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Bem Vindo a Pagina de Abdon Marinho, Ideias e Opiniões, Quinta-feira, 09 de Maio de 2024



A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade.

Escrito por Abdon Marinho

OSTENTAÇÃO E PODER.

Suponho que desde 46 A. C., quando, a convite de César, Cleopatra esteve com sua corte na cidade, e que foi magnificamente representado na película de Joseph L. Mankiewicz, com Elizabeth Taylor, no papel título, Roma não assistia tanta ostentação de um governante quanto assistiu com a comitiva da presidente do Brasil em sua última estada naquela cidade. Dizem que eram dezenas de assessores, ministros de estado, trinta suites em um dos mais caros hotéis da cidade, ao custo unitário de U$ 7.000/dia, segundo li foi isso mesmo (sete mil dólares a diária) foram disponibilizados, carros oficiais, batedores e tudo mais se fizeram presente, o custo da farra, segundo estimativas, quase um milhão de reais. Acho que a última rainha de dinastia dos Ptolomeus não gastou tanto.

Qual era mesmo a razão de tudo isso? Assistir uma missa. Tudo bem que era a missa inaugural do novo papa, líder da Igreja Católica, mas vamos combinar: foi um excesso abusivo com o dinheiro do contribuinte, esse lascado que passa, cinco meses por ano para sustentar o perdulário estado brasileiro. Ora, se são tão católicos não poderiam rezar um terço em casa, em cima do milho para ver se conseguem purgar ao menos parte dos seus pecados? Precisavam ir a uma missa a esse custo? E com o nosso dinheiro?

Não tem sido diferente, nos últimos anos. Quanto o Brasil na gasta com essas dezenas de viagens feitas pelos governantes e que nada trás de positivo ou de lucrativo para o país. Do governo do antecessor, sabe-se agora, até a \"amiga íntima\", viajava por nossa conta. E como viajou.

Para os padrões brasileiros os excessos da última década só pode se comparar àquela famosa viagem de Sarney a Paris, acho que em 1986, na qual segundo dizem, até os copeiros dos palácios foram, quase trezentas pessoas segundo se divulgou na época.

Faço essas considerações, apenas para constatar aquilo que já estamos cansados de saber, que os poderosos do Brasil não tem a menor noção de respeito para o seu povo. Outro dia um governador fez uma viagem oficial levando a sogra e uns apaniguados para fazer turismo às custas da sociedade, outro dia se contratou uma artista famosa com um cachê nas alturas para a inauguração de um hospital e por aí vai. Os exemplos de abuso de poder e de ostentação iguala o país de norte a sul de leste a oeste. As autoridades, do mais baixo escalão ao mais elevados tem a predileção para queimar o dinheiro do contribuinte. Em todos os poderes as benesses com os recursos públicos campeiam, são carros, combustível, servidores em excesso e toda sorte de favor com o chapéu alheio.

Mais um exemplo. Agora mesmo a presidente criou um ministério só para acomodar um partido aliado, só para isso, nada mais. Ninguém responde por nada, vai ficando tudo por isso mesmo e todo mundo segue achando normal.

Enquanto o país vai afundando na orgia perdulária a educação vai se tornando uma das piores do mundo, com doutores saindo da faculdade, escrevendo você com C cedilhado, sem saber de cor as quatro operações básicas; a saúde tem se tornado o inferno narrado por Dante, pacientes passando dias e dias, as vezes meses a espera de uma mísera consulta, quando o atendimento chega, mal dá para salvar a vida do paciente, isso sem contar os que estão nos corredores dos hospitais, gritando e chorando de dor. Ontem ouvi na rádio um senhor, um cidadão de 76 anos chorando e implorando uma cirurgia para sua senhora de 70 anos internada num hospital a mais de um mês. Já vi bandalha, muitas, mas chorei ao ouvi aquele senhor que tanto já padeceu, chorando ao vivo por uma coisa tão elementar e que é seu direito. As obras públicas brasileiras, dos estados e dos municípios são as mais caras do mundo. Uma reforma, como aquela do Maracanã já está consumindo 1,300 bi (um bilhão e trezentos milhões de reais), essa reforma, pois aquele estádio foi reformado a menos de cinco anos para outra competição esportiva, por quase 600 milhões; a arena de Brasília está consumindo também mais de um bilhão e por aí vão os exemplos de desperdício com o nosso dinheiro.

Gastos num evento em que o Brasil terá o papel de Buffet, que faz a festa para os outros e sem receber nada em troca.

O país gasta fábulas com recursos para aparecer, enquanto o povo não tem o essencial e pior que isso está se acostumando a receber a bolsa-esmola e não quer mais saber de trabalhar.

Os exemplos de desperdícios vão se acumulando, por todo o país são obras mau feitas, não entregues, esqueletos que consomem milhões e milhões de reais ao longo de anos e não servem de nada para a população. Quem lembra do pólo de confecção de Rosário? Está lá o esqueleto assombrando quem passa; as rodovias fantasmas, o projeto salangô, etc. O que dizer dos projetos das refinarias da Petrobrás, em que só a do Maranhão já consumiu 1,5 bi (um bilhão e quinhentos milhões) e está abandonada?

São coisas que não valem sequer a pena lembrar.

 

O Brasil continua dando mostra de profunda imaturidade na forma que ostenta e na forma como joga fora o dinheiro que suamos todos os dias para ganhar. Talvez nos tempos antigos, nos tempos dos poderes absolutos fosse assim no resto do mundo. Aqui continua como se tempo e os costumes não tivessem mudado, passam os governantes e maus costumes continuam. Não passa. Parece que estamos condenados por alguma maldição.