AbdonMarinho - DO POLO EXPORTADOR DE VEADOS ÀS MULHERES DO GRELO DURO
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 23 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

DO POLO EXPOR­TA­DOR DE VEA­DOS ÀS MUL­HERES DO GRELO DURO

DO POLO EXPOR­TA­DOR DE VEA­DOS ÀS MUL­HERES DO GRELO DURO.

QUASE ninguém encarou com nat­u­ral­i­dade a série de impropérios dis­pen­sa­dos pelo ex-​presidente Lula às insti­tu­ições da república, as autori­dades con­sti­tuí­das e até mesmo as pes­soas tidas como do seu grupo de influência.

Não vamos nos ocu­par do com­por­ta­mento boçal do ex-​presidente, isso deman­daria um tempo que não temos. Entre­tanto, não podemos deixar de reg­is­trar que esse com­por­ta­mento não dev­e­ria causar estran­heza a ninguém.

O tempo pas­sou, o ex-​presidente está no poder há mais de treze anos, a vida difí­cil ficou há muito para trás, assim como as difi­cul­dades mate­ri­ais, entre­tanto, aquilo que é iner­ente à condição humana per­maneceu igual.

A vida inteira per­me­ada de escân­da­los. Quem não sabe da colab­o­ração do falso sindi­cal­ista com o gov­erno mil­i­tar, con­forme nar­rado pelo filho do del­e­gado e ex-​senador Romeu Tuma? Os assas­si­natos nunca sufi­cien­te­mente expli­ca­dos dos ex-​prefeitos de Santo André, Celso Daniel e de Camp­inas, Ton­inho do PT? o golpe da Ban­coop que lesou inúmeros mutuários?

O brasileiro, sem­pre cor­dial, tem o pés­simo hábito de igno­rar estes fatos, de esque­cer a história ape­sar dos fatos sem­pre se imporem.

Antes do sen­hor Lula chegar ao poder – mas já um pro­duto do gênio de mar­ket­ing Duda Men­donça –, foi gravado, invol­un­tari­a­mente, nos basti­dores de uma entre­vista, onde dizia com toda sua vul­gar­i­dade que a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, era um polo expor­ta­dor. Fazendo questão de acen­tuar: um polo expor­ta­dor de veados.

Ora, o sen­hor Lula, já naquela que ficou con­hecida como a fase «lulinha paz e amor», fora capaz de tamanha grosse­ria com a comu­nidade gay que sem­pre enx­er­gou no dis­curso dele e dos seus algum respeito – igno­rando todos os precedentes.

Agora, acuado por tan­tas denún­cias, o mesmo sen­hor Lula é fla­grado noutra incon­fidên­cia, igual­mente chocante.

No inter­esse de usar os movi­men­tos fem­i­nistas a seu favor – e para fusti­gar os adver­sários –, refere-​se às suas com­pan­heiras de par­tido (e de seus satélites), como as «mul­heres do grelo duro».

Uma em espe­cial, com­pan­heira de tra­balho no insti­tuto que leva seu nome, que não dec­linarei o nome por respeito, chegou a sug­erir que a mesma ficara embeve­cida ao ser sur­preen­dida, ainda durante o sono, por cinco agentes da polí­cia fed­eral, imag­i­nando tratar-​se de pre­sente dos deuses.

Como definir com­por­ta­mento tão desumano e desre­speitoso con­tra pes­soas que sem­pre estiveram a seu lado e por ele foram usadas? Será que as mul­heres, inde­pen­dente de suas prefer­ên­cias sex­u­ais, mere­cem esse tipo de trata­mento? Será que alguma mul­her con­sid­er­aria um pre­sente de Deus a pos­si­bil­i­dade de sofrer um estupro cole­tivo? Cer­ta­mente que não.

Somente na cabeça de uma pes­soa que fez da explo­ração do próx­imo uma forma de crescer na vida é capaz de dis­pen­sar esse tipo de trata­mento as pes­soas, mais ainda pes­soas que, ainda, o idolatram.

Esta não é primeira vez que mostro ser falso esse dis­curso de respeito às mino­rias usa­dos pelos que se assen­ho­raram do poder no Brasil.

Quem não lem­bra destas pes­soas defend­endo e fazendo cam­panha política na Venezuela, com seus ali­a­dos de lá, tratando os adver­sários da pior forma, só se referindo ao prin­ci­pal deles como um «viadão»? Quem não sabe que babam o mod­elo cubano dos irmãos Cas­tro que sem­pre dis­pen­sou o pior trata­mento aos homos­sex­u­ais da ilha? As relações pes­soais, pra lá de afe­tu­osas, com dita­dores africanos que crim­i­nal­izam o homos­sex­u­al­ismo? O apoio ofi­cial dos par­tidos da base à ditadura norte-​coreana que comete todo tipo de crimes con­tra a humanidade?

Na ver­dade, essas mino­rias étni­cas, mar­gin­al­iza­dos, homos­sex­u­ais, negros, etc, sem­pre foram usa­dos e con­ser­va­dos como um público à dis­posição e massa de manobra. Estão ali a jus­ti­ficar o dis­curso con­tra a «elite branca».

Não pre­cisamos ir muito longe no tempo.

Venderam a ascen­são do negro brasileiro como mérito de seus gov­er­nos a nomeação do min­istro Joaquim Bar­bosa para o STF. Quando este, no processo que ficou con­hecido como «men­salão», não aceitou a canga que ten­taram lhe impor – no caso absolver ou maneirar para seus cor­rup­tos de esti­mação –, pas­saram a lhe satanizar, inclu­sive demon­strando todo pre­con­ceito arraigado, cobrando fidel­i­dade – como agora fiz­eram com Janot – e, frus­ta­dos no seu intento, pas­saram a lhe atacar de todas as formas.

As gravações rev­e­lam como o ex-​presidente trata a sua mil­itân­cia: como peões. Se fosse um jogo de xadrez, decerto que ele seria o rei e os peões estão no tab­uleiro ape­nas para lhe pro­te­ger e aos seus familiares.

O que dizer da aqui­escên­cia desaver­gonhada ao que dizia o sen­hor Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, sobre pos­suir «alma de pobre», de ter com­prado um sitio vagabundo? Aquele dos amigos.

Não pre­cisamos ir muito longe no espaço para enten­der o quanto é falso esse dis­curso de defesa das minorias.

Quais as medi­das dis­ci­pli­nares ado­tadas pelo PC do B con­tra o dep­utado estad­ual Fer­nando Fur­tado que referiu-​se aos indí­ge­nas de uma tribo ameaçada de extinção como «vead­in­hos»? Além de todos impropérios con­tra eles e con­tra diver­sos out­ros segui­men­tos? Até agora nenhuma.

A rev­e­lação das incon­fidên­cias do ex-​presidente nas inter­cep­tações tele­fôni­cas autor­izadas e divul­gadas pela justiça rev­ela ape­nas que ele con­tinua o mesmo boçal de sem­pre. O mesmo cidadão que se referiu à cidade de Pelotas como polo expor­ta­dor de vea­dos é o mesmo que agora se ref­erem as fem­i­nistas brasileiras, mais pre­cisa­mente as do seu par­tido, como «mul­heres do grelo duro».

Mais uma infâmia, uma ver­gonha, com a qual ter­e­mos que con­viver enquanto tiver­mos memória.

Abdon Mar­inho é advogado.

Comen­tários

1 #2 Lorde Wal­li­mann 05-​06-​2018 22:54
sua men­tal­i­dade rançosa, ultra­pas­sada, anti­quada tem o mofo da hipocrisia e demagogia…
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1 #1 Lorde Wal­li­mann 05-​06-​2018 22:54
seu pseudo­moral­ismo medíocre é patético…
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