LULA LÁ, NO MINISTÉRIO.
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- Criado: Segunda, 10 Agosto 2015 11:25
- Escrito por Abdon Marinho
LULA LÁ, NO MINISTÉRIO.
Não faz muito tempo sugeri que o Sr. Lula, ex-presidente do Brasil, só conseguiria retardar os aborrecimentos, que certamente virão na esteira de delações premiadas ou do avanço das investigações, no escândalo conhecido como «petrolão» – o assalto perpetrado de forma sistemática contra a petrolífera brasileira –, se fosse nomeado Ministro de Estado.
Ser ministro é a coisa mais fácil que existe. Nos termos da Constituição Federal, artigo 87, basta que seja maior de vinte e um anos e esteja no gozo dos seus direitos políticos. Como podemos ver é mais fácil ser Ministro de Estado do Brasil que escriturário em qualquer repartição pública, ainda que seja de Satubinha.
Mole para o Sr. Lula. Bem diferente seria se tivesse que apresentar, ao menos o diploma de conclusão do ensino médio.
Mas deixemos isso de mão para evitar que sejamos tratados como preconceituoso em relação ao ex-presidente, tidos por muitos como autodidata, um gênio da raça, alguém acima da média do povo e todas essas baboseiras.
As responsabilidades do cargo de ministro, dentre outras previstas em leis, são as que estabelece a Carta Magna: I — exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; II — expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; III — apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério; IV — praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Estaria à altura da missão?
Nos últimos dias tomei conhecimento que o Sr. Lula teria respondido negativamante a uma «sondagem» do Partido dos trabalhadores — PT, seu partido, para que vire Ministro de Estado do Brasil. Os valentes propõem que o gajo vire ministro de Relações Exteriores. Convenhamos que é pouca coisa.
Este texto tentará descortinar o que está por trás de tudo isso.
Inicialmente, não acredito que o Sr. Lula tenha descartado, em caráter irrevogável, o convite feito. Ainda que o José Dirceu, não abra a boca para comprometê-lo em nada, outros envolvidos irão colaborar com a Justiça, entre eles, o homem do Sr. Dirceu na Petrobras, o Sr. Duque, o Sr. Leo Coutinho, o Sr. Marcelo Odebrecht, entre outros. Certamente, o ex-presidente não terá como escapar de figurar no topo da lista. Qualquer pessoa, minimamente informada, sabe que o chefe do esquema não é – apenas –, o Sr. Dirceu. Assim, como sabe, que as decisões dentro do partido – inclusive quanto a montagem destas sofisticadas engrenagens de corrupção, se é que são verdadeiras as informações que se tem até aqui –, são coletivas. Resta claro, portanto, que foram aprovadas por seu alto-comando.
Assim, ainda que a Polícia Federal, o Ministério Público e até a Justiça, relutem em chamar o ex-presidente ao centro das investigações, uma hora terão que fazer isso. A menos que resolvam frear tudo, fingir que nada aconteceu, deixar o dito pelo não dito. Aqui tudo é possível.
Resumindo: o Sr. Lula precisa do foro privilegiado, ser processado e julgado, quando a hora chegar, se chegar, no Supremo Tribunal Federal, adiando, assim, constrangimentos maiores.
Então, por qual razão mandou comunicar que declinara da suposta «sondagem»?
Arriscarei algumas hipóteses:
A primeira delas é que mandou dizer que recusara para sentir a reação da sociedade, tanto ao suposto convite quanto à recusa. Imaginava uma reação positiva da sociedade e da classe política, algo no estilo «volta Lula».
Ao que parece, ninguém ligou, nem para uma coisa, nem para outra. O Brasil tem disso agora, ninguém liga mais para nada. Tanto faz se jogam mais uma pá de cal na desastrosa política externa brasileira ou se é cometida improbidade administrativa com nomeações cujo o único propósito é conseguir um foro privilegiado.
Outra hipótese é que, vaidoso, como poucos, o ex-presidente, não tenha compreendido a necessidade de descer de degrau e virar subordinado. Se bem que no seu caso seria insubordinado. Talvez espere um apelo dramático da atual inquilina do Planalto, fazendo com que ela vire sua refém e o governo sua garantia.
Há, ainda, a possibilidade dele, sabendo que este é um governo já sem qualquer rumo, não queira se comprometer e assumir o papel de coveiro.
O que temos por certo, é que Sr. Lula buscará a melhor opção.
A melhor opção para salvar a própria pele. Como, aliás, sempre fez.
Abdon Marinho é advogado.
Não faz muito tempo sugeri que o Sr. Lula, ex-presidente do Brasil, só conseguiria retardar os aborrecimentos, que certamente virão na esteira de delações premiadas ou do avanço das investigações, no escândalo conhecido como «petrolão» – o assalto perpetrado de forma sistemática contra a petrolífera brasileira –, se fosse nomeado Ministro de Estado.
Ser ministro é a coisa mais fácil que existe. Nos termos da Constituição Federal, artigo 87, basta que seja maior de vinte e um anos e esteja no gozo dos seus direitos políticos. Como podemos ver é mais fácil ser Ministro de Estado do Brasil que escriturário em qualquer repartição pública, ainda que seja de Satubinha.
Mole para o Sr. Lula. Bem diferente seria se tivesse que apresentar, ao menos o diploma de conclusão do ensino médio.
Mas deixemos isso de mão para evitar que sejamos tratados como preconceituoso em relação ao ex-presidente, tidos por muitos como autodidata, um gênio da raça, alguém acima da média do povo e todas essas baboseiras.
As responsabilidades do cargo de ministro, dentre outras previstas em leis, são as que estabelece a Carta Magna: I — exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; II — expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; III — apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério; IV — praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Estaria à altura da missão?
Nos últimos dias tomei conhecimento que o Sr. Lula teria respondido negativamante a uma «sondagem» do Partido dos trabalhadores — PT, seu partido, para que vire Ministro de Estado do Brasil. Os valentes propõem que o gajo vire ministro de Relações Exteriores. Convenhamos que é pouca coisa.
Este texto tentará descortinar o que está por trás de tudo isso.
Inicialmente, não acredito que o Sr. Lula tenha descartado, em caráter irrevogável, o convite feito. Ainda que o José Dirceu, não abra a boca para comprometê-lo em nada, outros envolvidos irão colaborar com a Justiça, entre eles, o homem do Sr. Dirceu na Petrobras, o Sr. Duque, o Sr. Leo Coutinho, o Sr. Marcelo Odebrecht, entre outros. Certamente, o ex-presidente não terá como escapar de figurar no topo da lista. Qualquer pessoa, minimamente informada, sabe que o chefe do esquema não é – apenas –, o Sr. Dirceu. Assim, como sabe, que as decisões dentro do partido – inclusive quanto a montagem destas sofisticadas engrenagens de corrupção, se é que são verdadeiras as informações que se tem até aqui –, são coletivas. Resta claro, portanto, que foram aprovadas por seu alto-comando.
Assim, ainda que a Polícia Federal, o Ministério Público e até a Justiça, relutem em chamar o ex-presidente ao centro das investigações, uma hora terão que fazer isso. A menos que resolvam frear tudo, fingir que nada aconteceu, deixar o dito pelo não dito. Aqui tudo é possível.
Resumindo: o Sr. Lula precisa do foro privilegiado, ser processado e julgado, quando a hora chegar, se chegar, no Supremo Tribunal Federal, adiando, assim, constrangimentos maiores.
Então, por qual razão mandou comunicar que declinara da suposta «sondagem»?
Arriscarei algumas hipóteses:
A primeira delas é que mandou dizer que recusara para sentir a reação da sociedade, tanto ao suposto convite quanto à recusa. Imaginava uma reação positiva da sociedade e da classe política, algo no estilo «volta Lula».
Ao que parece, ninguém ligou, nem para uma coisa, nem para outra. O Brasil tem disso agora, ninguém liga mais para nada. Tanto faz se jogam mais uma pá de cal na desastrosa política externa brasileira ou se é cometida improbidade administrativa com nomeações cujo o único propósito é conseguir um foro privilegiado.
Outra hipótese é que, vaidoso, como poucos, o ex-presidente, não tenha compreendido a necessidade de descer de degrau e virar subordinado. Se bem que no seu caso seria insubordinado. Talvez espere um apelo dramático da atual inquilina do Planalto, fazendo com que ela vire sua refém e o governo sua garantia.
Há, ainda, a possibilidade dele, sabendo que este é um governo já sem qualquer rumo, não queira se comprometer e assumir o papel de coveiro.
O que temos por certo, é que Sr. Lula buscará a melhor opção.
A melhor opção para salvar a própria pele. Como, aliás, sempre fez.
Abdon Marinho é advogado.
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