GOLPE.
Vejo muitos cidadãos, sobretudo, os denominados "progressistas", se dizendo preocupados com uma possível abreviação do mandato da Sra. Dilma Rousseff. Todos se dizem bastante aflitos e apavorados, caso isso venha acontecer - ainda que dentro das regras preconizadas pela Constituição da República.
Acho que tudo que vier acontecer – se vier – deve ser pautado nas regras estatuídas na lei, na Constituição.
Não digo que é o caso, mas não penso que seja o fim da democracia brasileira se isso vier acontecer. Até acho que se dará o contrário do que dizem: a democracia sairá fortalecida.
Acreditar que um processo de impeachment, dentro das normas é golpe é desprezar a capacidade da sociedade brasileira de compreender os fatos.
Os mesmos que hoje dizem ser golpe contra a democracia a possibilidade de abertura de um processo, são os mesmos – a grande maioria – que saíram às ruas em 1992 pedindo o impeachment do Sr. Collor de Mello, eleito em 1989, pela maioria dos brasileiros. Collor sofreu o processo, foi afastado e cassado e nem por isso o Brasil acabou, as instituições saíram bem mais fortalecidas.
Contra Collor foi golpe?
Os fatos que levaram ao afastamento e cassação dele são, se comparamos com os de hoje, brincadeira de criança.
A preocupação que tenho é as instituições de hoje – ao menos me parece –, estão mais fragilizadas que as de outrora, basta dizer que tanto as lideranças políticas do Executivo, do Legislativo, estão, em maior ou menor grau, envolvidas nos escândalos, o que os deslegitima perante a sociedade.
Diferentemente do que pregam não vejo ninguém (exceto alguns malucos minorias das minorias) falando em golpe militar, intervenção. O que vejo é a sociedade buscando uma solução para crise (gestada e imposta pelos atuais donos do poder), dentro das regras da democracia. Diferente do que dizem, a democracia possui mecanismos de abreviação de mandatos, basta para isso que as instituições funcionem como devem funcionar.
Essas regras existem justamente para evitar que governos corruptos, que perderam a legitimidade do voto perdurem causando muito mais danos à nação, às finanças públicas e às instituições.
O Brasil é maior esta crise e o clima de terror que tentam implantar.
Escrito por Abdon Marinho
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