AUDITAR É NECESSIDADE.
- Detalhes
- Criado: Sexta, 16 Janeiro 2015 17:39
AUDITAR É NECESSIDADE.
Passou a campanha, a eleição, já se tem um novo governo instalado no Palácio dos Leões desde o primeiro dia de janeiro. Apesar disso, os contendores de lado a lado portam-se como se vivêssemos a efervescência da véspera do pleito. Os governistas dando vazão a todo o descalabro que encontraram na administração após tantos anos de mando, nas redes sociais, blogues, jornais, sites de notícias, rádios. De outro os que sairam dizendo o oposto, que deixaram o governo às \«mil maravilhas\», que o atual governo bate cabeça, que é incompetente, autoritário, ladrão e outros epítetos menos elogiosos ainda.
No meio de tudo isso a maior vítima: a verdade.
Como consequência e como cegos em tiroteio: uma população que não sabe distinguir quem está certo ou errado.
Não faz muito tempo escrevi um texto onde saudava como positivas algumas das primeiras medidas do novo governo e mostrava as razões de sê-las. Ainda no texto, intitulado “A HORA É DE PASSAR O MARANHÃO A LIMPO”, alertava para necessidade de chamar uma auditoria externa para, longe de qualquer influência, mostrar a real situação do Estado do Maranhão. O que foi feito do dinheiro público durante todo esse tempo e, apontar, caso existam, os responsáveis pelos roubos, pelos desvios, pela apropriação do estado.
A proposta da auditoria não tem por razão a desconfiança ou suspeita que os integrantes do atual governo não possuam competência suficiente para fazer os levantamentos necessários, de forma alguma, muito pelo contrário, são todos muito capazes e comprometidos.
O nosso entendimento é que qualquer coisa que façam ou digam será desqualificada pelo lado oposto e pelos muitos que ganharam e ganham para difundir boatos/ou mentiras. Assim, busca-se a preservação do interesse público com uma auditoria externa e independente.
Por outro lado, livres do encargo de verificar o passado, poderão render melhor na organização do presente, orientando e prevenindo possíveis erros da atual equipe.
Aos que agora trilham o campo da oposição serve para que não digam que há perseguição ou revanchismo por conta do novo governo. A auditoria servirá como garantira de que os procedimentos adotados foram os corretos e os adequados para as situações. Os que agiram certo, com certeza nada têm a temer com o chamamento de um procedimento de auditoria feito por uma empresa com credibilidade no mercado e com transparência.
Em todo caso, quem melhor aproveitará a situação será a sociedade maranhense, que contará com um diagnóstico fiel sobre a real situação do estado, sem que esse ou aquele grupo coloque em dúvida ou não reconheça como legitimo o resultado. Algo bem diferente do que foi feito quando o poder foi transferido à governadora Roseana Sarney após a cassação de Jackson Lago em que foi divulgado pelos meios de comunicação partes de relatórios com o propósito de enlamear integrantes do antigo governo.
Finalmente, é bom que se assente aos olhos de todos não fica bem é o disse-me-disse, as ilações, as insinuações, as acusações. Precisamos de um estudo técnico consistente que seja capaz de, em sendo o caso, responsabilizar, civil e criminalmente todos que tenham praticado \«malfeitos\».
O governo precisa entender que apurar e responsabilizar os que, porventura, tenham praticado atos omissos ou comissos contra o poder público é imposição legal. Não se tratando, em absoluto, de perseguição. O que não é aceitável ou admissível é que deixem passar ou façam vistas grossas. Para isso, entretanto, é necessário possuir dados e provas consistentes.
Os problemas do Maranhão são visíveis a todos. Sabemos que as finanças não estão bem, que não se tem dinheiro em caixa, que arrecadação está comprometida com inúmeras obrigações, que máquina pública sofreu um processo de sucateamento. Conseguimos ver isso apenas olhando as instalações das repartições públicas. O maior exemplo de desmantelo é um “puxadinho” que colocaram sobre um dos prédios do complexo administrativo do Calhau. Qualquer um que desça o retorno do quartel da PMMA pela Avenida Carlos Cunha se depara com um telhado de “brasilit\» com madeira aparente, uma coisa horrorosa, que sintetiza o que teria sido o governo nos últimos anos. Isso e tudo mais que se sabe e desconfia-se mostra bem como a administração foi tratada. Entretanto, saber ou desconfiar não basta, é necessário termos isso quantificado por secretaria/órgão, por contrato, convênio, conta.
Um trabalho meticuloso e feito em silêncio a fim de apresentar um resultado consistente. Já passa da hora de se parar com o jogo de empurra e examinar a veracidade dos números. Nunca é demais lembrar os ensinamentos de um antigo professor que nos dizia sempre: “os números não mentem jamais”.
O sociedade maranhense merece conhecer a verdade dos números.
Abdon Marinho é advogado.