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Bem Vindo a Pagina de Abdon Marinho, Ideias e Opiniões, Domingo, 24 de Novembro de 2024



A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade.

Escrito por Abdon Marinho


TURISMO: A APOSTA CERTEIRA DE BRANDÃO.

Por Abdon C. Marinho. 

DURANTE toda vida e principalmente depois que comecei a expor publicamente meus posicionamentos à respeito de temas que envolvem a vida de “todos”, defendendo que ações para desenvolver o estado devem mobilizar todas as cadeias produtivas  com políticas integradas para os diversos setores. 

É dizer, precisamos de ações consistentes em diversos setores da economia para que o fruto do desenvolvimento seja aproveitado por todos. Isso se faz explorando – de forma sustentável –, as potencialidades das várias regiões do estado. 

Durante a semana, entre um intervalo ou outro da programação local da televisão, assisti a um comercial do governo do estado sobre as rotas turísticas do Maranhão. Gosto de peças publicitárias, antigamente era fã de um programa de televisão chamado, se não me falha a memória, intervalo, destinado a exibir os melhores comerciais de televisão. Claro que nos intervalos do Intervalo não exibiam comerciais tão bons. 

Achei interessante a peça do governo pois ao exibir as rotas turísticas: rotas das emoções, no sentido oriental, ia mostrando, no mapa, os municípios que seriam “impactados” com o turismo; a mesma coisa em relação a rota dos “Guarás”, no sentido ocidental. 

Não lembro se nesse comercial – ou se soube por outra fonte –, de iniciativas no setor turístico para incrementar o turismo na região sul, balonismo na Chapada das Mesas e outras iniciativas. 

São alvissareiras as iniciativas no setor, mas precisamos de outras medidas integradas que façam com que essas medidas se transformem em benefícios sustentáveis para as populações que serão impactadas com o turismo de massa que, acredito, seja a proposta (ou desejo) dos governantes estaduais. 

Como disse no título, trata-se de uma aposta certeira do governo estadual. 

Em reportagem exibida no Jornal da Band (se não me falha a memória, peço desculpas pois devido a um forte resfriado não estava muito atento) foi dito que o setor turístico movimentou ano passado cerca de 208 bilhões de reais - um número significativo para qualquer economia, principalmente, para a nossa, tão carente; em outra matéria vi que os lençóis maranhenses ocupam o vigésimo oitavo lugar no ranking dos destinos mais procurados no mundo. 

Não se trata de pouca coisa. 

Estamos falando de bilhões de reais, quiçá trilhões, mas estamos falando, principalmente, de milhares, milhões de empregos sendo gerados. Empregos que significam dignidade e respeito. 

Mas, repito, é fundamental que o Maranhão – e mesmo, o Brasil –, estejam preparados para transformarem seus ativos naturais em ativos financeiros sem destruir os primeiros e fazendo que os segundos sejam distribuídos entre todos. 

A primeira coisa a ser feita é trabalharmos de forma consistente a educação de crianças, jovens – e também toda a população –, dotando-os de conhecimentos ambientais e históricos sobre a suas regiões e os tornando capazes de transmitir tais conhecimentos aos visitantes, sobretudo, aos de origem estrangeira. 

No meu ofício de advogado e de estudioso dos problemas educacionais do país, conversava, não faz muito tempo, com uma secretaria municipal de educação de uma área turística por excelência, e ela me contava do seu constrangimento ao se encontrar com um grupo de estrangeiros e ela não entender “bulhufas” do que falavam. 

Ora, não há que se falar em turismo efetivo sem que os brasileiros/maranhenses consigam falar a língua que falam os turistas  – até para que possamos “vender”  nossos produtos a eles. 

Em artigo recente publicado em Veja, Cristovam Buarque, uma das maiores autoridades do país, quando se fala em educação pública, pontificou da urgência que tem o país de promovermos a alfabetização de nossas crianças em pelo menos um idioma estrangeiro. Dizia ele no mesmo texto que essa é uma das formas de corrigirmos as desigualdades educacionais do país.

Até antes dele – se pesquisarem no meu site, encontrarão –, dizia a mesma coisa: precisamos dotar a educação pública de ferramentas que a tornem igualitária para todas as crianças, até como forma de construirmos uma economia erguida sobre pilares fortes. 

O Maranhão possui diversas potencialidades a serem convertidas em benefícios para toda sua população: são os portos e ferrovias; são as cidades históricas; são as diversas culturas; são os recursos naturais renováveis; e tantos outros – temos até um Centro de Lançamento de foguetes e satélites. 

Mas, como já dito e repetido, tudo começa com uma educação de qualidade, igualitária, inclusiva e fazendo de todos sujeitos e senhores de seus destinos. 

A respeito da aposta certeira no turismo, minha modesta sugestão é que o governo estadual reúna o quanto antes com os municípios que integram as diversas áreas de interesse turístico na intenção de buscarem alternativas para, de forma integrada, qualificarem os munícipes para bem receberem esses turistas que advirão de todas partes do país e do mundo. 

Essa população totalmente qualificada e consciente, capaz de dialogar em condições de igualdade com os turistas – isso em relação as rotas que estão postas –, será a “guardiã” dos nossos recursos para que, não apenas essa, mas as futuras gerações também sejam beneficiadas com tais riquezas. 

Além disso, com políticas de créditos voltadas aos pequenos produtores, artesãos, comerciantes, setor hoteleiro, etc, fortalecer as economias locais, pois, faz-se necessário que que todos sejam os beneficiários da riqueza de um país ou de um estado. 

Como digo desde sempre, não nos vale um estado rico com um povo miserável. 

Que venha o desenvolvimento, seja pelo turismo, pelos portos, pelos grandes projetos ferroviários, espacial, agrícola e tantos outros, mas que tal desenvolvimento e crescimento econômico seja compartilhado por todos. 

Os projetos e recursos destinados a concretização de tais sonhos estão à disposição de todos e fáceis de serem implementados. 

Se o textão de fim de semana fosse aquele comercial poderia até dizer: — pergunte-me como. Rsrs. 

Um bom domingo a todos. 

Abdon C. Marinho é advogado.