AbdonMarinho - DISCURSO E PRÁTICA
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 23 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

DIS­CURSO E PRÁTICA

DISCURSO E PRÁTICA.

UM DEBATE tolo assalta os meios de comu­ni­cação e mídias soci­ais: recla­mam fer­oz­mente pelo fato do pres­i­dente em exer­cí­cio não ter nomeado nen­huma mul­her para o cargo de min­istro de Estado.

Segundo os críti­cos um desre­speito, um absurdo, que o gov­erno ante­rior era diferente.

Pois é, o gov­erno petista, o par­tido, seus ali­a­dos e adu­ladores sem­pre se jac­taram da defesa das mino­rias, mul­heres, negros, tra­bal­hadores, respeito às liber­dades. Já escrevi algu­mas vezes provando que tudo isso é balela.

No último dia 12/​05, alguns jor­nal­is­tas que TRA­BAL­HAVAM cobrindo a saída da pres­i­dente afas­tada Dilma Rouss­eff do Palá­cio do Planalto foram agre­di­dos. Que belo exem­plo de respeito aos trabalhadores.

Entre os profis­sion­ais agre­di­dos, uma das jor­nal­is­tas mais sérias deste país: ZILEIDE SILVA, da rede globo.

A jor­nal­ista que se fez como profis­sional por sua com­petên­cia, foi agre­dida enquanto TRA­BAL­HAVA. Ela, como sabe­mos é MUL­HER, é NEGRA, é TRA­BAL­HADORA e, se faço as con­tas dire­ito, ela já está quase na mel­hor idade. Nada disso lhe valeu diante dos con­scientes defen­sores da democ­ra­cia que a agredi­ram. A única coisa que viam era o fato de ser jor­nal­ista da rede globo.

Até agora não vi uma nota de protesto dos valentes defen­sores que recla­mam não ter mul­heres no min­istério do novo gov­erno, uma linha dos valentes defen­sores dos negros que se esgoe­lam pelo fato de não ter negros no novo gov­erno, um protesto das cen­trais sindi­cais que já protes­tam con­tra o novo gov­erno. Um miado dos que dizem ardorosos defen­sores da liber­dade de imprensa e infor­mação se ouviu.

As enti­dades de jor­nal­is­tas limitaram-​se aos protestos protocolares.

Pois é, tudo dis­curso. Na prática, na hora de agredi­rem uma mul­her, negra, tra­bal­hadora, o gênero, a cor da pele, o fato de ser tra­bal­hadora pouco importa.

Nem fale­mos aqui nas famosas mul­heres do «grelo duro» ou do polo expor­ta­dor de veados.