AbdonMarinho - Venezuela 🇻🇪 cola nariz de palhaço no Brasil 🇧🇷.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Quinta-​feira, 21 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

Venezuela 🇻🇪 cola nariz de pal­haço no Brasil 🇧🇷.


Venezuela 🇻🇪 cola nariz de pal­haço no Brasil 🇧🇷.

Por Abdon C. Marinho.

SEM­PRE que vou falar de polit­ica rela­cionada a eleição, rep­re­sen­ta­tivi­dade e democ­ra­cia me vem a lem­brança aquela história do coro­nel do sertão. Como falo muito de política é provável que já a tenha con­tado aos leitores uma dezena de vezes. Mas, para os que não lem­bram, a lenda é a seguinte: no sertão do Brasil, em dia de eleição, a urna era colo­cada na varanda da casa do coro­nel – e sob as vis­tas deste –, que, metic­u­losa­mente, ia preenchendo as cédu­las e entregando-​as aos eleitores da região para que estes as colo­cassem na urna. O roteiro bem sim­ples: o cidadão saia da fila, pegava a cédula dev­i­da­mente votada pelo coro­nel e a deposi­tava na urna. Tudo transcor­rendo bem até que um dos eleitores fez menção de “abrir” o voto. O coro­nel gri­tou: — o que pensa que está fazendo, cabra? O cidadão respon­deu: — des­culpa, seu coro­nel, só estava vendo em quem estou votando. O coro­nel retru­cou: — e você não sabe que o voto é secreto?

Fatos assim – out­ros até mais graves –, povoam as nar­ra­ti­vas do dire­ito eleitoral brasileiro ref­er­entes aos sécu­los pas­sa­dos em oposição ao quanto que evoluí­mos na nossa democ­ra­cia, sendo os “soluços” anti­democráti­cos, fatos iso­la­dos.

Aqui é assim, mas na Venezuela …

O assunto do texto, emb­ora rela­cionado com as eleições venezue­lanas, nem é esse, mas sim, como o régime dita­to­r­ial daquele país fez o gov­erno brasileiro – e não é de hoje –, de bobo. A história das eleições nos tem­pos dos coro­néis, serve ape­nas para mostrar que, na Venezuela da atu­al­i­dade, ela gan­hou uma nova roupagem.

O apren­diz de dita­dor, cedendo as pressões inter­na­cionais, decidiu mar­car eleições “livres” para o dia do aniver­sário de nasci­mento de Hugo Chavez (28 de julho), que “instalou” o atual régime. Numa releitura do que faziam os nos­sos coro­néis, aquele régime decidiu que o povo pode votar, mas desde que seja nos can­didatos do régime ou fan­toches do mesmo.

Para isso, ao longo dos anos, foi “elim­i­nando” os adver­sários, tornando-​os inelegíveis, levando-​os às prisões, acusando-​os de traidores da pátria, etc, etc., até que restou, no campo da oposição, ape­nas uma can­di­data, uma sen­hor­inha de mais de oitenta anos que nunca fiz­era nada de “errado” na vida; que nunca tivera qual­quer par­tic­i­pação política – e por isso mesmo –, total­mente fora do “radar” da ditadura. E o que fez o régime? Sim­ples­mente impediu-​a de registrar-​se can­di­data. A “vel­hinha” não con­seguiu reg­is­trar a can­di­datura no site da justiça eleitoral do país e tão pouco chegar à sede daquela insti­tu­ição para fazer o reg­istro de forma pres­en­cial.

A “democ­ra­cia” venezue­lana “escolhe” em quem o povo pode votar e é bem provável que este­jam batendo cabeça porque “deixaram” uma vel­hinha e tiveram que deixar cair a más­cara da ditadura para impedir que con­cor­resse. Ou não. Talvez o régime se sinta tão con­fortável que pouco esteja “lig­ando” para o pensa o mundo exte­rior a respeito de sua ditadura. Não é assim na Rús­sia, que ao longo das décadas foi “matando” qual­quer sus­piro democrático e elim­i­nando fisi­ca­mente pos­síveis opo­nentes? Não foi assim em Cuba? Não foi assim na Cor­eia do Norte? E tan­tos outros.

Pesquisas recentes apon­tam que setenta por cento da pop­u­lação mundial vive sob o jugo de regimes autoritários – um acréscimo de um quarto em relação ao iní­cio dos anos dois mil.

No capí­tulo venezue­lano dos regimes autoritários o Brasil “ganha” o nariz de pal­haço por ter – desde que se instalou o atual régime, ainda sob o comando de Hugo Chávez –, vis­tas grossas, ou como se diz, atual­mente, “pas­sado o pano” para o que vinha acon­te­cendo.

É certo que o Brasil não pode­ria fazer qual­quer tipo de “inter­venção” no régime venezue­lano, claro, mas, a questão é outra. Desde que instalou o régime dita­to­r­ial na Venezuela, o Brasil – não adi­anta dizer que é o atual gov­erno, já na quinta ver­são –, tem atu­ado como “fiador” do mesmo.

Quanto o atual gov­erno assumiu, o diri­gente venezue­lano já visto como dita­dor por todo o mundo, foi rece­bido com “pom­pas e cir­cun­stân­cias” deferi­das a ben­feitores da humanidade. Antes, já com o régime mostrando a que veio, o gov­erno brasileiro despe­jou rios de din­heiro para ajudá-​los, em uma das faju­tas eleições que fiz­eram o atual pres­i­dente, já na condição de ex-​presidente de mandatos ante­ri­ores, foi a Cara­cas par­tic­i­par de comí­cios em favor do atual dita­dorz­inho.

O Brasil está “pas­sando o pano” há duas décadas para um régime político que, chegando ao ápice do seu autori­tarismo impediu uma vel­hinha de ser can­di­data através de estrat­a­gema bisonho; que apar­el­hou todas as insti­tu­ições; que levou à prisão dezenas, cen­te­nas de opos­i­tores e que levou o país à ruína econômica.

O nosso país quer se vestir de “lid­er­ança” regional e até mesmo global, mas não con­seguiu, até aqui, ir além do papel de “bobo da corte” da Venezuela.

Outro episó­dio que o régime de Cara­cas colou o nariz de pal­haço em Brasília diz respeito à “briga” ter­ri­to­r­ial daquele país con­tra o Suri­name pela região do Esse­quibo. O Brasil quis fazer papel de “medi­ador” e acaba de gan­har um novo “chega pra lá” da ditadura venezue­lana, que edi­tou uma lei “anexando” a região ao seu ter­ritório.

Mais uma vez a resposta do Brasil ficou aquém do esper­ado. Ao dizer que a lei tem sen­tido “pró forma” é não enten­der (ou não querer enten­der) o que ela sig­nifica.

Qual­quer pes­soa sabe que a Venezuela não vai “invadir” o Suri­name amanhã, até porque, segundo os espe­cial­is­tas, teria que pas­sar por ter­ritório brasileiro, o sen­tido da lei é criar um falso con­flito externo para bus­car em torno da ditadura uma unidade e, prin­ci­pal­mente, oprimir ainda mais os opos­i­tores, arran­jando des­cul­pas para impingir-​lhes a pecha de “traidores” da pátria.

Esse é o real sig­nifi­cado da lei de incor­po­ração do Esse­quibo. Logo mais ver­e­mos dezenas de opos­i­tores sendo pre­sos como “traidores” da pátria, sofrendo proces­sos fraud­u­len­tos, expul­sos e con­de­na­dos por traição.

Isso tudo parece-​nos tão óbvio, entre­tanto, o Brasil finge que não sabe o acon­tece, preferindo equilibrar-​se entre a omis­são e as notas pro­to­co­lares.

Assim, será difí­cil tirar o nariz de pal­haço que a Venezuela colo­cou.

Ressalte-​se que não é ape­nas a Venezuela que faz o Brasil de bobo no cenário inter­na­cional, out­ras ditaduras tam­bém fazem o mesmo como a Rús­sia, Irã, Cuba, entre out­ros.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.

Comen­tários

0 #1 rodrigosousaramos871 08-​04-​2024 10:54
Caro escrito «Abdon c mar­inho» fale mas sobre o int­elec­tual assunto, no YouTube assim deixando tam­bém de forma bem exem­pli­fi­cada .

Que Deus abençoe nosso querido Brasil.
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