AbdonMarinho - Turismo: a aposta certeira de Brandão.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 27 de Abril de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

Tur­ismo: a aposta certeira de Brandão.


TURISMO: A APOSTA CERTEIRA DE BRANDÃO.

Por Abdon C. Mar­inho.

DURANTE toda vida e prin­ci­pal­mente depois que come­cei a expor pub­li­ca­mente meus posi­ciona­men­tos à respeito de temas que envolvem a vida de “todos”, defend­endo que ações para desen­volver o estado devem mobi­lizar todas as cadeias pro­du­ti­vas com políti­cas integradas para os diver­sos setores.

É dizer, pre­cisamos de ações con­sis­tentes em diver­sos setores da econo­mia para que o fruto do desen­volvi­mento seja aproveitado por todos. Isso se faz explo­rando – de forma sus­ten­tável –, as poten­cial­i­dades das várias regiões do estado.

Durante a sem­ana, entre um inter­valo ou outro da pro­gra­mação local da tele­visão, assisti a um com­er­cial do gov­erno do estado sobre as rotas turís­ti­cas do Maran­hão. Gosto de peças pub­lic­itárias, antiga­mente era fã de um pro­grama de tele­visão chamado, se não me falha a memória, inter­valo, des­ti­nado a exibir os mel­hores com­er­ci­ais de tele­visão. Claro que nos inter­va­los do Inter­valo não exib­iam com­er­ci­ais tão bons.

Achei inter­es­sante a peça do gov­erno pois ao exibir as rotas turís­ti­cas: rotas das emoções, no sen­tido ori­en­tal, ia mostrando, no mapa, os municí­pios que seriam “impacta­dos” com o tur­ismo; a mesma coisa em relação a rota dos “Guarás”, no sen­tido oci­den­tal.

Não lem­bro se nesse com­er­cial – ou se soube por outra fonte –, de ini­cia­ti­vas no setor turís­tico para incre­men­tar o tur­ismo na região sul, balonismo na Cha­pada das Mesas e out­ras ini­cia­ti­vas.

São alvis­sareiras as ini­cia­ti­vas no setor, mas pre­cisamos de out­ras medi­das integradas que façam com que essas medi­das se trans­formem em bene­fí­cios sus­ten­táveis para as pop­u­lações que serão impactadas com o tur­ismo de massa que, acred­ito, seja a pro­posta (ou desejo) dos gov­er­nantes estad­u­ais.

Como disse no título, trata-​se de uma aposta certeira do gov­erno estad­ual.

Em reportagem exibida no Jor­nal da Band (se não me falha a memória, peço des­cul­pas pois dev­ido a um forte res­fri­ado não estava muito atento) foi dito que o setor turís­tico movi­men­tou ano pas­sado cerca de 208 bil­hões de reais — um número sig­ni­fica­tivo para qual­quer econo­mia, prin­ci­pal­mente, para a nossa, tão car­ente; em outra matéria vi que os lençóis maran­henses ocu­pam o vigésimo oitavo lugar no rank­ing dos des­ti­nos mais procu­ra­dos no mundo.

Não se trata de pouca coisa.

Esta­mos falando de bil­hões de reais, quiçá tril­hões, mas esta­mos falando, prin­ci­pal­mente, de mil­hares, mil­hões de empre­gos sendo ger­a­dos. Empre­gos que sig­nifi­cam dig­nidade e respeito.

Mas, repito, é fun­da­men­tal que o Maran­hão – e mesmo, o Brasil –, este­jam prepara­dos para trans­for­marem seus ativos nat­u­rais em ativos finan­ceiros sem destruir os primeiros e fazendo que os segun­dos sejam dis­tribuí­dos entre todos.

A primeira coisa a ser feita é tra­bal­har­mos de forma con­sis­tente a edu­cação de cri­anças, jovens – e tam­bém toda a pop­u­lação –, dotando-​os de con­hec­i­men­tos ambi­en­tais e históri­cos sobre a suas regiões e os tor­nando capazes de trans­mi­tir tais con­hec­i­men­tos aos vis­i­tantes, sobre­tudo, aos de origem estrangeira.

No meu ofí­cio de advo­gado e de estu­dioso dos prob­le­mas edu­ca­cionais do país, con­ver­sava, não faz muito tempo, com uma sec­re­taria munic­i­pal de edu­cação de uma área turís­tica por excelên­cia, e ela me con­tava do seu con­strang­i­mento ao se encon­trar com um grupo de estrangeiros e ela não enten­der “bul­h­u­fas” do que falavam.

Ora, não há que se falar em tur­ismo efe­tivo sem que os brasileiros/​maranhenses con­sigam falar a lín­gua que falam os tur­is­tas – até para que pos­samos “vender” nos­sos pro­du­tos a eles.

Em artigo recente pub­li­cado em Veja, Cristo­vam Buar­que, uma das maiores autori­dades do país, quando se fala em edu­cação pública, pon­tif­i­cou da urgên­cia que tem o país de pro­mover­mos a alfa­bet­i­za­ção de nos­sas cri­anças em pelo menos um idioma estrangeiro. Dizia ele no mesmo texto que essa é uma das for­mas de cor­ri­gir­mos as desigual­dades edu­ca­cionais do país.

Até antes dele – se pesquis­arem no meu site, encon­trarão –, dizia a mesma coisa: pre­cisamos dotar a edu­cação pública de fer­ra­men­tas que a tornem igual­itária para todas as cri­anças, até como forma de con­stru­irmos uma econo­mia erguida sobre pilares fortes.

O Maran­hão pos­sui diver­sas poten­cial­i­dades a serem con­ver­tidas em bene­fí­cios para toda sua pop­u­lação: são os por­tos e fer­rovias; são as cidades históri­cas; são as diver­sas cul­turas; são os recur­sos nat­u­rais ren­ováveis; e tan­tos out­ros – temos até um Cen­tro de Lança­mento de foguetes e satélites.

Mas, como já dito e repetido, tudo começa com uma edu­cação de qual­i­dade, igual­itária, inclu­siva e fazendo de todos sujeitos e sen­hores de seus des­ti­nos.

A respeito da aposta certeira no tur­ismo, minha mod­esta sug­estão é que o gov­erno estad­ual reúna o quanto antes com os municí­pios que inte­gram as diver­sas áreas de inter­esse turís­tico na intenção de bus­carem alter­na­ti­vas para, de forma integrada, qual­i­fi­carem os munícipes para bem rece­berem esses tur­is­tas que advirão de todas partes do país e do mundo.

Essa pop­u­lação total­mente qual­i­fi­cada e con­sciente, capaz de dialogar em condições de igual­dade com os tur­is­tas – isso em relação as rotas que estão postas –, será a “guardiã” dos nos­sos recur­sos para que, não ape­nas essa, mas as futuras ger­ações tam­bém sejam ben­e­fi­ci­adas com tais riquezas.

Além disso, com políti­cas de crédi­tos voltadas aos pequenos pro­du­tores, artesãos, com­er­ciantes, setor hoteleiro, etc, for­t­ale­cer as econo­mias locais, pois, faz-​se necessário que que todos sejam os ben­efi­ciários da riqueza de um país ou de um estado.

Como digo desde sem­pre, não nos vale um estado rico com um povo mis­erável.

Que venha o desen­volvi­mento, seja pelo tur­ismo, pelos por­tos, pelos grandes pro­je­tos fer­roviários, espa­cial, agrí­cola e tan­tos out­ros, mas que tal desen­volvi­mento e cresci­mento econômico seja com­par­til­hado por todos.

Os pro­je­tos e recur­sos des­ti­na­dos a con­cretiza­ção de tais son­hos estão à dis­posição de todos e fáceis de serem imple­men­ta­dos.

Se o tex­tão de fim de sem­ana fosse aquele com­er­cial pode­ria até dizer: — pergunte-​me como. Rsrs.

Um bom domingo a todos.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.