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Bem Vindo a Pagina de Abdon Marinho, Ideias e Opiniões, Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024



A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade.

Escrito por Abdon Marinho

PRECONCEITOS CONTRADITÓRIOS.

Por Abdon Marinho. 

RECEBO dos aliados e defensores do candidato do PT, Fernando Haddad, através das redes sociais, e com ares de escândalo, a informação (não sei se verdadeira ou falsa) que o candidato do PSL, Senhor Bolsonaro teria dito, sugerido ou defendido o nome do ator(?) Alexandre Frota como ministro da cultura na hipótese de eleger-se à presidência da República. 

Como disse, tratam a notícia como escândalo ou um crime. 

Não discutem se o cidadão possui competência ou não para o cargo – é até possível que tenha, ou não –, mas atacam e se escandalizam porque o suposto indicado, há dezenas de anos, ainda no século passado, teria atuado como ator em filmes de conteúdo adulto homossexual. 

Para reforçar o “escândalo” junto com a “notícia” colocam fotos das películas onde o ator aparece em tórridas cenas de sexo com outros atores.

Ora, se acusam o candidato de conservador, reacionário, homofóbico, dentre outras adjetivações, por que o falso escândalo por uma possível indicação do ator? 

Entenderia, caso questionassem a ausência de competência, caso estivesse envolvido em escândalos de corrupção, etc, – o que, até aqui, não se noticia.

O rapaz estaria desqualificado para o cargo por ter sido ator de filmes gays? Por ter feito cenas “quentes” de sexo com outros homens?

Mas não é o senhor Bolsonaro que é homofóbico? Que criará um Comando de Caça aos Gays?

Não consigo entender. Se é este candidato que reúne as piores características de intolerância, por que a “grita” se a suposta indignação é justamente em sentido contrário?

Quem está sendo preconceituoso e intolerante?

Observo que se o suposto indicado, tivesse, por exemplo, matado alguém – crime mais grave da hierarquia penal –, ao invés de ter feito um ou mais filmes gays, já estaria livre, leve e solto, no jargão: “teria pago sua dívida com a sociedade” e, até mesmo pelas políticas de inserção de egressos na vida social, apto a qualquer trabalho e seria incentivado a tê-los.  Já o cidadão que ao invés disso,  fez (ou representou) cenas de sexo com outro homem, há décadas, não pode ocupar um cargo público, seja de ministro, secretário, deputado ou o que o valha, sem que seja criticado ou censurado por isso? 

Não seria o contrário?

Não consigo entender essa crítica ao candidato por uma suposta indicação, justamente das pessoas que, a vida inteira se venderam como de vanguarda, tolerantes, etc.

Um candidato, então não pode indicar um ator pornô. Seria preconceito contra a pornografia? Contra atores gays ou de filmes gays? 

Confesso que não consigo entender.

Abdon Marinho é advogado.