AbdonMarinho - Um exemplo a ser seguido.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 23 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

Um exem­plo a ser seguido.


UM EXEM­PLO A SER SEGUIDO.

Por Abdon Marinho.

PAS­SA­DOS mais de trinta dias desde a posse dos novos prefeitos Maran­hão e Brasil a fora, reg­istro o que para mim – respei­tando as inúmeras ini­cia­ti­vas de começo de mandato dos novos gestores –, foi a mais tocante.

Falo da opor­tuna e necessária medida ado­tada pelo prefeito de Arame, na região cen­tral do estado, Pedro Fer­nan­des, do PTB, de deter­mi­nar o recol­hi­mento de cen­te­nas de ani­mais que se encon­travam soltos pelas vias do municí­pio, prin­ci­pal­mente na MA 006, provo­cando aci­dentes e sofrendo infini­tos maus-​tratos.

Muito além de res­guardar as vidas que são per­di­das nos aci­dentes de trân­sito, a ini­cia­tiva do alcaide ara­mense, pro­tégé esses ani­mais, na sua imensa maio­ria, aban­don­a­dos pelos seus pro­pri­etários depois de se servirem deles por anos.

Acho que dev­e­riam sofrer alguma punição por isso.

Aban­don­a­dos, estes ani­mais vagam pelas sendas das estradas em busca de comida e/​ou água, sendo mal­trata­dos, vio­len­ta­dos, aqui e ali, atro­pela­dos e por vezes mor­tos nos aci­dentes que provo­cam e em que são as suas maiores víti­mas.

Os humanos, se aci­den­ta­dos, somos socor­ri­dos, lev­a­dos a um hos­pi­tal, trata­dos.

Os ani­mais, na imensa maio­ria das vezes, são esque­ci­dos nos locais dos aci­dentes, deix­a­dos para mor­rer com intensa dor, ou seguem pelas vias com alguma de suas patas que­bradas – e em pro­fundo sofri­mento para mor­rerem lenta­mente.

Com mais de 30 mil habi­tantes e o IDH lá embaixo, cer­ta­mente o Municí­pio de Arame tem infini­tas out­ras urgên­cias, na saúde, na edu­cação, na assistên­cia social, na agri­cul­tura, na infraestru­tura, etc., o prefeito sabe disso e deve bus­car soluções para tais desafios e ao ini­ciar suas gestão, já nos primeiros dias, cuidando da pro­teção aos ani­mais, já prova que pre­tende ir bem além da mesmice.

Quando recebi, através de aplica­tivos de celu­lar, os vídeos, fotografias e a infor­mação sobre a ini­cia­tiva, fiquei muito feliz e sen­si­bi­lizado. Acho que no mesmo dia, ou dias antes, comen­tava com um amigo que se fosse o prefeito minha primeira medida seria fazer algo pelos ani­mais que vagueiam pelas estradas.

O sofri­mento destes ani­mais aban­don­a­dos é algo que teste­munho e que me inco­moda há muitos anos, seja nas via­gens que faço rotineira­mente pelo inte­rior do estado, seja nos meus deslo­ca­men­tos diários a cam­inho do tra­balho ou de casa.

Todos os dias per­corro um tra­jeto de cerca de 60 km entre minha casa e meu tra­balho e vejo diari­a­mente o pade­cer dos animais.

Sem­pre me inco­modou e con­tinua a me inco­modar o “pouco caso” das autori­dades fed­erais, estad­u­ais e munic­i­pais com a quan­ti­dade de ani­mais que vagueiam aban­don­a­dos pelas vias, cau­sando e sofrendo aci­dentes. Não tomam a ini­cia­tiva nem de lhes ofer­e­cer uma morte digna, deixando-​os sofrer, de aci­dentes em aci­dentes, até que a morte deles se apie­dem.

Daí ter ficado tão feliz com a ini­cia­tiva do prefeito de Arame.

Quem sabe out­ros gestores sabendo do seu gesto não saiam da indifer­ença e tam­bém façam algo.

A respon­s­abil­i­dade é de todos, inclu­sive, da sociedade civil, que deve cobrar uma solução para estes pobres ani­mais que sofrem como se car­regassem os peca­dos do mundo.

Minha mãe era devota de São Fran­cisco de Assis, o santo pro­te­tor dos ani­mais, e nas suas aflições a ele sem­pre bus­cava. Em hom­e­nagem ao santo, um dos meus irmãos chama-​se Fran­cisco, o único que não foi nomeado por ela com nomes ini­ci­a­dos pela letra “A”.

Foi uma promessa por alguma graça alcançada ou pela saúde de algum dos fil­hos.

Desta devoção materna pelo santo, além dos hábitos fran­cis­canos que éramos chama­dos a usar dev­ido a alguma promessa, her­damos o amor pelos ani­mais.

Desde cri­ança que não suporto ver o sofri­mento dos ani­mais ou alguém os mal­tratando. Mesmo a notí­cia destes maus-​tratos me causa revolta e indig­nação.

É o mesmo sen­ti­mento que exper­i­mento ao saber de maus-​tratos a cri­anças, idosos, defi­cientes ou qual­quer outro que não tenha condições de se defender.

Os ani­mais, ao meu sen­tir, estão nesta cat­e­go­ria. Eles não con­seguem se defender ou, por si, darem uma solução para suas dores ou sofri­men­tos.

Os humanos que dev­e­riam fazer isso por eles. Não fazem. E, muitas das vezes – quase sem­pre –, são os cau­sadores do seu sofri­mento.

Ape­sar de tan­tos avanços cien­tí­fi­cos e tec­nológi­cos, não evoluí­mos o sufi­ciente para nos con­do­er­mos com o sofri­mento dos ani­mais que nos cercam.

A omis­são da sociedade, acred­ito que seja a prin­ci­pal respon­sável pelo descaso das autori­dades em relação ao sofri­mento que pade­cem estes ani­mais aban­don­a­dos.

Não me recordo de ter visto nen­hum can­didato a prefeito, ou, mesmo, a vereador se com­pro­m­e­ter com uma solução para o prob­lema. Mesmo na cap­i­tal e na região met­ro­pol­i­tana, não pre­cisamos andar muito para teste­munhar a “pro­cis­são” de ani­mais vagando sem des­tino em busca de comida, de um pouco de água, machu­ca­dos, muti­la­dos, etc.

A nossa indifer­ença tem parte nisso.

Que o bom Deus ilu­mine nos­sos corações e de out­ros gestores para que se inspirem no bom exem­plo do prefeito Arame, Pedro Fer­nan­des, e façamos alguma coisa para acol­her os ani­mais que estão sofrendo tanto diante dos nos­sos olhos.

Abdon Mar­inho é advo­gado.

Comen­tários

0 #1 Nil­ton Praseres 31-​01-​2021 22:50
Dr. Abdom, lou­vável ati­tute do Prefeito de Arame , e sua man­i­fes­tação na defesa dos ani­mais. Eu tenho pres­en­ci­ado situ­ações pare­ci­das com essas que foi relatada. Infe­liz­mente, tem um dis­curso que travou no CD da memória dos gestores “ EDU­CAÇÃO, SAÚDE E SEGU­RANÇA “, não fazem o que prom­e­tem. Não fazem essas ações acon­te­cerem, imag­inem os pobres ani­mais ? Nunca é tarde para reparar estes descasos.
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