AbdonMarinho - DILMA, A DEMOCRACIA E OS ALIADOS.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Sexta-​feira, 19 de Abril de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

DILMA, A DEMOC­RA­CIA E OS ALIADOS.

DILMA, A DEMOC­RA­CIA E OS ALIADOS.

Acaba virando pleonasmo dizer que Dilma Rouss­eff fala tolices. Não bas­tasse dizer que o Maran­hão fica no extremo norte do Brasil, no Estado de Roraima disse que RORAIMA era a cap­i­tal(???) mais dis­tante de Brasília e que ela era roraimada (??). Na ver­dade daqui a pouco será, não ape­nas pre­cur­sora de uma nova lín­gua, mas tam­bém de uma nova forma de pensar.

Hoje saiu-​se com ideia de que o Brasil só é respeitado no exte­rior por que respeita o resul­tado das urnas, das eleições reg­u­lares exis­tente a cada qua­tro anos.

Por esse raciocínio o Iraque de Sad­dan Hus­sein, a Líbia de Muam­mar Kadafi, Cuba, dos Cas­tros, seriam as nações mais respeitadas do mundo de toda a história. Os diri­gentes destes países sem­pre foram eleitos com quase cem por cento dos votos. E, ninguém nunca os ques­tio­nou. Um outro belo exem­plo é a Cor­eia do Norte, não acham?

Será que é isso?

Não seria mel­hor ser­mos respeita­dos pela solidez de nos­sas instituições?

Vemos, como rotina, em muitas democ­ra­cias a dis­solução dos par­la­men­tos e dos gov­er­nos que não foram exi­tosos na união dos seus países ou não apre­sen­taram os resul­ta­dos esper­a­dos. São, estas nações indig­nas do respeito internacional?

Tudo bem que argu­mentem que são países que ado­tam o parlamentarismo.

Mas ainda assim é uma grande bobagem advogar a imutabil­i­dade de man­da­dos que não apre­sen­tam resul­ta­dos, que não con­tam com apoio pop­u­lar ou sus­ten­tação política e levam nação a san­grar na econo­mia, como é o caso Brasil onde, em ape­nas um ano, o cidadão já viu virar fumaça mais da metade de seu patrimônio.

A colo­cação da pres­i­dente não passa de mais uma pérola para a sua, já famosa coleção, de bobagens. Por vezes chego a pen­sar se ela não desis­tiu de pre­sidir o Brasil para se tornar humorista.

A propósito, numa reunião com senadores em que defendeu essa tese de imutabil­i­dade de mandatos e acu­sando quem pensa diverso de golpista, foi admoes­tada pelo ex-​presidente Fer­nando Col­lor, o notório senador alagoano, de que tam­bém ele fora eleito numa eleição legí­tima – aliás ninguém nunca ques­tio­nou a eleição de 1989 –, e que, ainda assim, sofreu processo impeach­ment que cul­mi­nou com a sua cassação.

O senador bem que pode­ria ter aproveitado o momento para exi­gir da pres­i­dente e seus ali­a­dos um pedido de des­cul­pas pelo “golpe» que foi vítima em 1992, pois foram jus­ta­mente os ali­a­dos da pres­i­dente que lid­er­aram sua cas­sação. Não acham?

Aproveito a opor­tu­nidade para solic­i­tar de todos que insis­tem na tolice de dizer que impeach­ment é golpe e que foram às ruas pedir a cas­sação de Col­lor, que for­mal­izem, por escrito, talvez, através de uma petição pública, um pedido de des­cul­pas a ele, recon­hecendo a imensa «injustiça» a que foi sub­metido, recon­hecendo de forma inques­tionável que foram «golpistas».

Ao faz­erem isso, estariam sendo, ao menos, coer­entes, ainda que tardiamente.

Como é foram às ruas, viraram caras-​pintadas con­tra Col­lor, pedindo e pres­sio­n­ando as insti­tu­ições pela sua cas­sação e agora dizem que con­tra a atual pres­i­dente este mesmo pro­ced­i­mento é golpe? Como ousam ameaçar pegar em armas con­tra os instru­men­tos da democracia?

Só levarei a sério os que fiz­erem isso: man­i­festem o pedido de des­cul­pas ao ex-​presidente.

O golpe é só con­tra Dilma? Só con­tra a rep­re­sen­tante do Par­tido dos Trabalhadores?

Vamos em frente.

Um dos argu­men­tos que os nos­sos «pro­gres­sis­tas» int­elec­tu­ais usam con­tra um pos­sível processo é que o gov­erno cairia, para a infe­li­ci­dade da nação, nas mãos do vice-​presidente Temer e de sua camar­ilha do Par­tido do Movi­mento Democrático Brasileiro – PMDB.

Ora, não foram eles que os escol­heram? Não os apre­sen­taram como os mel­hores para dividi­rem o poder? Como é que agora não servem? Enga­naram os eleitores quando diziam que eram bons ou agora quando dizem que são a encar­nação de satanás?

Em qual­quer das situ­ações enga­naram a pat­uleia e ainda querem que a mesma pague a conta.

A pres­i­dente e seus ali­a­dos não apre­sen­tam uma pro­posta que tirem o país da crise política, pelo con­trário o que apre­sen­tam é uma espé­cie de ampli­ação de poder do ali­ado incô­modo, como temos visto nos dias atu­ais, com pauta política, sendo con­duzida por Temer, Sar­ney, Jucá, Bar­balho, Renan e toda essa turma que fiz­eram resumir do pas­sado para ocu­parem o cen­tro do cenário político nacional.

Na mel­hor das hipóte­ses a pres­i­dente não os acham um entrave. Não, se garan­tem o cargo e a «boquinha» de seus mil­hares de ali­a­dos abo­le­ta­dos e sus­ten­ta­dos pelos contribuintes.

Abdon Mar­inho é advogado.