AbdonMarinho - QUALQUER UM NÃO SERVE.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Domingo, 24 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

QUAL­QUER UM NÃO SERVE.

QUAL­QUER UM NÃO SERVE.

Logo mais, no começo de out­ubro, começará a ser definido o quadro eleitoral para 2016. Como os pre­ten­sos can­didatos devem com­pro­var fil­i­ação aos par­tidos políti­cos e o domi­cilio eleitoral um ano antes da eleição, saber­e­mos, ao menos em tese, os que poderão dis­putar – e por qual par­tido –, os pleitos.

Digo em tese porque, se no Brasil até o pas­sado pode ser mudado, o pre­sente e o futuro, sequer deve­mos dis­cu­tir. Estes mes­mos é podem sofrer alterações.

No maluco quadro eleitoral maran­hense muitas ainda serão as rasteiras e golpes a serem engen­dra­dos, inclu­sive com o apoio de insti­tu­ições como a justiça – que terá um papel de destaque (para o bem e para mal) –, nas próx­i­mas eleições.

Neste momento de definições me assalta uma inda­gação: será que o episó­dio de Bom Jardim, tão ampla­mente divul­gado, servirá de lição para os eleitores? Será que moti­vará os eleitores a escol­her mel­hor? Será que con­vencerá da certeza cristalina de que qual­quer um não serve? Que o voto incon­sciente ou em troca de um favorec­i­mento pes­soal, tem con­se­quên­cias desas­trosas por qua­tro ou oito anos?

Alguns ami­gos, com quem fiz essas reflexões, foram pessimistas.

A larga maio­ria tril­hou no cam­inho de que nada mudará e que os eleitores con­tin­uarão votando sem pen­sar nas con­se­quên­cias do voto e que, imagina-​se, a grande parte deles, irá as urnas no ano que vem pen­sando mais em si, no que poderá “lucrar” indi­vid­ual­mente, em detri­mento dos inter­esses cole­tivos. Um ainda disse que se a gestora de Bom Jardim pos­suir condições de dis­putar é capaz de ganhar.

Estarão cer­tos o que assim pen­sam? Será que, ape­sar do escárnio, do deboche, da osten­tação de cer­tos gestores (não ape­nas esta que ocupa a mídia no momento), os eleitores não se con­vence­ram de que qual­quer um não serve?

Emb­ora seja um otimista por natureza, o que vejo, tam­bém, cam­inha no rumo do pessimismo.

Falei outro dia do bal­cão de negó­cios que se tornou os par­tidos políti­cos – com diri­gentes decidindo que este ou aquele poderá ou não ser can­didato, desde que com­pre a vaga. Muitas são as denún­cias neste sentido.

Noutra quadra – tam­bém já falei disso inúmeras vezes –, se ouve dizer que a política no Maran­hão está com­pleta e irre­me­di­avel­mente lig­ada aos agio­tas. Já neste momento, são estes cidadãos, que crescem e sobre­vivem desde ofi­cio e que as autori­dades poli­ci­ais e judi­cia­rias fin­gem não exi­s­tir, que estão ban­cando as com­pras de leg­en­das, não ape­nas para garan­tir as can­di­dat­uras dos seus, mas, sobre­tudo, para impedir que os adver­sários dos seus pro­te­gi­dos disputem.

Repito: Dizem que o grande lance do momento na política do Maran­hão não é a velha dis­puta com abuso do poder econômico ou politico, com­pra de voto e out­ras maze­las. Viram que sai mais barato impedir que os adver­sários disputem.

A dura real­i­dade – assim nos chegam diver­sas infor­mações –, é que está em curso o «seque­stro» do estado, através do poder politico local, por estes agentes do crime. Estes que desde já, pas­sam a custear as despe­sas e a inve­stir em pre­ten­sos can­didatos, para, a par­tir de 2017, pas­sarem a dom­i­nar os recurso públi­cos nos municípios.

O modus operandi é este que os veícu­los de comu­ni­cação estão exaus­tos de mostrar: lic­i­tações absur­das, obras não real­izadas, sim­u­lação de entrega de mer­cado­rias e serviços.

Os gestores, emb­ora par­ticipes, arrisco dizer, são ape­nas um elo na cor­rente crim­i­nosa. Muitos, por ingenuidade ou tolice, entram neste tipo de aven­tura e quando se dão conta, não con­seguem mais se afas­tar, não pos­suem condições finan­ceiras ou físi­cas de romper, pois coloca em risco a própria vida ou a de seus famil­iares. Cos­tumo dize que estes des­on­estos são os piores tipos de ladrões – roubam, gan­ham fama de ladrões, muitos respon­dem a proces­sos, são con­de­na­dos, ficam com nome sujo e devendo o que não pos­suem – em favor dos out­ros, dos agi­tas, dos picare­tas que ban­caram suas eleições.

Se anal­is­ar­mos o quadro politico no nosso estado ire­mos con­statar que a cada pleito o quadro de rep­re­sen­tantes vai ficando pior. Se esta­mos com uma pés­sima safra de políti­cos ruins, dep­uta­dos, prefeitos, etc., podem apos­tar sem medo de perder que os suces­sores serão piores. Com as ressal­vas e exceções de sem­pre, claro. Faço esta análise há mais de trinta anos, é o que vejo.

Tal situ­ação, ali­ada ao medo de serem con­fun­di­dos, faz com que as pes­soas de bem se afastem da política, fujam do exer­cí­cio de qual­quer mandato.

Com isso, a cada dia se cristal­iza o sen­ti­mento de que a política é uma ativi­dade de ban­di­dos. Não recrim­ino os que pen­sam assim.

A cor­rupção parece está enfron­hada em toda malha social. Há denún­cias sérias e con­sis­tentes, inclu­sive divul­gadas na mídia, da existên­cia de uma “máfia» tra­bal­hando pela cas­sação de prefeitos, onde o “tira-​e-​bota” torna-​se um negó­cio ren­tável, pois os oper­adores gan­ham para tirar, gan­har botar e tudo gerando cus­tos finan­ceiros que no fim das con­tas será supor­tado pelo con­junto da sociedade.

O papel depu­rador das insti­tu­ições (quase todas cor­romp­i­das) deve ser exer­cido pela sociedade e não o contrário.

Não adi­anta o cidadão ficar esperando que insti­tu­ições, per­me­áveis à cor­rupção, resolvam seus problemas.

A sociedade, sim, pre­cisa ficar atenta na escolha dos seus rep­re­sentes, sep­a­rar os que servem daque­les que não servem, ver­i­ficar que forças se encon­tram por trás das can­di­dat­uras, pois, cer­ta­mente, os eleitos serão mais fieis a eles que aos eleitores, a sociedade.

Em maior ou menor grau, o Maran­hão está repleto de pre­pos­tos de inter­esses escu­sos. São muitas as «Lid­i­anes» deste Brasil. A orig­i­nal, talvez, não seja mais que uma som­bra dos muitos descal­abros exis­tentes e dos que estão sendo ges­ta­dos neste momento, uma tola, uma deslum­brada, uma despreparada con­t­a­m­i­nada pelos encan­tos do poder e do enriquec­i­mento sem causa.

O povo, somente ele, será capaz de colo­car um basta na san­gria sem freio dos cofres públi­cos. Para isso é necessário com­preen­der a importân­cia de suas escol­has e con­se­quên­cias. Para isso pre­cisa chamar para si a respon­s­abil­i­dade de ser o sen­hor do seu destino.

Abdon Mar­inho é advogado.

Comen­tários

0 #1 Zeca Fer­reira 29-​08-​2015 12:15
Enquanto o sen­ti­mento de impunidade per­si­s­tir entre os deten­tores do poder esse quadro não muda, meu caro.
Citar