AbdonMarinho - O MARANHÃO EM MOMENTO ÚNICO.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sábado, 23 de Novem­bro de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

O MARAN­HÃO EM MOMENTO ÚNICO.


O MARAN­HÃO EM MOMENTO ÚNICO.

Por Abdon C. Marinho.

ENQUANTO lia, com desu­sado inter­esse, a col­una do ex-​governador José Reinaldo Tavares, no Jor­nal Pequeno, da última terça-​feira, 11 de out­ubro, onde tratava sobre as poten­cial­i­dades do nordeste e, prin­ci­pal­mente, do Maran­hão, na ger­ação de com­bustíveis sus­ten­táveis, notada­mente na pro­dução de hidrogênio verde, o com­bustível do futuro, pen­sava no extra­ordinário momento que passa e sobre o futuro que aguarda o nosso estado.

A col­una do ex-​governador nos informa que o atual gov­er­nador, Car­los Brandão, que par­ticipou da reunião com cien­tis­tas e rep­re­sen­tantes de out­ros esta­dos nordes­ti­nos ficou encan­tado com as per­spec­ti­vas que se abrem para o estado nesse setor.

Ante­ri­or­mente, um dia após a reeleição, em primeiro turno, o gov­er­nador declarou ao Jor­nal Nacional, que um dos focos para o mandato a iniciar-​se em primeiro de janeiro de 2023 é o inves­ti­mento em edu­cação.

Trata-​se de uma notí­cia aus­pi­ciosa. É um imper­a­tivo para qual­quer êxito da sua gestão, uma vez que a despeito de tudo que já foi feito até aqui – e é dever recon­hecer que se investiu muito em edu­cação nos últi­mos anos –, o Maran­hão con­tinua na “rabeira” da fila dos indi­cadores que medem con­hec­i­mento.

O estado, para poder aproveitar as grandes opor­tu­nidades que se apre­sen­tam para o futuro pre­cis­ará de uma edu­cação vig­orosa que pre­pare os maran­henses para ocu­par os empre­gos que sur­girão em um futuro próximo.

Con­forme tratare­mos em um texto especí­fico, edu­cação é inves­ti­mento de longo prazo e que os insuces­sos pre­sentes não são motivos para desistên­cia, mas estí­mu­los às novas abor­da­gens e tec­nolo­gias edu­ca­cionais. Mas, como dito, este é um assunto para tratar­mos em separado.

Além do poten­cial do estado para a pro­dução do hidrogênio verde – chamado assim por ser pro­duzido a par­tir da eletrólise da água através de ener­gia limpa –, uma vez que ainda pos­sui água em abundân­cia e tem extra­ordinário poten­cial para a pro­dução de ener­gia éolica e solar, temos ainda, o pro­jeto da con­strução do Ter­mi­nal Por­tuário de Alcân­tara — TPA, que servirá de escoad­ouro da pro­dução vinda através de fer­rovia e rodovia das regiões pro­du­toras de grãos do sul do estado e da região cen­tro oeste do país; a explo­ração com­er­cial do Cen­tro de Lança­mento de Alcân­tara.

Do outro lado da baía de São Mar­cos, se impõe a neces­si­dade de ampli­ação do Ter­mi­nal Por­tuário do Itaqui para que receba a pro­dução vinda de out­ras regiões do país, através da fer­rovia do nordeste.

Um outro pro­jeto que não podemos perder de vista – ou deixar se perder –, é o que cria a Zona de Expor­tação do Maran­hão – ZEMA, con­forme dito em alguns tex­tos ante­ri­ores este, é um pro­jeto que tem tudo para tirar o estado do atraso estru­tural em que foi colo­cado ao longo das décadas.

É per­feita­mente pos­sível imag­i­n­ar­mos o Maran­hão como um grande entre­posto com­er­cial mundial, com cen­te­nas de navios car­gueiros dos dois lados da Baía de São Mar­cos trazendo e levando riquezas que serão usufruí­das pelos maran­henses e por todos os brasileiros.

Por que não? Hong Kong con­seguiu, Sin­ga­pura con­seguiu, tan­tos out­ros con­seguiram.

Por que não con­seguiríamos tam­bém com tan­tas condições favoráveis?

Não menos impor­tante é a ban­cada do estado se mobi­lizar para tirar do papel a rodovia transli­torânea, a BR 308, lig­ando por terra, pelo litoral norte, a cap­i­tal do Maran­hão a Belém, cap­i­tal do Pará, aca­bando com a ideia de que aqui é o “fim do mundo”.

Tal rodovia implica na solução de um outro prob­lema de mobil­i­dade: a dependên­cia única do sis­tema de ferry-​boat.

A nova rodovia impli­caria na con­strução de pontes lig­ando São Luís à baix­ada via Ilha dos Carangue­jos, Cajapió.

Chegando a tal municí­pio ter-​se-​ia duas alter­na­ti­vas: o acesso para o litoral norte por Bacu­rituba, São Bento, Peri-​Mirim e Bequimão – que já diminuiu muito a dis­tân­cia com a con­strução da ponte Bequimão/​Central do Maran­hão e o asfal­ta­mento da MA/​BR 308, no tre­cho –, e o acesso para os demais municí­pios da baix­ada via São João Batista, através do qual se chegará a São Vicente Fer­rer, Olinda Nova, Mat­inha, Viana, Penalva, Cajari, etc.

Uma outra forma de mel­ho­rar a mobil­i­dade no estado e colo­car­mos com­posições para o trans­porte de pas­sageiros, aprovei­tando a estrada de ferro São Luís/​Teresina, pelo menos de Bacabaira para cap­i­tal, mas podendo ter um per­curso ainda maior, quem sabe até Itapecuru-​Mirim.

A fer­rovia encontra-​se subu­ti­lizada enquanto a BR 135 exper­i­menta lon­gos tre­chos de “engar­rafa­men­tos”, sobre­tudo, nos horários de pico.

São proposições que somadas a tan­tas out­ras, têm o condão de desen­volver o estado como um todo, de norte a sul, de leste a oeste, rompendo, repito, com o ciclo de atraso estru­tural que sem­pre nos perseguiu.

O atual gov­erno acer­tou em cheio quando criou uma Sec­re­taria de Estado voltada para os pro­je­tos espe­ci­ais e mar­cou um gol de placa quando entre­gou ao ex-​governador José Reinaldo Tavares a mis­são de comandá-​la.

Con­forme venho dizendo há mais de uma década, o ex-​governador é, dos políti­cos vivos do Maran­hão, o que pos­sui maior con­hec­i­mento e visão de con­junto para desen­volver o estado.

Isso é facil­mente com­pro­vado com a leitura dos seus tex­tos pub­li­ca­dos às terças-​feiras no Jor­nal Pequeno.

Zé Reinaldo pos­sui, como poucos, uma visão geral do estado e, a despeito de já ter cruzado a fron­teira dos oitenta anos, pos­sui uma mente mar­avil­hosa­mente ante­nada com o futuro.

Essa é a razão de haver dito do título do texto que o Maran­hão se encon­tra em um momento único.

Temos diver­sas poten­cial­i­dades em plena ges­tação, um gov­er­nador que declara-​se com­pro­metido com a edu­cação e no comando da sec­re­taria de pro­je­tos espe­ci­ais uma pes­soa extrema­mente preparada e visionária sobre con­junto de medi­das que pre­cisamos empreen­der para o estado ocu­par seu ver­dadeiro lugar no cenário econômico nacional e mundial.

Claro que isso não acon­tece da noite para o dia; claro que pre­cis­are­mos con­tar com recur­sos, inves­ti­men­tos, ampli­ação da sec­re­taria de pro­je­tos espe­ci­ais com novos téc­ni­cos que tam­bém pos­suam uma visão geral do estado; claro que pre­cis­are­mos con­tar com o com­pro­me­ti­mento da classe política local e dos rep­re­sen­tantes do estado no Con­gresso Nacional.

São todas vari­antes que pre­cisam ser tra­bal­hadas pelo gov­erno que se insta­lará a par­tir de 2023. Faz-​se necessário que ten­hamos foco nas medi­das macro de desen­volvi­mento.

Como disse ante­ri­or­mente, vis­lum­bro que esta­mos no cam­inho certo.

O Maran­hão, dizia este que vos fala, há quase uma década, é, dos esta­dos da fed­er­ação, o que pos­sui maior poten­cial de desen­volvi­mento econômico, depen­dendo do que façamos tal desen­volvi­mento chegará para nós, nos­sos fil­hos, netos ou para as ger­ações futuras, mas estou certo que virá.

O Maran­hão encontra-​se con­de­nado ao desen­volvi­mento, se agora ou no futuro, depende de nós e do que fare­mos nos próx­i­mos meses.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.