AbdonMarinho - NA MORAL.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Terça-​feira, 16 de Abril de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

NA MORAL.

NA MORAL.

O Senador Col­lor é um velho con­hecido dos brasileiros. Não vale nem a pena lem­brar. Pois bem, de repente o dis­tinto sen­hor virou o mais novo pal­adino da moral­i­dade nacional. Ele foi afas­tado da Presidência da República por está con­fundindo o público com o privado.

Vinte anos depois de sair pela porta dos fun­dos do palácio, uniu-​se aos não menos moral­is­tas que estão no poder, para aten­tar con­tra as insti­tuições nacionais. Vejam vocês que hoje o senador man­dou que o procu­rador geral da República calasse a boca. Sem­ana pas­sada em uma parce­ria de afinidades sem igual com os novos inquili­nos do poder, fez aprovar um requer­i­mento solic­i­tando inves­tigação do TCU sobre uma com­pra feita pela Procu­rado­ria Geral da República.

Claro que ninguém está acima da inves­tigação pelos órgãos de con­t­role. Ninguém. Muito menos o Min­istério Público que tem a pre­rrog­a­tiva de inves­ti­gar a todos, por isso mesmo deve ter a con­duta mais reta e escorreita.

Entre­tanto está claro que o senador Col­lor e seus novos ali­a­dos nunca estiveram pre­ocu­pa­dos com a pro­bidade admin­is­tra­tiva, pelo contrário, eles estavam, não faz muito tempo, acusando-​se mutu­a­mente das práticas mais con­denáveis. Hoje o senador faz o tra­balho sujo para o PT, o mesmo par­tido que o acu­sou, com razão, de está dilap­i­dando o patrimônio público durante seu curto governo.

O ataque as insti­tuições, Min­istério Público, Judiciário e aos veículos de comu­nicação, tem por propósito jogar a todos na vala comum da cor­rupção, querem com isso dizer que não há vir­gens no puteiro, que são todos iguais. Há sin­to­nia entre o que diz o senador Col­lor e o que o escreveu outro dia em seu blogue o Sr. Dirceu, estrela de grandeza maior do PT, que emb­ora con­de­nado a quase onze anos de cadeia por cor­rupção e formação de quadrilha, con­tinua acu­sando o STF, numa total inversão de val­ores éticos e morais.

O senador faz isso em represália a denúncia feita ao STF con­tra o senador Cal­heiro, aquele das vacas que pariam vinte e qua­tro horas por dia. Faz isso em represália ao jul­ga­mento do processo do men­salão. Faz isso em represália aos diver­sos pro­ced­i­men­tos em curso con­tra os figurões do PMDB, do PT e dos demais par­tidos da chamada base ali­ada e ainda aque­les que sur­girão tal a voraci­dade dos dias atu­ais. Estão todos jun­tos. Rezam a mesma car­tilha. Tra­bal­ham para destruir a democ­ra­cia que até vínhamos con­stru­indo.

Será que as pes­soas de bem não se dão conta que algo de muito errado está acon­te­cendo com o Brasil quando essa turma toda comungam dos mes­mos ideais? Não é estranho que as lid­eranças gov­ernistas do con­gresso sejam pes­soas como Col­lor, Cal­heiro, Jucá, Bar­balho, Alves e Sar­ney? Não é estranho que essas fig­u­ram comunguem os mes­mos ideais que os tra­bal­his­tas do PT, que os social­is­tas do PDT ou os comu­nistas do PC do B, como vimos na sem­ana que pas­sou? E que todos eles estivessem mais sin­croniza­dos que o balé russo? Estavam afi­na­dos porque são iguais, são cachaça da mesma pipa, far­inha do mesmo saco. São essas pes­soas que querem ditar as regras, o Min­istério Público deve inves­ti­gar e denun­ciar, o que o Poder Judiciário deve jul­gar, o que a imprensa deve escr­ever e o que os cidadãos devem pen­sar. São eles os donos da moral, os donos do poder. São eles, os novos poderosos, a velha escória de sempre.