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BOM JARDIM E MOR­ROS: A DIFER­ENÇA É O COMPROMISSO.

Escrito por Abdon Mar­inho

BOM JARDIM E MOR­ROS: A DIFER­ENÇA É O COMPROMISSO.

Cos­tumo chegar no escritório por volta das 7 horas (as vezes antes disso). Nesta terça-​feira, ao chegar observo a movi­men­tação de uma equipe da tele­visão mirante em frente ao pré­dio do Min­istério Público Estad­ual. Entro no escritório e a curiosi­dade me faz ligar a tele­visão para saber do que se tratava. Con­tin­uei com a tele­visão lig­ada para ver o Bom Dia Brasil quando sou sur­preen­dido com uma matéria mostrando a grave, a caótica situ­ação do Municí­pio de Bom Jardim no que se ref­ere à educação.

Em que pese as enormes difi­cul­dades com a exten­são ter­ri­to­r­ial de Bom Jardim (sei disso porque asses­sorei por oito anos a gestão ante­rior), a real­i­dade é que houve uma total descon­tinuidade das políti­cas que estavam sendo imple­men­tadas, com a val­oriza­ção do mag­istério, ele­vação do IDHM, que saiu de 0,332 em 2000, para 0,538 em 2010.

A par­tir de 2013 houve uma dete­ri­o­ração na admin­is­tração pública em diver­sos setores, com a pop­u­lação – tanto na edu­cação quando da saúde –, sendo obri­gada a procu­rar o atendi­mento nos municí­pios viz­in­hos. O sul sendo aten­dido por Buritic­upu e Bom Jesus das Sel­vas e a parte do norte, por Santa Inês, Monção e Zé Doca.

Os efeitos destes equívo­cos serão sen­ti­dos com mais inten­si­dade nos anos que virão.

O Municí­pio de Bom Jardim, com 40.305 habi­tantes, segundo esti­ma­tiva do IBGE, pos­sui uma econo­mia forte, a baixa den­si­dade pop­u­la­cional (5,93 hab/​km) favorece ao desen­volvi­mento da agropecuária.

O que vemos anda na con­tramão do que se esper­ava, com os escân­da­los se suce­dendo, a guerra política, as denún­cias, como as assis­ti­das hoje por todo o Brasil, pas­saram a ser uma lamen­tável rotina.

Em carta aberta, dis­tribuída nas redes soci­ais, são refu­tadas pela prefeita as afir­mações da reportagem. Não cabe aqui tecer aqui juízo de valor sofre as afir­mações da prefeita. Cabe às autori­dades apu­rar o que foi relatado na matéria quanto a existên­cia ou não de crimes e quem os prati­cou, levando-​os a respon­der nas instân­cias competentes.

Esco­las fun­cio­nando em taperas, latadas de palha e chão batido, ou fun­cio­nando em alpen­dres de residên­cias par­tic­u­lares, con­forme mostradas na reportagem, diante dos mon­tantes relata­dos como investi­dos no setor, rev­e­lam, no mín­imo, a falta de com­pro­misso da gestão.

Ainda que seja inocente das graves acusações que lhe são imputadas, o com­por­ta­mento da prefeita – e isso é mostrado em suas próprias posta­gens nas redes soci­ais – rev­e­lam uma injus­ti­ficável despre­ocu­pação com a situ­ação dos seus administrados.

No último domingo, 16/​08, estive na zona rural do Municí­pio de Mor­ros, fui lá, a con­vite da prefeita, para inau­gu­ração de um Polo Edu­ca­cional Rural que conta com lab­o­ratório de infor­mática equipado com 10 com­puta­dores conec­ta­dos à inter­net banda-​larga, e disponi­bi­liza rede Wi-​Fi em um raio de 200m; o Polo conta ainda com bib­lioteca, refeitório, sec­re­taria, sala de pro­fes­sores, 06 salas de aula e tem capaci­dade para aten­der mais de 500 estudantes.

Já é o quinto polo edu­ca­cional con­struído na atual gestão com recur­sos próprios do municí­pio. O sexto, o primeiro com recur­sos do gov­erno fed­eral, será inau­gu­rado em novem­bro. A mel­hor ini­cia­tiva para aten­der quase 245 comu­nidades espal­hadas em um municí­pio em que o trans­porte só per­mi­tido com veícu­los traçados.

Com quase metade da pop­u­lação de Bom Jardim (18.747 habi­tantes) o Municí­pio de Mor­ros, ape­sar do IDHM 0,548, é um dos mais pobres.

O solo da região não favorece a agri­cul­tura, exceto a de sub­sistên­cia. O tur­ismo ainda exi­girá muito inves­ti­mento para se tornar uma ativi­dade econômica deter­mi­nante do desenvolvimento.

A esti­ma­tiva dos recur­sos do Fun­def cor­re­sponde, tam­bém, a metade dos perce­bidos pelo Municí­pio de Bom Jardim, visto cal­cu­lada sobre o número de alunos.

Claro que muito ainda pre­cisa ser feito para resolver o prob­lema edu­ca­cional de Mor­ros, mais polos, mais tec­nolo­gia, mais bib­liote­cas. Entre­tanto, difer­ente de Bom Jardim, percebe-​se ini­cia­ti­vas neste sen­tido. O municí­pio con­seguiu econ­o­mizar recur­sos para con­struir esco­las e garan­tir uma edu­cação de mais qual­i­dade aos estu­dantes da zona rural. Todos os polos são do padrão do mostra­dos nas fotos.

A difer­ença é a existên­cia de com­pro­misso da gestão que não esperou pelo gov­erno fed­eral ou estad­ual para tomar a ini­cia­tiva de fazer algo.

As difi­cul­dades nos municí­pios brasileiros é uma real­i­dade. A crise econômica tem reduzido a capaci­dade de inves­ti­mento e exigido com­petên­cia dos gestores para con­seguir fechar as con­tas no fim de cada exercício.

A sociedade brasileira vem, ao longo dos anos, esque­cendo disso. Acha que para admin­is­trar qual­quer um serve. Um engano que faz com que todos paguem muito caro.

Além de com­petên­cia é necessário que o gestor tenha sen­si­bil­i­dade e com­pro­misso com a coisa pública. Estas são qual­i­dades que difer­en­ciam as gestões.

Tanto Bom Jardim quanto Mor­ros são admin­istra­dos por mul­heres. Ambos pade­cem em maior ou menor grau das mes­mas difi­cul­dades. Entre­tanto, emb­ora Mor­ros tenha uma econo­mia mais frágil, apre­senta, graças aos esforços de sua admin­is­tração, resul­ta­dos bem mais efe­tivos para toda a comunidade.

Abdon Mar­inho é advogado.

EQUÍVOCO E OMISSÃO.

Escrito por Abdon Mar­inho

EQUÍVOCO E OMISSÃO.

Recebo um print da página nas redes soci­ais do gov­er­nador do Maran­hão sobre as man­i­fes­tações ocor­ri­das no dia 16 de agosto último, na qual apre­senta sua agenda para com­bates as crises política e econômica que atrav­essa o país.

Acred­ito que a leitura feita pelo gov­er­nador, bem como as soluções, acred­ito, está equivocada.

O Brasil, já é, senão o primeiro, um dos países que mais cobra impos­tos em todo o mundo.

Ainda que a agenda pro­posta diga respeito à incidên­cia de impos­tos sobre grandes for­tu­nas e her­anças, não ten­hamos dúvi­das de que a mesma vai refle­tir prin­ci­pal­mente sobre a classe média tra­bal­hadora que sus­tenta o país com uma carga trib­utária que beira o confisco.

Nós que pos­suí­mos empre­sas ou que vive­mos de salários sabe­mos o quanto a carga trib­utária brasileira é danosa as nos­sas finanças pes­soais. Até porque, repises-​se, não temos qual­quer con­tra­partida. Assis­ti­mos, quase diari­a­mente, sobre a crise no sis­tema de saúde, vemos pes­soas pre­cisando de trata­mento ime­di­ato, inclu­sive para doenças como câncer, tendo suas con­sul­tas e trata­men­tos sendo mar­ca­dos para quarto, cinco, sete meses, as vezes até um ano depois. O último ENEM mostrou clara­mente às quan­tas andam a edu­cação, dis­pen­sando maiores comen­tários. A infraestru­tura brasileira é refletida prin­ci­pal­mente nas pés­si­mas condições das estradas.

Isso não ocorre porque o país paga pouco imposto. Muito pelo con­trário. Ocorre, prin­ci­pal­mente, porque temos um gov­erno que se dis­tan­ciou da real­i­dade do país e preferiu viver de con­chavos. Só aumen­tando a máquina pública e o rateio dos car­gos entre duvi­dosos aliados.

Falar em aumen­tar impos­tos, sem qual­quer medida por parte do gov­erno que demon­stre con­t­role e seriedade nos gas­tos públi­cos equiv­ale a apa­gar incên­dio com gasolina.

Noutra quadra, o gov­er­nador esqueceu-​se de colo­car na agenda para debe­lara a crise: o com­bate à cor­rupção endêmica — que sem­pre exis­tiu, mas que foi insti­tu­cional­izada nos últi­mos governos.

Ela, a cor­rupção, é o ver­dadeiro motor da crise.

A sociedade brasileira está exausta de não poder ligar a TV ou o rádio sem ouvir qual­quer notí­cia de cor­rupção dos inquili­nos do poder. Rouba-​s, tudo e de todos em toda à máquina admin­is­tra­tiva do governo.

A cor­rupção, noticia-​se alcança de ex-​vereador a ex-​presidente.

A sen­sação que temos é que o gov­erno não tem qual­quer con­t­role do que se passa sob os seus olhos e que dev­e­ria con­hecer como ninguém.

A agenda pro­posta não pode igno­rar essa força motriz.

Não pode se falar em agenda con­tra a crise a ser empreen­dida pelo gov­erno sem cobrar e exi­gir um com­bate con­sis­tente as prat­i­cas crim­i­nosas que tornaram o gov­erno um covil de ladrões.

O que temos visto é o gov­erno e seus líderes diz­erem que são con­tra a cor­rupção e, no mesmo momento, ten­tam, por todas as for­mas, tol­her o tra­balho da Polí­cia Fed­eral, do Min­istério Público e da Justiça.

Acor­dos são cos­tu­ra­dos nas madru­gadas não no propósito de tornar a máquina pública mais imper­me­ável aos des­man­dos e malfeitos, mas sim no claro propósito for­t­ale­cer os notórios de sempre.

A cada dia que passa ficamos com a certeza que o Par­tido dos Tra­bal­hadores — PT, difer­ente do que prom­e­tera, desen­volveu a tática de Seronato — aquele que, em um de seus ser­mões, Vieira nos apre­senta, citando Dio­genes, da seguinte forma: Seronato está sem­pre ocu­pado em punir os que roubam. Não como zelo pelas coisas públi­cas e sim porque que­ria livrar-​se dos ladrões para poder roubar sozinho.

O par­tido que insti­tu­cional­i­zou a cor­rupção, cor­rijo, nem como Seronato age, pois tanto rouba como deixa seus ali­a­dos se esbal­darem nas bur­ras do Estado.

A pres­i­dente Dilma Rouss­eff entre­gou o gov­erno ao sócio de comando, quem efe­ti­va­mente manda é o PMDB. Ao PT cabe man­ter seus espaços de man­dos e «boquinhas».

O PT enreda-​se na obri­gação de «cavar» uma vaga no min­istério do gov­erno Dilma para o seu pres­i­dente de honra e ex-​presidente da República, o Sr. Lula, com o claro e certo receio que o mesmo tenha a prisão dec­re­tada pelo juiz Ser­gio Moro.

Como min­istro qual­quer coisa a seu respeito terá que ser exam­i­nada pelo STF. Vejam onde chegamos.

O gov­er­nador equivoca-​se e omite-​se sobre a origem dos males nacionais e, por isso mesmo, receita errado os medica­men­tos a serem ministrados.

O prob­lema do Brasil não é ausên­cia de impos­tos é excesso de ladrões.

Abdon Mar­inho é advogado.

DILMA, A DEMOC­RA­CIA E OS ALIADOS.

Escrito por Abdon Mar­inho

DILMA, A DEMOC­RA­CIA E OS ALIADOS.

Acaba virando pleonasmo dizer que Dilma Rouss­eff fala tolices. Não bas­tasse dizer que o Maran­hão fica no extremo norte do Brasil, no Estado de Roraima disse que RORAIMA era a cap­i­tal(???) mais dis­tante de Brasília e que ela era roraimada (??). Na ver­dade daqui a pouco será, não ape­nas pre­cur­sora de uma nova lín­gua, mas tam­bém de uma nova forma de pensar.

Hoje saiu-​se com ideia de que o Brasil só é respeitado no exte­rior por que respeita o resul­tado das urnas, das eleições reg­u­lares exis­tente a cada qua­tro anos.

Por esse raciocínio o Iraque de Sad­dan Hus­sein, a Líbia de Muam­mar Kadafi, Cuba, dos Cas­tros, seriam as nações mais respeitadas do mundo de toda a história. Os diri­gentes destes países sem­pre foram eleitos com quase cem por cento dos votos. E, ninguém nunca os ques­tio­nou. Um outro belo exem­plo é a Cor­eia do Norte, não acham?

Será que é isso?

Não seria mel­hor ser­mos respeita­dos pela solidez de nos­sas instituições?

Vemos, como rotina, em muitas democ­ra­cias a dis­solução dos par­la­men­tos e dos gov­er­nos que não foram exi­tosos na união dos seus países ou não apre­sen­taram os resul­ta­dos esper­a­dos. São, estas nações indig­nas do respeito internacional?

Tudo bem que argu­mentem que são países que ado­tam o parlamentarismo.

Mas ainda assim é uma grande bobagem advogar a imutabil­i­dade de man­da­dos que não apre­sen­tam resul­ta­dos, que não con­tam com apoio pop­u­lar ou sus­ten­tação política e levam nação a san­grar na econo­mia, como é o caso Brasil onde, em ape­nas um ano, o cidadão já viu virar fumaça mais da metade de seu patrimônio.

A colo­cação da pres­i­dente não passa de mais uma pérola para a sua, já famosa coleção, de bobagens. Por vezes chego a pen­sar se ela não desis­tiu de pre­sidir o Brasil para se tornar humorista.

A propósito, numa reunião com senadores em que defendeu essa tese de imutabil­i­dade de mandatos e acu­sando quem pensa diverso de golpista, foi admoes­tada pelo ex-​presidente Fer­nando Col­lor, o notório senador alagoano, de que tam­bém ele fora eleito numa eleição legí­tima – aliás ninguém nunca ques­tio­nou a eleição de 1989 –, e que, ainda assim, sofreu processo impeach­ment que cul­mi­nou com a sua cassação.

O senador bem que pode­ria ter aproveitado o momento para exi­gir da pres­i­dente e seus ali­a­dos um pedido de des­cul­pas pelo “golpe» que foi vítima em 1992, pois foram jus­ta­mente os ali­a­dos da pres­i­dente que lid­er­aram sua cas­sação. Não acham?

Aproveito a opor­tu­nidade para solic­i­tar de todos que insis­tem na tolice de dizer que impeach­ment é golpe e que foram às ruas pedir a cas­sação de Col­lor, que for­mal­izem, por escrito, talvez, através de uma petição pública, um pedido de des­cul­pas a ele, recon­hecendo a imensa «injustiça» a que foi sub­metido, recon­hecendo de forma inques­tionável que foram «golpistas».

Ao faz­erem isso, estariam sendo, ao menos, coer­entes, ainda que tardiamente.

Como é foram às ruas, viraram caras-​pintadas con­tra Col­lor, pedindo e pres­sio­n­ando as insti­tu­ições pela sua cas­sação e agora dizem que con­tra a atual pres­i­dente este mesmo pro­ced­i­mento é golpe? Como ousam ameaçar pegar em armas con­tra os instru­men­tos da democracia?

Só levarei a sério os que fiz­erem isso: man­i­festem o pedido de des­cul­pas ao ex-​presidente.

O golpe é só con­tra Dilma? Só con­tra a rep­re­sen­tante do Par­tido dos Trabalhadores?

Vamos em frente.

Um dos argu­men­tos que os nos­sos «pro­gres­sis­tas» int­elec­tu­ais usam con­tra um pos­sível processo é que o gov­erno cairia, para a infe­li­ci­dade da nação, nas mãos do vice-​presidente Temer e de sua camar­ilha do Par­tido do Movi­mento Democrático Brasileiro – PMDB.

Ora, não foram eles que os escol­heram? Não os apre­sen­taram como os mel­hores para dividi­rem o poder? Como é que agora não servem? Enga­naram os eleitores quando diziam que eram bons ou agora quando dizem que são a encar­nação de satanás?

Em qual­quer das situ­ações enga­naram a pat­uleia e ainda querem que a mesma pague a conta.

A pres­i­dente e seus ali­a­dos não apre­sen­tam uma pro­posta que tirem o país da crise política, pelo con­trário o que apre­sen­tam é uma espé­cie de ampli­ação de poder do ali­ado incô­modo, como temos visto nos dias atu­ais, com pauta política, sendo con­duzida por Temer, Sar­ney, Jucá, Bar­balho, Renan e toda essa turma que fiz­eram resumir do pas­sado para ocu­parem o cen­tro do cenário político nacional.

Na mel­hor das hipóte­ses a pres­i­dente não os acham um entrave. Não, se garan­tem o cargo e a «boquinha» de seus mil­hares de ali­a­dos abo­le­ta­dos e sus­ten­ta­dos pelos contribuintes.

Abdon Mar­inho é advogado.