UM GOVERNO DE TOLOS.
Pois é, leio aqui que o governo federal desistiu de salvar o Brasil. Após a repercussão negativa da classe política, empresária e da sociedade de maneira geral, não vai mais criar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a tal da CPMF.
Ora, mas não foi esse mesmo governo que disse um dia antes que esta era a única solução para debelar a crise que vivenciamos? Não é mais? Já têm outra solução ou estamos todos condenados à desgraça eterna?
Este pequeno episódio, esse disse me disse, mostra o quanto este governo da presidente Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores – PT, está por fora da realidade das ruas. Impressiona como, em menos de um ano (contando da última eleição), conseguiram falar uma língua tão diferente da língua do povo brasileiro.
Será que com tantos gênios pagos pelo povo, não surgiu nenhum para dizer à presidente que era totalmente absurda a ideia de aumentar impostos no atual momento de crise? Será que ninguém a avisou que a chance da sociedade apoiar um despautério deste eram nulas? Será que nenhum dos articuladores da presidente a avisou das dificuldades que teriam em fazer aprovar o retorno do imposto?
O que fez a equipe do governo pensar que um imposto já rejeitado em tempos mais favoráveis seria agora aprovado quando o governo sofre derrotas até em propostas que, teoricamente, são menos polêmicas e receptivas pela sociedade, logo agora em que o apoio ao governo chega perto de zero? Será que pensou em "convencer" o Congresso Nacional por outros meios? Talvez usando as mesmas práticas já famosas no mensalão e, agora no petrolão.
Ficamos com a impressão que estamos lidando com malucos. O governo não tem respaldo para aprovar nada. Não possui capacidade de unificar sua própria base. A sociedade inteira é contra.
Ainda assim, insiste em abusar da paciência do povo.
O governo não sabe o que é, nem o que quer, por isso mesmo, bate cabeça e comete um equívoco atrás do outro.
Vejamos outra situação.
Ano passado, após a macha dos prefeitos, o governo prometeu repassar aos municípios um bilhão de reais. Uma parcela em julho de 2015 e outra em 2016.
A maioria dos municípios contavam esse recurso para tentar colocar em dia ao menos as contas mais emergenciais. O governo não só não repassou como não deu nenhuma explicação. Simplesmente ficou o dito pelo não dito. Talvez os gestores municipais entendessem a falta do repasse por conta da crise que o país atravessa. Entenderiam se no mesmo momento em que não cumpre o acertado com mais de cinco mil municípios, não fizessem um repasse de meio bilhão para o pagamentos de ementas dos quase seiscentos parlamentares. Será que as emendas dos parlamentares neste momento de crise aguda são mais importantes ou mais necessitados que os quase seis mil municípios que sofrem, com ninguém, a grave crise que atravessamos? Certamente que não. Na verdade o governo, sem plano e sem rumo, insiste na política do toma lá dá cá, em fazer do governo um balcão de negócios. Vem daí a ideia de jerico de, após informar o pagamento das emendas de suas excelências, ventilar a criação de mais um imposto. E logo este já rejeitado por toda a sociedade.
As ações do governo não fazem quaisquer sentido. Pior, as atitudes atabalhoadas acabam por agravar, ainda mais a situação de insegurança e instabilidade política.
O que sinaliza um governo que, ainda no princípio, desdiz à noite o que pela manhã? Que é incapaz de cumprir as promessas mais corriqueiras? Respondo: nada.
O governo da presidente Dilma Rousseff acabou, tanto isso é verdade que o Sr. Lula já colocou seu bloco na rua e se lançou candidato à sucessão da mesma. Os três anos que faltam serão de sangria de um governo zumbi. Não vejo outra solução que não seja a renúncia em nome e pelo bem do Brasil.
Abdon Marinho é advogado.