AbdonMarinho - A causa animal é uma pauta necessária.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Quinta-​feira, 21 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

A causa ani­mal é uma pauta necessária.


A CAUSA ANI­MAL É UMA PAUTA NECESSÁRIA.

Por Abdon C. Marinho.

ESTA­MOS já nos três meses que ante­cede as eleições munic­i­pais. Logo mais os can­didatos farão suas con­venções, reg­is­trarão suas can­di­dat­uras e cor­rerão, deses­per­a­dos, até o último momento na ten­ta­tiva de mere­cer e gan­har os votos dos eleitores – muitos gan­harão sem mere­cer, mas faz parte do jogo e os eleitores, não todos, tam­bém, gostam de “ban­carem de esper­tos”, quando estão sendo engana­dos.

Esse, entre­tanto não é o tema desse texto.

Na ver­dade, gostaria de chamar a atenção dos can­didatos para um assunto especí­fico, não tão urgente quanto a saúde, não impor­tante quando a edu­cação, não tão necessário quanto a assistên­cia, não tão rel­e­vante quanto a infraestru­tura, não tão necessário quanto a segu­rança pública, entre out­ros, mas, que dirá muito sobre a natureza do com­pro­me­ti­mento dos can­didatos: a defesa e pro­teção dos ani­mais.

Se fosse can­didato den­tre os vários com­pro­mis­sos a serem esta­b­ele­ci­dos com a pop­u­lação, um estaria entre eles: medi­das para pro­teção e defesa dos ani­mais.

Rogo a todos os can­didatos que façam isso, colo­quem nos seus pro­gra­mas de gov­er­nos a cri­ação de uma sec­re­taria munic­i­pal ou mesmo um depar­ta­mento com a final­i­dade de defender e pro­te­ger os ani­mais.

Façam isso pelo bem da humanidade.

O único obje­tivo do texto de hoje é fazer esse apelo e se você, leitor, tam­bém con­corda com essa pauta peça para os seus can­didatos a prefeito, vereador, que a incluam nos seus planos de gov­erno a serem reg­istra­dos quando dos reg­istros de can­di­datura, mais que isso, que, efe­ti­va­mente, adotem essa causa.

Cada vez mais, sinto que falta humanidade … aos humanos.

Diari­a­mente pelo menos duas vezes aos dias, uma indo, outra voltando, atrav­esso essa ilha apel­i­dada de ilha dos amores.

Por onde passo percebo que não tem sobrado muito amor para os ani­mais.

Já falei disso diver­sas vezes, por onde pas­samos vejo cães, gatos, jumen­tos e até bur­ros vagando pelas ruas, avenidas e pelas rodovias estad­u­ais.

Exceto quando provo­cam algum aci­dente – talvez por isso –, pare­cem que são seres invisíveis, vagam com fome, com sede, machu­ca­dos, cor­ta­dos, san­grando, sem que ninguém lhes prestem atenção ou socorro.

Não raro (só esse ano teste­munhei duas ou três vezes), vi os ani­mais demon­strando mais sen­ti­men­tos que muitos humanos. Nes­sas opor­tu­nidades vi uns “bor­re­gos” “velando” o corpo de um ani­mal maior, talvez uma mãe, um irmão ou pai que fora atro­pelado e mor­rera ou agon­i­zava.

Cenas tão tristes e fortes que logo desviei à atenção.

O fedor da car­caça a pro­lif­er­ação dos urubus atraem a atenção das autori­dades para que deem um des­tino para os restos mor­tais – talvez o lixão ou algum outro local onde possa des­en­car­nar fora das vis­tas da pop­u­lação.

Me per­gunto: por que não fazem algo por esses ani­mais que vagam sem dono pelas vias? Mesmo que seja para matá-​los de forma digna será mais “humano” que deixá-​los sofrer tanto, expiar por cul­pas e peca­dos que não têm.

Será que é tão cus­toso e caro criar e man­ter um depar­ta­mento de defesa e pro­teção ani­mal den­tro da Sec­re­taria Estad­ual de Meio Ambi­ente ou da Agên­cia de Mobil­i­dade — MOB – não sei se já não tem –, mas se tem por que nada fazem?

A mesma per­gunta endereço aos gestores munic­i­pais: por que nada fazem em relação as dezenas de mil­hares de ani­mais que vemos aban­don­a­dos nas ruas e avenidas de quase todas as cidades do Maran­hão? Por que gas­tam tan­tos recur­sos com futil­i­dades, fes­tas, fes­te­jos e nada ou quase nada para defesa e pro­teção dos ani­mais?

Outro dia vi um vídeo de um pré can­didato de uma cidade paupér­rima – como quase todas do estado –, prom­e­tendo que se eleito iria chamar um dos mais caros artis­tas do Brasil para fazer shows na cidade, um não, lis­tou mais dois ou três.

Pas­sei por tal municí­pio, não faz muito tempo, e vi o quanto neces­si­tado se encon­tra aquele povo, car­ente de tudo, tão pobre que aquele que tem um ovo é chamado de excelên­cia. Na estrada que leva ao municí­pio, ani­mais vagando sem des­tino, na avenida prin­ci­pal out­ros se ali­men­tando de lixo. Jus­ta­mente lá, me aparece um pré can­didato que tem como pauta levar shows de artis­tas famosos e caros.

Mas o povo é que cabe escol­her se vai se deixar iludir.

Não me pre­ocupo com os que não sabem ou erram na hora de votar, minha pre­ocu­pação é com aque­les que sofr­erão as con­se­quên­cias de tais desati­nos.

Minha pre­ocu­pação é com os não terão voz ativa nos equívo­cos. Esses sofr­erão por mais qua­tro ou oito anos sem terem “feito” nada.

E, como disse desde o iní­cio, me pre­ocupo prin­ci­pal­mente com os ani­mais.

Os humanos, bem ou mal, sabem gri­tar, chorar quando sofrem, dizem se estão com fome, se estão com sede, se estão com dor.

Os ani­mais pre­cisam que façamos isso por eles. Daí ser impor­tante a eleição de gestores com tais sen­ti­men­tos.

Cuidar e pro­te­ger os ani­mais reflete no nosso nível de humanidade.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.

PS. O cav­al­inho que ilus­tra o texto o vi pas­sando aban­don­ado pela rua do escritório e parando na lix­eira da Sec­re­taria Estad­ual de Edu­cação (que fica ao lado do escritório) atrás de algo para comer. Pedi a D. Rosân­gela para tirar a fotografia.