AbdonMarinho - CONCURSO: O GOVERNO ACERTOU.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 23 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

CON­CURSO: O GOV­ERNO ACERTOU.

CONCURSO: O GOV­ERNO ACERTOU.

CON­SIDERANDO as infor­mações pub­li­cadas nos veícu­los de comu­ni­cação e redes soci­ais, e são várias e dís­pares, entendo que o gov­erno Flávio Dino agiu com acerto ao homologar o con­curso público para a car­reira do mag­istério do Estado do Maranhão.

Vejamos: os argu­men­tos con­tra a homolo­gação do cer­tame – ao menos os que vi –, eram basi­ca­mente dois: um dando conta que em deter­mi­nado local das provas um dos envelopes com as mes­mas estaria vio­lado; a segunda ale­gação era de que alguns dos que­si­tos do cer­tame seriam repeti­dos de out­ros con­cur­sos. Segundo foi apu­rado cerca de 25 questões estariam nesta situação.

Claro que não se deve olvi­dar o fato do rompi­mento do lacre do enve­lope antes da hora ou ainda o fato de se ter usado per­gun­tas feitas noutros cer­tames – acho que estes fatos mere­cem uma apu­ração mais com­pleta –, mas, daí a usar estes fatos para «zerar» o jogo vai uma dis­tân­cia considerável.

Ora, cerca de 170 mil pro­fes­sores, espal­hado em inúmeros lugares, fiz­eram estas provas, não vejo sen­tido recon­vo­car todo esse povo para refazer o cer­tame por conta de um enve­lope suposta­mente vio­lado e, sem que haja qual­quer indí­cio de que as provas foram «vazadas» para os competidores.

Ven­cida essa questão, restaria a ale­gação do suposto plá­gio dos quesitos.

O alar­ido maior por parte dos descon­tentes teria sido fato da fun­dação respon­sável pelo cer­tame não ter apli­cado questões «inéditas».

Claro que é, para dizer o mín­imo, «feio» uma fun­dação do porte da con­tratada fazer uso de questões de cer­tames real­iza­dos «ontem» por out­ras similares.

Isso, entre­tanto, não é motivo sufi­ciente para inval­i­dar um con­curso. Explico: quando se dis­tribui um pro­grama de con­curso – e esta dis­tribuição é feita den­tro dos ramos de con­hec­i­mento à dis­posição de todos –, estes pro­gra­mas não admitem que se invente respostas. Cada assunto per­mite a real­iza­ção de uma série de ques­tion­a­men­tos, mas estes são fini­tos. Isso vale para todas as dis­ci­plinas, matemática, lín­gua, história, geografia, ciên­cias, etc.

Enten­deram? Ainda que seja pos­sível fazer per­gun­tas diver­sas, essa pos­si­bil­i­dade de cri­ação, den­tro dos pro­gra­mas apre­sen­ta­dos, são fini­tas, logo, não há que se falar em ineditismo em questões de con­cur­sos, vestibu­lares, etc., quando muito, e ainda assim de forma lim­i­tada, o que se pode fazer é variações.

Outro aspecto, ainda sobre este tema, é que con­cur­sos têm que respeitar as lim­i­tações pro­gramáti­cas, não podendo se afas­tar delas de forma alguma. Estes pro­gra­mas, por sua vez, pre­cisam está con­ti­dos den­tro dos assun­tos da grade de ensino do país. Ainda que se admita per­gun­tas vari­adas sobre, por exem­plo, con­jun­tos, estas per­gun­tas não serão muito difer­ente ou apre­sen­tarão resul­ta­dos diver­sos daque­les que nos foram ensi­na­dos nas esco­las. Não pode ser diferente.

Tanto isso é ver­dade que empre­sas, gov­er­nos, fun­dações, uni­ver­si­dades ao redor do mundo estão for­mando, com base no con­hec­i­mento acu­mu­lado, ban­cos de questões sobre os mais vari­a­dos temas. Muitos destes «ban­cos» de que­si­tos já pos­suem mil­hares, mil­hões de questões sobre os ramos do con­hec­i­mento humano. Tam­bém sob este prisma, a pre­ten­são de ineditismo ale­gado é mera retórica ou falta de conhecimento.

Isto não que dizer que seja razoável uma fun­dação, que se pre­tende séria, aplicar uma prova com que­si­tos lit­eral­mente col­hi­das de out­ras provas, ainda mais quando não dar crédito aos autores.

Ainda assim, fazendo estas ressal­vas, não vejo razão para a anu­lação do cer­tame. Na minha opinião o gov­erno agiu com acerto ao pro­mover a homolo­gação do con­curso e começar a reduzir o déficit de pro­fes­sores exis­tentes no Estado do Maran­hão, evi­tando que mil­hares de jovens sejam prej­u­di­ca­dos – mais do que já foram –, e come­cem a ter uma vida acadêmica regular.

Abdon Mar­inho é advogado.