AbdonMarinho - Uma oração por Henry e pela humanidade.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sexta-​feira, 22 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

Uma oração por Henry e pela humanidade.

UMA ORAÇÃO POR HENRY E PELA HUMANIDADE.

Por Abdon Marinho.

O BRASIL, para o deses­pero das pes­soas de bem, ultra­pas­sou a triste marca de 350 mil mor­tos pela Covid-​19, são famílias, são ami­gos que sofrem a dor de suas per­das.

Enquanto isso, as autori­dades ainda não “acor­daram” para tragé­dia que acomete o país e “brigam” para saber quem tira mel­hor van­tagem do vírus e até o “escala” como “cabo eleitoral”; os poderes de chocam por conta de pedi­dos de CPI, impeach­ment ou por gor­dos nacos do orça­mento da união – as emen­das par­la­mentares impos­i­ti­vas são as empre­it­eiras de out­rora.

Em meio a todos esses acon­tec­i­men­tos e tan­tas tragé­dias, uma, em espe­cial – e que nada tem a ver com as referi­das ante­ri­or­mente –, tem ocu­pado minha mente a ponto de não con­seguir escr­ever sobre os out­ros assun­tos antes de abordá-​la.

Assim, pedindo licença aos leitores de sem­pre, no texto de hoje abor­darei a dolorosa tragé­dia que viti­mou o garot­inho Henry Borel.

Lembro-​me de já haver exper­i­men­tado igual sen­ti­mento de revolta e tris­teza por ocasião do assas­si­nato da menina Isabella Nar­doni e depois, mais ainda, com o assas­si­nato do menino Bernardo Uglione.

No caso de Bernardo, espe­cial­mente, senti-​me triste por saber que desde que perdera a mãe anos antes, vinha sofrendo maus-​tratos ante a omis­são crim­i­nosa do pai.

Estas duas tragé­dias tiveram o con­sór­cio dos pais.

No caso de Bernardo, um sofri­mento pro­lon­gado pelo tempo, pela dor do aban­dono, da omis­são do pai até cul­mi­nar com elim­i­nação física per­pe­trada pela madrasta – com o con­hec­i­mento /​consentimento do genitor.

Situ­ação um pouco difer­ente do que deu com Isabela que, ainda com a par­tic­i­pação do pai no evento sin­istro, não tomamos con­hec­i­mento de maus-​tratos ante­ri­ores.

O pai, jun­ta­mente com a madrasta, come­teram o crime, no “calor” do momento. Uma agressão e, para oculta-​la, o homicí­dio jogando a cri­ança pela janela.

Agora foi a vez de Henry. Um caso igual­mente cruel, torpe, desumano mas que se mostra dis­tinto dos dois casos ante­ri­ores.

Quando, há um mês soube-​se do crime e da ver­são dos crim­i­nosos, que a cri­ança teria mor­rido ao cair da cama – ver­são que frontal­mente se chocava com os exames peri­ci­ais –, alguém comen­tou: “está certo. A cri­ança caiu da cama, rolou 20 andares de escadas e parou jus­ta­mente em meio a uma luta de MMA”.

Essa foi ape­nas uma das frases que ouvi, pois todos já sabiam por alto o que se dera com o garoto fora um crime hor­rendo per­pe­trado por aque­les que tin­ham o dever de protegê-​lo.

Certeza que foi se cristal­izando à medida que novas infor­mações foram sendo disponibilizadas.

A frieza de ambos, o esforço do padrasto para impedir a perí­cia médica, a pressa para enter­rar a cri­ança – segundo ele “virar a página” –, os depoi­men­tos de teste­munhas, notada­mente, de ex-​companheiras apon­tando inúmeros exem­p­los de vio­lên­cia, sobre­tudo, con­tra os fil­hos das mes­mas, etc., etcetera.

Mas, como dizia antes, o crime que viti­mou o menino Henry teve car­ac­terís­ti­cas dis­tin­tas dos dois casos cita­dos (Isabela e Bernardo), muito emb­ora todos iguais nos que­si­tos cru­el­dade e hor­ror.

A dis­tinção é jus­ta­mente a par­tic­i­pação da mãe.

No caso de Isabela a mãe foi uma vítima indi­reta do que ocor­reu à filha.

No caso de Bernardo a mãe já havia mor­rido há alguns anos.

No caso de Henry a mãe teve par­tic­i­pação ativa por ação ou omis­são.

As provas rev­e­laram que um mês antes da tragé­dia uma sessão de tor­tura con­tra a vítima inde­fesa, pior, seu filho, lhe foi nar­rada “ao vivo” sem que ela nada fizesse.

Não procurou a polí­cia, não procurou o con­selho tute­lar, não con­fron­tou o com­pan­heiro. Não fez nada. Abso­lu­ta­mente nada.

Depois, em con­ver­sas com o ex-​marido, pai da cri­ança, agiu como se não soubesse os motivos do filho não querer voltar para ela, chorar, vom­i­tar, etc.

O com­por­ta­mento da mãe do garoto Henry, não é o padrão nem mesmo na natureza sel­vagem.

O que vemos no mundo ani­mal é o instinto pro­te­tor da mãe aos seus fil­hos. É assim com as leoas, com as ele­fan­tas, com as girafas. E não é assim ape­nas com os mamíferos. Exper­i­mente aproximar-​se de uma nin­hada de pás­saros ou mesmo de gal­in­has, gan­sos, patas…

O instinto pro­te­tor da mãe sem­pre está pre­sente na defesa de suas crias.

Esse instinto pro­te­tor da mãe se estende às fêmeas em geral.

Quan­tas vezes não assis­ti­mos um fil­hote que perdeu a mãe ser acol­hido por outra mãe e até mesmo por outra fêmea de outra espé­cie?

No caso de Henry o que salta aos olhos é essa falta de instinto pro­te­tor da mãe.

Ela, uma pro­fes­sora de for­mação, a quem out­ras mães confiavam-​lhe os fil­hos, mesmo sabendo que o com­pan­heiro era um con­tu­maz tor­tu­rador de cri­anças, foi inca­paz de defender o próprio filho. Mesmo tendo tomado con­hec­i­mento de uma “tor­tura” que seu filho estava sofrendo em “tempo real”, nada fez no momento, antes do fato – pois pelo diál­ogo presume-​se que ela já sabia o que o com­pan­heiro estava fazendo com o seu filho de ape­nas qua­tro anos –, ou depois do fato, com a cri­ança man­cando e com esco­ri­ações, pedindo a babá que não lhe lavasse a cabeça porque doía muito.

Que tipo de mãe é esse que nada faz para pro­te­ger um filho de qua­tro anos que estava sendo “bar­barizado” pelo com­pan­heiro?

E, muito emb­ora a respon­s­abil­i­dade primeira seja da mãe, a mesma per­gunta cabe ser feita à babá.

Que tipo de ser humano pode ficar inerte diante dos maus-​tratos sofri­dos por uma cri­ança?

A mãe e a babá foram teste­munhas – acho mel­hor dizer, cúm­plices –, do que vinha ocor­rendo com a cri­ança.

E, des­graçada­mente, se omi­ti­ram – ou con­sen­ti­ram, com os maus-​tratos, a tor­tura per­pe­trada pelo vereador/​médico/​psicopata.

São menos psi­co­patas que ele?

Sou ten­tado a acred­i­tar que a mãe “vendeu” o filho em troca de uma vida luxo, sta­tus, poder …

Diante do desen­ro­lar dos fatos, da crim­i­nosa omis­são da mãe – con­siderando a hipótese que ela não tenha par­tic­i­pado de nen­huma das sessões de tor­turas con­tra o filho –, imag­ino que o vereador/​médico/​psicopata deve ter pro­posto a ela que garan­tiria o luxo, o din­heiro, o con­forto e sta­tus – isso tudo às cus­tas do idiota do eleitor do Rio de Janeiro, que nos últi­mos tem­pos tem se esmer­ado em eleger a escória –, em troca de poder usar o filho como seu “saco de pan­cadas” pes­soal.

Vejam que mesmo depois do assas­si­nato do filho – que sabe como ocor­reu –, ela man­tém as ver­sões fal­sas do fato, ten­tando pro­te­ger o com­pan­heiro – ou a si mesma.

Não vemos qual­quer sen­ti­mento, só indifer­ença.

Indifer­ença, aliás, já demon­strada ante­ri­or­mente, quando a babá lhe trans­mi­tiu “ao vivo” a sessão de tor­tura sofrida pelo filho; quando saiu do enterro “dire­ta­mente” para o salão de beleza; quando tirava “selfie” e postava enquanto aguar­dava o depoi­mento sobre a morte do filho. O seu filho, uma cri­ança de qua­tro anos.

A cri­ança tinha mais instinto pro­te­tor e amor pela mãe que ela. Uma das partes mais tocantes é o diál­ogo da babá con­tando que a cri­ança lhe teria dito que o vereador/​médico/​monstro lhe disse que não podia falar senão a mãe sofre­ria as con­se­quên­cias.

E a mãe sabia de tudo isso.

Que tipo de humano é capaz de tor­tu­rar uma cri­ança?

Que tipo de humano é capaz de ficar indifer­ente à tor­tura de um ser inde­feso?

As cri­anças, Henry, Bernardo, Isabela pre­cisam de orações … a humanidade pre­cisa muito mais.

Abdon Mar­inho é advo­gado.

Comen­tários

0 #1 Rodrigo Ramos 11-​04-​2021 16:53
Triste fato Real
Sen­ti­mento de revolta tris­teza e dor
A cri­ança agora des­cansar nos seios de Abrão
Já os per­ver­tidos serão lança­dos e joga­dos no lago de fogo e enx­ofre onde a chamá nunca se apaga onde o sofri­mento é con­tínuo

Não estou jul­gando, mas é a palavra de Deus
Deus é amor
Más tam­bém é justiça
Maranata ora vem sen­hor Jesus
Citar