AbdonMarinho - ADESÃO À PREGUIÇA.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sexta-​feira, 22 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

ADESÃO À PREGUIÇA.

ADESÃO À PREGUIÇA.

Preguiçosa, a sem­ana de tra­balho só dev­erá começar na quarta-​feira. O feri­ado de terça-​feira, dia 28, fez com que o serviço público, quase todo, dec­re­tasse ponto fac­ul­ta­tivo na segunda-​feira empresada.

Enquanto me diri­gia para o tra­balho, hoje cedo, podia con­statar o quanto a cidade estava deserta.

Às autori­dades, todas elas, não ocor­reu a ideia de ante­ci­par o feri­ado para que as pes­soas que pre­cisam tra­bal­har gan­hasse mais um dia, pudesse resolver seus assun­tos nos órgãos públi­cos. Pelo con­trário, preferi­ram ampliar o feri­ado em pre­juízo do comér­cio, da indús­tria e do setor de serviços e fazer mais uma graça com os servi­dores públi­cos, os úni­cos que não sofrem nada ou quase nada, com essa enormi­dade de feri­ados, pon­tos fac­ul­ta­tivos ou, mesmo falta ao tra­balho, pois seus salários, chova ou faça sol, é cred­i­tado religiosamente.

Já os pre­cisam tra­bal­har, inclu­sive para pagar a exor­bi­tante carga trib­u­taria, que sofram pre­juí­zos, com as ruas vazias, com os clientes que não aparecem.

Os gov­er­nantes pare­cem que ainda não se deram conta da gravi­dade da crise que atrav­essa o país, da neces­si­dade que temos de pro­duzir e gerar riquezas.

Sem­pre me inco­modou esse excesso de feri­ados, essa mania de ampliá-​los, então nem se fale.

Feri­ados sérios, até que se pode e deve abrir exceção. Este da Adesão do Maran­hão, exceto pelo incen­tivo ao ócio não vejo qual­quer sen­tido. Tão inútil que pouca gente sabe ou lem­bra do mesmo.

Vejam, o feri­ado da adesão não se deve ao fato de termo travado uma luta feroz pela inde­pendên­cia do Brasil, por algum már­tir ter doado a vida por alguma causa ou por qual­quer outra coisa. É feri­ado porque, procla­mada a inde­pendên­cia (o que se deu quase como um acordo de cav­al­heiros entre pai e filho, o rei de Por­tu­gal e o príncipe-​regente do Brasil, filho do primeiro), o Maran­hão, por suas autori­dades, con­tin­uaram a dizer que per­mane­ciam fiéis e lig­adas à coroa por­tuguesa, emb­ora, acred­ito eu, Por­tu­gal nem tenha se dado conta de tal fato. aí, quase um ano depois, em 28 de julho de 1823, resolveram dizer que que estava aderindo a inde­pendên­cia. Vamos con­vir, que o ato em si, já era uma tolice, a comem­o­ração de tal fato até hoje é ape­nas a per­pet­u­ação da mesma.

Por conta dela (da tolice) o Maran­hão está prati­ca­mente parado desde a última sexta-​feira e vai ficar assim até a quarta-​feira, quando os tra­bal­hadores retor­nam ao tra­balho com a cos­tumeira preguiça de segunda a tempo de emen­dar com o chope do fute­bol noite e já emen­dando com a sexta-​feira.

Em resumo, em plena crise, pela qual passa o Brasil, o Maran­hão se dá o luxo de ficar parado por quase 10 dias.

E viva a adesão! Adesão à preguiça.