter­mi­na­dos órgãos: – Tudo isso, por aquele imóvel?! Fora isso, passa em branco para a sociedade e órgãos de con­t­role, o quanto se gasta com a farra.

Mas, a quem dev­e­ria des­per­tar atenção, se até o Min­istério Público Estad­ual, aluga imóveis pelo estado inteiro, e até a sede das pro­mo­to­rias da cap­i­tal e seus anexos fun­cionam em pré­dios alu­ga­dos há quase dez anos? Quanto mil­hões foram gas­tos? Quan­tos seriam econ­o­miza­dos se estivessem em pré­dios próprios e cen­tral­iza­dos? Enx­er­gar o cisco no olho alheio quando se omite na trave que o cega, seria inco­er­ente, não?

Até acho com­preen­sível que os municí­pios, sobre­tudo os mais pobres, paguem aluguéis para o fun­ciona­mento de seus órgãos, pois não têm recur­sos para con­strução de nada. Nos últi­mos anos, mal con­seguem man­ter os serviços bási­cos funcionando.

Emb­ora com difi­cul­dades, os esta­dos e a União pos­suem mais recur­sos que aque­les municí­pios, pode­riam, per­feita­mente, con­struir ou adquirir sua própria estru­tura física para man­ter o fun­ciona­mento dos seus órgãos.

Agora mesmo, a uma emis­sora de rádio, o gov­er­nador Flávio Dino declarou haver econ­o­mizado R$ 300 mil­hões com o corte de exces­sos na máquina pública. Fico imag­i­nando quanto mais não teria econ­o­mizado se não tivesse que pagar tan­tos aluguéis, por tanta locação.

Aliás, por que não aproveitar esse momento de aus­teri­dade, e, ao invés de pagar aluguéis, pedir o sac­ri­fí­cio dos servi­dores públi­cos para se espre­merem por um tempo mais na estru­tura pública já exis­tente, pegar esse din­heiro e con­struir um Cen­tro Admin­is­tra­tivo para Estado do Maranhão?

Ora, ali mesmo, nas prox­im­i­dades do Palá­cio Hen­rique de La Roque, onde já estão diver­sas sec­re­tarias e órgãos públi­cos, existe espaço para a con­strução de uma boa estru­tura. Se for insu­fi­ciente é só atrav­es­sar a avenida e uti­lizar parte da área hoje ocu­pada pelo quar­tel da PMMA, trans­ferindo a cav­alaria para outro espaço (vamos com­bi­nar que não faz muito sen­tido se criar cav­a­los em pleno Renascença).

Com bons arquite­tos e engen­heiros, um pro­jeto mod­erno, arro­jado e sus­ten­tável, tenho certeza que o Maran­hão gan­haria muito mais que pagando locações – que no fim das con­tas são peque­nas for­tu­nas a for­rar o bolso de uns poucos e já abas­ta­dos cidadãos.

Isso vale para tudo. Pre­cisamos de um quar­tel de bombeiros na praia? Por que não usar a estru­tura ou con­struir um na área do IPEM? Ou em um pedaço da área do cír­culo mil­i­tar? Quar­tel é uma das coisas mais fáceis de ser con­struí­das – mesmo porque a vida em caserna é para ser austera, não pre­cisam de piscina, sauna, hidro­mas­sagem –, não pre­cisa de muita coisa. Um mês, no máx­imo dois, teríamos um quar­tel e nos livraríamos do peso do aluguel da man­são da Avenida Litorânea.

Alguns gênios – pes­soas que cer­ta­mente sabem muito mais que eu –, sus­ten­tam ser mais van­ta­joso para o Estado pagar aluguel que man­ter seus órgãos em pré­dios próprios. Não sei no que se baseiam. Diante do argu­mento bisonho de que alu­gar é mel­hor que ter, lem­bro do que dizia meu pai. Ele que era um homem rude, ser­tanejo acos­tu­mado com as difi­cul­dades da vida, anal­fa­beto por parte de pai, mãe e parteira, cos­tu­mava dizer que pagar aluguel era dar din­heiro ao «cão», pois ele nunca voltava e você con­tin­u­ava sem nada.

Os tem­pos eram out­ros, ape­sar disso, fico com o que achava meu pai.

Abdon Mar­inho é advogado.