AbdonMarinho - ÁGUAS DA VERGONHA.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sexta-​feira, 22 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

ÁGUAS DA VERGONHA.

ÁGUAS DA VER­GONHA.
A foto que emoldura esse texto foi reti­rada do blogue do jor­nal­ista Gilberto Léda. A matéria diz que um dep­utado estad­ual, César Pires e um cidadão chamado Fran­cisco Nagib, que fazem estão de infor­mar entre vír­gula inglesa, tratar-​se de um pré-​candidato a prefeito de Codó, estavam dis­tribuindo água à pop­u­lação do povoado do Km 17, naquele municí­pio.
Em se tratando de Maran­hão, pou­cas coisas me sur­preen­dem, essa notí­cia foi uma delas. Não que eu ignore que coisas assim acon­teçam no estado inteiro, com pré-​candidatos querendo se via­bi­lizar eleitoral­mente dando algo em troca de pos­síveis votos. Notí­cias disso temos todos os dias, as casas dos pre­tendentes a um mandato a pop­u­lação já busca o socorro para as suas difi­cul­dades e seus vícios. O que me sur­preende é que ten­ham cor­agem de explo­rar, inclu­sive fazendo divul­gação, uma neces­si­dade tão primária do nosso povo. Fico angus­ti­ado quando vejo um dep­utado estad­ual, que até então, tinha em ele­vada conta, con­corde em par­tic­i­par de tamanha sor­didez. Uma mal dis­farçada com­pra ante­ci­pada de votos, tendo por moeda de troca uma caminhão-​tanque de água. Vejam, estavam fazendo festa para um cam­in­hão com água, não se tra­tou, sequer, de um sis­tema per­ma­nente, mas ape­nas um cam­in­hão, como a lem­brar aos incau­tos: fiquem do nosso lado que ele volta.
Vivêsse­mos em país, um estado sério, o suposto pré-​candidato jamais pode­ria par­tic­i­par das próx­i­mas eleições e o dep­utado seria lev­ado a respon­der per­ante a comis­são de ética do par­la­mento e perde­ria o mandato. Aqui ficará o dito pelo não dito. Tudo esque­cido pelas autori­dades que dev­e­riam coibir esse e out­ros tipos de abu­sos. Mas não esque­cido pelos desvali­dos que pre­cisam de tudo, até de água para beber. E fes­te­jam a dádiva como um favor e não um dire­ito.
Não era para ser assim.
Ao dep­utado, figura de destaque dos gov­er­nos ante­ri­ores jamais ocor­reu exi­gir do gov­erno ou fazer uma proposição solic­i­tando que se lev­asse água ao povoado, um dos mais anti­gos do Maran­hão.
O mesmo se diga do empresário, que deve ter lig­ação com a empresa pro­pri­etária do cam­in­hão. Por que nunca pen­saram (ele e a empresa) em levar, como con­tra­partida social, água a comu­nidade? Por que só agora, quando fazem questão de infor­mar a condição do ben­emérito?
Invol­un­tari­a­mente, ambos escreveram mais uma página na nossa coleção de ver­gonhas. Uma das mais nojentas.

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