O QUE VEJO SOBRE 2014.
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- Criado: Domingo, 17 Março 2013 12:57
- Escrito por Abdon Marinho
O QUE VEJO SOBRE 2014.
Estamos longe das eleições de 2014, mas faço essas considerações, para depois conferir se estava certo ou errado.
Certa vez indaguei, aqui mesmo, se a oposição maranhense seria estúpida. Ninguém respondeu a indagação. A ausência de resposta talvez se dê por uma questão anterior, que deveria ter indagado antes: \«Há oposição no Maranhão?\» Caso positivo, ao que se opõe? Ao governo? Ao modelo? Ou apenas buscam o poder para fazerem, de forma piorada, o que os donos do poder já vem fazendo?
As perguntas acima, se respondidas sem o calor das emoções, não são fáceis de responder. Aliás, esse, sequer é o objeto deste post. Apenas perguntei porque olho para a política do Maranhão e vejo tudo tão embaralhado que tenho dificuldade de distinguir, por outro lado, há tanto jogo de interesses em colisão, cada um tratando de seus próprios interesses, que o homem comum, com eu, fica perturbado. Vejam um exemplo. Um dos mais influentes líder do partido que foi apeado do poder pelos atuais detentores, segundo soube, mudou-se de malas e cuias para o governo, embora seu partido esteja dizendo aos quatro ventos que é oposição e que vai apoiar a candidatura adversaria ao atual governo. Essa é a situação de muitos outros que, em troca de interesses, ficam nessa de não serem nem peixe, nem frango.
Entretanto e apenas por exercício retórico, admitamos que haja uma oposição.
A oposição tem amplas chances de ganhar a eleição de 2014, não precisa fazer muito esforço, apesar disso trabalham com uma voracidade fora do comum para perder e, mantidas as condições atuais, perderá mais uma vez. Apenas em situações bem especiais amadores vencem profissionais. E a oposição maranhense (?) trabalha de forma tão amadora que sequer busca erros novos para cometer, comete os mesmos erros dos últimos cinqüentas anos.
Nâo conseguem construir uma unidade mínima para a disputa. Uns já vêem nos outros os adversários, não de 2014, mas os 2016 e os de 2018. Como um grupo em que uns tentam derrubar seus supostos aliados conseguem agregar os seus e a buscar os descontentes do campo adversário? Não conseguem.
São ingênuos, caem como patinhos nas armadilhas dos adversários que trabalham com a divisão dos adversários. Como não confiam uns nos outros, dão mais crédito ao que dizem os adversários que as palavras dos supostos aliados. Como algo assim dará certo? Só numa situação absurdamente anormal. Aqui não falarei sequer das condições pessoais dos homens e na forma como aparecem aos olhos da sociedade. A condição pessoal de cada um, seu caráter, sua postura, etc., é algo que também fará a diferença quando começar o trabalho de descontração.
Mais uma. A oposição (?) trabalha com a perspectiva de dividir o balaio de gatos. Essa tese de dividir para adiante somar, é só uma meia verdade e tem tudo para não funcionar, primeiro porque estão criando tantos atritos na divisão do balaio de gatos, que não conseguirão uni-los lá na frente. Outra, isso até poderia funcionar, mas se fossem disputar com o mesmo adversário, não é esse o caso, o adversário é outro.
Ora, para as próximas eleições seria necessário a construção de uma situação que tornasse a eleição plebiscitária. Não estão trabalhando para isso. Caso continue assim, caso não percam a eleição no primeiro turno, as chances do outro balaio ir com a situação é bem maior que de ir com a oposição(?). Criarão tantos atritos, que quando muito, aqueles que deveriam se unir, no máximo darão declarações protocolares e liberarão seus aliados para votarem como quiserem.
Como disse, só em condições anormais, amadores vencem profissionais. Se de um lado os amadores não conseguem, ao menos, repetirem erros novos, do outro lado, pelo que vejo, de longe, há uma máquina azeitada, um discurso uniforme, um único candidato preparado para o embate, com luz própria, que constrói uma candidatura que pode se sustentar de forma independente. E que o candidato poderia dizer que não depende da situação, que pode apresentar um currículo de realizador, de boa praça, de trabalhador, etc., e pode até dizer que vai governar sem a influência do atual grupo. Dirá isso sem causar qualquer constrangimento. Se sentirem que algum aliado, por suas condições possa atrapalhar o projeto eleitoral, o trancarão no armário e só o soltarão depois das eleições.
Uma consideração final: Eleição é conta de somar e não de dividir.