AbdonMarinho - Economia
Bem Vindo a Pagina de Abdon Marinho, Ideias e Opiniões, Quinta-feira, 02 de Maio de 2024



A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade.

Escrito por Abdon Marinho

CINISMO.

A presidente Dilma Rousseff aparece ao lado dos governadores que apoiam o governo. A governanta os recebe para jantar com o propósito de torná-los sócios na estratégia de apunhalar a sociedade brasileira.

Dentre as medidas de ajustes para equilibrar as contas do governo, foi anunciada a proposta de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - CPMF, segundo informam, com prazo preestabelecido de quatro anos (imaginem se fosse permanente). Informam, ainda, que o produto da arrecadação destina-se, exclusivamente, a pagar aposentadorias e pensões. 

A previsão de arrecadação é de 32 bilhões de reais, com a alíquota de 0,20% (zero vírgula vinte por cento). Como já se tornou tradição, colocam a culpa nos velhinhos, nas viúvas, nos que precisam, para justificar a criação de uma taxa em efeito cascata sobre qualquer movimentação financeira que fazemos. Se transferirmos mil reais para um irmão, sobre esta movimentação, o governo "tunga" seu percentual; se esse irmão utiliza esse dinheiro para pagar uma conta, o governo fica com seu pedaço, e assim, sucessivamente.

Parece insignificante. Não é. O governo no fim das contas acaba por tributar esse mesmo recurso infinitamente.

O governo sabe que é difícil conseguir a aprovação desta medida. O que faz? Escala os governadores – a maioria com seus estados passando por dificuldades –, para ajudá-lo convencendo as bancadas estaduais a votarem a matéria de interesse do executivo. 

Aí entra, mais uma vez a chantagem às custas dos contribuintes. Caso topem ajudar o governo, a alíquota prevista de 0,20%, passará para 0,38%, os 0,18% será repassados aos governadores dos estados para equilibrarem suas finanças.      

Não só a alíquota, como a arrecadação, praticamente, dobram. Mais uma vez, às custas dos contribuintes, que já pagam umas das maiores cargas tributárias do mundo, sem ter qualquer contrapartida em serviços públicos. Se quisermos estudar, temos que pagar melhores escolas, se precisamos de atendimento médico, temos que custear planos de saúde. 

Nossos impostos só servem mesmo para sustentar os desmandos de governos perdulários. 

Ao acionar os governadores para uma ação orquestrada contra a população, podemos dizer que estamos diante do crime de quadrilha. Quem, diferente de quadrilhas, trabalham juntos e depois dividem o butim?

A questão da CPMF é apenas uma pequena amostra do suposto ajuste prometido pelo governo para equilibrar as finanças públicas que esfarelou devido à incompetência gerencial da gestão.

Tanto a presidente Dilma Rousseff quanto seu antecessor, mais preocupados com seus projetos políticos que com o destino do Brasil "cavaram" a conta que agora tentam espetar em nós contribuintes. 

Um estudo, ainda que superficial do tal ajuste, mostra que o grosso da conta quem a  pagará, mais uma vez, é a sociedade. 

A maior parte da conta será paga através da famigerada CPMF. 

Mas pagará, também, com o corte nos programas sociais; o corte na saúde; o corte na educação, etc.

O governo, nem de longe, cogita reduzir, para um patamar razoável, a máquina pública. O corte de uns poucos ministérios, meia dúzia de cargos comissionados, representarão apenas uma economia de 200 milhões. Nada, diante dos custos que tentam impor a sociedade.

A bola de todas as vezes para pagar conta dos seus abusos e desacertos, será minha, sua, nossa. 

As milhares de "boquinhas" dos partidos aliados continuam, praticamente, intocáveis. A corrupção continua sendo tratada por este governo como mérito. 

Ai, aparecem ao público  como se estivessem fazendo grande coisa quando na verdade, estão tirando dos mais pobres para continuar a sustentar uma máquina pública mastodôntica e o tal ajuste é uma  conta empurrada para toda a sociedade pagar.

Não bastasse colocar toda a conta no punhal cravado na costa do cidadão, fazem isso depois que o tornou mais pobre. Esperou a inflação subir, o dólar disparar, os juros ficarem nas alturas, o país perder o grau de investimento, para apresentarem a solução para o problema criado, em todos os sentidos, por eles próprios.

Ora, se sabiam que tinham que ajustar as contas, ainda que colocando-a para os de sempre pagar, por que não fizeram isso antes? Por que esperar a situação chegar onde chegou? 

Este é o governo da vergonha. Não sabiam de tudo isso? Além de incompetência padecem da asnice?

Cínicos. Isso é o que são. 

Abdon Marinho é advogado.