A CAUSA ANIMAL É UMA PAUTA NECESSÁRIA.
Por Abdon C. Marinho.
ESTAMOS já nos três meses que antecede as eleições municipais. Logo mais os candidatos farão suas convenções, registrarão suas candidaturas e correrão, desesperados, até o último momento na tentativa de merecer e ganhar os votos dos eleitores – muitos ganharão sem merecer, mas faz parte do jogo e os eleitores, não todos, também, gostam de “bancarem de espertos”, quando estão sendo enganados.
Esse, entretanto não é o tema desse texto.
Na verdade, gostaria de chamar a atenção dos candidatos para um assunto específico, não tão urgente quanto a saúde, não importante quando a educação, não tão necessário quanto a assistência, não tão relevante quanto a infraestrutura, não tão necessário quanto a segurança pública, entre outros, mas, que dirá muito sobre a natureza do comprometimento dos candidatos: a defesa e proteção dos animais.
Se fosse candidato dentre os vários compromissos a serem estabelecidos com a população, um estaria entre eles: medidas para proteção e defesa dos animais.
Rogo a todos os candidatos que façam isso, coloquem nos seus programas de governos a criação de uma secretaria municipal ou mesmo um departamento com a finalidade de defender e proteger os animais.
Façam isso pelo bem da humanidade.
O único objetivo do texto de hoje é fazer esse apelo e se você, leitor, também concorda com essa pauta peça para os seus candidatos a prefeito, vereador, que a incluam nos seus planos de governo a serem registrados quando dos registros de candidatura, mais que isso, que, efetivamente, adotem essa causa.
Cada vez mais, sinto que falta humanidade … aos humanos.
Diariamente pelo menos duas vezes aos dias, uma indo, outra voltando, atravesso essa ilha apelidada de ilha dos amores.
Por onde passo percebo que não tem sobrado muito amor para os animais.
Já falei disso diversas vezes, por onde passamos vejo cães, gatos, jumentos e até burros vagando pelas ruas, avenidas e pelas rodovias estaduais.
Exceto quando provocam algum acidente – talvez por isso –, parecem que são seres invisíveis, vagam com fome, com sede, machucados, cortados, sangrando, sem que ninguém lhes prestem atenção ou socorro.
Não raro (só esse ano testemunhei duas ou três vezes), vi os animais demonstrando mais sentimentos que muitos humanos. Nessas oportunidades vi uns “borregos” “velando” o corpo de um animal maior, talvez uma mãe, um irmão ou pai que fora atropelado e morrera ou agonizava.
Cenas tão tristes e fortes que logo desviei à atenção.
O fedor da carcaça a proliferação dos urubus atraem a atenção das autoridades para que deem um destino para os restos mortais – talvez o lixão ou algum outro local onde possa desencarnar fora das vistas da população.
Me pergunto: por que não fazem algo por esses animais que vagam sem dono pelas vias? Mesmo que seja para matá-los de forma digna será mais “humano” que deixá-los sofrer tanto, expiar por culpas e pecados que não têm.
Será que é tão custoso e caro criar e manter um departamento de defesa e proteção animal dentro da Secretaria Estadual de Meio Ambiente ou da Agência de Mobilidade - MOB – não sei se já não tem –, mas se tem por que nada fazem?
A mesma pergunta endereço aos gestores municipais: por que nada fazem em relação as dezenas de milhares de animais que vemos abandonados nas ruas e avenidas de quase todas as cidades do Maranhão? Por que gastam tantos recursos com futilidades, festas, festejos e nada ou quase nada para defesa e proteção dos animais?
Outro dia vi um vídeo de um pré candidato de uma cidade paupérrima – como quase todas do estado –, prometendo que se eleito iria chamar um dos mais caros artistas do Brasil para fazer shows na cidade, um não, listou mais dois ou três.
Passei por tal município, não faz muito tempo, e vi o quanto necessitado se encontra aquele povo, carente de tudo, tão pobre que aquele que tem um ovo é chamado de excelência. Na estrada que leva ao município, animais vagando sem destino, na avenida principal outros se alimentando de lixo. Justamente lá, me aparece um pré candidato que tem como pauta levar shows de artistas famosos e caros.
Mas o povo é que cabe escolher se vai se deixar iludir.
Não me preocupo com os que não sabem ou erram na hora de votar, minha preocupação é com aqueles que sofrerão as consequências de tais desatinos.
Minha preocupação é com os não terão voz ativa nos equívocos. Esses sofrerão por mais quatro ou oito anos sem terem “feito” nada.
E, como disse desde o início, me preocupo principalmente com os animais.
Os humanos, bem ou mal, sabem gritar, chorar quando sofrem, dizem se estão com fome, se estão com sede, se estão com dor.
Os animais precisam que façamos isso por eles. Daí ser importante a eleição de gestores com tais sentimentos.
Cuidar e proteger os animais reflete no nosso nível de humanidade.
Abdon C. Marinho é advogado.
PS. O cavalinho que ilustra o texto o vi passando abandonado pela rua do escritório e parando na lixeira da Secretaria Estadual de Educação (que fica ao lado do escritório) atrás de algo para comer. Pedi a D. Rosângela para tirar a fotografia.