EQUÍVOCO E OMISSÃO.
Recebo um print da página nas redes sociais do governador do Maranhão sobre as manifestações ocorridas no dia 16 de agosto último, na qual apresenta sua agenda para combates as crises política e econômica que atravessa o país.
Acredito que a leitura feita pelo governador, bem como as soluções, acredito, está equivocada.
O Brasil, já é, senão o primeiro, um dos países que mais cobra impostos em todo o mundo.
Ainda que a agenda proposta diga respeito à incidência de impostos sobre grandes fortunas e heranças, não tenhamos dúvidas de que a mesma vai refletir principalmente sobre a classe média trabalhadora que sustenta o país com uma carga tributária que beira o confisco.
Nós que possuímos empresas ou que vivemos de salários sabemos o quanto a carga tributária brasileira é danosa as nossas finanças pessoais. Até porque, repises-se, não temos qualquer contrapartida. Assistimos, quase diariamente, sobre a crise no sistema de saúde, vemos pessoas precisando de tratamento imediato, inclusive para doenças como câncer, tendo suas consultas e tratamentos sendo marcados para quarto, cinco, sete meses, as vezes até um ano depois. O último ENEM mostrou claramente às quantas andam a educação, dispensando maiores comentários. A infraestrutura brasileira é refletida principalmente nas péssimas condições das estradas.
Isso não ocorre porque o país paga pouco imposto. Muito pelo contrário. Ocorre, principalmente, porque temos um governo que se distanciou da realidade do país e preferiu viver de conchavos. Só aumentando a máquina pública e o rateio dos cargos entre duvidosos aliados.
Falar em aumentar impostos, sem qualquer medida por parte do governo que demonstre controle e seriedade nos gastos públicos equivale a apagar incêndio com gasolina.
Noutra quadra, o governador esqueceu-se de colocar na agenda para debelara a crise: o combate à corrupção endêmica — que sempre existiu, mas que foi institucionalizada nos últimos governos.
Ela, a corrupção, é o verdadeiro motor da crise.
A sociedade brasileira está exausta de não poder ligar a TV ou o rádio sem ouvir qualquer notícia de corrupção dos inquilinos do poder. Rouba-s, tudo e de todos em toda à máquina administrativa do governo.
A corrupção, noticia-se alcança de ex-vereador a ex-presidente.
A sensação que temos é que o governo não tem qualquer controle do que se passa sob os seus olhos e que deveria conhecer como ninguém.
A agenda proposta não pode ignorar essa força motriz.
Não pode se falar em agenda contra a crise a ser empreendida pelo governo sem cobrar e exigir um combate consistente as praticas criminosas que tornaram o governo um covil de ladrões.
O que temos visto é o governo e seus líderes dizerem que são contra a corrupção e, no mesmo momento, tentam, por todas as formas, tolher o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça.
Acordos são costurados nas madrugadas não no propósito de tornar a máquina pública mais impermeável aos desmandos e malfeitos, mas sim no claro propósito fortalecer os notórios de sempre.
A cada dia que passa ficamos com a certeza que o Partido dos Trabalhadores — PT, diferente do que prometera, desenvolveu a tática de Seronato — aquele que, em um de seus sermões, Vieira nos apresenta, citando Diogenes, da seguinte forma: Seronato está sempre ocupado em punir os que roubam. Não como zelo pelas coisas públicas e sim porque queria livrar-se dos ladrões para poder roubar sozinho.
O partido que institucionalizou a corrupção, corrijo, nem como Seronato age, pois tanto rouba como deixa seus aliados se esbaldarem nas burras do Estado.
A presidente Dilma Rousseff entregou o governo ao sócio de comando, quem efetivamente manda é o PMDB. Ao PT cabe manter seus espaços de mandos e «boquinhas».
O PT enreda-se na obrigação de «cavar» uma vaga no ministério do governo Dilma para o seu presidente de honra e ex-presidente da República, o Sr. Lula, com o claro e certo receio que o mesmo tenha a prisão decretada pelo juiz Sergio Moro.
Como ministro qualquer coisa a seu respeito terá que ser examinada pelo STF. Vejam onde chegamos.
O governador equivoca-se e omite-se sobre a origem dos males nacionais e, por isso mesmo, receita errado os medicamentos a serem ministrados.
O problema do Brasil não é ausência de impostos é excesso de ladrões.
Abdon Marinho é advogado.
Adicionar novo comentário Acessos: 10280