AbdonMarinho - RSS

4934 Irv­ing Place
Pond, MO 63040

+1 (555) 456 3890
info@​company.​com

O MEL­HOR LUGAR: JUNTO AOS MEUS.

Escrito por Abdon Mar­inho

O MEL­HOR LUGAR: JUNTO AOS MEUS.

Certa vez alguém me per­gun­tou qual seria o mel­hor lugar para se viver na, minha opinião. Respondi-​lhe que era junto aos meus famil­iares. Claro que diver­sas vezes, quando a angús­tia e o deses­pero com a situ­ação de des­man­dos e vio­lên­cia que vive­mos bate mais fundo – e não é raro isto ocor­rer –, cog­ito deixar tudo para trás e ir morar noutro pais, numa vila per­dida, no fim do mundo.

Todas estas vezes recordo o que ouvi de um certo pro­fes­sor. Falá­va­mos do quanto tinha sido formidável o tempo em que habitou uma avançada nação por ocasião de um mestrado ou doutorado. Indaguei o quanto devia ter sido grat­i­f­i­cante a exper­iên­cia e se não pre­tendia, um dia, morar por lá, defin­i­ti­va­mente. Disse-​me que tinha sido muito grat­i­f­i­cante, mas que nada se com­par­ava a viver­mos em nosso país, com todos os seus defeitos e virtudes.

O mundo tem parado para dis­cu­tir a questão dos mil­hares de refu­gia­dos que ten­tam uma vida mel­hor nas nações oci­den­tais, sobre­tudo na Europa. Emb­ora pou­cas pes­soas ten­ham pas­sado incólumes pelas ima­gens daquela cri­ança Síria sendo res­gatada, morta, na costa turca ou não ten­ham ficado indifer­entes às ima­gens daque­les frágeis botes ten­tando vencer o Mediter­râ­neo super­lota­dos, a dis­cursão, ainda, ao menos na minha opinião, ganha aspec­tos mera­mente buro­cráti­cos: quan­tos refu­gia­dos cada país europeu pode rece­ber. Fala-​se em cotas. Divisão de responsabilidade.

Claro que não se pode igno­rar os efeitos econômi­cos e políti­cos para qual­quer nação vê-​se, de uma hora para outra, tendo que rece­ber e aco­modar mil­hares de refu­gia­dos, talvez mil­hões. É com­preen­sível. Entre­tanto, ape­sar disto, não se está falando de uma par­tilha de coisas. Esta­mos falando de seres humanos, homens, mul­heres, cri­anças. Não se trata de bolo em podemos repar­tir e dar um pedaço a cada um.

A situ­ação dos mil­hares de humanos que arriscam a própria vida, mais grave que isso, que arriscam a vida de suas famílias, é algo a rev­e­lar o alto grau de deses­pero que se encon­tram. Qual­quer pai ou mãe, que ver­dadeira­mente, mereça ser chamado assim, pref­ere mil vezes que qual­quer mal lhes acon­teça aos seus fil­hos ou entes queridos.

Mas não é só.

Esta­mos diante de pes­soas que têm pouco mais que nada para recomeçarem a vida em ter­ras dis­tantes. Que, usando o pouco que lhes restam, abdicam – ainda que tem­po­rari­a­mente, mas sem saber se algum dia voltarão – da sua própria pátria, as ter­ras de seus pais, avós e out­ros antepas­sa­dos. E não estão ape­nas deixando a pátria. Além da pátria deixam para trás famil­iares, pai, mãe, tios, avós; deixam para trás os ami­gos e suas referências.

Não há tragé­dia que não possa ser olhada por um ângulo que a torne maior. E, pior que o drama dos que partem, talvez seja o drama dos que ficam. Estes, além da força e a dig­nidade dos próprios cor­pos nada pos­suem. Não têm condições de par­tirem, e sabem o que os espera, se ficarem. Dia após dia tendo que enfrentar o insano con­flito que parece não ter fim.

Existe um bor­dão repetido à exaustão pela diplo­ma­cia mundial de que o Ori­ente Médio não é para amadores, tal a com­plex­i­dade das diver­sas relações em que, muito rara­mente, se con­segue iden­ti­ficar quem é o mel­hor ou menos ruim da ótica da humanidade.

Vejamos o caso da Síria, a quem tanto a humanidade deve no comér­cio, na cul­tura e tan­tos out­ros avanços. Logo no começo do con­flito poucos eram os que não tor­ciam pela queda de Bashar al– Assad. O desen­ro­lar da guerra for­t­ale­ceu um grupo bem pior que o gov­erno com­bat­ido, o chamado Estado Islâmico que pre­tende for­mar um cal­i­fado naquele e noutros países da região de caráter abso­lu­ta­mente arcaico e que tem no ter­ror bru­tal, a mais e mais con­vin­cente forma de dominação.

A real­i­dade do povo sírio nos dias atu­ais é a divisão entre um gov­erno que manda mas­sacrar seu próprio povo e o grupo que semeia o ter­ror, destrói todos os traços cul­tur­ais de milênios por onde passa, estupra, mata e prat­ica toda sorte de abu­sos con­tra as pop­u­lações. Não restando aos ficam nada além da opção entre uma des­graça e uma des­graça ainda maior.

Se a situ­ação da Síria é ruim, inimag­ináveis para muitos que assis­tem seus dra­mas nos canais de tele­visão, não fazem ideia da tragé­dia igual­mente insana que ocorre simul­tane­a­mente no norte da África após a queda dos seus regimes opres­sores na chamada Pri­mav­era Árabe.

São nações destruí­das, com um provo oprim­ido e pade­cendo de toda a sorte de pri­vação, uma situ­ação de mis­éria tão pre­mente que muitos, sequer têm força para rea­gir ou fugir para para algum lugar melhor.

Os povos do mundo pre­cisam, ainda que num raio de humanidade, despir-​se dos seus pre­con­ceitos e enten­derem que as pes­soas não se tor­nam refu­giadas por quer­erem. Elas estão sendo forçadas a isso, a deixar para trás sua pátria, suas raízes, suas histórias, seus entes queri­dos. Poucos são os que bus­cam asilo por von­tade própria. A grande maio­ria, quase cem por cento, são con­duzi­dos ao exílio, às sujeições e humil­hações num ato der­radeiro de deses­pero para sal­var a si, seus fil­hos, esposas, par­entes próx­i­mos. São humanos que, diante do que pas­sam, dev­e­riam con­tar com maior respeito e sol­i­dariedade, não ape­nas dos gov­er­nos, mas tam­bém, das pop­u­lações onde bus­cam abrigo.

Assim como eu, você, para os refu­gia­dos, o mel­hor lugar para se viver é, cer­ta­mente, junto aos seus. E todos eles, além de esper­ança numa vida mel­hor, trazem o sonho de um dia poder voltar para eles.

Abdon Mar­inho é advogado.

A IDE­OLO­GIA DA CONVENIÊNCIA.

Escrito por Abdon Mar­inho

A IDE­OLO­GIA DA CONVENIÊNCIA.

Escrevi outro dia sobre caso da vereadora do municí­pio de São Luís, que eleita sob o par­tido comu­nista mudara-​se de malas e cuias para o par­tido que, ao menos nos man­i­festos e estatu­tos, rep­re­sen­tava o seu oposto, o pro­gres­sita. Ques­tion­ava falta de con­sistên­cia destas siglas — mais de trinta — que infesta o cenário político nacional.

Vendo que o par­tido além de ligar muito para esses questões de fidel­i­dade ide­ológ­ica, tam­bém não se mostrava dis­posto a abraçar a can­di­datura da nova fil­i­ada, esta já tenta abrigo noutra sigla. Segundo li, a tomada de decisão dava-​se pelo fato da sigla escol­hida não se mostrar muito «confiável».

Se aos políti­cos — aos que ligam — parece com­pli­cado tan­tas mudanças, imag­inem para o eleitor que vota mais pelo dever cívico.

Em todo caso fica mesmo difí­cil saber a quem assiste razão. Se a fil­i­ada que antes jurava devota do comu­nismo mais fer­voroso, daquele capaz de jus­ti­ficar as bar­báries cometi­das pelo Stal­in­ismo, pelo régime cubano ou norte-​coreano, ou se o par­tido que tendo jurado apoiar a neo pro­gres­sista, egressa do comu­nismo, flerta pública e despu­do­rada­mente com a can­di­datura popular-​socialista.

Como dizem, o Brasil não é para amadores. O Maran­hão menos ainda.

No caso de com­por­ta­men­tos políti­cos eleitorais inusi­ta­dos – sem falar nas sérias denún­cias que os par­tidos não orga­ni­zam seus órgãos dire­tivos munic­i­pais para faz­erem todo tipo de negó­cio às vésperas das eleições e quando se fala «todo» deve se enten­der no sen­tido mais amplo do termo –, pen­sei que fosse ficar no caso da comu­nista que virara pro­gres­sista e que agora busca outra leg­enda «con­fiável» que pare­ceu não ser o caso da leg­enda pro­gres­sista que escalara uma ex-​comunista para dis­puta, mas que na ver­dade, ten­ciona apoiar uma popular-​socialista, cuja afinidade ide­ológ­ica é pro­por­cional aos números das pesquisas de intenção de voto.

Aliás, a afinidade ide­ológ­ica deve ser recíp­roca, uma vez que os populares-​socialistas bus­cam, na real­i­dade, é tempo no rádio e na tele­visão e para isso não se impor­tarão muito de onde os mes­mos vierem.

Mas como dizia, a fora as out­ras situ­ações, pen­sei que ficaria somente neste caso. E ai, eis que me aparece o ilus­tra­tivo caso de São José de Riba­mar, municí­pio onde resido, com uma situ­ação, tam­bém, bas­tante peculiar.

No final dos anos oitenta, como quase todos os jovens daquela época, fiz cursinho preparatório para o vestibu­lar (só exis­tiam no Maran­hão as duas uni­ver­si­dades públi­cas: UFMA e UEMA), no curso do saudoso Pro­fes­sor José Maria do Ama­ral, um dos cristãos mais extra­ordinários que con­heci. Meu pro­fes­sor de química ou biolo­gia (não lem­bro) era o médico Júlio Matos (pop­u­lar­mente con­hecido como Dr. Julinho), naquela época já mil­i­tante político do Par­tido Democrático Tra­bal­hista — PDT e pre­tenso can­didato a prefeito de São José de Riba­mar, sendo vito­rioso, naquele ou no pleito seguinte. Pois bem, sem­pre iden­ti­fiquei o mil­i­tante das causas ditas «esquerdis­tas», mas, sobre­tudo e prin­ci­pal­mente, pedetista.

Por estes dias soube que, não só que pas­sara a mil­i­tante do Par­tido do Movi­mento Democrático Brasileiro — PMDB, par­tido que sem­pre estivera no lado oposto ao seu, como tam­bém, pas­mem, os seus eter­nos adver­sários, cap­i­tanea­dos pelo prefeito do municí­pio bal­neário, sen­hor Gil Cutrim, viraram os neosso­cial­ista morenos – no dizer do velho Leonel Brizola –, defen­sores, ardorosos, das causas tra­bal­his­tas. Mais até que Getúlio Var­gas, João Goulart e o próprio Leonel Brizola.

Pelos veícu­los de comu­ni­cação, vi a festa de acol­hi­mento dos novos inte­grantes da leg­enda tra­bal­hista e, como cidadão, fiquei a inda­gar como se dera tamanha trans­mu­dação: pemede­bis­tas virando tra­bal­his­tas e vice-​versa. Como se uns e out­ros tivessem pas­sado a vida inteira do lado errado da história.

Longe de mim ques­tionar se estavam cer­tos ou erra­dos, nada disso, mas não deixa de ser estranho alguém pas­sar a vida inteira de um lado e, de repente, desco­brir que estava errado.

Já pen­saram se, num passé de mág­ica, aque­les a quem jurá­va­mos mocin­hos, fos­sem os ban­di­dos da história?

A leg­is­lação brasileira tenta, a todo custo, empurrar a ideia de for­t­alec­i­mento dos par­tidos políti­cos e nos deparamos com situ­ações como estas, ou out­ras bem piores, como o caso de par­tido que pas­sam a vida inteira se vendendo como difer­ente e no poder, con­seguem pio­rar todas as práti­cas que combatia.

Como acred­i­tar num quadro par­tidário assim? Como con­fiar em política feita desta fora?

Não nos ilu­damos, se ainda for­mos capazes de nos sur­preen­der­mos como algo, até o dia 5 de out­ubro, ter­e­mos motivos de sobra para isso.

Abdon Mar­inho é advogado.

A INDÚS­TRIA DAS INVASÕES.

Escrito por Abdon Mar­inho

A INDÚS­TRIA DAS INVASÕES.

Desde o ano que tenho obser­vado o surg­i­mento de invasões no cam­inho que faço de casa para o tra­balho. O que vejo me faz recor­dar o que esta ilha viveu nos anos oitenta e noventa.

A história do povoa­mento da ilha se con­funde com o surg­i­mento de invasões. Muitos bair­ros da cidade sur­gi­ram decor­rentes delas.

Lem­bro que quando aqui cheguei e fui morar no Turu, vi sur­gir no entorno daquele bairro diver­sas invasões.

Se no pas­sado o mod­elo de expan­são urbana era uma luta justa por mora­dia – não custa lem­brar que o auto índice de vio­lên­cia e mis­éria no campo empurrando levas de migrantes para as per­ife­rias das cidades –, virou uma autên­tica indús­tria de invasões, um negócio.

O gov­erno do Maran­hão, que tem em muitos dos seus quadros, pes­soas sen­síveis e solidárias à luta por justiça social, não pode se deixar con­t­a­m­i­nar e enga­nar por fal­sas lutas.

A real­i­dade do Brasil e do Maran­hão não é a mesma vivida nos anos setenta e oitenta. O país tem garan­tido, feliz­mente, diver­sas con­quis­tas aos cidadãos, den­tre os quais pro­gra­mas habita­cionais de baixo custo. Se estes não exis­tiam antes, hoje são uma real­i­dade e garan­tem aos que mais neces­si­tam residên­cias em mel­hores condições que as obti­das nes­tas invasões.

Claro que nem tudo foi resolvido. Não duvido que den­tre as pes­soas que inva­dem ter­renos para con­struir casas exis­tam aque­les que efe­ti­va­mente pre­cisam de casa, entre­tanto, não tenho dúvida de que estes rep­re­sen­tam a mino­ria abso­luta. Muitos que topam o ofi­cio de invadir pro­priedades par­tic­u­lares e públi­cas fiz­eram disto um negó­cio. Muitos pos­suem um imóvel, as vezes, dois, três… Inva­dem por que vêem out­ros invadindo, porque sabem que as chances de gan­har uns tro­ca­dos são reais, porque diver­sos políti­cos picare­tas (quase um pleonasmo) incen­ti­vam, porque os admin­istradores públi­cos não têm cor­agem de enfrentar os invades com medo de perder voto.

Em resumo: se inva­dem é porque, ainda que indi­re­ta­mente, recebem apoio dos poderes con­sti­tuí­dos, man­i­fes­ta­dos por ações ou omis­sões de diver­sas, num ciclo vicioso que destrói qual­quer chance orga­ni­za­ção ou cresci­mento racional das cidades.

Não é crível que uma pes­soa que não tenha onde residir, um dia você passa na frente da invasão encon­tre uma casa de pau a piqué, um tapera, um bar­raco de papelão e no outro, uma casa de tijo­los, com laje e coberta de tel­has. Como?

Outro dia soube de uns cidadãos invadindo as casas do Pro­grama Minha Casa Minha Vida. As infor­mações que colhi foi que muitos destes pos­suíam imóveis. Como a Polí­cia Fed­eral pro­moveu a “desin­vasão” todos voltaram para suas casas.

O que se sabe, aliás, o que sem­pre se soube, é que se trata de um negó­cio, repito. Antiga­mente tocado por fal­sos líderes comu­nitários, que jun­tos com uma meia dúzia ocu­pavam o imóvel pri­vado ou público e depois começavam a vender lotes por 2, 3, até 5 mil reais. Esper­ta­mente colo­cavam bati­zavam com os nomes dos políti­cos, que achavam bonito a falsa homenagem.

A situ­ação hoje é idên­tica com uma agra­vante: há notí­cias – que pre­cisam ser apu­radas pelas autori­dades – que muitos dessas invasões estão sendo pro­movi­das por quadrilhas orga­ni­zadas, que além de ocu­par e vender os imóveis pas­sam a dom­i­nar aque­les pedaços de ter­ras, inclu­sive como mer­cado para suas ativi­dades criminosas.

Algo como o que vem ocor­rendo no sul do país, onde as quadrilhas pas­saram a tomar de conta dos imóveis do MCMV, expul­sar os sortea­dos para o pro­grama e vender os imóveis, além, claro, de pro­moverem a extorsão, o trá­fico e out­ros deli­tos do catál­ogo criminoso.

Aqui, no Maran­hão, tam­bém já tive­mos notí­cias de fatos semel­hantes nas residên­cias do pro­grama do gov­erno fed­eral, nos toca­dos pelos gov­er­nos estad­ual e municipal.

Não vemos as mes­mas invasões e palafi­tas surgindo dia após dia em áreas onde o poder público (ou seja nós) des­ti­nara ver­bas para resolver o prob­lema. Não vimos isso na Ilhinha? Cam­boa? Se gas­tou mil­hões e mil­hões e o prob­lema social persiste.

São os mes­mos, são outros?

Uma sug­estão aos poderes con­sti­tuí­dos é faz­erem uma parce­ria (para usar o termo da moda) e lev­antarem, no local, o per­fil de cada um dos ocu­pantes, saber quem são, de onde vieram, se pos­suem out­ros imóveis, se de fato pre­cisam ou se são opor­tunistas ou bucha de can­hão dos esper­tal­hões. Ver­i­ficar se as infor­mações prestadas podem ser confirmadas.

Garanto que muitos dos que se vestem de neces­si­ta­dos não resistem a meia hora de inves­ti­gação fazendo com que o número dos que de fato pre­cisam de residên­cia caia sensivelmente.

Não temos dúvida que há déficit habita­cional, que muitas famílias pre­cisam de residên­cia, entre­tanto, é necessário saber­mos quem e quan­tos são e com estes dados inseri-​los, pri­or­i­tari­a­mente, nos pro­gra­mas ofi­ci­ais de habitação.

O gov­erno não pode fazer o dis­curso demagógico de, em nome uns poucos que pre­cisam de um lugar para morar, acoitar e coon­es­tar com a prática de invasão de ter­ras. Mais que isso, servir de linha aux­il­iar de ações crim­i­nosas mate­ri­al­izadas, não ape­nas pela invasão em si, mas tam­bém pelo trá­fico, extorsão e out­ros crimes correlacionados.

não é aceitável que em pleno século XXI as cidades da ilha con­tin­uem crescendo sem qual­quer plane­ja­mento, sem qual­quer ordem, a alvedrio de qual­quer picareta ou malfeitor e prin­ci­pal­mente que os poderes con­sti­tuí­dos acoitem esse tipo de coisa.

Já passa da hora do gov­erno dizer que não vai tol­erar invasão de ter­ras e fazer cumprir as deter­mi­nações judi­ci­ais de rein­te­gração de posse.

Ape­nas para reg­istro, não raro, quando me dirijo tra­balho, coisa que faço logo nas primeiras horas da manhã, no máx­imo às 06 horas, vejo alguns inva­sores chegando as suas posses em car­ros bem mel­hores que o meu.

Abdon Mar­inho é advogado.