ADESÃO À PREGUIÇA.
Preguiçosa, a semana de trabalho só deverá começar na quarta-feira. O feriado de terça-feira, dia 28, fez com que o serviço público, quase todo, decretasse ponto facultativo na segunda-feira empresada.
Enquanto me dirigia para o trabalho, hoje cedo, podia constatar o quanto a cidade estava deserta.
Às autoridades, todas elas, não ocorreu a ideia de antecipar o feriado para que as pessoas que precisam trabalhar ganhasse mais um dia, pudesse resolver seus assuntos nos órgãos públicos. Pelo contrário, preferiram ampliar o feriado em prejuízo do comércio, da indústria e do setor de serviços e fazer mais uma graça com os servidores públicos, os únicos que não sofrem nada ou quase nada, com essa enormidade de feriados, pontos facultativos ou, mesmo falta ao trabalho, pois seus salários, chova ou faça sol, é creditado religiosamente.
Já os precisam trabalhar, inclusive para pagar a exorbitante carga tributaria, que sofram prejuízos, com as ruas vazias, com os clientes que não aparecem.
Os governantes parecem que ainda não se deram conta da gravidade da crise que atravessa o país, da necessidade que temos de produzir e gerar riquezas.
Sempre me incomodou esse excesso de feriados, essa mania de ampliá-los, então nem se fale.
Feriados sérios, até que se pode e deve abrir exceção. Este da Adesão do Maranhão, exceto pelo incentivo ao ócio não vejo qualquer sentido. Tão inútil que pouca gente sabe ou lembra do mesmo.
Vejam, o feriado da adesão não se deve ao fato de termo travado uma luta feroz pela independência do Brasil, por algum mártir ter doado a vida por alguma causa ou por qualquer outra coisa. É feriado porque, proclamada a independência (o que se deu quase como um acordo de cavalheiros entre pai e filho, o rei de Portugal e o príncipe-regente do Brasil, filho do primeiro), o Maranhão, por suas autoridades, continuaram a dizer que permaneciam fiéis e ligadas à coroa portuguesa, embora, acredito eu, Portugal nem tenha se dado conta de tal fato. aí, quase um ano depois, em 28 de julho de 1823, resolveram dizer que que estava aderindo a independência. Vamos convir, que o ato em si, já era uma tolice, a comemoração de tal fato até hoje é apenas a perpetuação da mesma.
Por conta dela (da tolice) o Maranhão está praticamente parado desde a última sexta-feira e vai ficar assim até a quarta-feira, quando os trabalhadores retornam ao trabalho com a costumeira preguiça de segunda a tempo de emendar com o chope do futebol noite e já emendando com a sexta-feira.
Em resumo, em plena crise, pela qual passa o Brasil, o Maranhão se dá o luxo de ficar parado por quase 10 dias.
E viva a adesão! Adesão à preguiça.