AbdonMarinho - DOCE CONTRADIÇÃO.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Domingo, 24 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

DOCE CONTRADIÇÃO.

DOCE CON­TRADIÇÃO.
OS ALI­A­DOS políti­cos do sen­hor Lula maldizem a decisão do min­istro Moraes que negou o enésimo pedido de liber­dade for­mu­lado por sua defesa. A insistên­cia é tamanha que logo mais não terão recur­sos a mane­jar ou o STF terá que se dedicar exclu­si­va­mente ao exame dos seus “petitórios”.
Mas, o mais engraçado na recla­mação que fazem é a com­para­ção. Dizem algo assim: “no mesmo dia que negam o recurso de Lula o min­istro Gilmar Mendes manda arqui­var denún­cia con­tra Aécio”.
A primeira coisa que me vem à mente é que o chá alu­cinógeno que tomaram era de pés­sima qual­i­dade, só isso a jus­ti­ficar tamanha insanidade. Será que esque­ce­ram que no dia ante­rior esse mesmo Gilmar que arquivou a denún­cia de Aécio – em face do silên­cio do MP e para aten­der um pedido da PF –, é mesmo que fez maio­ria para soltar “de ofí­cio”, repete-​se, “de ofí­cio”, o sen­hor José Dirceu con­de­nado a mais de trinta anos de cadeia, sob o pálido argu­mento de que seus recur­sos podem ser provi­dos? Será que ninguém descon­fia que a rever­são de uma sen­tença de trinta anos, já anal­isadas em duas instân­cias, tem chance zero de reforma? Pois, caso reformem podem fechar o Poder Judi­ciário.
Pois é, até para criticar são tolos. Será que não sabem que o min­istro Gilmar Mendes é o mais útil dos ali­a­dos em suas deman­das para acabar com a Lava Jato e soltar todos os crim­i­nosos de colar­inho branco? Ainda que para isso ten­ham que soltar todos os crim­i­nosos do país em condições análo­gas aos cor­rup­tos pre­sos e con­de­na­dos?
Não tem um dia que o crit­i­cado Gilmar não solte um cor­rupto – e nem vou dis­cu­tir as moti­vações –, mas ele, que, em 2016, fez a maio­ria pela prisão em segunda instân­cia, dizendo que a decisão aprox­i­mava o Brasil dos países civ­i­liza­dos, menos de dois anos depois mudou “da água para vinho”, virando seu maior crítico. Agora o Brasil tornou-​se um pária para o mundo civ­i­lizado, uma nação medieval.
Ape­nas para refres­car a memória, segue a capa de Veja desta semana.