AbdonMarinho - UM ESPECTRO RONDA O BRASIL.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Domingo, 24 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

UM ESPEC­TRO RONDA O BRASIL.

UM ESPEC­TRO RONDA O BRASIL.

CER­TA­MENTE ninguém duvida do mon­u­men­tal esquema de cor­rupção mon­tado no Brasil no últi­mos anos e que as rev­e­lações trazi­das a lume pela Oper­ação Lava Jato não são invenções da mídia.

Tam­pouco há alguma dúvida de que o estes esque­mas de cor­rupção – pelo menos até onde se sabe –, são os maiores de todos os tem­pos em todo o mundo.

Ainda, segundo se sabe, o flo­resci­mento de tais esque­mas só foi pos­sível a par­tir do con­luio entre agentes públi­cos e pri­va­dos para desviarem os recur­sos da nação.

Obras e serviços super­fat­u­ra­dos ou não exe­cu­ta­dos ren­diam propinas dis­tribuí­das entre aos sócios do poder medi­ante doação eleitorais (ofi­ci­ais ou através de caixa 2) ou repasse em din­heiro aos políti­cos o que era feito através de din­heiro em espé­cie ou depósito em con­tas sec­re­tas em paraí­sos fiscais.

Outra forma de alcance foi a patroci­nada por fun­dos pen­são de servi­dores públi­cos ao adquirirem ou finan­cia­rem negó­cios cri­a­dos uni­ca­mente para darem pre­juízo ou, ainda, obras e negó­cios finan­cia­dos no Brasil e no estrangeiro com recur­sos do BNDES, ou seja, em última análise, recur­sos públicos.

Temos por certo, tam­bém, que a par­tir de 2003 as quadrilhas espe­cial­izadas em roubar din­heiro público se assen­ho­raram do poder e pas­saram a man­dar efe­ti­va­mente na máquina admin­is­tra­tiva com este propósito. Isso já resta provado nos inúmeros proces­sos con­cluí­dos na Justiça Fed­eral e inquéri­tos em anda­mento na Polí­cia Federal.

A cor­rupção sem­pre exis­tiu no Brasil. Acredita-​se que desde que Cabral (não o Sér­gio, o Pedro) apor­tou por aqui já foi imbuído do propósito de cor­romper, de fazer negó­cios ruinosos ao país em ben­efi­cio de alguns espertos.

Assim, não se pode atribuir aos gov­er­nos petis­tas a “cri­ação” da cor­rupção, mas por uma questão de hon­esti­dade, deve se recon­hecer que nos treze anos de “mando» a cor­rupção mudou de pata­mar, pas­sou a ser uma política de Estado com um duplo propósito: enri­carem a si e seus dile­tos ali­a­dos e a se per­pet­u­arem no poder.

Ao meu sen­tir, tais pre­mis­sas não care­cem de qual­quer reparo.

Este é um filme de ter­ror que vem sendo descorti­nado para o Brasil desde que o ano de 2005, com rev­e­lação do escân­dalo do “Men­salão”. E, quando pen­sá­va­mos que já tín­hamos visto o máx­imo em cor­rupção, eis que somos apre­sen­ta­dos ao “Petrolão”, aos escân­da­los envol­vendo os fun­dos pen­são, o BNDES e tudo mais. Cabe reg­is­trar que há muito mais a ser exibia aos olhos da sociedade. Como por exem­plo, o claro con­luio entre os cor­rup­tos e aque­les que dev­e­riam vigiar, pre­venir e jul­gar os ladrões.

Os pre­juí­zos cau­sa­dos pela cor­rupção ao país, na casa dos bil­hões de dólares, só na era petista, emb­ora esti­ma­dos, jamais serão efe­ti­va­mente cal­cu­la­dos e ressar­ci­dos ao povo brasileiro. São bil­hões e bil­hões que “sur­ru­pi­a­dos» dos cofres públi­cos fiz­eram e fazem falta na edu­cação, na saúde, na infraestrutura.

Feitas estas con­sid­er­ações, tento enten­der como o sen­hor Lula, segundo as últi­mas pesquisas de opinião pública, alcança a espan­tosa marca de trinta por cento nas intenções de votos para as eleições que acon­te­cerão no próx­imo ano.

Fico a me per­gun­tar: estas pes­soas igno­ram a cor­rupção apu­rada nos últi­mos anos? Acham que ela (a cor­rupção, o roubo) pode­ria ter ocor­rido à rev­elia dos gov­er­nantes? Acham que os gov­er­nantes não sabiam de nada? Que eles não se ben­e­fi­cia­ram ou se locu­ple­taram dos desvios de recur­sos públi­cos? Acham nor­mal que recur­sos públi­cos sejam desvi­a­dos? Cíni­cos, acham que é assim mesmo, se um não rouba outro vem e faz isso, pelo menos quem roubou foram os petis­tas que “fiz­eram algo”? Aprovam a ide­olo­gia do roubo, aquela que per­mite o roubo dos recur­sos públi­cos em “nome da causa”?

Quando falamos em 30% (trinta por cento) de aprovação, esta­mos falando em mais de trinta mil­hões de eleitores.

São mais de trinta mil­hões de cidadãos que por algum motivo acham aceitável o roubo, a apro­pri­ação de recur­sos públi­cos e têm cor­agem de sair às ruas empun­hando tal ban­deira, sem qual­quer con­strang­i­mento, sem qual­quer pudor.

São pes­soas esclare­ci­das, muitas com for­mação acima da média nacional, com mais de um curso supe­rior, com mestra­dos, pós-​graduações, doutora­dos e tudo mais que a acad­e­mia pro­por­ciona. Estas pes­soas, acham nor­mal tudo que acon­te­ceu no Brasil, assi­nam embaixo de cada roubo e chance­lam a prática como avanço social? Ou, pior, são indifer­entes a tais práticas?

Uma coisa, é o sim­plório, o desprovido de qual­quer con­hec­i­mento, aquele que vota – na maio­ria das vezes –, moti­vado por um inter­esse pre­mente, que vota com “a bar­riga”, como se cos­tuma dizer. Outra coisa é a situ­ação daquele “bem nascido”, esclare­cido, for­mador de opinião. Este que tem con­sciên­cia de toda a ban­dal­heira que foi per­pe­trada con­tra a nação, sabedor que uma quadrilha – no pior sen­tido do termo –, se assen­horou do poder com o propósito de enricar a si e a uns apaniguados.

Estes são piores, são cúmplices.

E dirão: – mas, os out­ros tam­bém roubam, mel­hor este que já conhecemos.

Des­graçada nação! Que futuro é esse que terá o Brasil, em que as escol­has se dão entre os que roubam mais ou menos? Entre os que roubam para si e os que, suposta­mente, roubam e des­ti­nam parte do alcance para uma “causa»?

Des­graçada nação! Em que supos­tos int­elec­tu­ais e for­madores de opinião, acham nor­mal e têm como aceitável, o roubo como estraté­gia de for­mação do Estado.

Eu os renego.

Aqui, por estas pla­gas – há muito esque­cida por Deus –, vejo, com estu­pe­fação, a falta de con­strang­i­mento dos gru­pos políti­cos no trato da decência.

Ao que parece, como fiz­eram nas eleições ante­ri­ores, “brigarão» para con­tarem com o apoio do ex-​presidente Lula – e mesmo da ex-​presidente Dilma –, no pleito de 2018. Falam isso, até com certo orgulho, como se igno­rassem os fatos que estão à vista de todos, e que muitos, com a inteligên­cia que insin­uam ter, não pode­riam deixar de aquilatar.

Pois é, brigarão para con­tar com o apoio de quadrilhas em seus palan­ques. Dirão: – é só política. Como se o jogo do poder tudo comportasse.

Sinto que perderam a noção do que está em jogo. Ora, o que está em jogo é a própria nação. Só isso. Acham pouco?

Abdon Mar­inho é advo­gado e hoje é Quarta-​Feira de Cin­zas de 2017.

Comen­tários

0 #1 Car­lin­hos Morais 01-​03-​2017 11:16
Caro Abdon! É inter­es­sante lem­brar que os que bat­eram pan­elas pelas ruas hoje são coniventes com o gov­erno Temer que está preparando uma ger­ação de mis­eráveis e aban­don­a­dos com as suas mudanças na pre­v­idên­cia na edu­cação e em out­ros setores, os que estão coniventes estão autor­izando e legit­i­mando a Neto tocar fogo em Roma, a análise tem que ser ampla e total do que acon­te­ceu acon­tece e acon­te­cerá sem nen­huma incençao!!
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