AbdonMarinho - EQUÍVOCO E OMISSÃO.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 23 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

EQUÍVOCO E OMISSÃO.

EQUÍVOCO E OMISSÃO.

Recebo um print da página nas redes soci­ais do gov­er­nador do Maran­hão sobre as man­i­fes­tações ocor­ri­das no dia 16 de agosto último, na qual apre­senta sua agenda para com­bates as crises política e econômica que atrav­essa o país.

Acred­ito que a leitura feita pelo gov­er­nador, bem como as soluções, acred­ito, está equivocada.

O Brasil, já é, senão o primeiro, um dos países que mais cobra impos­tos em todo o mundo.

Ainda que a agenda pro­posta diga respeito à incidên­cia de impos­tos sobre grandes for­tu­nas e her­anças, não ten­hamos dúvi­das de que a mesma vai refle­tir prin­ci­pal­mente sobre a classe média tra­bal­hadora que sus­tenta o país com uma carga trib­utária que beira o confisco.

Nós que pos­suí­mos empre­sas ou que vive­mos de salários sabe­mos o quanto a carga trib­utária brasileira é danosa as nos­sas finanças pes­soais. Até porque, repises-​se, não temos qual­quer con­tra­partida. Assis­ti­mos, quase diari­a­mente, sobre a crise no sis­tema de saúde, vemos pes­soas pre­cisando de trata­mento ime­di­ato, inclu­sive para doenças como câncer, tendo suas con­sul­tas e trata­men­tos sendo mar­ca­dos para quarto, cinco, sete meses, as vezes até um ano depois. O último ENEM mostrou clara­mente às quan­tas andam a edu­cação, dis­pen­sando maiores comen­tários. A infraestru­tura brasileira é refletida prin­ci­pal­mente nas pés­si­mas condições das estradas.

Isso não ocorre porque o país paga pouco imposto. Muito pelo con­trário. Ocorre, prin­ci­pal­mente, porque temos um gov­erno que se dis­tan­ciou da real­i­dade do país e preferiu viver de con­chavos. Só aumen­tando a máquina pública e o rateio dos car­gos entre duvi­dosos aliados.

Falar em aumen­tar impos­tos, sem qual­quer medida por parte do gov­erno que demon­stre con­t­role e seriedade nos gas­tos públi­cos equiv­ale a apa­gar incên­dio com gasolina.

Noutra quadra, o gov­er­nador esqueceu-​se de colo­car na agenda para debe­lara a crise: o com­bate à cor­rupção endêmica — que sem­pre exis­tiu, mas que foi insti­tu­cional­izada nos últi­mos governos.

Ela, a cor­rupção, é o ver­dadeiro motor da crise.

A sociedade brasileira está exausta de não poder ligar a TV ou o rádio sem ouvir qual­quer notí­cia de cor­rupção dos inquili­nos do poder. Rouba-​s, tudo e de todos em toda à máquina admin­is­tra­tiva do governo.

A cor­rupção, noticia-​se alcança de ex-​vereador a ex-​presidente.

A sen­sação que temos é que o gov­erno não tem qual­quer con­t­role do que se passa sob os seus olhos e que dev­e­ria con­hecer como ninguém.

A agenda pro­posta não pode igno­rar essa força motriz.

Não pode se falar em agenda con­tra a crise a ser empreen­dida pelo gov­erno sem cobrar e exi­gir um com­bate con­sis­tente as prat­i­cas crim­i­nosas que tornaram o gov­erno um covil de ladrões.

O que temos visto é o gov­erno e seus líderes diz­erem que são con­tra a cor­rupção e, no mesmo momento, ten­tam, por todas as for­mas, tol­her o tra­balho da Polí­cia Fed­eral, do Min­istério Público e da Justiça.

Acor­dos são cos­tu­ra­dos nas madru­gadas não no propósito de tornar a máquina pública mais imper­me­ável aos des­man­dos e malfeitos, mas sim no claro propósito for­t­ale­cer os notórios de sempre.

A cada dia que passa ficamos com a certeza que o Par­tido dos Tra­bal­hadores — PT, difer­ente do que prom­e­tera, desen­volveu a tática de Seronato — aquele que, em um de seus ser­mões, Vieira nos apre­senta, citando Dio­genes, da seguinte forma: Seronato está sem­pre ocu­pado em punir os que roubam. Não como zelo pelas coisas públi­cas e sim porque que­ria livrar-​se dos ladrões para poder roubar sozinho.

O par­tido que insti­tu­cional­i­zou a cor­rupção, cor­rijo, nem como Seronato age, pois tanto rouba como deixa seus ali­a­dos se esbal­darem nas bur­ras do Estado.

A pres­i­dente Dilma Rouss­eff entre­gou o gov­erno ao sócio de comando, quem efe­ti­va­mente manda é o PMDB. Ao PT cabe man­ter seus espaços de man­dos e «boquinhas».

O PT enreda-​se na obri­gação de «cavar» uma vaga no min­istério do gov­erno Dilma para o seu pres­i­dente de honra e ex-​presidente da República, o Sr. Lula, com o claro e certo receio que o mesmo tenha a prisão dec­re­tada pelo juiz Ser­gio Moro.

Como min­istro qual­quer coisa a seu respeito terá que ser exam­i­nada pelo STF. Vejam onde chegamos.

O gov­er­nador equivoca-​se e omite-​se sobre a origem dos males nacionais e, por isso mesmo, receita errado os medica­men­tos a serem ministrados.

O prob­lema do Brasil não é ausên­cia de impos­tos é excesso de ladrões.

Abdon Mar­inho é advogado.