AbdonMarinho - O MARANHÃO É REFÉM ETERNO DA POLITICALHA.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 23 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

O MARAN­HÃO É REFÉM ETERNO DA POLITICALHA.

O MARAN­HÃO É REFÉM ETERNO DA POLIT­I­CALHA.
Assisto aos debates trava­dos nos meios de comu­ni­cação e na Assem­bleia Leg­isla­tiva sobre os diver­sos temas do momento em nosso estado: saúde, edu­cação, vio­lên­cia, segu­rança pública.
De um lado aguer­ri­dos oposi­cionistas exercendo seu dire­ito e seu dever de crítica, do outro lado sendo rebati­dos por por gov­ernistas, por vezes ten­tando defender o que o gov­erno faz, por vezes, emude­cendo quando não têm respostas a ofer­e­cer.
Os meios de comu­ni­cação, que nada mais são que as vozes dos seus donos, rezam a car­tilha dos seus próprios inter­esses.
Se fiz­er­mos um breve ret­ro­specto, não pre­cisamos sequer chegar a um ano, vemos que viven­ci­amos os mes­mos debates, ape­nas com o sinal tro­cado. Os que agora emude­cem são os mes­mos que vocif­er­avam con­tra a saúde, a edu­cação, a vio­lên­cia, a segu­rança pública, já os que agora acharam a lín­gua, out­rora per­di­das nas bocas que cri­avam teias de aranha, são loquazes con­hece­dores dos prob­le­mas do estado, espe­cial­is­tas em segu­rança, em saúde, doutores em edu­cação e vio­lên­cia.
Anal­isando tan­tas con­tradições nas falas em tão pouco tempo, ver­i­fi­camos que para os políti­cos do nosso Maran­hão (talvez seja assim nos demais esta­dos), pouco impor­tam os prob­le­mas efe­tivos da pop­u­lação, estão mais inter­es­sa­dos em fazer polit­i­calha, em tirar o seu naco de poder e de din­heiro dos car­gos que ocu­pam (com as exceções pre­sentes em todas as regras).
Alguém diz que a vio­lên­cia está insu­portável, pede inter­venção fed­eral, falam mal do secretário. Em con­tra­posição alguém do gov­erno responde com números, estatís­ti­cas, dizendo foi que mor­reram dois ou três a menos que no mesmo período da gestão ante­rior. É pos­sível que ambos este­jam cer­tos.
A vio­lên­cia, por exem­plo, não tem dado trégua. O gov­erno até que começou bem no assunto, inclu­sive enfrentando críti­cas por suposto excesso de firmeza, parece que perdeu o «tesão» para sufo­car os crim­i­nosos, foi o que bas­tou para que a ban­didagem fizessem a festa.
Os assaltos a residên­cias, a ônibus, se suce­dem, rou­bos a ban­cos são tan­tos e tão fre­quentes que mais parece os locu­tores da Copa do mundo de 2014 nar­rando a goleada da Ale­manha con­tra o Brasil. O número da matança per­manece, prati­ca­mente, inal­ter­ado, Nas alturas, o que faz da região met­ro­pol­i­tana da cap­i­tal um dos lugares mais inse­guros, do mundo, para se viver.
Mas isso já estava assim antes do atual gov­erno. A estru­tura da segu­rança é mesma, os recur­sos são prati­ca­mente os mes­mos, os ban­di­dos – exceto pelos que começaram agora no crime – são os mes­mos e os poli­ci­ais tam­bém são os mes­mos – poucos, desmo­ti­va­dos e torcendo para que seu turno acabe sem ocor­rên­cias, o que, a cada dia que passa, fica mais difí­cil.
A leitura que faço do quadro, é que quem perdeu con­t­role da situ­ação não foi o gov­erno, quem perdeu o con­t­role – e os ban­di­dos podem gri­tar a plenos pul­mões: Perdeu! Perdeu! como fazem quando assaltam ou matam um cidadão –, foi o Estado do Maran­hão, suas insti­tu­ições, que sem­pre boas em dis­cussões óbvias, são lentas e inca­pazes de ações efe­ti­vas e conc­re­tas e com­bate à vio­lên­cia.
Quan­tas reuniões não foram feitas pela gov­er­nadora ante­rior com as forças de segu­ranças e mem­bros dos poderes leg­isla­tivo, judi­ciário e o min­istério público? Inúmeras. O resul­tado prático é quase nen­hum. A polí­cia con­tinua sem solução para a grande maio­ria dos crimes, o MPE con­tinua do mesmo jeito de antes e o judi­ciário idem.
Em resumo a tão propal­ada união das autori­dades em torno de um obje­tivo comum não pas­sou de dis­cur­sos vazios. Até parece que ape­nas ence­naram uma grande ação para que ren­desse umas fotos e algu­mas manchetes de jor­nais.
O resul­tado é o que esta­mos vendo. Os ban­di­dos con­tin­uaram a dar as car­tas, a faz­erem do crime uma ativi­dade que com­pensa.
Os prob­le­mas de out­rora, muitos até agrava­dos, per­sis­tem ainda hoje. Não adi­anta virem dizer que a saúde ou à edu­cação mel­ho­ram. Ainda não vimos esses resul­ta­dos. Até as maze­las e denún­cias de cor­rupção são as mes­mas.
Se os opos­i­tores con­hecem todos prob­le­mas agora, não sabia disso tudo antes? Por que não apon­taram as soluções ao gov­erno ante­rior? O mesmo se diga dos atu­ais gov­ernistas. Antes não sabiam todos os nos­sos males? Por que não imple­men­tam as soluções agora que estão no poder?
Emb­ora ainda seja cedo para cobrar soluções de todos os prob­le­mas do estado do atual gov­erno, já é tarde para que este con­tinue com cara fim de gov­erno e não de começo.
O Maran­hão sem­pre foi, e con­tinua sendo, refém da velha polit­i­calha. Aquela para qual o sofri­mento e as angús­tias do povo pouco inter­essa. O que importa, de fato, é o poder pelo poder. É por isso que os cegos e sur­dos de out­rora, hoje pos­suem olhos de águia e ouvi­dos de tuber­cu­losos, como diziam lá no meu sertão. Assim como se ocorre, em sen­tido inverso, em relação aos atu­ais gov­ernistas.
Abdon Mar­inho é advogado.