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ELEIÇÃO E RAZÃO.

Escrito por Abdon Mar­inho

ELEIÇÃO E RAZÃO.

Por Abdon Marinho.

COM a rede­moc­ra­ti­za­ção do Brasil, em 1985, no ano seguinte o Par­tido do Movi­mento Democrático Brasileiro — PMDB, fez a “festa”, como par­tido (na ver­dade movi­mento) que fiz­era oposição ao régime mil­i­tar, levou o espólio, elegeu o maior número de gov­er­nadores, senadores e dep­uta­dos. Chegaram a ser com­parado ao maior par­tido do ocidente.

Pois bem, den­tre os eleitos estava Waldir Pires, líder político extra­ordinário, pes­soa das mais impor­tantes da história do país, tendo sido escol­hido por Tan­credo Neves para com­por o primeiro min­istério da chamada “Nova República”.

A despeito de toda as cre­den­ci­ais a gestão de Pires frente ao gov­erno da Bahia não foi das mel­hores.

Ao tér­mino do quadriênio (e até antes dele) se ouvia dos baianos mais lúci­dos: — não con­heço pes­soa mais cor­reta, hon­esta e séria que o Waldir, mas para d “jeito” e admin­is­trar a Bahia só mesmo o ACM.

Referia-​se, ao ex-​governador da Bahia, Anto­nio Car­los Mag­a­l­hães, que durante toda a ditadura foi “homem forte” e lhe deu suporte.

Com curiosi­dade, tenho assis­tido, nes­tas eleições, os ali­a­dos e par­tidários do can­didato do PT, sen­hor Fer­nando Had­dad, dis­tribuírem seu cur­rículo, apresentando-​o como advo­gado, pro­fes­sor, filó­sofo e tan­tas out­ras indis­cutíveis cre­den­ci­ais. Entre­tanto – e essa a razão do meu estran­hamento –, omitem uma infor­mação das mais rel­e­vantes: que ele, há dois anos, era prefeito e admin­is­trava o quarto maior orça­mento do país: o orça­mento da cidade de São Paulo. O próprio can­didato comete essa “fraude” con­tra os eleitores.

A sua prin­ci­pal fala nos pro­gra­mas de rádio e tele­visão e o can­didato falando do fez quando min­istro. Fazendo questão de assen­tar que foi min­istro no mel­hor momento do país.

Ques­tion­ado sobre sua gestão na primeira entre­vista com can­didato ale­gou a crise que tomou de conta do pais a par­tir de 2012. Ora, só sabe gerir nos momen­tos de bonança? Só navega em mares cal­mos? Só pilota em céu de brigadeiro?

A razão da omis­são é bem sim­ples: como sabe­mos, a gestão do sen­hor Had­dad frente à prefeitura de São Paulo foi tão desas­trosa que que ele perdeu a eleição ainda no primeiro turno. Mas não foi uma sim­ples der­rota a que qual­quer um está sujeito, ele perdeu até para os “votos bran­cos”. Isso mesmo, na der­rota em primeiro turno das eleições de 2016, ele perdeu até para os “votos em branco”, obtendo, salvo engano, cerca de 14%(quatorze por cento) votos.

Ora, como ousam pedir votos para alguém que pas­sando pelo teste da gestão não con­seguiu o crédito para con­tin­uar admin­is­trando um municí­pio e, pior, saiu com uma rejeição de mais mais de 85% (oitenta e cinco por cento) dos administrados?

A expli­cação para o fra­casso dada pelo sen­hor Had­dad chega a ser bisonha. Crit­ica a crise. Ora, a crise que se aba­teu no país a par­tir de 2012, não foi moti­vada por fatores exter­nos, não foi cau­sada por seus adver­sários.

A crise que, segundo ele mesmo, o impediu de fazer um bom gov­erno – mesmo admin­is­trando o quarto orça­mento da nação –, foi cau­sada por seu próprio par­tido no gov­erno fed­eral desde o ano de 2003.

Essa mesma crise a qual culpa ainda não arrefe­ceu e se encon­tra bem maior na esfera fed­eral que num municí­pio rico como São Paulo.

Então, como per­gun­tar não ofende, como pre­tende resolver a crise aguda se não con­seguiu admin­is­trar um municí­pio no qual a crise não era tão aguda assim?

Sim, meus sen­hores, quando a crise chega ao Municí­pio de São Paulo a ponto de jus­ti­ficar uma admin­is­tração desas­trosa é porque no resto do país ela é bem maior.

A mais das con­tas, inúmeros out­ros gestores, com os municí­pios em situ­ação piores que o Municí­pio de São Paulo con­seguiram fazer gestões razoáveis, boas e até exce­lentes e, por isso, foram reeleitos, muitos no primeiro turno daque­las eleições.

A mim soa estranho que o gestor que não teve êxito, que fez uma admin­is­tração desas­trosa, segundo os próprios admin­istra­dos, tanto que lhe deram menos de 15%(quinze por cento) dos votos na reeleição, apresentar-​se como solução para admin­is­trar um país mer­gul­hado na crise que o seu próprio par­tido que admin­is­tra o pais criou. Sim, até 31 de dezem­bro de 2018, estare­mos sob a admin­is­tração da chapa Dilma/​Temer. E, esse último em quem ten­tam jogar toda a culpa da tragé­dia – mas sem absolvê-​lo das suas próprias fal­has, inclu­sive as de caráter –, pegou o “trem andando”.

Os ver­dadeiros cul­pa­dos pelo desas­tre que assola o país são Lula e Dilma, os gestores que assumi­ram o poder desde 2003 e ger­aram a crise que ceifa a esper­ança de uma ger­ação inteira.

Chega a ser ina­cred­itável que uma pro­posta e gestores já tes­ta­dos que nos legaram a maior “des­gra­ceira” que viven­ci­amos em todos os tem­pos ainda pos­suam tanto apelo.

Aqui cabe uma obser­vação: no caso do PT/​Haddad/​Lula não há como deixar de recon­hecer que são “espe­cial­is­tas” no ofí­cio de enga­nar os cidadãos, sobre­tudo os mais humildes.

Na primeira entre­vista dada pelo can­didato – a qual já nos refe­r­i­mos –, na maior “cara-​dura” ten­tou colo­car a culpa da crise pela qual atrav­essa o país nos adver­sários.

Ora, estão no poder desde o começo dos anos 2000, ter­ce­i­rizar a respon­s­abil­i­dade é o ver­dadeiro despautério, uma falta de ver­gonha na cara.

A despeito de tudo que fiz­eram para destruir a econo­mia do Brasil, de toda a roubal­heira e os escân­da­los e as prisões estão ai para com­pro­var, nunca fiz­eram uma autocrítica, nunca pedi­ram des­cul­pas a nação, como se roubar os recur­sos públi­cos fosse uma prática política aceitável.

E ainda se acham no dire­ito de dizer “não vote neste ou naquele can­didato”. Com quê moral? Na ver­dade essa cam­panha que fazem con­tra deter­mi­nado can­didato (do qual tratarei em breve), nada mais é do que uma nova ten­ta­tiva de enga­nar os eleitores.

Eles não estão querendo “de ver­dade” que o can­didato não chegue ao segundo turno. Querem, sim, que dis­pute o segundo turno com eles.

Trata-​se na ver­dade de mais um mimetismo, mais um engodo. Quando dizem “ele não” estão, na ver­dade, ten­tando polarizar a eleição, em sín­tese, enga­nar os eleitores, os menos esclare­ci­dos, estão dizendo “ele sim”, é ele que quer­e­mos na disputa.

E é bom que se assente desde logo que este can­didato, a quem fin­gem com­bater, nada mais é que o fruto acabado do que foram os desac­er­tos, em todos os aspec­tos, da admin­is­tração petista: desde a imposição de padrões de com­por­ta­mento à roubal­heira como modo de governo.

O momento que o país atrav­essa, todos sabem, todos dizem, é gravís­simo, e acham que o mais preparado para tirar o pais da enras­cada é jus­ta­mente aquele que ale­gou não ter feito uma boa gestão por causa “crise”? Fez um inten­sivão sobre gestão pública neste ano e oito meses depois que foi posto para fora do cargo de prefeito? Espera encon­trar a situ­ação do país num céu de brigadeiro? Ou, mais uma vez, vão chamar o “Meireles”?

Eleição, meus ami­gos, se faz com razão. Não acred­ito que ninguém, em sã con­sciên­cia, entregue um filho doente para ser tratado por um médico iná­bil, que já matou dezenas de pacientes ou ache seguro via­jar numa aeron­ave coman­dada por quem nunca pilo­tou nada.

Como fazer isso com o país inteiro?

Abdon Mar­inho é advogado.

REINALDO E O PREÇO DA LIBERDADE.

Escrito por Abdon Mar­inho

ZÉ REINALDO E O PREÇO DA LIBER­DADE.

Por Abdon Marinho.

UMA DAS LEM­BRANÇAS daque­les dias e meses que ante­ced­eram as eleições de 2006 é de uma con­versa com o gov­er­nador José Reinaldo, na residên­cia de São Mar­cos. Fui lá com um sócio para aten­der algo que nos solic­i­tara. Bem humorado e seguro falava sobre a cam­panha eleitoral, da estraté­gia que arquite­tara para eleger seu suces­sor. Apos­tava mais na pos­si­bil­i­dade do ex-​ministro Edson Vidi­gal, recém aposen­tado do STJ, sair na frente dos demais inte­grantes do que chama­ram de “con­domínio de can­didatos” e dis­putar o segundo turno das eleições com a ex-​governadora Roseana Sar­ney. Já eu dizia-​lhe achar mais fácil o can­didato Jack­son Lago chegar na frente (como chegou) e expunha os motivos: pos­suía mais mil­itân­cia espal­hada pelo estado.

Foi naquela manhã que o ex-​governador disse uma frase que lem­bro como se fosse hoje: — vou lib­er­tar o Maranhão.

A questão da liber­dade, no sen­tido de alternân­cia política, era um mote que vinha sendo uti­lizado desde a cam­panha do ex-​governador Cafeteira em 1994. Antes mesmo daquela cam­panha seus ami­gos e apoiadores fiz­eram cir­cu­lar em mil­hares de car­ros um ade­sivo com ape­nas duas palavras, em letras gar­rafais: LIBER­DADE e MARAN­HÃO.

Duas palavras que sin­te­ti­zavam todo um sen­ti­mento de mil­hões de maran­henses.

Na cam­panha de 1994 foi o mote prin­ci­pal – prati­ca­mente o único.

Eram ade­sivos, pan­fle­tos e, prin­ci­pal­mente, a música de cam­panha que trazia na letra: “Liber­dade é o respeito pelo dire­ito, é a chama em nosso peito…”. Música, aliás, que já vinha de bem antes.

Acred­ito que, por conta disso, a frase do ex-​governador tenha tido tamanha ressonân­cia, a ponto de nunca tê-​la esque­cido: — vou lib­er­tar o Maranhão.

O gov­er­nador Zé Reinaldo cumpriu sua palavra.

Não ape­nas fez tudo que pôde para que a oposição ao grupo Sar­ney vencesse aque­las eleições de 2006, como tam­bém, aceitou o sac­ri­fí­cio que lhe impuseram em 2010 – quando apre­sen­taram 5 can­didatos de oposição para a dis­puta das duas vagas –, como em 2014 – quando em nome da unidade das oposições –, não fez questão e não impôs que fosse ele o can­didato a senador.

Eleitos os atu­ais donatários do poder, supor­tou até onde a dig­nidade lhe per­mi­tiu todos os desprestí­gios e humil­hações impostas por muitos dos que nada fiz­eram por causa alguma no Maran­hão, que não locupletarem-​se do poder.

Num der­radeiro apelo chegou a dizer que só não seria can­didato a senador do grupo se não o quisessem. Não quis­eram. A quem sem­pre cedeu em nome daquilo que prom­e­teu e se dis­pôs a fazer, impuseram condições e humilhações.

Mostraram-​lhe o cam­inho da porta e ele saiu.

Ape­sar de tudo nunca dis­pen­sou aos que lhe demon­straram tanto desapreço e descon­sid­er­ação out­ras palavras que não as de elo­gios. Sua grandeza não per­mite que seja difer­ente.

Por ami­gos comuns, soube que sua solitária cam­panha ao Senado da República – con­quista que pode­ria ter alcançado desde 2006, ou 2010, ou 2014 –, não ultra­passa as demais que estão postas, porque encon­tra difi­cul­dades mate­ri­ais para chegar a todos os can­tos do estado e assim con­seguir o voto livre das pes­soas de bem – que sabe­mos são a maio­ria dos cidadãos/​eleitores.

Tanto isso é ver­dade que fal­tando tão pouco tempo para o dia das eleições, o número de eleitores inde­cisos ou que não votam em nen­hum é supe­rior às man­i­fes­tações de votos do primeiro colo­cado. Todos estes migrariam para o Zé Reinaldo se tivessem a opor­tu­nidade de con­hecer suas pro­postas e história.

Mas são imen­sas suas difi­cul­dades, não tem aviões ou helicópteros à dis­posição ou o din­heiro que têm os demais – sabe-​se lá Deus con­seguido às cus­tas do quê –, para “con­quis­tar” tan­tos quan­tos apoios necessários à difusão de sua can­di­datura.

Resta-​lhe, tão somente a sua história, e o muito que fez. O que para vida é sufi­ciente, mas para política dos nos­sos dias, resta insu­fi­ciente.

Enquanto isso, out­ros, com estru­turas mon­u­men­tais e poder, vão se impondo pela força do pode­rio político-​econômico, querendo gan­har a eleição no “abafa”.

Ao ex-​governador resta o apoio sin­cero dos homens e mul­heres de bem que recon­hecem tudo que ele fez.

É assim que enx­ergo esse movi­mento supra­partidário que tem hipotecado apoio à can­di­datura de Zé Reinaldo: como um movi­mento dos cidadãos de bem que recon­hecem o papel deste grande maran­hense, e que, sem qual­quer temor, enfrentam as estru­turas mon­tadas, para apoiá-​lo. Pes­soas como D. Clay Lago, esposa do ex-​governador Jack­son Lago, como os ex-​prefeitos Chico Leitoa e Léo Costa, como Aziz San­tos e tan­tos out­ros que deixo de citar para evi­tar come­ter a injustiça do esquec­i­mento.

Ape­sar de tanto tra­balho e desprendi­mento, pelos dados das últi­mas pesquisas, temo que estes esforços, ainda, não sejam sufi­cientes para impedir o Maran­hão car­regar, para todo o sem­pre, a des­onra de não de não recon­hecer o imenso papel do ex-​governador Zé Reinaldo para sua história política, retribuindo-​lhe com um mandato de senador para que possa bem rep­re­sen­tar o estado. O que será uma pena.

Pior que isso, só mesmo o papel que a história reser­vará aos ingratos, aque­les pobres de espírito, que não recon­hecem tudo que o sac­ri­fí­cio de um único homem foi capaz de lhes pro­por­cionar. Estes terão o resto de suas vidas para con­viver com a des­onra da ingratidão. Que ten­ham uma vida longa.

Não, hoje não falare­mos destes ingratos e/​ou traidores, nem para citar-​lhes os nomes, a história e a con­sciên­cia de cada um se encar­regará disso.

O certo é que Zé Reinaldo cumpriu sua promessa. Ponto. E, eles?

Abdon Mar­inho é advo­gado.

NÓS OS TOLOS.

Escrito por Abdon Mar­inho

NÓS OS TOLOS.

OS POLÍTI­COS acred­i­tam pia­mente que somos arremata­dos idio­tas. Não duvido que sejamos. Basta ver com aceita­mos placida­mente todas as men­ti­ras que enviam goela abaixo.

Mas, acred­ito, têm exager­ado.

Vejamos, mal o sen­hor Had­dad assumiu o papel de “poste” do ex-​presidente Lula, que ele bate na tecla de que o gov­erno Temer tem destruído o país, que é golpista e que a culpa disso tudo é dos adversários.

Não tenho dúvi­das que esteja certo. O sen­hor Temer faz um gov­erno horroroso.

Acon­tece que quem o fez vice-​presidente da República foram jus­ta­mente aque­les que hoje o acusam de golpista. Gostaram tanto do Temer que o escol­heram duas vezes como com­pan­heiro de chapa do “poste” da vez.

Deve­mos con­ceder um desconto: alguém escol­hido por Lula e sua turma não dev­e­ria ser mesmo alguém com valor.

A prova é o que temos assis­tido. Mas a culpa é de quem o escol­heu e não de quem, sequer, votou nele.

Mas é típico dos incom­pe­tentes não assumirem as próprias responsabilidades.

A propósito disso, da incom­petên­cia, o sen­hor Had­dad, há dois anos era prefeito de São Paulo, admin­is­trava o ter­ceiro maior orça­mento da República e tinha, no gov­erno fed­eral toda a com­pan­heirada do seu par­tido.

Ape­sar tudo isso a seu favor, fez um gov­erno tão, tão pífio, que con­seguiu perder a sua reeleição ainda no primeiro turno.

Ah, naquela época o seu oráculo ou men­tor, como queiram, estava solto e podia, até, acon­sel­har o dis­cípulo em alguma coisa.

Pois é, agora, apos­tam que o cidadão que fez um gov­erno tão ruim na opinião dos seus admin­istra­dos vai resolver a crise aguda pela qual passa o Brasil.

Efe­ti­va­mente, nos têm por tolos.