TODOS QUEREM SER RICOS.
Um amigo me contava que quando jovem e seu pai era prefeito num município do interior tinham um servidor modelo. Exercia seu mister com tanta honestidade e zelo que era motivo de admiração por todos os demais. Tão cioso, que responsável pela arrecadação e finanças da urbe, se algum contribuinte, por algum motivo, deixava qualquer troco, esse numerário ficava grampeado e arquivado a espera do dono por anos a fio na tesouraria.
Embora o caso narrado acima seja de um servidor com uma dedicação ao serviço público bem acima da média, o seu comportamento, ainda que em menor escala, era observado por inúmeros outros servidores.
O serviço público era melhor. Tínhamos pessoas vocacionadas para servir ao Estado, que sentiam orgulho nisso e que se programavam para viver dentro dos vencimentos que recebiam, sem sentirem qualquer vergonha ou constrangimento em levar uma vida modesta, ética e honesta.
Faço essa reflexão, em parte, diante de todo esse escândalo envolvendo servidores da Petrobras e o serviço público de maneira geral. Outro dia um servidor daquela empresa, no curso de um acordo com a justiça, se propôs a devolver quase US$ 100 milhões de dólares. Foi além, disse que começara a receber vantagens das empresas prestadoras de serviços à Petrobras ainda no longínquo ano de 1997. É até provável que já recebesse antes disso. É até provável que alcance vá muito além do que se propôs a devolver. O mesmo se aplicando a muitos dos seus colegas de diretoria.
Como sabemos, os executivos da empresa estão entre os mais bem pagos do mundo. São salários elevados, bônus de desempenho de fazer inveja aos seus congêneres da iniciativa privada e por aí vai. Em resumo, não haveria motivação para, deixando de defender os interesses da empresa, dos seus acionistas minoritários e do governo, na condição de acionista majoritário, se valerem da corrupção para turbinarem, ainda mais, seus vencimentos.
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