AbdonMarinho - INIMPUTABILIDADE POR IGNORÂNCIA.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Quinta-​feira, 18 de Abril de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

INIM­PUTABIL­I­DADE POR IGNORÂNCIA.

INIM­PUTABIL­I­DADE POR IGNORÂNCIA.

Con­frontando os fatos, o cidadão médio percebe com clareza que nos últi­mos anos fomos gov­er­na­dos com súcia de esper­tal­hões que tin­ham como meta aliar os cofres públi­cos. Não negó­cio público, da prospecção de petróleo em águas pro­fun­das a edição de uma medida pro­visória para servir as mon­ta­do­ras de automóveis, pas­sando rodovias, fer­rovias, com­pras e pro­dução de equipa­men­tos médi­cos e hos­pi­ta­lares, a exceção é alguém não ter lev­ado alguma van­tagem indevida.

Ape­sar disso, os donos do poder, seus ali­a­dos e adu­ladores agem como se nada tivesse acon­te­cido. Fazem isso com tanta con­vicção que chego a pen­sar em declarar todos inim­putáveis por ignorância.

Vejam o sen­hor Lula, ele nunca descon­fiou da bon­dade dos empresários José Bum­lai em socor­rer o seu par­tido, fazendo em seu nome emprés­ti­mos mil­ionários, para aten­der às neces­si­dades dos companheiros.

O inocente nunca soube – talvez Bum­lai nunca tenha lhe dito – que aquele tipo de emprés­timo não era para ser pago. Ele, que durante toda a vida criticara os ban­queiros, não estran­hou a existên­cia de ban­queiros «bonzinhos».

O puro nunca estran­hou a bon­dade de empre­it­eiras que cus­teou as refor­mas dos imóveis onde reside: o sítio de Ati­baia, a aparta­mento do Guarujá, aliás, nunca procurou saber a quem pertenciam.

O sin­gelo não duvi­dou da súbita pros­peri­dade daque­les que estavam ao seu entorno, do filho que, de zelador de zoológico virou rico empresário fez mofa, dizendo ser ele um gênio dos negó­cios, tão tal­en­toso com as finanças quanto o jogador Ronald­inho o fora com a bola nos pés.

O cré­dulo con­fiou nas boas intenções de Col­lor quando acor­dou em par­til­har com ele as dire­to­rias da Petro­bras, hoje uma empresa à beira da ban­car­rota por conta da gestão desastrada no seu e no atual governo.

Con­hecendo o sen­hor Dirceu desde os tem­pos em que dividiam um pão com mor­tadela no par­tido, não se deu conta da vida lux­u­osa que pas­sará a levar desde que alçado à condição de «capitão do time» – segundo suas próprias palavras – do gov­erno petista.

A ignorân­cia do sen­hor Lula só é com­parável à sua pre­sunção. O gajo achou ou acha nor­mal que empre­it­eiras lhe pagassem aprox­i­mada­mente R$ 13 mil por min­uto de falação. Acho que nem os homens mais geni­ais cobraram tanto por um min­uto de fala. Mas ele se acha acima de todos.

Agora mesmo, com tan­tos fatos apare­cendo, disse a quem quisesse ouvir, que não existe ninguém mais hon­esto que ele.

Como se dissesse uma abso­luta ver­dade, seus ali­a­dos saíram à vender a patranha.

O que acho estranho nisso tudo, não é que o sen­hor Lula – que diz cansar-​se com a leitura de um jor­nal – dizer esse tipo de coisa, é pes­soas que se dizem inteligentes, int­elec­tu­ais, alguns até já con­seguem escreve o nome sem que­brar a ponta do lápis, embar­carem e defend­erem com unhas e dentes.

Os gov­er­nantes, seus par­tidários, seus adu­ladores, ape­sar de muito ouvirem – e alguns até con­hecerem mais de perto –, até hoje não sabem o que seja «propina». Isso mesmo, eles não sabem o sig­nifi­cado dicionar­izado da palavra, ape­sar de ouvirem manhã, tarde e noite o termo, nunca se deram ao tra­balho abrirem o «Aurélio», e verem o significado.

Por conta disso e tam­bém pela má-​fé, deitam a falarem e a escreverem por onde podem que político fulano ou sicrano rece­beu a tal da «propina» de empresa A ou B. É capaz que estes políti­cos opos­i­tores ten­ham rece­bido doações destas empre­sas que pagaram propinas aos gov­ernistas. Não era ile­gal que empre­sas fizessem doações a par­tidos e can­didatos. Somente a par­tir destas eleições de 2016, a prática está proibida.

Entre­tanto, há difer­enças entre um e outro. E essas difer­enças têm origem no sen­tido do termo. O sub­stan­tivo fem­i­nino propina vem do latim propina sig­nif­i­cando dádiva, grat­i­fi­cação, gor­jeta. Nos países ibéri­cos os garçons cobram propina pelo serviço prestado.

Como a com­pan­heirada não sabe ou finge não saber o sig­nifi­cado do termo – e tam­bém para pare­cerem menos com­pro­meti­dos com o mar de lama –, dizem que todos rece­beram propina.

Não meto a mão no fogo por ninguém. É pos­sível que muitos políti­cos da oposição ten­ham rece­bido recur­sos destas empre­it­eiras e cabe a eles se defend­erem. Pagam bons advo­ga­dos jus­ta­mente para isso. Entre­tanto, só exi­s­tirá propina na cor­reta acepção da palavra se os recur­sos rece­bidos foram uma con­tra­partida por algum negó­cio. É aí que está o X da questão. Não me parece que oposição longe do poder há treze anos possa ter influído ou prestado algum serviço a essas empre­sas envolvi­das no esquema do «petrolão» e antes do «men­salão», e tenha rece­bido por isso. Se houve caixa 2 ou out­ros negó­cios no pas­sado quando podiam influir é outra coisa a ser apurada.

Só que esta não é a situ­ação dos gov­ernistas. As provas con­vergem para existên­cia de propina, sim. A cada negó­cio um per­centual irri­gava as con­tas dos par­tidos, dos políti­cos e de out­ros a quem man­davam deposi­tar os recur­sos fru­tos das gor­je­tas aqui e no exterior.

No caso do Par­tido dos Tra­bal­hadores — PT, há um agra­vante que é o fato de terem usado a Justiça Eleitoral, sobre­tudo o Tri­bunal Supe­rior Eleitoral — TSE, para «lavarem» o din­heiro fruto de propinas, de negó­cios sujos. Quem diz isso não sou eu, são as incon­táveis notas de esclarec­i­mento do par­tido dizendo que todos os recur­sos rece­bidos foram dev­i­da­mente declar­a­dos àquela justiça especializada.

Não mentem, pelo menos uma parte dos recur­sos fru­tos dos achaques, das propinas, con­forme con­fes­sado pelos doadores, foram declar­a­dos ao TSE.

Falam isso com tanta sim­pli­ci­dade, com tanta inocên­cia que acred­ito pia­mente que devam ser inim­putáveis pela ignorância.

Abdon Mar­inho é advogado.

Comen­tários

0 #1 cris­tiano Sti­girt 25-​01-​2016 13:55
Acho que o termo enges­sar o Estado gan­hou outro nome, «conc­re­taram» o Estado, e lobot­o­mis­aram a pop­u­lação, pois em tem­pos atrás por muito menos já have­riam man­i­fes­tações reais con­tra tudo isso, digo reais pois as que ocor­rem hoje são todas feita como manobra política, sito como os índios há época do desco­bri­mento recendo um espelho e ficando admi­rado com o reflexo, porém o reflexo que vrjo é de a sociedade cor­rupta e com poucos val­ores morais. Abdon pode­ria darr alga opinião sobre os 53 dias para o vigor da CPC/​15.
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