AbdonMarinho - Acessos para o desenvolvimento.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Quinta-​feira, 21 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

Aces­sos para o desenvolvimento.


ACES­SOS PARA O DESEN­VOLVI­MENTO.

Por Abdon C. Marinho.

ANUN­CI­ADA por um dos líderes do gov­erno estad­ual – e acred­ito que saia –, a recu­per­ação e asfal­ta­mento da estrada de acesso ao Porto de Gabar­ras, no Municí­pio de Ana­jatuba. A estrada surge como prenún­cio de uma pos­sível ponte sobre o Rio Mearim para o Municí­pio de São João Batista, na Baix­ada.

Dizia a matéria que seria um dos pas­sos ini­ci­ais para diminuir a dependên­cia do “baix­adeiro” do serviço de ferry-​boat.

Não tenho dúvida nen­huma que quando imple­men­tadas, tanto a estrada quanto a ponte interli­gando os dois municí­pios terão grande importân­cia e trarão desen­volvi­mento prin­ci­pal­mente para os dois municí­pios, que em maior ou menor grau, vivem iso­la­dos – hoje só os fil­hos e as pes­soas que têm negó­cios visi­tam Ana­jatuba –, e diminuirá a dependên­cia do “baix­adeiro” do serviço de trans­porte aqua­viário.

Mas, ainda assim, o “baix­adeiro” que deseja vir para a cap­i­tal terá que “dá uma volta” indo até Ana­jatuba e tendo que voltar mais 140 km para chegar ao des­tino. Ele quer é colo­car os “pés” na ilha o quanto antes.

Em todo caso, rogo aDeus que ambos os pro­je­tos saiam do papel.

Por outro, con­forme já externei aqui, neste site há cinco anos, a obra vital e fun­da­men­tal para o desen­volvi­mento de toda a Baix­ada Maran­hense “seria” a interli­gação entre a Ilha do Maran­hão (São Luis) através de pontes lig­ando a região da Estiva para a Ilha de Tauá-​Mirim e, de lá para Ilha dos Carangue­jos, per­ten­cente a Cajapió e, de lá, mais uma ponte para a poção con­ti­nen­tal do estado no mesmo municí­pio.

Trata-​se de um impor­tante pro­jeto visando interli­gar as cap­i­tais do Maran­hão e do Pará por via ter­restre levando desen­volvi­mento e riquezas para toda a região da baix­ada e litoral oci­den­tal dos dois esta­dos de uma cap­i­tal a outra.

Foi o então senador Roberto Rocha que me apre­sen­tou o pro­jeto da rodovia – na ver­dade a BR 308 –, cujo traçado ilus­tra esse texto, ainda em junho de 2019, e que liga, prati­ca­mente, todos os municí­pios da região per­mitindo o acesso de mil­hares ou mil­hões de pes­soas às riquezas nat­u­rais dos dois esta­dos trazendo desen­volvi­mento econômico para todos.

Além de trazer rapi­dez e mobil­i­dade para os deslo­ca­men­tos entre as duas cap­i­tais e per­mi­tir o acesso aos municí­pios litorâ­neos e da Baix­ada, quase todos riquís­si­mos em recur­sos nat­u­rais, essas obras pos­suem uma van­tagem com­pet­i­tiva adi­cional: deixar livre todo o Golfão Maran­hense, do lado da Baía de São Mar­cos, para os empreendi­men­tos por­tuários.

Os cus­tos de pontes e/​ou pon­til­hões sobre o Mearim e, tam­bém, para alcançar Tauá-​Mirim nem se com­param aos cus­tos de con­strução de uma ponte sobre a Baía de São Mar­cos, e sem os incon­ve­nientes que essa traria e dos anos que levaria para ficar pronta.

A dis­tân­cia entre Belém e São Luís – e de todos os municí­pios impacta­dos pela rodovia –, diminuiria sen­sivel­mente.

Até poderíamos imag­i­nar esse acesso para a Baix­ada se interli­gando ao Anel Met­ro­pol­i­tano, pro­je­tado lá atrás e que o gov­erno estad­ual diz que agora sairá do papel.

Quando o então senador Roberto Rocha me apre­sen­tou o “mapa”, salvo mel­hor juízo, me disse que os pro­je­tos estavam sendo feitos ou já estavam pron­tos, argu­men­tando que não adi­antaria se ten­tar bus­car tais recur­sos sem que os mes­mos (pro­je­tos) estivessem encam­in­hados.

Seria o caso das autori­dades com­pe­tentes bus­carem o diál­ogo com o ex-​senador para saber dos mesmos.

Já naquela ocasião, há cinco anos, dizia da importân­cia da classe política do estado, senadores, dep­uta­dos fed­erais e estad­u­ais, além do exec­u­tivo estad­ual, se unirem em torno de tal pro­jeto para que os bene­fí­cios sejam sen­ti­dos já para os próx­i­mos anos.

Hoje, até acres­cento mais coisas, acho que além da união política do estado em torno dessa impor­tan­tís­sima obra, dev­eríamos bus­car “inter­locução” com as ban­cadas e com o gov­erno paraense para uma ação con­junta dos dois esta­dos.

Esse é um momento impor­tante para esses esta­dos. Ambos pos­suem impor­tantes inter­locu­tores estratégi­cos jun­tos ao gov­erno fed­eral e no Con­gresso Nacional. Só min­istros de estado são qua­tro: Cidades, Tur­ismo, Esportes e Comu­ni­cação. Sem falar na min­is­tra dos povos orig­inários que é maran­hense.

Já no próx­imo ano o Pará vai sediar a COP30, Con­fer­ên­cia da ONU para o Clima. Em 2026 será a vez do Brasil sediar a Copa do Mundo da FIFA de Fute­bol Fem­i­nino. Este ano, no Rio de Janeiro, estare­mos sediando o encon­tro do G20.

Todos esses even­tos têm poten­cial para atraírem os olhares do mundo para as poten­cial­i­dades turís­ti­cas do Brasil. O norte e o nordeste não podem ficar apartado desse desen­volvi­mento.

Urge que ini­ciemos pro­je­tos de infraestru­tura para atrair­mos os bene­fí­cios para os nos­sos municí­pios e esta­dos.

Muito emb­ora o Maran­hão e o Pará já ten­ham inte­grado a mesma Cap­i­ta­nia, sinto, hoje, que sabe­mos muito pouco do estado viz­inho e eles menos ainda sobre nós.

Somos irmãos e pre­cisamos tra­bal­har pro­je­tos comuns de desen­volvi­mento. Vejo a interli­gação rodoviária entre as duas cap­i­tais, via litoral, per­mitindo um maior fluxo de pes­soas e riquezas entre os municí­pios dos dois esta­dos uma opor­tu­nidade única que não podemos des­perdiçar, além, claro, de inte­grar povos que são irmãos.

Até imag­ino o quanto será pos­i­tivo para os dois esta­dos e para os municí­pios do litoral a con­strução da ponte entre Caru­ta­pera e Viseu sobre o Rio Gurupi.

Acon­tece que obras assim, com tamanha enver­gadura, lig­ando municí­pios e esta­dos do norte do país não são algo que este­jam no “radar” do gov­erno fed­eral. São algo que os políti­cos locais, dos dois esta­dos, pre­cisam se empen­har para con­seguirem, deixar o “bair­rismo” de lado e de olharem para o próprio umbigo e cor­rerem para con­seguirem.

Os dep­uta­dos estad­u­ais e fed­erais, senadores e demais políti­cos de ambos os esta­dos pre­cisam “enx­er­garem” a neces­si­dade de obras públi­cas dessa mag­ni­tude.

Acho de fun­da­men­tal importân­cia que as assem­bleias dos dois esta­dos mar­quem reuniões ou sessões con­jun­tas para dis­cu­tirem pau­tas comuns em diver­sas áreas, prin­ci­pal­mente, essa da interli­gação dos dois esta­dos e seus municí­pios, mas, tam­bém, as pau­tas de segu­rança, tur­ismo, coop­er­ação, edu­cação, etc.

Quando vejo o vazio da dis­cussão política no nosso estado, com as sessões dando lugar as mais diver­sas man­i­fes­tações que nada têm a ver com o que, de fato, dev­e­ria ser a pre­ocu­pação dos rep­re­sen­tantes do povo, me sobra um sen­ti­mento de angús­tia.

Já vi falar em sessão só de “machos” para cel­e­brar o Dia da Família; sessões solenes para hom­e­nagear quem nunca nem “pisou” no estado e, até mesmo, para as excelên­cias mar­carem lutas livres entre elas, enquanto passa “em branco” temas tão rel­e­vantes para o desen­volvi­mento do estado e de inter­esse dos pagadores de impos­tos – como esse abor­dado no pre­sente texto.

E temos diver­sos out­ros, como planos de desen­volvi­mento para as diver­sas regiões; planos para o desen­volvi­mento indus­trial de médias cidades; planos para alcançar níveis mel­hores na edu­cação, na saúde, no tur­ismo e tan­tos out­ros.

Para tudo isso é necessário que os rep­re­sen­tantes do povo, os des­ig­na­dos pelos cidadãos, uti­lizem os tal­en­tos que cer­ta­mente pos­suem, pois como dizia meu velho e saudoso pai com sua sabedo­ria de anal­fa­beto por parte de pai, mãe e parteira: “ — cabeça vazia é ofic­ina do diabo”.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.