AbdonMarinho - QUEM COM A PENA FERE … OU O PATO MANCO RI POR ÚLTIMO.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 23 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

QUEM COM A PENA FEREOU O PATO MANCO RI POR ÚLTIMO.


QUEM COM A PENA FEREOU O PATO MANCO RI POR ÚLTIMO.

Por Abdon Marinho.

NESTES dias de ócio virótico pus-​me a refle­tir sobre uma cat­e­go­ria de pes­soas que exis­tem desde os primór­dios da civ­i­liza­ção: os aduladores.

Não sobre os que devotam a out­rem os elo­gios mais imper­ti­nentes ou os atos de sabu­jice mais escan­car­a­dos.

Destes já tra­tou deste Salomão, nos seus provér­bios: “a teste­munha falsa não ficará livre do cas­tigo, e aquele que despeja men­ti­ras não sairá livre. Muitos adu­lam o gov­er­nante, e todos são ami­gos de quem lhe dá pre­sentes”. Provér­bios 19:59.

Pas­sando por Havé Sal­vador: “ Afasta-​se dos baju­ladores antes que eles se afastem ti quando não tiveres mais nada”.

Ou Tác­ito: “os adu­ladores são a pior espé­cie de inimi­gos”.

Ou Saint-​Clair Mello: “a pior espé­cie de rato é aquela que pro­lif­era nos escan­in­hos do poder”.

Ainda sobre o tema e a título de con­selho, disse-​nos Barack Obama, ex-​presidente da nação mais poderosa do mundo : “Livre-​se dos baju­ladores. Man­tenha perto de você pes­soas que te avisem quando você erra”.

E não podemos esque­cer que o próprio Nico­lau Maquiavel, no seu “O Príncipe”, dedicou-​se ao trata­mento do tema.

Poderíamos pas­sar dias repetindo o que já dis­seram os mais anti­gos e sábios do que eu sobre os adu­ladores, é um assunto ines­gotável.

Com anos-​luz de dis­tân­cia, eu mesmo, mais uma dúzia de vezes, já fui com­pelido a falar do tema.

Hoje ao retornar ao assunto faço numa outra abor­dagem: falarei dos adu­ladores como instru­men­tos da guerra política.

Quem acom­panha a política local já deve ter perce­bido críti­cas ao atual gov­er­nador e ao seu vice-​governador e can­didato à sucessão estad­ual antes inimag­ináveis.

Não que muitas delas não sejam dev­i­das – até pelo con­trário –, mas é que pas­saram os últi­mos sete anos, cegos e mudos quando o assunto era os descam­in­hos do gov­erno, para eles até as flat­ulên­cias das autori­dades tin­ham aroma de rosas.

E ai daque­les que ousassem dizer o con­trário, eram ata­ca­dos, desmere­ci­dos, escul­ham­ba­dos, desqual­i­fi­ca­dos e até mesmo ata­ca­dos em sua honra pes­soal.

Agora, os defeitos que nunca viram, aflo­ram, são ampli­a­dos; as qual­i­dades, se exi­s­tirem, viram defeitos.

Eu mesmo, quan­tas vezes não fui vítima disso? Algu­mas vezes cheguei a respon­der, não aos xerim­ba­bos de plan­tão, que ape­nas cumpriam ordens, mais dire­ta­mente aos patrões, aos patroci­nadores das imundas penas.

Foi de um destes que, por conta da minha defi­ciên­cia física, gan­hei o apelido de “pato manco”. Nunca liguei pra isso, exceto agora, para dizer que o pato manco acaba rindo por último.

Pois bem, como dizia, assis­ti­mos a uma divisão na facção gov­ernista, com cada qual das ban­das levando no inven­tário de par­tilha até os adu­ladores que infes­tam os órgãos públi­cos.

No iní­cio, cada um ainda querendo tirar van­ta­gens ou apo­s­tando na união, os xerim­ba­bos foram “ori­en­ta­dos” a ficar no “morde e asso­pra”, dizia-​se um agravo ali, mas deixando uma “deixa” para o caso de quer­erem voltar.

Já pas­saram: falam demais e depois ter que des­dizer, engolir o choro ou pedir des­culpa para não perder a sinecura, própria, do par­ente ou do amance­bado?

Hoje, parece-​nos, já não existe o “risco da união” e as milí­cias vir­tu­ais antes unidas na adu­lação já podem par­tir para o jogo de espal­har ofen­sas, criar fatos, desmere­cer os anti­gos ali­a­dos, agora adver­sários.

E começaram cedo. São estrat­a­ge­mas, ini­cial­mente, tidos por inofen­sivos, mas que têm um poten­cial de cresci­mento e divi­sion­ismo na sociedade.

Outro dia, estava anal­isando o que estaria por trás de deter­mi­nada can­di­datura quando pas­saram a tra­bal­har o mote “meu nego” con­tra “meu branco”.

Um referindo-​se à deter­mi­nado can­didato para dizer que o mesmo “seria do povo”; e outro para referir-​se ao adver­sário, como se este fosse, dig­amos, da “nobreza”, da elite, indifer­ente ao sofri­mento do povo e que até foi pas­sar férias nos Esta­dos Unidos enquanto o Maran­hão “afun­dava” em meio às enchentes dos rios.

A ideia sub­lim­i­nar de explo­rar o racismo como arma política no estado revela-​nos que as ordens dos mili­cianos dig­i­tais não con­hecem lim­ites, deve ser naquele estilo: espalha, “se colar colou”.

Muito emb­ora pareça ser um inocente e até colo­quial, vez que no dia a dia, até trata­mos as pes­soas do nosso con­vívio assim, não é.

Uma ex-​governadora até foi apel­i­dada de “a branca”, de um outro político dizia-​se que lavava as mãos com álcool depois que cumpri­men­tava um pobre – isso bem antes da pan­demia.

Ape­sar das pil­hérias mais inci­si­vas, nunca se teve em tais car­ac­ter­i­za­ções a explo­ração do racismo como arma política.

Como obser­vador da política de hoje vejo que estes ataques sob o mote cos­tumes “inocentes”está longe de se tratar de uma brin­cadeira inocente, na ver­dade trata-​se de um cál­culo político para explo­ração do racismo na política estadual.

Não me recordo de ter teste­munhado algo assim.

Esse é ape­nas um exem­plo de como o con­sór­cio dos adu­ladores vem sendo usado para influir na livre escolha dos cidadãos na sucessão estad­ual.

No outro lado tam­bém não tem “refresco” vi ou li que o senador dis­si­dente recla­mara da explo­ração que fiz­eram de um encon­tro que tivera com o min­istro da Saúde do gov­erno Bol­sonaro suposta­mente para bus­car recur­sos e medica­men­tos por conta da enchente.

A ver­são ven­dida pelos opos­i­tores foi que já se tra­tou de um primeiro aceno para bus­car apoio do bol­sonar­ismo no estado e que a tal tertúlia até tivera o aval do pres­i­dente ou mesmo que acon­te­cera uma “reunião sec­reta” entre o senador pede­tista e o pres­i­dente.

A “cam­panha” da fação gov­ernista parece ter feito “estra­gos” na estraté­gia do neo adver­sário, tanto que o próprio par­tiu para “guerra” reafir­mando ser “adver­sário” do atual pres­i­dente da República.

Aos reclames do senador pede­tista somou-​se a “sol­i­dariedade” inusi­tada do antigo desafeto e con­tendor das lides judi­ci­ais e prin­ci­pal ali­ado do pres­i­dente no estado, senador Roberto Rocha, que “defendeu” o “colega” nas redes soci­ais, dizendo que o mesmo era vítima das “milí­cias dig­i­tais” ban­cadas pelo gov­erno estad­ual.

Ora, ora, quem mel­hor para “jurar a desavença” do senador pede­tista com o pres­i­dente que o seu “líder” infor­mal?

A política é, real­mente, uma caix­inha de sur­pre­sas.

Não tratarei desta questão de fundo no pre­sente texto até porque já falei disso há mais de um ano – se não me falha a memória –, e voltarei a tratar em um texto especí­fico.

Os cam­in­hos do bol­sonar­ismo no estado ren­derão muitos debates, muito emb­ora me pareça claro para onde irá, no final.

O pre­sente texto, entre­tanto, é para tratar daquilo que fiz­eram com os adver­sários e ou inimi­gos imag­inários e que agora começam a sen­tir (e a recla­mar) dos supos­tos ataques que estariam sofrendo.

Não achavam “engraçado” quando eram com os out­ros? Ou quando par­tiam para con­stranger jor­nal­is­tas e blogueiros com infini­tas ações judi­ci­ais?

Pois é, como diz o dito pop­u­lar, “quem com o ferro fere, com ferro será ferido”. No caso, mais ade­quado será dizer “quem com a pena fere …”.

O mais engraçado é que são basi­ca­mente as mes­mas penas que usaram para ferir os out­ros as “con­tingên­cias” da política as usam para feri-​los.

Uma doce iro­nia para mostrar que o “pato manco” ri por último.

Abdon Mar­inho é advo­gado.

Comen­tários

0 #1 Pipoca 18-​01-​2022 00:44
Você não é pato, porém, é GATO!!!!

Lin­dooooooooo!
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