DEU PT. E AGORA?
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- Criado: Terça, 09 Outubro 2018 10:32
- Escrito por Abdon Marinho
DEU PT. E AGORA?
Por Abdon Marinho.
OS DESAVISADOS poderão imaginar que estou a sugerir uma possível vitória do Partido dos Trabalhadores — PT, nas eleições.
Outros, igualmente desavisados, talvez deduzam que o titulo refira-se a Perda Total, aquela situação de sinistro que ocorre quando o bem segurado fica imprestável e o segurado recebe o valor do prêmio integral.
Pode não ser nada disso, como, também, pode ser as duas coisas.
O resultado do primeiro turno das eleições é a comprovação de que o PT, pelo menos no que concebeu de estratégia, saiu-se vitorioso pois colocou a eleição onde queria: uma disputa plebiscitária entre o seu modelo de governar o país em oposição as propostas defendidas pelo senhor Bolsonaro.
Neste sentido deu PT, também, como abreviação de “Perda Total” pois usou toda a sua máquina de moer reputações, estrutura e inserção nos movimentos sociais para aniquilar as propostas politicas dos demais partidos.
Há, assim uma “perda total” para concepção do que se entende e se quer para o futuro do país.
O Partido dos Trabalhadores – PT, comandado de dentro da prisão, como as organizações criminosas, coloca os cidadãos de bem na difícil missão de ter que escolher entre dois extremos e assim mesmo manter o país dividido e ingovernável por, pelo menos, mais quatro anos.
É certo – e os mais esclarecidos já estão cansados de saber –, que o líder da facção petista em nenhum momento de seu longíquo tempo de poder pensou no Brasil ou no que seria melhor para a democracia brasileira.
Assim, impôs um candidato seu, um “poste” que, a despeito de disputar o mais importante cargo da República, não sente qualquer constrangimento em comparecer regularmente à sede da Policia Federal em Curitiba, Paraná, para receber ordens e instruções do chefe que se encontra encarcerado por ter sido condenado a doze anos de prisão e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro.
Será que alguém com o mínimo de bom senso acha razoável que um candidato a presidência da República se dirija regularmente à prisão para receber ordens de um criminoso encarcerado?
Não satisfeito com isso, em obrigar que o candidato à presidência da República do país (é bom reforçar isso) receba ordens do “chefe” na prisão, a escolha do candidato, só para reforçar o acinte, recaiu sobre alguém que testado na gestão pública na cidade de São Paulo, há apenas dois anos foi rejeitado por mais de oitenta e cinco por cento dos eleitores daquele município, perdendo a eleição ainda no primeiro turno.
Mas quem pensou que estavam satisfeitos, enganou-se novamente, o Plano de Governo Petista deixa claro que pretendem transformar o Brasil numa nova Venezuela. As principais lideranças do partido falam abertamente em controle da mídia, redução de poderes investigativos do Ministério Público e até mesmo na redução dos poderes do Supremo Tribunal Federal — STF, que é a mais elevada corte do país.
O programa e pregação do Partido dos Trabalhadores — PT, através de seus líderes, significa a supressão do que se compreende como democracia. Aliás, por falar em democracia, esse parece-nos um conceito com os quais sempre tiveram pouca familiaridade.
Sempre trabalharam, inclusive neste pleito, com um projeto hegemônico de poder, não poupando para isso nem os seus aliados mais fiéis. A imposição de um candidato do partido, mesmo quando sabiam de suas fragilidades, também tinha o propósito fortalecer a legenda para que eleger uma grande bancada de deputados.
Com os eleitores falando noutro numero de candidato não teriam como atingir esse intento.
O PT, como sempre fez, não pensou em um nome mais viável de um outro partido – mesmo que fosse do seu campo –, pela mesma razão de sempre: os interesses do partido vêm antes dos interesses do Brasil. Sempre foi assim, sempre usou as outras legendas ditas de esquerda e os tais movimentos sociais em seu próprio interesse.
Esse tipo de acinte, de desrespeito aos cidadãos de bem, que trabalham dia e noite de forma honesta para pagar suas contas, esse comportamento acintoso com os valores democráticos, têm sido – e as urnas comprovam isso – o principal combustível para o fortalecimento de ideias de resistência, porém, extremadas do outro lado.
Como disse num texto anterior, o movimento “bolsonarista» é, sobretudo, um movimento que se opõe a essa proposta petista cada vez mais radicalizada e com clara inspiração no modelo que foi implantado na Venezuela, que apesar de toda desgraça que causou e vem causando aquele país vizinho, para o PT e seus satélites, é um “modelo de democracia”.
Para eles a democracia venezuelana não fica “devendo” nada a nenhuma outra. E isso foi verbalizado justamente por aquele que se apresentou nas eleições como o mais preparado do seu campo, o senhor Ciro Gomes, do PDT, nestas eleições.
Deu PT, no sentido que o partido saiu vitorioso no seu intento de eleger um bom número de parlamentares e ir para o segundo turno como representante do “anti-bolsonarismo”, e assim, capitalizar como seus votos que vir a ter no final do pleito.
Deu PT, no sentido de que o partido “levou” para o segundo turno justamente o candidato que não representa qualquer ameaça ao seu projeto de representante de todas as demais forças que se opõe ao candidato Jair Bolsonaro, do PSL, e suas ideias.
E aqui, justamente neste ponto, chamo a atenção para um detalhe para o qual poucas pessoas atentaram, mas que também faz parte da estratégia petista que é referir-se ao opositor como “Coiso”.
Ora, Coiso é a designação que se dá a qualquer individuo quando não se sabe ou não se consegue lembrar o nome, o fulano.
Não é o caso do candidato, ele tem pré-nome, nome e sobrenome. Ao «coisificarem» o candidato estão faltando com respeito não apenas ao ser humano em si, mas também a todas as demais pessoas, que, ao menos momentaneamente, o tem como líder. Ao chama-lo de “coiso» estão dizendo o mesmo de milhões de brasileiros.
Tanto assim que o “Coiso» quase liquida a “fatura” no primeiro turno, um feito, sobretudo, para quem era tido como uma espécie de “azarão» da disputa, com todos os adversários, principalmente o PT, apostando no seu “derretimento» logo no inicio da campanha.
No fim do primeiro turno constatou-se que faltou uma “coisinha assim” para que o “Coiso” levar a vitória para casa e, diga-se, praticamente, sem «sair de casa”.
Deu PT, como “perda total”, porque o candidato “escolhido” pelo PT como contraponto ao seu projeto danoso de poder não apresenta muita coisa além do “anti-petismo”. Propostas de governo exequíveis, com começo meio e fim não existe. Não passa de uma carta de intenções.
A prova mais contundente disso é que mesmo o núcleo central da campanha do senhor Bolsonaro, ele próprio, seu candidato a vice e seu suposto ministro da fazenda no calor da campanha batem cabeça sobre pontos cruciais para sociedade, sem contar as enormidades que dizem.
A sociedade brasileira, em pleno século 21, chega para uma eleição presidencial com um partido comandado de dentro da prisão chantageando os eleitores e fazendo-os optar, não entre propostas concretas de governo, como seria o normal, mas entre o “anti-isso” ou anti-aquilo”.
Não votaremos (e aqui me incluo) em uma proposta. Votaremos para evitar, segundo as convicções de cada eleitor, um mal maior para o país. Votaremos contra ou a favor da chantagem do PT que tenta tirar proveito, mais uma vez, de seus próprios crimes.
Confesso que torci, como nunca, para que a eleição tivesse sido decidida no primeiro turno. Não por desejar a vitória do senhor Bolsonaro, mas para não ter que fazer essa “escolha de Sofia” com os destinos do Brasil.
Deu PT, deu perda total. E agora? A distância do 1 ao 3 é a mesma do 1 ao 7.
Abdon Marinho é advogado.